“Toda despedida é dor... tão doce, todavia, que eu te diria boa noite até que amanhecesse o dia.” - William Shakespeare.
Então chegamos ao fim. É eu em toda essa curta “carreira” de contar minha história aqui no site, nunca imaginei que este seria o capitulo mais difícil de ser escrito... É como dar adeus a alguém (no caso vocês), e é bem estranho sabe. É meio melancólico. Por 23 capítulos, vocês viram um pedaço de minha vida, riram, se emocionaram, ficaram pé-da-vida comigo, e sempre lendo as minhas emoções e sentimentos que escrevi. É... É isso... Uma boa leitura a todos vocês.
P.S: Devido ao numero de pessoas que comentaram e votaram até aqui, lançarei amanhã um agradecimento especial a CADA um de vocês leitores, e deixando um presentinho de partidaEu estava completamente bem. Primeiro: Livrei da mala sem alça da minha ex. Segundo: O meu namoro estava firme e forte. Terceiro: Tudo estava caminhando progressivamente bem. E quarto não menos importante: Eu iria arrancar o couro de Jonas. Enquanto dirigia a caminho do colégio, eu de vez em quando olhava pra ele, com um sorriso sereno no rosto e sempre olhando pra frente. Chegamos lá e ainda era cedo demais, havia poucos alunos e tudo estava quieto... Ainda havia indícios da festa de ontem, e um pessoal estava conversando nos bancos.
Puxei ele para um banco distante que ficava atrás de uns arbustos e o fiz sentar em cima do meu colo dando um abraço bem apertado.
-- Para Bernardo, alguém pode ver!!! – ele falou rindo.
-- Foda-se. – disse.
-- Você perdeu a noção do perigo? – ele falou levantando uma das sobrancelhas.
-- Perdi desde aquele dia em que te vi pela primeira vez. – disse sorrindo.
--Parece que foi ontem... Que você pegava no meu pé... Me irritava – ele caiu na gargalhada.
-- Quando eu ia imaginar que aquele baixinho ruivo tímido fosse essa gota minúscula de puro fogo, poder e obsessão? Eu me surpreendo a cada dia mais contigo... – falei beijando as costas dele.
-- Sério? – ele disse sorrindo consigo mesmo.
-- Sim. E é por isso que eu sou maluco por você... – beijei a bochecha dele. – Você está gelado.
-- Esqueci o meu casaco em casa. – ele revirou os olhos.
Tirei o meu ficando apenas com o uniforme de mangas curtas.
-- Pega. – falei.
-- Não precisa... – ele balançou a cabeça.
-- É claro que precisa... Vai que você pegue fica gripado que nem daquela vez em que eu te arrastei pro piquenique na chuva. – encarei os olhos dele.
-- Bobo. –ele assentiu pegando o casaco e vestindo. Ficou enorme nele, mas fazer o que?
-- Por você. – falei antes de esmagar aquela boquinha linda.
E ficamos lá nos atracando, sem nem estar ao menos preocupado caso alguém chegar... A temperatura estava muito fria, mas a gente não estava nem ai. O contato dos nossos corpos era tão quentinho, e tão gostoso. Quando o sinal tocou, fomos para a sala de aula. Enquanto eu ficava trocando bilhetes com o Ariel, eu via os olhares de Jonas, pra cima dele com aquela cara de sem entender nada. Eu estava quase para pular no pescoço dele, mas me controlei.
A aula se passava, e no final do turno eu peguei um antigo bilhete que o fosforozinho havia escrito pra mim, em que dizia para encontrar com ele no vestiário. Coloquei o bilhete no caderno do infeliz e me preparava para dar o troco. Tanto faz se eu ficar com remorso ou não, quem manda dar em cima de alguém que não é dele? O fosforozinho É meu, a vida é NOSSA e vá para o quintos dos infernos quem se atrever a tentar nos separar.
Antes de o sinal tocar para a educação física, eu sai primeiro que todo mundo e fui apressado ao vestiário... Agora era esperar o vadio. Não deu nem cinco minutos e ele já estava lá... Com o sorriso estampado no rosto.
--Eu sabia que você iria me escolher. O trouxa do Bernardo não tem cacife para te merecer . – ele riu.
Agora sim eu sabia que era pessoal. Rodeei o vestiário e fechei a porta a chave. E por fim dei um empurrão forte nas costas daquele loiro fdp.
--REPETE PORRA REPETE O QUE VOCÊ DISSE!!! – esbravejei.
Defino esse momento como hilário. A cara de medroso dele era tão hilária que até tive que me controlar pra não cair na risada. Era um momento sério, eu apenas iria dar a surra no cara. Só;
--PERDEU A LINGUA OTÁRIO?! – chutei as pernas dele com força. – LEVANTA SE TU FOR HOMEM!!! ANDA PORRA!!! LEVANTA!
Ele deu levantou relutante, com as pernas tremendo.
-- Quer saber... Vái te fuder! É isso ae babaca... Tu deve estar se mordendo de ciúmes por que ele preferiu a mim. Deprimente. – ele riu.
Se antes eu estava até relutantemente calmo, agora eu comecei a pancadaria de verdade. Socos, coronhadas, chutes, joelhadas na cara, cotoveladas na barriga, e outros golpes que aprendi no jiu-jitsu. E apesar de ser quase do meu tamanho, ele era um fraco. E todo molenga... Resumindo: Dei uma surra bem dada pra ele se sentir dolorido até a próxima encarnação. Se eu estava com remorso? Nenhum pouco. Eu estava até me sentindo mais leve como se um mal-estar tivesse passado.
Depois, fui me encontrar com ele na portaria e ele me olhou com a cara assustada.
-- Bernardo, poderia me explicar o por que que tem respingo de sangue em sua camisa? – ele arfou estupefato.
--Uns lances ae guri –disse sorrindo.
--Humm... Sei... – ele falou arqueando as sobrancelhas em uma cara cética.
--Ah o que é? Eu só dei pro cagão do Jonas o que ele merecia. E além disso, só afirmei a ele para não mexer em propriedade dos outros. – falei puxando ele pelas alças do jeans. Como não havia ninguém dei um beijo na boca, longo e bem dado, parando aos selinhos.
-- Ah antes que eu me esqueça, você quer ir ao casamento do Hique, quero dizer, Henrique comigo? – ele falou sem jeito.
-- Hum... Casamento desse dai é – disse sem humor.
-- Bernardo... Já passamos dessa fase. – ele disse dando tapinhas no meu abdômen.
-- Bah. Tudo bem, quando vai ser?
--Daqui a duas semanas... Aproposito. Vai passar as férias aonde? – ele perguntou.
-- Ah sei lá... – disse dando os ombros.
-- Bem acho que é bom você passar aas férias com a sua família né? – ele falou colocando os braços nos meus ombros.
-- É... Vou pra fazenda junto com o pessoal e as minhas primas... – disse casualmente.
-- Não quer saber, passe comigo as férias... Vai pra fazenda não. Já chega de temporada de fazenda. – ele falou depressa. Ciúmes. (¬¬,)
-- Vão aonde? – perguntei andando com ele em direção ao carro.
-- Angra dos Reis. Papai tem uma casa lá, nós vamos de vez em quando pra lá. Vem comigo vem... – ele falou fazendo biquinho.
-- Não tenho nem como dizer não a essa carinha... – falei abrindo a porta do carro pra ele.
-- Isso não é um convite Bê, considere como uma ordem. – ele ajeitando a franja pelo espelho retrovisor.
-- Ok vossa majestade... – zoei com ele.
-- Melhor assim – ele falou riu.
No caminho acertamos uns detalhes da viajem. Já estive no Rio, mas só de passagem... E iria ser bom ter as minhas primeiras férias com o pinga-fogo lá em Angra hehehehe. Depois de deixa-lo em casa (a muito custo por que eu não estava a fim de deixar ele ir...), fui para a minha, feliz da vida. Paula estava indo super bem com o namoro com Carlos, por isso ela por incrível que pareça mudou radicalmente de atitude ficando um pouco mais comportada. Um pouco.
E os dias foram se passando, e cada vez mais eu estava apaixonado por ele... É incrível, mas ele a cada dia me surpreendia em algo, mesmo que sendo pequeno. Havia dias em que ele me beijava horas e horas e dizia que sem eu, ele não vive, outras vezes nem queria ver a minha cara pintada de ouro, ou jogando todos os trecos que ganhei da inominável ( Era assim que ele se referia a minha ex, por que segundo ele, só de falar na “praga” dá azar.) Ele era ou melhor é até hoje complicado, perfeito, gentil, doce, mas que isso não era tudo... Havia outras características que venho descobrindo aos poucos. E isso me faz ficar maluco de vez.
Duas semanas havia se passado, e algumas coisas aconteceram. Inominável e Jonas estavam namorando... Sim, os dois estavam namorando. Mas ninguém dava trela pra os dois. As provas bimestrais já estavam acabando e graças a certos métodos de ensino do Ariel (Strip-Quiz: Acerta uma pergunta e menos uma peça de roupa. Mas teve uma vez em que eu quase consegui a ultima peça de roupa mas errei ¬¬ ), consegui passar tranquilo no bimestre, visto que isso era um milagre... Ficava de recuperação rsrsrsrs Não por burrice e sim por preguiça.
Depois, foi o casamento do primo dele. Nunca liguei muito em casamentos e essas coisas sabe... Antes eu era da politica anti-matrimônio. Mas depois, pensando melhor, eu comecei a reparar que de fato, casamento era um excelente caminho para mim...E para ele. Enquanto a cerimônia rolava a solta, eu comecei a olhar de novo pra ele. O cabelo cor de ferrugem escuro... A camada fina da pele de porcelana que ficava vermelha por minha causa... A boca deliciosa como se fosse desenhada... Nariz com um pouquinho de sardas castanho-douradas leves mas que o deixava ainda mais lindo... E os olhos... Mais escuro que o céu, e entrava na tonalidade azul oceânico. Não era frios mas sim, com um fogo suave e crepitante estivesse atrás dele com aquela alegria.
E conclui por fim que mesmo estando velhinho eu o amaria do mesmo jeito que agora... Eu amo ele de verdade e sempre eu o amarei, independente de qualquer coisa que se opunha. Nenhuma história antes contada a mim sobre o amor me fazia ficar tão maravilhado quanto agora. Poxa cara, isso é complicado. Eu nem sei se eu estava pronto pra amar com a intensidade descomunal que sentia agora. E então veio a luz. E que tal se nos casarmos? E reafirmar o amor louco desenfreado que sentia? Eu estava agora com a certeza mais do que concreta na minha cabeça. Ele seria o meu noivo.
Passado três dias após o casamento, fomos eu, ele e o pai dele para Angra. Sol, mar, calor, e muita curtição. Uma coisa que reparei é que na casa deles em Poá, era tudo ao estilo requintado e clássico, mas a daquele lugar era mais despojado. As janelas eram painéis de parede inteira oferecendo uma luz e visão maravilhosa... Tudo ao estilo modernão sem as caretices, na base do vidro, metal, e cores brancas e azuis. E apesar de eu arrasta-lo pra praia, ele ficou o tempo todo embaixo da sombra. A desculpa? “Da ultima vez em que fiquei por um tempo em baixo do sol, fiquei vermelho que nem uma lagosta.” Então deixei pra lá.
Quando a noite caiu, eu e ele estávamos na praia, nada havia diante de nós a não ser o mar e a luz da lua. Foi ai que comecei a falar.
-- Sabe, eu estava pensando assim... –disse nervoso.
-- O que?
-- É uma ideia louca eu sei, mas a cada vez que penso, tenho certeza disso – falei olhando nos olhos dele. Ele estava branco que nem papel, com os olhos de uma cor translúcida.
-- Fala Bernardo, está me deixando nervoso.
--Você, fosforozinho... Nada me faria mais feliz... Nada e ninguém de fato... Se você concordasse com o meu pedido – disse completamente nervoso.
É agora ou nunca.
--Quer casar comigo? – disse.
Ele arregalou os olhos e arfou...
--Ca-casar? – gaguejou.
--Não agora, por enquanto... Mas sim, mais tarde quando a gente terminar de fazer a facul. E ae? – perguntei encarando o rosto dele.
--Bernardo, você tem noção do que me pediu? – ele disse cético.
-- Ahhh sim. – disse estranhando.
-- Você. Me. Pediu. Em. Casamento! E agente ainda nem tem um ano de namoro e você já pensa em casamento!!! –ele falou nervoso.
--Tá desculpa... É que... –disse com aquela cara de quem leva o maior fora. – Se não quisesse... Bastava dizer não...
--Ai que droga! Você entendeu tudo errado. Não é que eu não queira me casar com você. Eu só acho que é cedo demais para pensarmos nisto. Eu tenho 17 anos pelo bom Deus. – ele disse me abraçando.
-- Ok... Mas e ae aceita ou não. Sabe como é né o produto aqui – disse alisando o meu tanquinho – Está muito valorizado no mercado de hoje em dia, ai eu preciso ter a garantia.
-- Palhaço. – ele revirou os olhos me dando um empurrãozinho pro lado.
-- Vem cá vem que eu te mostro o palhaço – desafiei.
Ele riu e deu mais um empurrão e saiu correndo, e eu aceitei o desafio e corri atrás dele com toda a velocidade. A cena contextualizada agora parece hilária rsrsrsrsrs Ele chegou na casa primeiro que eu, e subiu as escadas. De fininho sem fazer barulho, subi no andar de cima e entrei no quarto dele e tranquei a porta.
Dei um sorriso de orelha a orelha, e avancei em cima dele. No melhor sentido é claro. Caimos nós dois no carpete branco felpudo. Agarrei ele em um abraço apertado, dando chupões no pescoço perfumado, passando a mão dentro da cueca e apertar em cheio aquela bunda carnuda e macia... Os gemidos entre cortados pelos meus beijos, enquanto apalpava o corpo inteiro. As mãos dele percorriam o meu peitoral e abraçando com força as minhas costas me puxando mais perto dele, como seu eu quisesse sair dali. Tirei a minha regata e tirei a dele, com pressa...
Meus beijos se concentravam de uma forma mais selvagem e louca pelo corpo dele. Ele desceu aos beijos pelo o meu abdômen, e foi até ao cós da minha bermuda, puxando ela e a minha cueca de uma vez sem cerimonia fazendo a minha pica pular pra fora... Ele abocanhou rápido e feroz e chupando desde as bolas até a cabeça, e mordendo de leve ela fazendo eu delirar de prazer... Os lábios macios e quentes descendo e subindo na minha rola. Não aguentei e gozei vários jatos de porra, ele engoliu a maior parte, e o beijei sentindo um pouco do gosto da minha gala.
O fiz virar de quatro e tirei os shorts verde claro, vendo aquela bunda branquinha, carnuda, lisa, com o cuzinho rosa suculento. Comecei a lamber e chupar enfiando a língua naquele buraquinho delicioso... Desci até o pau dele, sugando tudo com severidade, e uma pressa louca de penetra-lo. Dei umas batidinhas de leve com a minha rola naquele reguinho, e falei baixo no ouvido.
--Só vou te comer... Se você pedir –disse louco de tesão.
-- Enfia logo... Agora seu traste! – ele falou com o rosto bem vermelho. Tipico do fosforozinho.
-- Então toma! – falei começando a penetrar sem hesitar, querendo sentir o aperto daquele cuzinho apertado na minha pica.
E quando entrou tudo, comecei a bombar de levinho, mas com o passar dos minutos aumentei mais e mais o ritmo, fazendo-o gemer baixinho, e atolando tudo no buraquinho gostoso. O suor de nós dois se espalhava no ar, com feromônios e testosterona, dando aquele cheiro de sexo no quarto, impregnando cada partícula do ar, fazendo eu estocar com mais força dentro dele.
Ele tinha o corpo que era perfeito para mim e eu para ele. Trocávamos de posição sempre, comecei a punhetá-lo e quando ele gozou a musculatura do cuzinho dele ficou ainda mais apertadinha, fazendo eu gozar ainda mais do que tinha feito anteriormente. Capotei do lado, exausto, mas completamente satisfeito. Mais que satisfeito.
E a semana assim se passou, com fodas incríveis (realizei uma das minhas três metas sacanas: Transar em uma praia a noite rsrsrs), passeios bacanas, mergulhos nos corais, e comemoramos o meu aniversário em um iate do tio do fosforozinho. E depois voltamos para as aulas no mês de agosto... Teve o aniversário de 18 anos do Ariel (pela primeira vez ele fica pilequinho em alto estilo hehehe, tudo isso em jogos de pôquer, com música atemporais tocando ao fundo e ainda ele queria ver o dia amanhecer, e a festa durou dois dias). A vida continuava.
SETEMBRO
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OUTUBRO
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Enquanto eu estava comendo o meu lanche na hora do intervalo, com ele ao lado, pensava em alguns assuntos. Ele ficava conversando com uns outros amigos sempre sorridente e compartilhando coisas entre si. Setembro e outubro foram o ápice para entender que eu precisaria RALAR e MUITO pra chegar no patamar dele... Depois de me sentir um peixe fora d’agua nesse mundo particular em que poucos conhecem, a quantidade de coisas que precisaria impor em minha vida: A) Fazer uma facul, me formar, trabalhar, e quem sabe ficar rico? B) Cuidar ainda mais da minha vida conjugal com ele. C) Tentar ser menos ciumento e por ultimo, D) Nunca, mas NUNCA, me distanciar dele.
-- E ae Bernardo, topa? – disse Kaio, o líder do conselho de classe do colégio... Ele estava organizando a formatura do ultimo ano.
-- Ahm, o quê? –disse confuso.
-- Você fazer o discurso... Para o pessoal ae! – ele disse animado. Todo o terceirão estava de olho em mim.
-- Eu não! –disse sem defesa.
-- Ah vamos lá meu chapa! Tu foi o que mais recebeu votos pra fazer o discurso.
-- Como isso é possível? – perguntei incrédulo.
-- Todos alegaram que você foi um dos mais bacanas com a galera nesse ano. – ele disse metódico.
-- E o que isso tem demais?
-- Tu vai escrever e falar o discurso. O resto é com você! Se vira!
Merda. Eu sempre arranjava alguma forma de me arranjar problemas... Já estava super tranquilo, com as provas que se passaram agora essa coisa de escrever discurso? Tive uma ideia.
-- Amoooooor? – olhei para ele.
-- Éhr... NÃO. Nem olha pra mim! – ele deu uma dentada na maçã.
-- Vai me abandonar assim? – disse dando uma de coitado.
-- Vou. – ele sorriu.
--Você é terrível!!!
--Descobriu só agora? – ele falou.
Ai eu inicio um processo longo, de construir um discurso que fosse ao menos aceitável, e que tentasse transmitir uma boa mensagem. Passaram-se dias, e a data ainda se aproximava cada vez mais depressa. Foi então em uma madrugada, levantei da cama e do nada comecei a escrever. Pela manhã já estava prontoEra umas oito da manhã. Ele estava na minha casa, com a beca azul marinho, e com um ar de alegria estampado no rosto... Eu estava apreensivo. Demais. Eu não tinha medo de falar em publico, mas sim medo de falar o que eu tinha escrito. Não é muito fácil você ficar em cima de um palco, com um microfone, e um monte de pais e alunos ouvindo cada palavra que sai da sua boca. A minha família e o pai dele estariam lá. Mas o importante é que ele estaria comigo.
E fomos para o ginásio, onde ficou lotado. Era chegado a hora. A diretora entregou o meu diploma de concluinte e deu a abertura.
-- Bom dia a todos. É com muita honra que fui indicado pelos meus colegas, para representar em forma de palavras tudo àquilo que está em nossas mente e corações. Hoje é um dia muito especial tanto para nós quanto para vocês, mães e pais, que sempre nos motivaram a ir adiante com a educação. Mas devo dizer a vocês que nem sempre pensamos assim... – a plateia riu- Né pai? – disse dando um polegar pra cima e vendo ele se afundar na cadeira. –Mas o tempo passa. E junto com ele vem as mudanças. E com as mudanças vêm novas perspectivas... Nada do que está aqui nessa terra é permanente. Tudo muda tudo se transforma. E é por isso que é dever do ser humano, sempre mudar de atitude e pensamento. Até certo tempo atrás havia um homem nos Estados Unidos que se opunha ao convencionalismo, e ideias distorcidas que ninguém se atrevia a discutir. Seu nome? Martin Luther King. Ele não só abriu a boca pra divulgar a igualdade, e acima de tudo, o amor ao próximo. Aliás, é uma das coisas que mais se ouvem falar... Mas que por um motivo, esquecemos. Por quê? Por que as vezes a nossa hipocrisia, fala mais alto que o nossa razão. E sempre se manteve assim até que alguém disse o contrario. No dia 28 de agosto de 1963, ele fez um discurso que marcou para sempre a história do mundo: Eu tenho um sonho. E nesse discurso, ele sacudiu as esperanças de uma nação. E nós, agora, e aqui da turma de 2011, podemos fazer o que Martin fez? Sim, nos podemos. Por que é daqui que iremos começar a nossa vida de verdade, e quem sabe um dia, conseguir chegar aonde ninguém chegou. Por isso, todos nós temos que ter a fé, e a força, e acima de tudo, a esperança que nos faz mover céus e terra aliado ao esforço. E um sonho, que é a base para tudo o que façamos, na vida. Eu sou Bernardo Della Voglio, e eu também tenho um sonho a cumprir. Obrigado.
Então foi a salva de palmas e assovios estrondosos. E depois quando todos foram embora, fiquei lá ao lado dele.
-- Nossa, aquele seu discurso foi... Arrebatador. – ele falou sorrindo.
--Sabe, quem me inspirou? – passei o polegar no queixo dele.
--Quem?
--Você... Sempre será, a minha maior inspiração.
E voltamos aos beijos... Como é mesmo aquela frase? Ah sim. Que seja eterno enquanto dure, e que dure por toda eternidade. Por que mesmo que aconteça coisas tristes, eu me comprometi que sempre, sempre, eu estaria ao lado dele.
( http://www.youtube.com/watch?v=8J5PYzkzDQI )
FIM