Antes de começar quero agradecer a todos e o carinho de uma pessoa que sempre está ao meu lado desde o inicio da minha vida aqui no CdC. G. Você é uma amiga e tanto valeu pelos conselhos e puxões de orelha... apesar de vc tbm ser uma chata!!!
Besos!!!
Vamos a história!!!
Segredos... porque insistimos em ter? É algo que nos sufoca, nos deixa fraco. Um segredo é pesado para carregamos em nossas costas. Mas, para proteger quem amamos fazemos qualquer loucura... até mesmo fingir que tudo está bem.
- Alô? – disse Pedro ao telefone.
- Oi? – disse Paula com uma voz fraca.
- Mãe? Está tudo bem? – perguntou Pedro.
- Sim, estou. Acho que é essa febre. – reclamou Paula.
- Mãezinha, essa febre de novo?
- Mas estou bem meu filho, vou melhorar. – disse Paula.
- Sei... sei... até o dia em que eu for ai e levar a senhora carregada para o hospital. – falou Pedro.
- Calma mocinho... eu ainda posso com você. – disse Paula rindo.
- Só queria pedir para a senhora cuidar dos meninos hoje, mas acho melhor não, vou pedir da Isabel. Daqui a pouco vou ai com senhora... beijos.
- Beijos.
- O que foi amor? – perguntou Mauricio passando remédio no joelho.
- A mamãe... só vive fraca e doente... amor... tem como você falar para ela ver isso?
- Claro. Ei a Dora passou a nossa roupa? – perguntou Mauricio.
- Sim... está atrás de você. Vou falar com a Isabel, infelizmente ela vai ficar com os meninos hoje... amanhã dou a folga dela. – falou Pedro.
- Ok... vou fazer o meu curativo e estou indo me arrumar.
Na calada da noite um caminhão se aproximou da rua onde morava Pedro e sua família. Na frente um carro muito imponente e de lá desceram os membros da família Walker. Eles olharam para a casa nova, uma das mais bonitas da rua e apenas sorriram.
- Olha... vizinhos novos. – disse Mauricio.
- Onde? – perguntou Pedro. – Ahhh agora eu vi... nossa que caminhão grande, eles estão trazendo a antiga casa será? – riu Pedro.
- Eita... vamos logo que a noite vai ser longa.
- Vamos meu mestrando favorito.
O hospital ofereceu uma festa para os formandos do curso de Mestrado. Além de Mauricio e Carlos, estavam também outros colegas que se formaram junto a eles. A festa estava linda, o salão de reunião do hospital se tornou um incrível salão de festas e todos estavam bem vestidos e bonitos. Mauricio e Carlos foram homenageados pela excelência do trabalho prestado. A família de Mauricio estava orgulhosa, Pedro chorou ao ver o orgulho de sua sogra ao ver o discurso do filho.
- Bem... aqui todos sabem a minha história... devem estar enjoados. Mas ela é assim, apesar das lutas e batalhas consegui chegar até aqui. Um menino pobre e sem expectativas, que chegou onde está... o meu certificado de mestrado não é apenas meu... quero oferecer aos meus pais que tanto insistiram para eu ter um futuro. E claro aos meus filhos e meu esposo pelo apoio, além das noites acordado também. E a vocês também que me suportaram... principalmente o Carlos meu amigão. Obrigado.
- Eles não estão lindos? – perguntou Luciana.
- O meu tá um gatão. – disse Pedro rindo.
- Mas me conta e as coisas como estão? Já que você praticamente me esqueceu... – disse Luciana.
- Amiga está tudo bem... mas estou preocupado com a minha mãe.
- O que tem a Paula?
- Não sei... ela está esquisita... sempre com dores e com febre.
- Mas deve ser a menopausa. – disse Luciana.
- Não sei, mas ela precisa ir no médico... é uma teimosa.
- Calma. Já pediu para a Priscila falar com ela?
- Não.. falei com o Mauricio...
- Oi... falando de mim? – perguntou Mauricio sentando.
- Mais ou menos... falando de como você está lindo nesse terno. E de como estamos orgulhosos de nossos esposos.
- Hummm... sei... mãe... pai... estão gostando do jantar? – perguntou Mauricio.
- Sim. Estamos. – disse Antônia.
- Que bom... quero o melhor para vocês. – disse Mauricio.
- Antônia,não é a pessoa mais linda da terra? – perguntou Pedro beijando o esposo.
- Depois do meu esposo. – riu Luciana.
- Hummm... há controvérsias. – disse Pedro rindo.
- Bobo. – disse Luciana.
Fernanda sempre foi uma menina vaidosa. Passava maquiagem, escolhia a melhor roupa, tudo para se destacar. Mas naquela quinta-feira ela estava indecisa e muito nervosa, pois, faltavam 5 minutos para Osvaldo chegar a sua casa.
- Jesus... nada serve... ahhh já sei... vestidinho básico nunca falha! – gritou a menina para si mesma.
- Fernanda?!
- Oi mãe!!!
- O seu amigo está aqui em baixo...
- To descendo! Aiii... é agora... seja o que Deus quiser. – disse ela se benzendo.
Osvaldo poderia ter uma vida desregrada, mas sabia reconhecer uma bela mulher em sua frente. Ao ver Fernanda descer as escadas ele prometeu a si mesmo que seria um homem melhor.
- Boa... boa... noite. – disse Osvaldo.
- Oi... tudo bem? Você é pontual. – falou Fernanda rindo.
- Desculpa... era para eu chegar atrasado?
- Não... não... vamos? Mãe... eu volto cedo... ok
- Tchau meninos divirtam-se. – disse a mãe de Fernanda.
- Para onde vamos? – perguntou Osvaldo entrando no carro.
- Vamos para a sorveteria na praça central. Esse horário está legal, tem som ao vivo.
- Claro.
Vinicius também estava em um momento de nervosismo, pois, sua mãe estava chegando. Até no hospital todos estava percebendo isso.
- Ei cabeça de fogo! – disse Priscila.
- Oi? – perguntou Vinicius.
- O resto dos funcionários do hospital precisam de suco...
- Droga! – disse Vinicius limpando o suco derramado.
- Calma fósforo!! – disse Priscila rindo.
- Desculpe, estou nervoso demais.
- E o que acontece para a princesinha ficar tão nervosa?!
- Minha mãe, ela ligou ontem e está chegando aqui.
- Quer que eu faça a tua mulher? – perguntou Priscila sentando ao lado de Vinicius.
- Não é isso... eu quero que ela goste do Jean.
- Boa noite. – disse Pedro sentando.
- Ei... o cabeça de fósforo está com medinho da mamãe.
- Por que? Pensei que a tua mãe fosse tranquila?
- Ela é, mas quero que ela ame o Jean. – falou Vinicius suspirando fundo.
- Ela vai gostar... não se preocupe.
- Ou ela vai rejeitar também. – disse Priscila rindo.
- Não se preocupe, a sua parceira não sendo a Priscila... – disse Pedro tomando a sopa.
- E o que você está fazendo aqui? – perguntou Priscila.
- Amanhã eu não venho... eu vou ficar com as crianças. As meninas estão de folga e o Mauricio vai levar o Paulinho ao psicólogo.
- Ele está melhor? O Jean disse que o encontrou na praça e ele estava preocupado.
- Está sim... ele tem medo que tomem o Paulinho de nós.
- besteira... vocês são os melhores pais do mundo. – falou Priscila.
- Eu sei que somos, mas o amor é assim mesmo... a nossa família é tudo para ele.
- Espero que ele não fique assim muito tempo... ordenei ao Jean acompanhar o Mauricio.
- Obrigado amigo... muito obrigado. – disse Pedro comendo sem muita vontade.
Em casa, Paula continuava a sentir febre e uma forte dor em seu seio. Ela caiu no chão do banheiro e ali ficou por alguns minutos. Ficou olhando para o céu através da janela do banheiro. Naquele instante sua vida apareceu diante dos seus olhos. Viu sua infância, o casamento com Rodolfo, o nascimento dos seus três filhos, sim naquele momento tudo o que Paula passou surgiu como um filme.
- Deus... não quero morrer assim... preciso... de... ajuda. – ela disse pegando o telefone.
Sozinha, Paula ligou para a ambulância e esperou os paramédicos , ela chegou ao hospital e pegou todos de surpresas.
- Dona Paula?! O que a senhora está falando aqui?! – disse Carlos.
- Estou sentindo algumas dores... mas não avisa aos meus filhos... sei que é difícil... mas por favor... por enquanto não diga nada....
- Entendo... por favor... levem ela para o terceiro andar.
- Obrigada... você que vai me atender? – perguntou Paula.
- Não... será o Dr. Edson. – falou Carlos.
- Dr. Edson... – falou Paula fechando os olhos.
Carlos foi até o muro de atendimentos e colocou apenas o nome Paula na lousa. Ele chamou Vinicius e explicou a situação.
- A Dona Paula está no hospital... com dores fortes no seio. Eu mandei a mandei fazer uma mamografia e o Dr. Edson vai atende-la. Preciso de ajuda.
- Precisamos avisar o Pedro e a Priscila... – disse Vinicius.
- Não... ela disse que não queria...
- Mas eles tem o direito de saber.
- Eu sei... mas eu prometi a ela.
- Você me chamou aqui... você me chamou aqui para livrar a sua consciência e eu ficar com a carga nas costas? Isso é injusto.
- Não é nada disso... quero uma ajuda! – exclamou Carlos.
- Caramba Carlos!!!! Agora... afff – disse Vinicius entrando no elevador bastante chateado.
- Ufaaa...
Priscila estava sentada observando as pessoas que passavam na rua, quando seu amigo Vinicius chegou e sentou ao seu lado deixando a cabeça em suas pernas. Depois do desentendimento inicial no ano anterior, Priscila e Vinicius se tornaram grandes amigos.
- E engraçado né? – perguntou Vinicius.
- O que?
- Lembra quando a gente se conheceu?
- Não... nem me lembra... eu fui uma idiota... se eu pudesse voltar atrás... me perdoa bebê. – disse ela beijando o rosto do amigo.
- Pri....
- Oi? – perguntou ela fazendo carinho nos cabelos de Vinicius.
- Sabe que eu nunca esconderia nada de você... certo?
- Eu espero que sim... porque? Aconteceu algo?
- Bem... – disse Vinicius se levantando.
- Fala amigo... – falou Priscila começando a ficar preocupado.
- A tua mãe está na sala de atendimento no 3º andar... chegou na ambulância e pediu para não contar nada para vocês.....
Antes mesmo de Vinicius terminar a frase, Priscila desceu correndo para encontrar sua mãe. Carlos estava na porta do quarto e barrou a entrada da moça.
- Carlos me deixa passar!!! – disse Priscila quase gritando.
- Não... escuta só... baixa o tom da voz... quer deixar a tua mãe mais assustada?! – perguntou ele segurando firme no ombro da jovem.
- Eu quero ver a minha mãe... o que ela tem?! – perguntou.
- Não sei... o Dr. Edson está fazendo exames nela.
- E porque você não está lá?
- Olha eu considero a tua mãe como parte da minha família. Eu a vejo mais do que a minha própria mãe... então eu pedi para o Dr. Edson a examinar.
- O que ele está fazendo?
- Priscila... vou ser sincero... a tua mãe chegou com dores nos ossos e nos seios... eu pedi para o Dr. Edson fazer uma mamografia.
- Eu sabia... eu sabia... – disse Priscila chorando. – Preciso avisar a minha família. – ela disse se afastando.
Pedro e Mauricio estavam deixando Antônia e seu esposo em sua casa. Mauricio se despediu dos pais e entrou no carro. Beijou o Pedro por alguns minutos e eles ficaram se olhando.
- É incrível. – disse Mauricio.
- O que?
- A cada dia eu me apaixono mais e mais por você, por tudo aquilo que nós construímos juntos.
- Eu sei... eu... – falou Pedro sendo interrompido pelo celular.
- Alô? Oi mana... calma... calma... o que tem a nossa mãe?!! Priscila calma e me explica... você está me deixando nervoso...
- Pedro?! O que aconteceu? – perguntou Mauricio assustado.
- Para o hospital... – ele disse para Mauricio. – Calma... estou chegando.
Sim. Os segredos podem durar por muito tempo, mas quando são descobertos afetam a vida de todos aqueles que nos cercam. Depois que acontece só nos resta rezar... rezar pedindo ao amanhã que ele não termine.
Dúvidas, comentários e amizade - contosaki@hotmail.com