18 – O PASSADO TEM COR DE SAUDADE
13 de abril de 2001 – sexta-feira.
NO CAPÍTULO ANTERIOR (17):
● Mário e as meninas comemoram o aniversário de Bruna, Mário parabeniza a negrinha que não aceitou a possibilidade de ser filha dele. Fabíola brinca e diz estar feliz em saber que tinha uma irmã, Mário acaricia as duas e a filha volta para a casa. Bruna tira a calcinha e chupa o pau de Mário, depois senta no pau e cavalga enlouquecida até gozar e sentir o gozo do “pai” encher sua xoxota. Bruna vê e sorriHá dias estava adianto a visita por motivos banais. Ora era uma reunião que nunca acontecia, ora alguma qualquer coisa, mas no fundo sabia muito bem qual o motivo.
– Jac! – resolveu ligar – Vou aí na tua casa, posso?
– Não acredito! Mário Felipe aqui em Candeias? – a voz de Jaqueline ainda era a mesma – Tu estais fazendo o que?
– A gente conversa... Ainda é o mesmo endereço?
– É!... Poxa menino, há quanto tempo?... – ouviu gritos, Jaqueline mandou que parassem – Desculpa Felipe, Bruna está em um daqueles dias... Tu vais ficar quanto tempo?
Mario estava com os olhos fechados, na cabeça as lembranças de tempos passados e da paixão que nunca conseguia esquecer.
– Devo voltar amanhã...
– Poxa! Estava arrumada para ir para a Canaã e...
– Vais sair agora? – uma possibilidade, pensou.
– Agora não... Tu poderias ir conosco...
– Você sabe que o João...
– Já era Filipe, estamos separados a mais de um ano... – fez uma pausa, também ainda lhe era viva a paixão ao primeiro namorado depois de tantos anos – Tu estais no Bandeira?
– Estou... Vim acertar a construção do balneário...
– Eu soube... – sorriu sem sorrir – Ou melhor, toda a cidade sabe... Pensei que tinhas esquecido de mim...
– Como esquecer de minha namoradinha! – sorriu relembrando a viagem que fizeram juntos – O que a gente viveu não dá para esquecer... – Jaqueline também pensava naqueles dias de liberdade – Alô! Alô! Jaqueline!
– Estou aqui... Espera, vou aí... – não esperou que ele respondesse, desligou o celular.
Não queria que aquele encontro fosse somente os dois, mesmo desejando que fosse tinha medo em descobri-la diferente da imagem guardada, mas a voz ainda era a mesma.
– Doutor! Dona Jaqueline está aqui para vê-lo – o atendente com voz impessoal – O senhor vai descer?
– Não!... – suspirou – Por favor... Peça para Selma trazê-la ao apartamento...
Estava nervoso, não tinha como não estar. Jaqueline foi uma grande paixão que deixara escapar por imaturidade.
– Doutor!... – abriu a porta e viu Selma parada, não viu Jaqueline que estava encostada na parede também te-mendo aquele encontro – Doutora Jaqueline...
Jaqueline se mostrou, sorria tentando esconder o nervosismo.
– Olá! Obrigado Selma... – a garota se afastou – Jaqueline...
– Doutor Mário Felipe, o advogado construtor – sorriu e se abraçaram, no elevador Selma olhou para eles antes que a porta fechasse.
– Que doutor que nada... – sentiu o aroma do perfume – Que bom encontrar você...
– Pensei que fosse te encontrar – estava morrendo de vontade de beijá-lo – Me convida para entrar?
– Desculpa... – sorriu e entraram – Você não mudou nada...
– Mentiroso!
Riram e novamente se abraçaram, parecia terem voltado no tempo, era como se aquele fosse o ano em que aprenderam juntos o significado da entrega, novamente estavam em um quarto como naquele sábado há mais de trinta anos.
– Felipe... – fechou os olhos entregando a boca molhada de desejos.
– Desculpa, desculpa eu...
– Eu também queria, queria muito – ela sorria sentindo o corpo quente – Você nunca mais me procurou...
– É a vida... – continuou abraçando, as mãos acariciavam seu rosto – Não menti, tu não mudou nada...
– Mudei sim... – sorriu – Envelheci, tenho dois filhos e... E você, continua casado com Olga?
– Não... Durou pouco...
– Soube que vocês tiveram uma filha...
– Fabíola... Vive com a mãe... E teus filhos...
Se separaram e ele ofereceu uísque, ela aceitou.
– A Bruna tem quatorze anos e João Neto tem treze... – sentou na cama cruzando as pernas – Soube que Marina também separou do Beto... – sorriu – Parece que todos da nossa época não conseguiram segurar seus pares...
– Ou não quiseram continuar amarrados... – puxou a cadeira e sentou perto da cama – Abelardo já está no an-dar de cima...
– Foi? Não sabia...
Conversaram cada vez mais animados sobre suas vidas e aos poucos pareciam nunca terem se desligado. Jaqueline ainda continuava muito bonita e sapeca como nos tempos de criança.
– Poxa cara! Tu não mudou nada, continua o mesmo galanteador de sempre... – levantou e foi para a varandi-nha.
Mário seguiu e ficaram olhando a paisagem, o rio da preguiça serpenteando por entre montanhas parecia me-nor, mais estreito que da ultima vez que estivera na cidade. Dissimulados deixaram as mãos tocarem, ainda havia um certo acanhamento, mas lhes bastou sentir o toque para aquela explosão de desejos eclodir em seus peitos.
– Mário...
Ia convidá-lo novamente para ir com eles para a fazendola, mas ele não deixou que continuasse e ela não queria que ele desgrudasse a boca da sua. Não foi mais aquele beijo recatado, havia mais, muito mais que apenas o ato de beijar, houve entrega e desejo em recomporem o tempo que não foi deles.
Continuaram se beijando e Jaqueline tornou se sentir menina quando ele lhe colocou nos braços e levou para a cama. Somente o desejo influenciava seus atos naquele instante.
– Sonhei com esse momento... – Jaqueline levantou os braços para que ele tirasse sua blusa – Sonhei, como sonhei...
Mário tirou a bermuda branca sempre olhando para ela que tirou a saia e arrancou a calcinha. A vagina depilada parecia a mesma daquele sábado no quarto do hotelzinho onde a turma estava hospedada, os seios pequenos com aréolas claras, quase da cor da pele lhe remeteu para a primeira lambida e o choque que ela sentiu.
Mas não eram mais crianças, o tempo lhes havia furtado os momentos. Eram mais animais sedentos que dois seres que um dia se amaram.
– Ai! – reclamou quando ele meteu o pau – Estou quase virgem de novo... – sorriu – Devagar Felipe, devagar...
As pernas para o alto, o desejo explodindo. Desejo de sentir seu primeiro homem novamente dentro dela e o abraço unindo seus corpos como se quisesse atá-lo a ela em um unido.
– Hum! Hum! Hum! – gemia, era multiorgástica, gozara mesmo antes de ser preenchida – Hum! Hum! Hum! Elas meu, estou entupida... Vai menino, vai... Isso! Hum! Hum! Gostoso, menino gostoso... Hum! Ai! Isso... Mete, rasga, me rasga...
Realmente não havia mudado nada, continuava como fora na primeira vez, falava e gemia, gemia e falava como se quisesse que aquele fosse um momento eterno.
– Porra amor, porra! Hum! Hum! Hum! Tu me matas, ai... Menino gostoso, teu pau... Hum! Hum!
E abraçou o corpo do amante com as pernas ao sentir que ele explodiu, que jorrava o fruto do desejo lhe en-chendo a xoxota.
– Tu continuas gostosa, minha pinininha... – suspirou e acariciou o rosto de menina – Mas não deixa essa mania de transmitir, né minha pequena?
– Esse pau sempre me saciou... – rebolou sentindo o pau duro – Desde a primeira vez...
Novamente se beijaram, os corpos colados pelo sexo como faziam sempre. Mário rolou e caiu cansado, pareceu ter ouvido como se uma rolha sacada.
Jaqueline suspirou, não queria que ele saísse de dentro dela, queria ficar o resto dos tempos ligada e sentir aquela felicidade viva que sentia. Da vagina corria o jorro de gosma que correu em direção ao seu anel enrugado lhe fazendo lembrar de outras satisfações e ia falar quando o celular tocou.
– Filha! – olhou para ele – Não, não demoro nada... Deixa tudo no ponto... Olha! Vou levar um grande amigo... Também te amo... Não! Não demoro nada... – desligou e sorriu para ele – Era Bruna... Tu vais conosco...
Levantou e correu para o banheiro, Mário não tinha tanta certeza de que seria bom aqueles dias na Canaã. Levantou e também entrou no banheiro, Jaqueline estava banhando.
– Não sei se é uma boa ir com vocês...
– Não aceito recusas... – abriu a porta de vidro – Quero que meus tesouros conheçam meu grande amor...
Canaã ficava a uns cem quilômetros da cidade, era da família de Jaqueline e que pelos irmãos morarem em outros estados passara a cuidar e ter como sua.
– Vem cá Felipe... – puxou a mão, Bruna sabia quem ele era pelas notícias nos jornais e na televisão – Essa é Bruna...
– Mãe?! – olhou espantada – Esse não é o Doutor Mário Felipe?
– Onde? Cadê? – Mário olhou para trás como se procurasse alguém, Jaqueline sorriu e abraçou a filha.
– Ele sempre foi gaiato filha... Sim, é o famoso Doutor Mário Felipe... – olhou para ele – Meu grande amigo de infância.
– Doutor? – sorriu segurando a mão macia da garota – Doutor não, apenas Felipe...
– Poxa mãe? Vocês são amigos de infância?
– E primeiro namorado de sua mãe... – continuava segurando a mão da garota – Na verdade minha mais pai-xão...
Com João Neto não houve o mesmo espanto, mas Mário sentiu um algo estranho quando segurou sua mão, Bruna não parava de olhar para ele como se fosse mais importante que ele se sentia.
Na viagem Mário de Jaqueline conversavam animados e Bruna viu que realmente ele era amigo de sua mãe.
– Ainda tem aquele trampolim? – perguntou olhando para trás.
– Olha pra frente rapaz! – Jaqueline segurou o volante, sempre foi nervosa – Tem não, o papai mandou tirar depois daquele dia...
Foi Mário quem contou a história do trampolim e da queda de Henrique – irmão de Jaqueline. A casa não mudara nada, a varanda com armadores onde gostava de dormir, o quarto grande dos pais de Jaqueline e os outros dois menores dos filhos.
– Vou querer minha rede aqui! – Mário olhava para cada detalhe que lhe remetia para a infância – O Rique dormia nessa, Aurora aqui e Jasmim nessa... – Bruna sorria vendo que ele conhecia a casa – Sim! O Raimundo era aqui...
– O senhor vinha muito aqui? – Bruna estava sentada no peitoril – Mamãe nunca falou do senhor...
– Sim, passei boa parte de minha infância e juventude aqui, todas férias corria para Candeias e... – aproximou da garota – O Senhor está no céu... Felipe, apenas Felipe, nada dessa frescura de senhor afinal não sou tão velho assim...
– Vai te acostumando filha... – Jaqueline estava para na porta olhando para eles – Esse moleque é assim mes-mo...
– Mãe?! Moleque?
– Fica grilado com isso não Bruninha – carregou a menina nos braços e entrou na casa – A pinininha sempre me tratou assim... Mesmo no escurinho do galinheiro... – riu.
– Não começa com tuas histórias... – abraçou o amigo pelas costas – Não vai encher a menina com tuas minhocas...
Entraram no quarto grande e Mário jogou Bruna na cama que, espantada, não teve como não abrir as pernas e mostrar a calcinha amarela. João Neto se trancou no quarto com o computador.
– Filha, bota as coisas dele no teu quarto – olhou sorrindo para Mário, tinha visto o que ele também vira – E tu seu moleque, toma um banho que vou preparar alguma coisa para lancharmos...
No quarto que era o de Jaqueline viu que havia um banheiro, Bruna colocou a sacola na banqueta da penteadeira e abriu a janela por onde ele havia entrado muitas vezes na calada da noite.
– Naquele tempo não tinha banheiro... – sentou na cama.
– Foi papai quem mandou construir... Era o quarto da mamãe...
– Sei... – deitou cruzando os braços sob a cabeça – Era todo cor-de-rosa...
A garota abriu a sacola e viu que não tinha toalha, abriu seu gaveteiro e tirou uma que jogou em cima dele e foi para o banheiro verificar se estava limpo.
– Tá tudo certo... O senh... Você toma banho que vou ajudar mamãe... – ia sair quando ele segurou sua mão.
– Não vou ficar em seu quarto... Vou dormir lá fora... – sentou.
– Não senhor! Lá fora faz muito frio... – sorriu e sentou em seu colo – Pode deixar que durmo no quarto com o Neto...
– Prefiro matar a saudade do frio... – abraçou a garota como se a conhecesse de muito tempo – Sempre dormi lá fora, mesmo com dona Ximena enchendo o saco para eu ir para o quarto dos meninos...
– A vovó sempre foi assim – acariciou o braço cabeludo que lhe abraçava – O tio Henrique era quem gostava de dormir na varanda... – sorriu – Ele ficava uma arara com as coisas da vovó...
Lancharam e foram para a varanda e sentados no chão de ladrilho contavam casos do tempo da infância, João Neto estava mais arredio que quando se conheceram e Jaqueline começava ficar inquieta.
– O que teu irmão tem Bruna?
– Deixa ele mãe... Tu conheces muito bem como é teu filho... – colocou um bule fumegante na mesa – Coei in-da’gorinha...
– Meu deus, uma alma se salvou – brincou com a filha – Você nunca...
– Pô mãe... – olhou envergonhada para Mário – Eu sempre ajudo a senhora...
– Tô brincando filha... – puxou pelo braço e a garota caiu sentada com pernas abertas em seu colo – Fecha essas pernas moleca senão teu tio tem um treco...
– Foi a senhora... – olhou para ele que sorria – Desculpa Felipe, não foi por querer...
– Morde aqui para ver se sai leite! – abraçou a filha – Me engana, me engana....
Bruna olhava para Mário que balançava a cabeça rindo das duas.
– Que é isso mãe? Não liga pra ela não Felipe, ela é brincalhona mesmo...
– Tu não muda nunca pinininha... – tomou um gole de café – Mas antes de reclamar da Bruna você deveria ter mais cuidado e fechar as pernas...
– Não viu novidade alguma... – falou sem se dar em conta – Deve estar cansado de ver...
– Mãe?! – Bruna viu que Mário mudara de cor – A senhora e ele...
– A gente banhava de calcinha e eles de cueca... – Jaqueline percebeu e tentou remendar - ...quando éramos crianças e, naquele tempo, antes de ficar famoso, Felipe era quase da família...
Mário balançou a cabeça, mas não rebateu a acusação por medo de revelar o segredo que somente Henrique sabia.
– E porque tu deixou de vir pra cá? – Bruna estava querendo perguntar desde cedo – Tu conhece o papai?
Jaqueline notou que o amigo estava incomodado com o rumo da conversa, sabia que deveria ser doloroso para ele falar de como se afastaram.
– Conheço... Conheço muito bem o teu pai...
– Não sei vocês, mas estou caindo de sono – Jaqueline levantou – Vamos deixar para amanhã e... Espera! – correu para dentro da casa e voltou com uma agenda – Amanhã é teu aniversário!
Mário havia esquecido, não costumava comemorar seu aniversário e os últimos quinze dias metido em viagens sem fim contribuiu para também esquecer que Marina lhe havia intimado passarem o dia quatorze juntos.
– Amanhã nada... É hoje! – olhou para ele sentado do chão como se ainda fosse aquele magrelo cheio de vida – Levanta moleque, me dá um abraço... Esse safado está fazendo... Sei lá, quantos anos mesmo?
– Trinta e sete – falou e levantou – Trinta e sete anos...
Aceitou o abraço apertado de sua pinininha e, sem se dar em conta da presença de Bruna, se deixou beijar na boca. A garota ficou meio constrangida em ver a mãe beijar o antigo amigo daquela maneira, mas não falou nada e quando terminaram também deu um abraço mais forte que ele esperava.
– E minha rede? – perguntou ainda abraçado com a garota.
– Hoje não tem rede... – brincou sentindo a mão carinhosa perto na bunda – Tu vais dormir no meu quarto...
– Pronto, dona Bruna falou e tá falado – Jaqueline puxou a filha e entraram – Vamos passar o dia todo de molho como nos velhos tempos...
Já no quarto tirou a bermuda e deitou sentindo o corpo aceso, aquele beijo e a foda no hotel havia aceso uma chama que imaginava ter apagado.
– Vocês não eram só amigos, não é mãe? – Bruna armava a rede no quarto da mãe ainda pensando no beijo dos dois.
– Não filha... – tirou o vestido e deitou de bruços na cama olhando para a filha – Felipe foi meu primeiro namo-rado...
– Pensei que ele estivesse brincando... – foi para o banheiro fazer xixi e viu que sua vagina estava melada, passou o dedo e cheirou sem saber o que era aquilo – Foi namoro de férias? - perguntou ainda sentado no vaso.
– Não... Namoramos por quase dois anos... – lembrou daquele tempo – Você sabia que foi o teu tio quem co-meçou tudo?
– O tio Henrique, não foi? – escovou os dentes e voltou nua – A senhora sempre foi muito ligada com o Ric...
– Vai dormir pelada?
– A calcinha tá suja... – mas não falou o motivo, não teria coragem de dizer sobre a meleca que saiu da vagina.
– Fez xixi... Veste outra...
– Tá no meu quarto e... Ele tá lá...
– Que é que tem? – sorriu relembrando que nunca teve vergonha de ficar nua e a filha tinha puxado isso dela – Está com vergonha dele, não está?
– Eu entrar lá pelada? Tu tá doida mãe...
Jaqueline sorriu e, como se ainda fosse a garotinha de antigamente, correu na ponta dos pés. Bruna sorriu, fazia tempo que não via a mãe tão alegre e solta, mas não acreditava que ela ia mesmo entrar no quarto só de calcinha.
– Pronto! – jogou a calcinha limpa.
– A senhora é doida mãe! – olhava para ela entre espantada e admirada – Ele tá acordado?
– Está... – se jogou na cama, era outra vez a menina sapeca que tanto apanhara da mãe pelo seu jeito de ser – E perguntou por que você mesma não foi...
Bruna cada vez mais ficava espantada com a mãe, nunca tinha visto Jaqueline tão menina e tão cheia de vida como se o reencontro com o primeiro namorado tivesse sido uma abertura para a vida.
– Tu ainda gosta dele... – deitou do lado da mãe – Ele mexe contigo, não mexe?
– Gosto muito desse moleque... – acariciou o rosto da filha – Vivi um sonho e... – suspirou – Só descobri o que tinha perdido quando era tarde demais...
– Porque vocês terminaram? Foi a vovó, não foi...
– Não... Mamãe adorava ele – sorriu – A Jasmim morria de ciúmes... Aurora... Não... Aurora também gostava dele mais era o Ric quem fazia tudo por ele... Foi Ric quem trouxe ele na primeira vez, foram colegas no Marista e... – suspirou – Foi o sacana do teu tio quem arrumou para que a gente namorasse...
– Então se a senhora gostava dele, a vovó fazia gostos e só a tia Jasmim não gostava, porque vocês termina-ram?
Jaqueline olhou para a filha e pareceu que seu semblante tinha perdido o viço de há pouco, aquilo era a única passagem que preferia esquecer.
– Não gosto de falar sobre isso... – não havia mais brilho no olhar.
– Tá bom, não precisa falar – Bruna, sem saber o porquê, sentia pena da mãe – E como vai ser amanhã? Va-mos fazer uma farra no rio?
Jaqueline ainda ficou acordada ouvindo os sons na noite por quase uma hora, Bruna dormiu logo e sonhou sonhos melados como se fosse ela no lugar da mãe e as imagens se misturaram com seu próprio viver, com seus sonhos, com o namoradinho que vez por outra tinha o rosto de Mário.
– Ei moleque, tá na hora!
Mário abriu os olhos e se espreguiçou sentindo repousado como há muito não sentia, Jaqueline sorriu ao vê-lo sorrir e abriu a cortina, o sol tomou conta do quarto.
– Levanta menino... – deitou na cama estreita – Bom dia!
– Olá pinininha! – abraçou e lhe puxou para cima – Pensei que tinha sido um sonho... – beijou o rosto e estra-nhou o sol – Que horas é essa?
– Quase dez... – deu um beijinho leve em sua boca.
– Dez?! Poxa Jaqueline, porque não me acordou mais cedo?
– Tava dormindo como um anjinho – lambeu os lábios – Vai, levanta... Tem gente que tá doidinha pra uma surpresa...
– Doida! – notou que ela vestia calcinha e camiseta cavada, os seios saltando – E Bruna?...
– Depois te conto... – levantou e apertou o pau duro – Vai fazer xixi senão esse bicho estoura...
Depois do banho ao sair do quarto deu de cara com Bruna.
– O aniversariante saiu do quarto mãe! – abraçou e beijou o rosto, sentia-se uma garotinha quando ele lhe le-vantou – Me bota no chão menino! – falou quase automático como a mãe lhe chamou.
Mas ele a carregou e foi para a cozinha onde Jaqueline estava sentada lhe esperando, a mesa posta com frutas, bolos, sucos e pães.
– Deus do céu? – parou com a garota nos braços – Vai vir um batalhão?
– É coisa dessa pivete... – levantou e abraçou os dois – A mesa do aniversariante...
– E Neto? – perguntou quando colocou Bruna no chão – Ele já tomou café...
– Escapuliu cedinho... – serviu suco de laranja – É sempre assim, vive enfurnado no sítio do Abraão...
– Ele ainda é vivo? – tomou o suco antes de sentar – E o Neco com o Valdo?
– O velho Abraão já morreu, quem mora no Candango é o tio Valdo... – Bruna respondeu enquanto servia café – Ele é do seu tempo também?
Conversaram alegres, Mário e Jaqueline relembravam das peraltices enquanto Bruna ouvia e, vez por outra, perguntava sobre alguma coisa que Valdo já tinha contado.
– Mas nunca o tio falou do senh... De você – concertou.
– Falou sim filha... – olhou para ele e sorriu – Lembra do Jangalão que Valdo vive falando?
– Ora se não... – olhou para Mário – O tio sempre falou que era seu melhor amigo... Então! O jangalão é o Felipe?
– Quero abraçar aquele banha de porco... – brincou.
– Deve estar riscando, na certa Neto já falou que você está aqui... Bruna deixa que arrumo, Nana deve chegar logo – Mário levantou e Jaqueline parou e olhou para ele – Menino, nem acredito que estais aqui...
Se jogou e dependurou em seus ombros e novamente beijou sua boca sem se importar com a filha. Mário saiu e pouco depois Jaqueline voltou correndo.
– Vamos lá... – segurou em sua mão – Nana leva as coisas...
No percurso para o rio Jaqueline não parou de falar contando para a filha as aventuras que viveram, o rio pas-sava no fundo do quintal, uns trezentos metros em descida. Bruna olhava ora para a mãe ora para ele que, como a mãe, contava as lembranças.
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NO PRÓXIMO CAPITULO (19):
● Ainda em Candeias Mário conversa com Bruna na cozinha recordando das diabruras vividas com a mãe da negrinha, Bruna entra vestindo apenas uma calcinha folgada. Mário vai para o quarto de Jaqueline que está de ressaca e novamente se entregam e durante a foda Jaqueline fala o nome da filha que assistia sem que ele soubesse. Continua chovendo e as meninas correm para o rio, Nana vestida somente calcinha e Bruna nua. Mário tira a roupa e também mergulha no rio e Bruna fica impressionada vendo o pau duro, Nana fala que ele deveria ser muito gostoso e a amiga pergunta se ela aguentava, a negrinha senta no colo de Mário e geme agoniada rebolando enlouquecida no pau e...