Recomeçar [2x20]

Um conto erótico de Marcioads
Categoria: Homossexual
Contém 2247 palavras
Data: 16/08/2012 22:33:25
Assuntos: Homossexual, Gay

Continuando...

Muitos devem ter ficados curiosos, pensando no que eu fiz, eu lhes digo, como o bom covardão que sou, não fiz nada, voltei pro carro e fiquei pensando se faria o certo. Eu não sabia a índole do rapaz e tudo era tão perfeito como era, eu não achei que fui egoísta, só não quis mexer num assunto morto.

Mas pra qualquer efeito, se algum dia eles quisessem mesmo saber do paradeiro do pai biológico, eu teria o que dizer, saberia alguma coisa. E outra, não seria fácil explicar pro Ricardo que estava a procura dos pais dos nossos filhos.

Em casa a noite, fui conversar com o Ricardo. Achava justo contar a historia pra ele.

Eu: - Ricky, precisamos conversar.

Fomos até nosso quarto. Eu contei pra ele nos mínimos detalhes, ele não tinha expressão, então era meio difícil saber o que ele pensava. Quando terminei de falar, esperava pra ver o que ele diria.

Ricardo: - Eu nem sei o que dizer, eu to muito puto. Eu me sinto traído... Você não me contou nada, eu te pedi que não houvesse mais segredos entre nós, você sabe cada coisa que eu faço ou penso em fazer. Você foi atrás do pai dos meus filhos sem perguntar o que eu achava. Você foi atrás de um estranho, que podia ser um bandido, um sequestrador, um maníaco. Tudo nas minhas costas, agora você vem me contar esperando o que? Que eu diga que você fez certo, que vai ficar tudo bem, que não tem problema? Esquece.

Eu: - Lindo, por favor, eu não quis fazer nada disso, não quis te causar esses problemas. Por favor, tenta entender, eu fiz por eles, pra evitar questionamento...

Ele me interrompeu.

Ricardo: - O problema é que você quer controlar tudo, tudo tem que passar pelas suas mãos, você toma as rédeas das situações sempre, ai quando você não aguenta, sobra pra mim. Você não mede as consequências, simplesmente toma as atitudes sem saber o que eu penso.

Paramos a discussão por ali, tinha ficado um clima muito pesado. Não gostávamos de brigar, não trocamos mais nenhuma palavra naquele dia, na hora de dormir, ele pegou um edredom e o travesseiro e armou o sofá cama, aquilo acabou comigo. Ele não quis em dormir do meu lado.

Na manhã seguinte, ele estava com a mesma cara calma de antes, mas não me deu bom dia nem nada. A semana passou assim, ele dormiu todas as noites no sofá cama, não quis falar comigo pra nada. Eu me sentia muito mal por aquela situação. Faltavam só 8 dias pro aniversário do Lucas.

No sábado, fui como sempre pra aula sem falar com ele. Ele que tinha ido buscar o Will na balada da sexta-feira. Quando estava voltando pra casa, eu tava muito distraído, eu nem costumo andar com vidros abertos, mas naquela ocasião estavam. Eu parei no semáforo e um trombadinha, um pivete, colocou uma faca no meu rosto e me assaltou. Levou meu celular, meu GPS e meu Ipod. Na hora, eu fiquei meio em choque, eu não quis arriscar uma reação, então simplesmente aquele bostinha me roubou. Depois daquilo eu fiquei em choque mesmo, me senti muito mal, não pelas coisas materiais, mas pela situação, eu já estava triste aquela semana, agora então.

Cheguei em casa me sentindo pior que um lixo, eu queria chorar, muito. Aproveitei que os meninos jogavam videogame na sala e fui direto pro meu quarto chorar, nem cumprimentei Marcelo que estava lá. Mais tarde, tava tomando um banho de banheira, continuei chorando, até que Ricardo entra só de toalha no banheiro.

Ricardo: - Não sabia que você tava ai, você tá chorando? – Disse ele com uma cara de espanto.

Eu: - É, não to muito bem, eu fui assaltado hoje e você sabe...

Ricardo fez uma cara mais de espanto ainda.

Ricardo: - Nossa, tá tudo bem? Alguém te machucou?

Eu: - Tá, só levaram meu celular, meu GPS e meu Ipod.

Ricardo: - Ainda bem então.

Eu: - É, foi um descuido meu andar de vidro aberto.

Ele foi até mim, passou o dedo no meu rosto enxugando as poucas lagrimas que restavam. Depois entrou na banheira atrás de mim e sussurrou no meu ouvido.

Ricardo: - Porque eu te amo tanto hein? Não consigo ficar bravo com você.

Eu não disse nada. Ele começou a beijar meu pescoço e minha orelha e me abraçou, ficamos agarrados daquele jeito em silencio por um bom tempo. Depois ele me enxugou, me vestiu e me pôs na cama.

Ricardo: - Vou pedir pizza pros meninos, o Celo dorme aqui hoje.

Eu acenei com a cabeça. Depois ele deitou-se ao meu lado, me virou de frente pra ele.

Ricardo: - Eu não quero ficar assim com você, eu só quero ser seu parceiro pra vida toda, não quero ser seu amigo apenas. Não quero que aja segredos entre nós, quero saber tudo de você, preciso saber. Se acontece alguma coisa com você, eu nunca me perdoaria.

Acabamos fazendo amor, acho que aquilo foi pra selar a paz. No domingo de manhã, acordei e fui levantar, mas ele me puxou.

Ricardo: - Vem cá, não sai não, to com um tesão enorme.

Eu queria satisfazê-lo, então comecei a fazer sexo oral nele de um jeito que eu nunca tinha feito antes, como se fosse o pirulito mais gostoso do mundo.

Ricardo: - Nossa... para, eu vou gozar muito rápido... nossa.

Eu continuei até ele gozar na minha boca, eu engoli porque ele gostava. Fizemos amor, suamos, sujamos lençóis, depois ficamos nos beijando por um bom tempo. Levantei e fui colocar as roupas de cama pra lavar. Depois coloquei roupas limpas. Ainda bem que já tínhamos acabado, Wellington entrou no quarto.

Wellington: - Posso deitar aqui um pouco?

Eu: - Deita aqui com a gente.

Ele deitou bem no meio, abraçado com a gente. Depois de um tempo Will e Marcelo acordaram.

Will: - Bom dia família.

Marcelo: - Bom dia pessoal.

Will: - Pai, posso sair com o Celo? A gente vai no cinema com minha namorada e uma amiga dela.

Eu: - Pra quem você tá pedindo? Seja mais especifico, fala o pai que você tá conversando...

Will: - É com o pai que manda...

Ricardo: - Eu?

Will: - Não, o pai que manda mesmo...

Eu: - Ele tá falando comigo!

Ricardo: - Desculpa aí então.

Eu: - Eu levo vocês, então é hoje que eu vou conhecer sua namorada?

Will: - É sim.

Wellington: - Vamos no cinema pai? Também quero.

Will: - Nem vem, comigo ele não vai pra atrapalhar.

Ricardo: - Deixa, vamos em outro shopping então, também to afim de ir no cinema.

Tomei um banho, me arrumei e fui levá-los no shopping, as meninas iam com a mãe de uma delas, então só levei eles, não foi aquele dia que conheci a namorada do Will ainda. Deixei eles lá e fui embora buscar o Ricky, Lucas e Wellington pra irmos ao cinema também. Lógico que o Well se aproveitava da presença do Ricardo pra sempre ganhar algum presente.

Mais tarde fomos pra casa. Ricardo foi buscar os meninos no shopping. No dia seguinte, o rapaz iria em nossa casa fazer umas manutenções em algumas coisas, já que agora que o Lucas já engatinhava pela casa, tínhamos que tirar tudo que era perigoso do alcance dele. Era um barato, ele só ia atrás dos cães, ainda bem que a sacada era grande, porque aquela casa estava lotada. Cinco pessoas e dois cães.

Era só soltar o Lucas por um segundo que ele já ia atrás dos cachorros pela casa, riamos muito em assistir. Fora que ele só assistia Galinha Pintadinha, o dia todo, ainda bem que ele tinha o próprio quarto, porque na TV dele era só pra bendita galinha que a essa altura eu já odiava.

Eu tinha uma reunião de pais na terça-feira de manhã, no colégio do Wellington. Eu que fui, lógico. Lá, os professores, sempre muito educados, expunham os problemas da turma, de alguns alunos em especial que bagunçavam muito e etc.

Até que um pai do nada e levanta. Ele disse: “Sabe professora, eu acho que o problema de comportamento de alguns alunos aqui é perfeitamente normal, normal não, comum na verdade já que alguns estão expostos á certo tipo de coisa inadmissível, fora da ordem natural das coisas.”

A professora não entendeu muito bem e disse: “Pai, por favor, explique-se melhor, seja mais claro aos aqui presentes.”

Eu já imaginava o que vinha por aí.

Ele disse: “Deus criou o homem e a mulher pra procriarem, terem filhos e criarem, essa é a lei da vida e não essas abominações de homem querendo brincar de Deus. Acontece professora e pais aqui presentes, que tem alunos criados por casal de aberrações, por um casal gay. O que se esperar de uma criança exposta a tal monstruosidade na própria casa?”

Fiquei boquiaberto com o filho da puta, desculpa o palavrão pessoal, mas não tinha outra palavra pra aquilo. Eu nem sabia o que fazer, ele não apontou pra mim diretamente, nem disse quem era, mas olhou pra mim, eu entendi que ele falava de mim. No final, eu fiquei até mais pra conversar com a professora.

Eu: - Professora, eu sou pai do Wellington, eu queria saber se ele tá tendo algum comportamento inadequado ou algo do tipo?

Professora: - Olha pai, eu não tenho pra falar dele. Por ser um aluno vindo de escola publica, de orfanato, ele é muito inteligente, tem uma capacidade intelectual muito grande, alguma dificuldade ele tem, mas é uma coisa fácil de ser lapidada, de ser trabalhada.

Eu: - Ah tá. Professora, vou ser bem sincero, eu sou gay, moro com um rapaz, meu marido, mas em momento algum expomos o Wellington a qualquer coisa que possa ser constrangedora pra ele. Nunca nem nos beijamos na frente dele. Não criamos ele como mulher, criamos como homem. Ele tem casa, comida, roupa lavada, tem tudo que uma criança precisa pra se desenvolver bem, inclusive amor.

Professora: - Eu sei pai, vivemos em um mundo de século XXI com o pensamento de século XIX, algumas pessoas tem muito a aprender com a vida. Eu digo que os problemas que o Wellington tem, são os mesmos que qualquer criança aqui tem e é visível que ele tem muito amor e bons cuidados. Pode ficar em paz, nós da instituição não somos preconceituosos e não queremos perder sua confiança pela atitude inconsequente de um pai que provavelmente vai passar esse pensamento preconceituoso ao filho e assim continua esse mundo atrasado.

Assim eu fui embora pra casa, a situação estava resolvida. Eu não tiraria ele do colégio porque eu pagava muito caro, inclusive esse era o principal motivo deles serem tão simpáticos e educados com os pais.

Em casa, contei ao Ricardo o ocorrido, faltavam poucos dias pro aniversario do Luquinhas.

Ricardo: - Nossa, se eu tivesse lá ele teria levado um soco bem no meio da cara que ele não ia esquecer.

Eu: - Não precisa disso, só torço que um dia as pessoas aprendam. Eu não entendo essas coisas, esse tipo de gente que é preconceituoso assim, que fala que prefere a morte. Eu duvido que se alguém que eles amam caísse nas mãos de um médico gay ele ia se recusar a ser atendido e deixar a pessoa morrer pela sexualidade do medico.

Ricardo: - Essas pessoas são ridículas, são os mesmos hipócritas que seguem uma igreja corrupta, pedófila que matou mais pessoas na história do que qualquer guerra ou desastre natural juntos.

O assunto acabou ali, fui conversar com o Wellington.

Eu: - Filho, você sabe que eu e o Ricky somos um casal né? Mesmo sendo dois homens.

Wellington: - Eu sei pai, vocês são meus pais. Eu amo vocês, não ligo, eu sou criança mas eu entendo.

Eu: - Que bom filho, eu só quero que você entenda que as pessoas são o que elas são, o que elas nascem sendo. As pessoas são diferentes e a gente tem que respeitar as diferenças, tudo bem?

Wellington: - Pode deixar pai, eu sei de tudo isso. Se vocês não fossem boas pessoas não teriam tirado eu e o Will do orfanato nem dado tudo isso pra gente. Vocês são os melhores pais que eu podia ter pedido. – E me abraçou.

Eu fiquei satisfeito da situação ter se resolvido, pelo menos até ali. As coisas estavam boas pra mim, é o que eu sempre digo, não tem situação ruim de mais nem boa de mais, e é bom ter certo equilíbrio, as coisas ruins testam a força do relacionamento e as boas fortalecem o amor.

A última coisa que fiz naquele dia foi falar com o Ricardo.

Eu: - Vamos pra Disney!

Ricardo: - Nossa, serio? Quando?

Eu: - Dezembro, decidi hoje. Alguma objeção?

Ricardo: - Nenhuma, tá falado.

Eu: - Temos 3 meses pra resolver tudo, então mãos na massa.

Nos beijamos e depois fomos fazer amor pra encerrar a noite com chave de ouro.

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Bom gente, ta aí mais uma parte postada habitualmente, como sempre espero ter uma aprovação positiva de vocês. Muito obrigado gente, pelo carinho, vocês são muito fiéis e muito importantes pra mim. Qualquer crítica e sugestão são bem vindas.

Pessoal, essa temporada ta na reta final, o ano é 2010, estou pensando se termino de vez ou se faço uma terceira temporada referente a 2011. Não quero que a história fique massante e vocês percam o interesse, então a decisão é de vocês, sintam-se a vontade pra dar a opinião de vocês se devo ou não escrever uma terceira temporada. Fico no aguardo.

E-mail para contato: marcio.casadoscontos@hotmail.com

Até mais ;)

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Comentários

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seu conto é incrivelmente bom. Se julgar ter conteúdo pra uma terceira temporada, faça isso! Você sabe que a turma aqui vai adorar, inclusive eu. Mais uma vez, nota 11.

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O mundo realmente precisa evoluir com mais rapidez, embora esteja claro que muitos não tem capacidade de diferenciar o que é certo para uns e errado para outros, ainda assim, acho que as pessoas deveriam mudar seu pensamentos e reverem seus conceitos.

Mas na minha opinião, o mundo está evoluindo, e isso já é um grande começo, ainda assim, falta muito para todos concordarem com a opção sexual de cada um.

Seu conto como sempre, me surpreende. Achei que estava um pouco na "mesmice", mas agora você está empurrando a história a todo vapor. Parabéns, você é um ótimo escritor. E não leve os meus comentários como um "cara que não entende nada", gosto apenas de olhar as coisas com um olhar crítico. Mais uma vez, parabéns. 10.

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Eu adoro seu conto sempre entro para vem ser tem postagem novas espero quem vem a próxima temporada bjs obs.fiz uma conta só para comenta seu conto

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adoro sua historia e concerteza vc deve postar a terceira temporada. acho que não teria sua calma se estivesse no seu lugar quando aquele idiota falaou aquelas besteiras especialmente por envolver seus filhos.

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Com certeza TERCEIRA TEMPORADA APROVADISSIMA e se puder vim uma quarta,quinta.... Vai ser ótimo seu conto é maravilhoso,tu já pensou em escrever um livro,sobre seu cotidiano eu iria comprar, seria um sucesso o cotidiano de casal gay ia vender muito.

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Obviamente queremos uma terceira temporada. . . Disney, um lugar maravilhoso..ainda bem que lá não tem galinha pintadinha....rsrs

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Mas é claro que queremos mais uma temporada! Pra você saber seus contos já são de rotina pra mim.. Leio sempre e jamais me cansarei.

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realmente a mentalidade da maioria das pessoas não "evoluiu", mas já percebemos que isso está mudando cada dia mais, não podemos "bater de frente" com o preconceito, porém podemos fazer nossa parte, não agir como um relacionamento homo seja "diferente", tentar ao menos agir como realmente é "normal" mesmo que muitos digam o contrario, e creio q vc faz isso muito bem, claro, tomando cuidado para que os outros não os juguem mal. Marcio sua história é um exemplo de como um relacionamento home deve ser visto, como uma família comum que tem seus filhos e muito amor, e algo que vc disse hoje me fez pensar e concordar com vc, deve sim haver um equilíbrio, muitas vezes os problemas que enfrentamos nos ajudam muito no futuro chega até um certo ponto de nos "fortalecer", seja fortalecer nosso relacionamento até mesmo nós como pessoas, como agimos.... bom..acho já falei demais rs... aguardo a continuação!! e Um grande abraço pra todos!!!

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Incrivel como ainda existe gente preconceituosa no mundo, espero que um dia todos nos possemos viver em paz cm nossas diferencas, bom marcio vc sabe que sou seu fa por isso por favor posta a 3 tempoprada ja me viciei nos teu contos

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