Parte I
Poucas coisas na vida me aborrecem mais do que uma foda cancelada. Voltei para casa naquela noite amaldiçoando a vadia que tinha me dado o cano e me amaldiçoando por ter recentemente perdido o celular, junto com o nome e número de outras biscates escapes, deliverys e 24hrs. Não que isso fosse um problema tão absurdo, se Ícaro, meu gêmeo, estivesse sozinho em casa, poderia assediá-lo mais uma vez, e mesmo se não conseguisse chegar aos fins, poderia provocá-lo e me entreter por alguns minutos, antes de ir para meu quarto bater um punhetaço e dormir embalado por meus sonhos pervertidos.
O problema é que naquela noite, especificamente, nossos pais estavam viajando, e Ícaro aproveitaria a casa vazia para passar a noite com seu namorado. E eu ficaria a noite inteira me punhetando e ouvindo os invejáveis gemidos do quarto ao lado “Ai, ai, Stevie...” “Ah! Assim, Ícaro!”, nada nem próximo de: “Oh! Vai fundo, Igor”.
Poderia perfeitamente dormir em um hotel, mas sabia que adoraria aquilo, seria torturantemente prazeroso, desejaria a todo momento poder abrir a porta e arrancar qualquer um dos dois para minha cama, mas meu lado masoquista gostava de imaginar aquilo, e somente ouviria os dois únicos homens que assombravam minhas fantasias gemendo um pelo outro e não por mim.
Peguei um taxi, lamentando o dinheiro gasto inutilmente na corrida, e me preparei para entrar em casa, torcendo para não encontrar Ícaro e Stevie juntos na sala de estar. Entrei em completo silêncio, não queria ser notado para que eles não se contivessem no momento da transa. Nas poucas vezes que tinha conseguido ouvi-los, nada passou de poucos murmúrios, pois sempre sabiam da possibilidade de serem ouvidos, mas não naquela noite, acreditavam estar a sós em casa, eu finalmente poderia ouvi-los em pleno ato e entender melhor o funcionamento da química sexual entre aqueles dois seres incrivelmente peculiares.
Do hall de entrada pude ver a luz do abajur e da TV da sala, certamente estavam assistindo um filme. Caminhei cuidadosamente até o cômodo, somente para constatar que estavam mesmo ali. Aproximando mais, notei que não se ouvia o som do aparelho de TV, somente duas respirações ofegantes, minha curiosidade falou mais alto e esgueirei minha vista para dentro do cômodo. Eles estavam no sofá, os lábios unidos em um beijo ardente, Ícaro sentado em cima de Stevie, com uma perna de cada lado de seu corpo.
Minha posição com relação a cena era privilegiada e devido ao escuro da casa só me notariam se olhassem diretamente. Foi inevitável ficara admirando a cena. Sabia que mesmo se me notassem apenas me enxotariam dali fazendo-se de ofendidos, então permaneci onde estava. Ícaro se agarrava a nuca de Stevie de uma maneira que eu conhecia bem e rebolava gostoso, enquanto Stevie enchia ambas as mãos nas nádegas redondinhas do meu irmão, apertando-lhe com força, meu membro já começava a dar sinais de vida vendo aqueles dois se agarrando na minha frente.
A cena se tornava mais intensa e o incomodo em minhas vestimentas tornou-se muito desagradável, Stevie avançou a mão pela parte detrás do pijama de meu irmão que soltou um gritinho. A mão de Stevie trabalhava vagarosamente enquanto sua boca deslizava pela pele delicada do pescoço de Ícaro que gemia manhoso em seu ouvido e rebolava fracamente em seu colo, ainda agarrado aos seus cabelos negros e lisos.
“Steeeeevie” Gemeu gostoso, causando-me arrepios. “Mais um” Ele pediu, gemendo mais alto ao ser atendido.
“Você gosta disso, amor?¹” Ele perguntou malicioso, e nesse momento meu membro já estava completamente ereto. “Gosta quando eu fico assim?! Hum?! Fazendo carinho dentro de você...” Fez algo que levou meu irmão a soltar quase um grito. “Hum?! Fala pra mim... Gosta?” – Falava com o sotaque australiano tão característico dele.
“AHAAAAM” Gemeu em resposta. Capturando-lhe os lábios com selvageria.
O beijo era mais ardente e selvagem do que poderia eu imaginar que eles pudessem fazer e a mão de Stevie por dentro da bunda do meu irmão se movimentava cada vez mais freneticamente. Eu não resisti em abrir meu zíper e liberar meu membro pulsante, me masturbando ali mesmo, tomando muito cuidado para não fazer qualquer barulho. Stevie retirou os dedos de dentro do meu irmão, que logo interrompeu o beijo. Em um movimento rápido, Stevie colocou o namorado sentado a seu lado no sofá e sentou-se sobre ele, ficando na posição que Ícaro estava anteriormente.
“Acontece que eu também gosto” Disse de forma travessa. “E hoje...” Ele continuou, pausando o beijo. “Hoje eu to com vontade.” Completou sorrindo.
“Amanhã Stevie. Por favor.” Meu irmão choramingou.
“Nana nina not” Respondeu de maneira um tanto gay. “Você disse isso, na terça feira, e no domingo, e bom, você sabe que tem mais de um mês que nós não fazemos assim.”
“Tá Bom. Mas você primeiro.”
“Tentador.” Falou mordiscando a orelha dele. “Mas não. Você está muito mal acostumado.” Disse, deixando-me cada vez mais perdido. Juro que até aquele momento não tinha entendido ainda.
“Stevieeee.” Gemeu enquanto o namorado rebolava sobre seu membro. “Por Favor. Eu to com muita vontade.”
“Depois eu vou te dar o que você quer.” Sussurrou de tal maneira que eu quase não escutei. “A noite inteira... Até você me implorar pra parar.” Falou voltando a lamber e mordiscar a orelha e o pescoço. “Mas primeiro me foda.”
Finalmente entendi do que falavam e fiquei absolutamente embasbacado. Discutiam quem ficaria em qual posição na primeira vez e aparentemente ambos queriam brincar como passivo. Achei isso cômico, nunca tinha imaginado que pudessem ter esse tipo de problema na cama, mas era de se imaginar. Lamentei por nunca ter tido a coragem de investir contra Stevie, provavelmente ele cederia, afinal, gostava de um membro dentro de si talvez tanto quanto meu irmão e aparentemente entre os dois ele tinha essa necessidade atendida pouquíssimas vezes.
Fui tirado de meus devaneios ao ver meu irmão se movimentar e com alguma insistência sair de sob Stevie, que somente voltou a se sentar, observando o namorado, que, em pé a sua frente,k rapidamente despiu-se de toda a roupa, jogando-a em algum canto da sala, e voltando a sentar-se de pernas abertas sobre o outro, de maneira absurdamente sexy.
“Não! Você vai fazer em mim primeiro.” Disse autoritário, colocando as mãos de Stevie novamente em sua bunda agora nua. “Eu preciso.” Completou manhoso.
Stevie se levantou de maneira intimidante, colando-se ao corpo do Ícaro, fazendo-os caminhar alguns passos, até encostá-lo contra a parede. Sorria pervertido e mais uma vez o rapaz australiano assediou o pescoço de meu irmão que fechou os olhos e o envolveu com os braços, vi quando uma masturbação lenta e deliciosa de se assistir foi iniciada no membro pulsante recém liberado, enchendo a sala com gemidos mais altos.
“Você é muito mal acostumado, Ícaro.” Sussurrou em seu ouvido. “Você sabe que eu cederia com o maior prazer... Eu sempre cedo.” Falava sensualmente entre beijos, chupões e caricias. “Mas eu preciso aprender a falar não pra você... E agora, esse membro enorme que você tem... Que vai me comer gostoso.” Disse antes de se abaixar e começar a chupá-lo.
Meu irmão tentou resistir a principio, mas logo desistiu enlaçando os dedos nos cabelos do seu parceiro, incentivando-o a continuar. Stevie o chupava avidamente, para que não lhe restasse vontades de escapar, exibia um lindo desejo pelo membro pulsante em sua boca, trabalhava com firmeza, voltei a me masturbar enquanto delirava com a cena mais estimulante que já tinha visto na vida.
A principio imaginei-me na posição de Stevie, com Ícaro rebolando em meu membro e eu o invadindo com os dedos, mas a cena bruscamente havia mudado, e tudo que eu queria era estar no lugar do meu irmão sendo chupado de forma tão gulosa por aquele belo rapaz de olhos azuis e prestes a vê-lo se revirando de prazer ao vai e vem do meu membro.
Também estava muito curioso e excitado só de pensar em ver meu irmão em posição ativa, tal coisa era para mim inimaginável, mas estava interessado em reparar como ele o faria, se seria possível que fosse firme e preciso, ou se mesmo daquela maneira sua personalidade delicada, afeminada e submissa estaria dominante.
Continuou a chupá-lo por um tempo e logo Ícaro ofegava muito forte, antes que pedisse, Stevie cessou os movimentos de sua boca, e senti uma pontada de ciúmes ao notar a conexão entre eles. Eu sempre precisava avisar a garota que estivesse me chupando. Stevie se levantou mais uma vez, retirou a blusa rapidamente antes de capturar os lábios do meu irmão em mais um beijo urgente.
Ícaro então tomou a atitude de aos poucos voltarem para o sofá, ainda de lábios unidos, permitindo que Stevie se deitasse, deitando-se sobre ele em seguida. Atrevidamente invadiu o short do namorado, masturbando-o, fazendo um suspiro alto de prazer ecoar até meus ouvidos. Aos poucos os gemidos se tornaram mais altos e os movimentos que meu gêmeo fazia no falo em suas mãos tornou-se mais rápido e intenso, assim como os meus em meu próprio.
Mesmo que ainda estivesse sob o short, os ofegos de Stevie, a expressão devassa do meu irmão, o movimento natural de seus corpos, tudo indicava que ele não apenas estava sendo rápido, mas também forte. Sua língua por vezes deslizava pelo pescoço de Stevie, que naquele momento parecia tão submisso nos braços do Ícaro quanto Ícaro ficava nos dele. Eu estava absolutamente louco de tesão só de pensar em ver meu irmão metendo no namoradinho lindo dele.
Ícaro continuou a torturá-lo, sempre diminuindo a intensidade quando sentia que o membro em sua mão estava preste a ejacular. Mordiscava e chupava, ora o pescoço, ora os mamilos de Stevie, por vezes mordiscava sua orelha e o provocava aumentando e diminuindo constantemente a intensidade de sua masturbação.
E naquele momento senti mais uma vez a pontada de ciúmes ao notar a conexão tão diferente existente entre eles. Admirei Stevie, no lugar dele certamente já teria jogado o Ícaro de bruços no sofá e o invadido sem muita cerimônia, mas ele não, continuava em riste a quase uma hora, e sabe-se lá a quanto tempo estava antes que eu chegasse ali, a maneira que meu irmão o estava provocando era quase cruel, algo que jamais permitiria que alguém fizesse comigo.
Já acreditava que em breve apreciaria a cena peculiar do meu irmão na ativa, mas aparentemente não era somente eu que estava enganado. Ícaro chupou com força o pescoço de Stevie antes de masturbá-lo muito rapidamente mais algumas vezes até arrancar gemidos quase desesperados.
Então rapidamente, se levantou do sofá em direção a uma das poltronas, posicionou-se ajoelhado sobre a mesma, com os braços apoiados no encosto, as pernas muito bem abertas e a bunda deliciosamente empinada. Olhou para trás, para Stevie e por breves segundos tive medo de ser visto, mas o hall estava completamente escuro, ao contrario da sala e Ícaro estava concentrado demais em seduzir Stevie.
“Você tem certeza que não quer vir primeiro?” Perguntou sorrindo de forma travessa.
Olhava sensualmente para o namorado, rebolando sutilmente, com o orifício rosado completamente a mostra. Como meu irmão aparentemente tão inocente podia ser uma criaturinha tão diabólica quando se tratando de seus desejos sexuais? Mesmo um pouco desapontado por não ver meu irmão fora de sua zona de conforto, ainda estava ansioso para ver Stevie metendo fundo nele, o que ele sem duvidas faria depois de tanta provocação e aquele rabo empinado tão convidativo implorando para ser invadido sem piedade.
Eu já me masturbava freneticamente e sabia que sem duvidas gozaria antes deles, mas em um movimento que eu acreditaria ser impossível, Stevie se levantou e pegou a camiseta no chão, vestindo-a em seguida. Medalha de ouro pro cara. Eu estava realmente impressionado. Mas também muito frustrado.
“Desculpa Stevie.” Ícaro correu na direção do namorado, abraçando-o por trás antes que este pudesse tentar se retirar. “Eu tava brincando.” Disse manhoso.
“Você brinca demais comigo Ícaro. Eu me canso disso as vezes.” Ele respondeu.
“Você também brinca comigo.” Argumentou, esfregando o rosto contras as costas de Stevie.
“É completamente diferente. Você sabe que te satisfazer me agrada e abusa disso.”
Os dois continuaram uma breve e educada discussão e eu certamente já começava a brochar, para mim era ridículo que brigassem por quem levaria atrás, absurdamente ridículo, não que os repreendesse por gostar disso, mas para mim era impossível que a sensação de ter dentro pudesse ser melhor do que estar dentro.
Naquele momento por mais que me sentisse louco, minha real vontade era entrar naquela sala e dar a eles o que eles tanto desejavam. Ao mesmo tempo. E pela primeira vez a idéia não pareceu surreal ou absurda. Menos ainda, a medida que continuavam a discutir brochantemente as atitudes do meu gêmeo entre outras coisas, me juntar a eles só parecia mais plausível.
Obvio que ambos não resistiriam a mim. Para Stevie eu seria uma versão forte, máscula e absurdamente ativa de Ícaro e para o Ícaro eu seria a experiência do sexo casual e sujo que ele não tinha com Stevie, seu namoradinho ternura.
A medida que a conversa decorria eu me impacientava mais e mais. Ambos estavam irredutíveis com relação a posição que queriam ocupar e percebi que tanta resistência não se devia apenas pela vontade que ambos possuíam, mas sim uma disputa de dominância na relação de um maneira geral.
A idéia de tentar alguma coisa com eles a cada minuto tornava-se mais plausível. Sabia que meu irmão delirava de tesão por mim e por Stevie. A mais de um ano matinha relacionamento ativo com o namorado e eu ainda me lembro como se fosse ontem da única noite em que ele se entregou a mim, mas não saberia dizer se seu lado mais depravado havia sido despertado ou se ofenderia com a idéia de receber prazer em dobro. E Stevie? Impossível que nunca tivesse se imaginado em um sanduíche de gêmeos, mas mais uma vez a dúvida: Se sentiria ofendido ou empolgado com a possibilidade real?
Tentava procurar outra maneira de tentar começar com aquilo, mas minha mente pervertidamente criativa sempre foi também limitadamente objetiva e minha grande idéia era somente entrar insinuando-me. Resolvi realmente o fazer, eu não tinha nada a perder. Estava nervoso, mas sabia que deveria transparecer a mesma segurança e arrogância de sempre. Respirei fundo antes de entrar na sala com o meu melhor sorriso sacana.