Continuando...
No dia do aniversário do Lucas, ele passou o dia com os avós antes da festa, a festa dele seria de mais, linda, grande, pra toda a família do Ricardo e os amigos dele e da família.
O salão era lindo, a organização tinha ficado de mais, nem parecia uma festa de criança, parecia festa de casamento. Tudo de primeira, eu sabia que todos ou a grande maioria sabiam que vivíamos como casados, que nos amávamos, criamos filhos e etc, mas mesmo assim eu estava nervoso, com medo, não queria estragar nada.
Eu não parava de pensar na hora da festa, fui interrompido nos pensamentos pelo Ricardo.
Ricardo: - Ei, fica tranquilo, vão amar você. Meus amigos vão te amar e quem não te conhece da minha família também.
Eu: - Eu não sei não, é só que... Passamos por tanta coisa, não quero regredir e ter que enfrentar tudo de novo, não agora que tá tudo bem.
Ricardo: - Se formos enfrentar, vamos juntos e ponto final. Eu amo você, não esquece disso.
Ele veio me beijando e me colocou em seu colo.
Ricardo: - Vamos curtir um pouco?
Eu me entreguei aos beijos, o clima tava esquentando, até alguém bater na minha porta. Era Wellington.
Eu sai do colo do Ricky, que fez cara de paisagem, porque tava excitado e teve que se cobrir logo.
Eu: - Entra.
Wellington: - Pai, sabe o que é? Eu queria roupa nova pra ir hoje, pra ficar mais chique na festa do meu irmão.
William apareceu.
Will: - Bom, se for comprar roupa nova eu também quero e preciso...
Eu: - Então vão tomar banho que vamos no shopping vai, não demorem, não podemos chegar tarde.
Tomei um banho também, Ricardo entrou comigo no chuveiro, nos beijamos um pouco mas logo precisamos sair pra ir ao shopping.
Ricardo: - Também vou, quero ficar com a minha família.
Fomos que nem uma família, apesar de não andarmos de mãos dadas. Eu era muito reservado, lógico que se alguém olhasse as alianças saberia do nosso compromisso, mas eu não gostava de chamar atenção. No shopping, Ricardo era muito impaciente, assim como o Will. Eles pararam em uma loja do nosso time e começaram a olhar, experimentar coisas, reclamando da demora do Well pra escolher a roupa, eu já era mais paciente, deixa ele escolher o que quisesse.
Até que finalmente ele escolhe, Ricardo me manda uma mensagem dizendo que Marcelo estava na loja com eles, que minha mãe tinha o levado até o shopping.
Eu tava me sentindo estranho, parecia que estava sendo seguido, tinha um rapaz que eu tinha visto em uma loja e depois, encontrei com ele em todos os cantos do shopping. Quis pensar que era apenas um acaso. Ricardo me manda uma mensagem dizendo que ia andar enquanto eu não voltava. Aproveitei e pedi que fosse até o salão de lá pra ver se podiam cortar o cabelo naquele horário do Well, do Will, do Marcelo e do próprio Ricardo.
Então ele me disse que tinha conseguido e que mandasse o Wellington pra lá, foi o que eu fiz. Então eu continuei minha volta, ainda encontrando o rapaz. Até que ele vem até mim e puxa conversa.
Rapaz: - Oi, sabe, eu to te observando tem um tempo, tá afim de tomar um café e sei lá... conversar?
Eu: - Olha, eu sinto muito, eu to com a minha família aqui, meu marido, não posso e mesmo que pudesse eu não ia parar pra conversar com um estranho.
Rapaz: - Calma, não precisa ficar na defensiva, você tá sozinho por enquanto, vamos conversar vai.
Eu: - Não, desculpa mas não.
E saí andando, deixei ele lá parado. Quando Ricardo deu sinal de vida, fomos almoçar, comer pizza lá. Dentro da pizzaria, eu contei ao Ricardo o que tinha acontecido, não tinha sido nada de mais, mas eu era testemunha que as coisas pequenas sempre podem acabar em grandes escândalos.
Ricardo: - Se eu ver esse cara, ou ele encostar em você de novo. Soco a cara dele sem dó.
Eu: - Isso, ótimo exemplo pros seus filhos.
Will: - Tá certo, é o que eu faria se fosse minha namorada...
Eu: - Falando nisso, ela vai hoje?
Will: - Vai, tem como ela ir com a gente?
Eu: - Com vocês, vocês vão com o Ricardo, eu vou na frente.
Ricardo: - Vou sentir sua falta... – Fez biquinho e me abraçou. Ele não ligava de sermos vistos daquele jeito, era eu que me importava mesmo, mas deixei.
Depois fomos embora pra casa, lá ajudei Ricardo a escolher a roupa que ele ia, até isso sobrava pra mim. Passei a roupa de todo mundo que faltava, peguei a minha pus em um cabide e fui pro salão ajudar no que precisava lá. Eu já imaginava como seria a noite, que todos ficariam ao redor do Lucas e ele ia ficar estressado e ia começar a chorar, aí ele só pararia comigo.
Teria até umas apresentações de mágica e de palhaço pra animar as crianças, piscina de bolinhas e outros brinquedos. Além de algodão doce, crepe, pipoca e essas coisas que todos, até os adultos, gostavam.
Quando a hora se aproximava, eu fui pra casa dos meus sogros e tomei um banho, me arrumei lá. Eu não estava nenhum galã, eu era até que ajeitado mas nada de mais, muito menos perto do Ricardo. Depois fui pro salão, já tinha até o serviço de vallet lá, mas meu carro ficou estacionado na vaga que tinha em frente ao salão.
As pessoas foram chegando, Silvia foi me apresentando a todos. Lucas, como esperado, ficou muito assustado, ele não quis ir no colo de ninguém, nem andar pelo salão ele quis porque todos queriam pegar ele, então ele chorou e foi pro meu colo. A noite, todos que iam tinham chegado, então Silvia mandou servir o jantar, Lucas ainda estava comigo, todos iam dar um beijo nele e presente, mas ele não ia com ninguém. A maioria me tratou normal, alguns cumprimentaram só por educação, mas pelo menos não tinham caras feias pra mim, o centro das atenções era o Lucas e lógico, o pai gostoso e lindo dele, eu não fiquei com ciúmes, mas que sempre tem as primas safadas tem.
Alguns conversavam comigo outros não. Eu estava com fome, mas não tinha como comer com aquela criança no meu colo meio agitada. Ricardo tentou tirá-lo do meu colo, mas nem com ele o Lucas foi, quer dizer, até foi, mas quando ele se afastou de mim ele começou a chorar. Então a solução foi comer e Ricardo ficar com Lucas ao meu lado. Os palhaços eram muito bons, os adultos riram mais que as crianças. Todos comeram doces, pegaram bexigas de animais, foi muito divertida. Os pais da Aline que tinham sido convidados não compareceram.
Denise tava lá também, mas ela tava de folga, só que logo que Lucas a viu, já foi pro colo dela, a única alem de mim que ele foi voluntariamente. Eu fui e tirei ele depois de um tempo pra ela poder aproveitar, a namorada do William tava lá, ela era bem bonita e simpática, mas não tive como conversar muito com ela, porque as pessoas se aproximaram de mim pra brincar com o Lucas.
Na hora do parabéns, Lucas quase chorou, ele me abraçou e ficou grudado em mim, tiramos muitas fotos como família: Eu, Lucas, Ricardo, Will e Well. Depois tirei mais algumas com todo mundo já que o Lucas não saia do meu colo e todos queriam foto com ele.
No fim da festa, Lucas dormiu com barulho mesmo, na hora de ir embora, coloquei ele na cadeirinha, os presentes no meu porta-malas, quando ia sair, a Silvia me chama.
Silvia: - Marcio, olha, deixaram isso aqui pra você... não quero confusão nenhuma tá? Só to fazendo minha parte.
Eu peguei e era um embrulho bem bonito, pelo discurso, eu imaginava de quem era.
Quando peguei o cartão, era dela mesmo, da Aline, como antes, tinha um cartão pra ele, um pra mim e um presente. Não preciso reproduzir a escrita do cartão, mas eu guardei, inclusive o presente, eu guardei tudo pra algum dia poder entregar a ele.
Em casa, Ricardo chegou logo em seguida com os meninos. A namoradinha do Will dormiria lá, eu não quis ser careta, mas não achei certo eles dormirem juntos, os pais dela tinham confiado em nós pra deixá-la dormir lá, tinha medo de acontecer alguma coisa que não devia.
Marcelo e Will dormiram no sofá cama de casal, a namorada do Will dormiu na cama dele e o Well na cama dele mesmo. Não quis por nem na triliche, nem no mesmo quarto. Como tinha sido tudo agitado, de madrugada levantei pra beber água, não queria acordar ninguém na sala, mas tinha gente bem acordada, eu ouvi gemidos mais pra sussurros e barulho de rangido do sofá cama. Isso mesmo, me desobedecendo, Will dormiu com a namorada no sofá e eles tavam transando, eu não sabia o que fazer, então fiz um: Hum Hum.
Eles pararam na hora e ficaram olhando pra mim, eu entendia que eles não eram mais crianças, mas e se ela engravidasse na minha casa? O que eu falaria aos seus pais? Que deixei eles dormirem juntos mesmo sabendo que não era certo?
Eu: - Me fizeram de tonto, mas é só uma vez, viu? William, pega o colchão inflável e enche, você dorme no chão do meu quarto hoje.
Ele fez, foi lá dormiu no nosso quarto, eu tinha ficado chateado por ele ter traído minha confiança, eu confiava muito nele, mas agora não seria mais essa carta branca.
O tempo foi passando, eu estava indo atrás de tudo pra nossa viagem, levando os meninos pra lá e pra cá, até com vacina eles tavam atrasados, tive que dar um jeito em tudo, gastei um bom tempo e dinheiro vendo tudo que precisava, tirei o passaporte deles em regime emergencial e tudo mais. Como decisão de ultima hora, resolvemos levar o Marcelo, então lá fomos nós, junto com a minha mãe, correr atrás de tudo pra viagem.
Quando faltava um mês, viajaríamos dia 13 e voltaríamos dia 22 de dezembro, todos já estavam muito ansiosos. Principalmente o Will, que acabaria o ensino médio, iria pros Estados Unidos e logo logo estaria na faculdade.
O ultimo mês de aula dos meninos, acabou sendo muito cansativo pra mim, que vivia de motorista pra lá e pra cá, ajudando nas confraternizações, comprando presentes de amigo-secreto e etc. Aquele ano tinha sido muito proveitoso pra nós, principalmente financeiramente, todo o trabalho do Ricky valia a pena, porque vivíamos muito bem, e agora tínhamos condições de ir pro exterior e etc.
Duas semanas antes da viagem, com o visto e as outras coisas resolvidos, fomos comprar malas e outras coisas que precisavam pra viajar.
Eu: - Meninos, vocês decidem, ou compram roupas aqui, ou compram tudo lá, só que lá é mais barato, tem tudo de marca que vocês gostam.
Nem precisei dizer mais nada, eles queriam comprar tudo lá. Eu também queria, Ricardo já reclama do gasto que ele sabia que teria lá, mas eu disse que faria tudo valer a pena, pra convencê-lo, eu disse:
Eu: - Ricky, imagina a gente em Orlando, transando em todos os lugares? Na Disney em algum canto...
Ricardo: - Para lindo, assim você me deixa louco... Vai me levar na lábia né?
Eu: - Escolhe, te dou gasto mas te mato de prazer, ou não dou nada... literalmente.
Ricardo: - Você venceu, por uma larga diferença.
No dia da viagem, era difícil conter a empolgação de todos, as crianças estavam a mil, Ricardo tava pior que todos. Minha preocupação mesmo, era o Lucas, se ele estranharia, como ele iria no avião, mas valeria a pena tudo, em poucas horas estaríamos na Disney como família.
Silvia e Gustavo, em seus respectivos carros, levaram todos nós ao aeroporto. Eu tava cansado, já que eu acabei arrumando a mala do Well, do Will e do Ricardo, porque eu tinha medo deles esquecerem coisas importantes.
Quando embarcamos, ninguém continha a falação do Wellington, e principalmente, o medo que ele, Will e Marcelo sentiam já que nunca tinham viajado de avião...
Quando decolamos sim eu fiquei me sentindo perfeito... Uma viagem perfeita, a um lugar perfeito com a minha família, aquela foi uma das melhores sensações da minha vida.
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Bom gente, ta aí mais uma parte, a penúltima da temporada, espero que vocês gostem. Muito obrigado pelo carinho nos e-mails, votos e comentários, vocês são de mais. Qualquer crítica e sugestão são bem vindas.
E-mail para contato: marcio.casadoscontos@hotmail.com
Ps: Gente, não sei se dá tempo de eu postar outra parte hoje, to meio ocupado com um problema aqui, só dei uma parada pra postar essa parte, mas caso não poste outra hoje, amanhã sem falta eu posto.
Até mais ;)