*Tentava procurar outra maneira de tentar começar com aquilo, mas minha mente pervertidamente criativa sempre foi também limitadamente objetiva e minha grande idéia era somente entrar insinuando-me. Resolvi realmente o fazer, eu não tinha nada a perder. Estava nervoso, mas sabia que deveria transparecer a mesma segurança e arrogância de sempre. Respirei fundo antes de entrar na sala com o meu melhor sorriso sacana.*
Parte II
Ícaro estava sentado no colo de Stevie e ainda conversavam sobre o possível controle que ele aparentava ter sobre o parceiro. Olhavam-se nos olhos carinhosamente e nem ao menos notaram quando entrei no recinto. Encostei-me no batente da porta, coração palpitando e mente pervertida a mil. Pigarreei para chamar-lhes a atenção.
“Igor!” Ícaro gritou levantando-se do colo de Stevie e catando as roupas no chão, o australiano por sua vez, limitou-se a colocar uma almofada sobre a ereção visível sob o a calça leve. “O que você está fazendo aqui?” Perguntou enquanto se vestia.
“Adivinha?” Respondi com outra pergunta, passando a lingua por meu lábio inferior.
“O que você está fazendo aqui em casa a essa hora?” Especificou a pergunta.
Sentou-se encolhido ao lado do namorado que imediatamente o envolveu com um dos braços em um gesto protetoramente perturbador. O olhar de Stevie era indiferente, calmo, e assim continuou mesmo quando seus lindos olhos azuis correram por meu volume marcado sob a calça. Ícaro no entanto parecia tão tímido e envergonhado que nem conseguia expressar sua raiva e mal conseguia olhar para mim.
“Revolvi voltar.” Disse enquanto caminhava em direção a poltrona. “Eu não estava muito paciente com as minhas companhias.” Menti e enfatizei o plural. “E alguma coisa tava me falando que voltar para casa poderia ser bem mais útil.” Arrisquei uma leve insinuação.
Stevie apenas desviou o olhar, e Ícaro pareceu não entender. No instante em que me pronunciei sabia que aquelas palavras seriam decisivas. Quando Stevie não puxou Ícaro pelo braço para fora do cômodo, soube que compartilhávamos a mesma idéia.
“Útil??” Ícaro perguntou franzindo o cenho, com o tom de voz de quem acha tal coisa impossível. Sua inocência era tão adorável que foi inevitável que eu e Stevie sorríssemos.
“Eu estava ouvindo a discussão de vocês.” Comecei a falar acomodando-me melhor na poltrona, abrindo bem as pernas para marcar ainda mais meu membro ereto sob a calça, ambos olharam rapidamente, o que me fez sorrir. “E eu acho que posso dar o que vocês precisam.” Completei, levando a mão até meu volume e acariciando sutilmente.
Ícaro arregalou os olhos, finalmente tinha entendido. Abriu a boca algumas vezes, mas nada saiu dela, conseguiu então dizer “Steven?!”. Buscou apoio ou noção de atitude com o namorado. Stevie se levantou com calma puxando meu irmão em seguida, notei que ainda estava ereto, assim como eu e ao contrario do Ícaro. Olhou-me de cima para baixo antes de se pronunciar.
“Nós não precisamos de você.” A ênfase que deu a terceira palavra deu margem para que tomasse minha própria interpretação. Eles não precisavam, mas talvez quisessem. Quando começaram a se retirar, me levantei e agarrei a mão disponível do Ícaro.
“Eu que preciso de vocês, pra não enlouquecer.” A sinceridade de minhas palavras assustou a mim mesmo. “Vocês me enlouquecem.” Eles se entreolharam e meu irmão parecia até mesmo um pouco condescendente. “Ícaro... Eu sei que você gosta de nós dois.” Resolvi continuar diante da falta de palavras de ambos. “E você Stevie, só não transou comigo até hoje porque é decente demais.” Falei olhando somente para ele.
“Stevie?!” Ícaro quase gemeu. Largou-se de minha mão para agarrar-se com força ao braço do namorado.
“Vamos subir.” Respondeu sem graça, e Ícaro obedeceu, não sem olhar para mim de maneira bastante confusa antes de adentrarem o hall escuro.
“Merda!” Falei antes de dar um chute no sofá e cair deitado sobre o mesmo.
- O que eu estava pensando? Que ao dizer que tinha o que eles precisavam se atirariam em mim? Mesmo que pensem isso, ao contrario de mim jamais terão coragem de fazer realmente. Idiota! Idiota! Deveria ter ficado na minha. Uma hora dessas estava de camarote assistindo os dois se fudendo e não sozinho sem nada. -
Mesmo frustrado com a previsível rejeição, eu sorria ao me lembrar do rosto rubro e da falta de palavras do meu irmão ao entender o que eu insinuava. - Malditos! Como são gostosos. Deliciosos... Juntos, então... Stevie, como chupa bem o filho da puta. -
Teria que me virar sozinho como havia previsto desde o principio, mas não seria difícil. Flashs muito excitantes de um passado muito recente passavam pela minha cabeça e eles continuavam não com Ícaro e Stevie se levantando para se retirarem e sim para se atirarem em mim como dois felinos famintos. Meu pau já estava para fora da cueca, sendo acariciado com alguma urgência, e apenas apreciando a perversão que aos poucos avançava mais e mais em minha cabeça não demorou muito para que logo eu gozasse.
Fui ao banheiro, lavei minhas mãos, dei uma mijada e voltei para sala, como tinha acabado de gozar certamente seria horrível ficar ouvindo os dois. Sentei-me no sofá e notei que o filme continuava pausado, peguei o controle e coloquei para rodar e ao ver “Um Lugar Chamado Nothing Hill” sorri tentando imaginar como uma sessão de filmes gays tinha se tornado um sarro quente. Continuei assistindo o filme do ponto onde tinham parado, estava começando a realmente assistir quando fui tirado de meus devaneios.
“Igor” A voz grave e suave de Stevie ecoou pelo cômodo, assustando-me.“Ta gostando do filme?”
Ele e meu irmão adentraram o recinto de mãos dadas, Ícaro possuía um sorriso divertido no rosto, Stevie porém mantinha a indiferença de sempre. No mesmo instante que os vi meu coração palpitou freneticamente, tentava não me iludir e pensar outro motivo para estarem ali, mas nada. Tinham conversado sobre o assunto e chagado a uma conclusão positiva.
“Tanto faz.” Pausei o filme novamente. “E vocês? Mudaram de idéia foi?” Perguntei tentando soar o mais confiante e sacana possível.
“Na verdade, sim.” Stevie respondeu sorrindo maliciosamente caminhando em direção ao sofá. Por algum motivo suas palavras e suas atitudes não pareceram animadoras como deveriam. “Conversei direitinhho com seu irmão... Ele achou a idéia adorável.”
Sentou-se a meu lado no sofá, e para meu espanto, Ícaro sentou-se no meu colo de forma muito inocente, sorrindo travesso. Eu estava gostando, mas alguma coisa me dizia que tinha algo estranho nas atitudes de ambos. Sentia que a qualquer momento um deles se levantaria apontando o dedo na minha cara e dizendo as gargalhadas “Eu não acredito que você caiu nessa!!!” Enquanto eu imaginava essa cena, Ícaro se pronunciou.
“Mas nós queremos uma coisa um troca.” - Aha! Eu sabia! - Pensei um pouco antes de responder, mas nada negável me veio em mente.
“O que?” Eles se entreolharam sorrindo perversamente.
“Nós queremos a sua virgindade.” Ícaro disse depositando um selinho em meus lábios imóveis.
“O que???” Perguntei um pouco confuso, e eles nada disseram, apenas continuaram me encarando com os olhinhos brilhando. “Não!” Disse rápido retirando Ícaro do meu colo “Nem fudendo!” Levantei-me um pouco nervoso e a expressão do meu irmão mudou no mesmo instante, ao contrario de Stevie que teve o sorriso pervertido alargado. “Vocês estavam discutindo justamente o contrario. Por que agora querem me comer?”
“Ora, Igor! Não se faça de bobo.” Stevie interrompeu-me antes que eu pudesse continuar. “Tenho certeza que a idéia do Ícaro e eu te comendo soa excitante até mesmo pra você.” Disse aconchegando meu irmão em seus braços.
“Não, não é.” - Cara, por que parece que eu estou mentindo? – “Não mesmo.” Tentei soar mais convincente.
“Eu vou bem devagarzinho pra você não sentir dor.” Ícaro disse, o que me remeteu a nossa primeira e única vez, eu havia feito exatamente o contrario com ele.
“A dor não é o problema.” Falei.
“Então você tem medo de gostar.” Stevie disse com um sorriso sacana nos lábios, fazendo Ícaro soltar uma risadinha.
“Claro que não.” Mais uma vez, nada convincente. “É que pra mim é impossível imaginar isso.” Sentei na poltrona.
“Por que?” Ícaro perguntou inocente, como se estivéssemos falando de alguma coisa absolutamente normal e que todo mundo faz.
“Cara, vocês me desculpem, mas isso é muito gay!” Falei rindo um pouco. “E eu não sou viado. Eu gosto de mulher! Vocês sabem muito bem disso.” Aquela pareceu ser a primeira verdade que eu falava.
“Isso é obvio! Pra pegar as barangas que você pega, tem que gostar muito mesmo.” Ícaro disse suspirando e eu apenas revirei os olhos.
“Nós não estamos duvidando da sua masculinidade Igor.” Stevie interrompeu o namorado. “Mas essa é a nossa condição. Você decide se aceita ou não.” Falou com firmeza, acomodando melhor o Ícaro em seus braços e acariciando de uma maneira provocante. Encostei-me na poltrona e pensei por alguns minutos.
“Eu tenho uma idéia mais divertida.” Falei deslizando minha língua pelo meu lábio. “Vamos fazer uma espécie de jogo... Se vocês conseguirem me deixar exausto antes que eu deixe vocês... podem comer a minha bunda.” Falei segurando uma gargalhada que acabou por ser emitida por Ícaro. Uma gargalhada tão alta e espontânea que assustou até mesmo Stevie.
“Até parece!” Me respondeu. “Uma vez, antes de te conhecer...” Disse direcionando-se a Stevie “Quando nossos pais viajaram, ele ficou um dia inteiro com não sei quantas garotas dentro do quarto.” Contou com um tom de magoa que o namorado certamente notou.
“Bons tempos.” Não pude deixar de sorrir, fazendo Ícaro retorcer as feições “Mas isso não seria nada comparado a ter vocês dois.” Me senti feliz por arrancar um sorrisinho do Ícaro “Ok! Eu aceito, mas primeiro vocês, e a ultima coisa que nós vamos fazer é... bom, a minha parte.”
Foi a vez de Stevie gargalhar e dizer “Até parece!”, nós três nos olhamos e pude ver que ambos sabiam que eu não pretendia cumprir a minha parte. Pensei por mais um tempo. Não queria mesmo fazer aquilo. Queria que meu cu morresse selado e virgem, mas ao mesmo tempo a possibilidade de ter os dois pra mim ao mesmo tempo, fazia-me cogitar seriamente a possibilidade de ser enrabado.
“Está bem, mas só o Ícaro vai fazer isso. E depois vocês dois vão fazer tudo que eu mandar. Essa é a minha ultima oferta, ou eu prefiro não fazer.”
E era verdade, pro meu traseiro entrar na roda somente se meu irmão o fizesse, Stevie era homem demais e faria com que eu me sentisse ainda mais desconfortável, e para valer um rabo eternamente desvirginado aqueles dois teriam que me fazer esquecer esse detalhe. Absolutamente. Eles se entreolharam e antes que Stevie dissesse qualquer coisa Ícaro se pronunciou.
“Só Stevie então.”
“Não, só você.” Deixei claro. Ícaro se levantou e caminhou lentamente em minha direção, e Stevie pareceu tão surpreso com tal atitude quanto eu.
Ícaro contornou a poltrona onde eu estava sentado e se posicionou atrás de mim, de maneira que não podia vê-lo, o que aumentou meu nervosismo. Começou a correr as unhas suavemente por meu tórax, ombros e clavícula, deixando cada vez mais inquieto. Um sorriso lindo se abriu no rosto de Stevie e imaginei qual seria a expressão do Ícaro, logo pude sentir uma respiração quente bater contra minha nuca.
“Por que ele não? Você não acha ele uma delicia?” Sussurrou em minha orelha.
“Acho, mas...” Comecei a falar, mas não consegui terminar, uma delicada chupada no lóbulo de minha orelha desviou completamente a atenção.
“Então não faz diferença. É só um de nós.” Disse sensualmente, esfregando os lábios em meu pescoço, fazendo-me arrepiar. “Eu fico excitado só de pensar em ver isso...”
“Deixa pra lá Ícaro. Ele prefere dar pra você porque você é delicado.” Disse pegando-me de surpresa.
Stevie que até então só observava levantou-se, olhando de maneira incrivelmente sensual e intimidante. E parou em pé bem a minha frente, como o pênis meia bomba na altura exata dos meus olhos. Levou uma das mãos até minha nuca, puxando-me suavemente.
“Mas se eu não vou te comer eu mereço pelo menos uma chupada, não é?”
Fique chocado com o quão gay eu me senti com a vontade de abocanhá-lo, chupá-lo desinibidamente e fazê-lo se contorcer de prazer. Mesmo que nunca tivesse feito um boquete antes, já havia recebido dezenas e certamente saberia como enlouquecê-lo, mas suas atitudes estavam me intimidando um pouco e a posição em que ele se encontrava fazia-me sentir absurdamente vulnerável.
“Vamos lá Igor. Uma chupadinha.” Disse carinhosamente acariciando meu rosto. “Você vai gostar.” Eu ainda o observava sem idéia de minha expressão, ainda receoso em me permitir aquilo. “Se você não for legal comigo eu não vou ser legal com você.”
AH! E eu queria sim, que ele fosse muito legal comigo depois. Só de lembrar a maneira gulosa que vi ele chupando meu irmão minha boca salivava. Eu já estava ali, e ele não estava me pedindo algo que eu não queria fazer, estava pedindo para ser chupado e eu o atenderia, com gosto e dedicação. Não somente por ser de minha vontade, mas plenamente motivado pelos possíveis benefícios que isso poderia me trazer futuramente, quando fossem os lábios dele em meu membro ou mesmo sua bunda.
“Vai Igor”. Ícaro sussurrou em meu ouvido. “O pau dele é uma delicia Você vai gostar.” Repetiu o que o namorado havia dito.
Mandei minha parte que ainda relutava para bem longe e em um movimento brusco, para não perder a masculinidade mesmo com o que estava prestes a fazer, abaixei rapidamente a calça de Stevie, observando o volume crescendo sob a cueca branca. Olhei para cima, para os belos olhos azuis do rapaz a minha frente, ele sorria motivador, não pensei mais, agi.