Continuando.
Não entendi porque ele queria falar comigo, mas pedi pra coordenadora deixa-lo entrar. Ela o chamou.
Ele logo entrou, estava com uma feição meio preocupada, e me perguntou:
- Você tá bem?
- To, to um pouco tonto, mas estou bem.
- Olha, me desculpa mesmo não foi minha intenção te acertar.
- Eu não sabia que tinha sido você.
- Não? Mas de qualquer forma me desculpa.
- Não tem problema, sou especialista em levar boladas.
Ele riu um pouco, e me perguntou:
- Como você vai pra casa?
Minha ma~e tinha sido avisada de que eu tinha me machucado e estava vindo me buscar, mas não queria perder essa oportunidade então disse que ainda não sabia, e ele se ofereceu para me acompanhar até em casa.
Saímos de lá e do lado de fora estava a Bia e a Maria com minhas coisas, perguntaram se eu estava bem, eu disse que sim e que o Caique iria me acompanhar até em casa. Elas não disfarçaram aquela cara que os amigos fazem quando sabem oque você está querendo, nem o próprio conseguiu evitar um sorriso de canto de boca. Me despedi das meninas e fomos em direção a porta, enviei uma mensagem de texto para minha mãe dizendo que eu já estava indo para casa e que não precisava vir me buscar. Pegamos um ônibus, meu bairro não era muito distante, uns 10 minutos e já estávamos lá. Fomos conversando e nos conhecendo, ele inclusive mora a alguns minutos do meu bairro. Descemos do ônibus e fomos andando até a minha casa, chegamos até a porta.
- Aqui que você mora? Disse ele.
- É, é aqui.
- Então, ta entregue. Ele deu um sorrisinho. Me dá seu numero, ou msn pra eu saber se você tá bem depois?
Nem exitei, dei meu numero a ele. ele se despediu de mim com um beijo na bochecha.
Entrei em casa suspirando, depois de um dia de cão, uma bolada na cabeça, ser trazido até a porta de casa por um garoto daqueles era bom demais pra ser verdade. Era por volta de 11H quando cheguei em casam fui preparar meu almoço e minha mãe chegou por volta de 13H20 com todo aquele discurso de mãe preocupada, eu fui dormir, tinha acordado bem cedo. Acordei por volta de 16H com meu celular tocando. Era um numero desconhecido, atendi o telefone.
- Alô?
- Oi Gab, é o Caique.
Quase tive um infarto, saltei da cama.
- Aaah, oi. tudo bem?
- Tudo sim, você tá melhor?
- To sim, um pouquinho de dor, mas é besteira.
- Que bom que você melhorou, queria saber se você ta afim de dar um volta aqui pelo bairro. a gente por ir numa lanchonete aqui perto. Oque você acha?
- Claro, vou adorar.
- Ótimo então, 18H eu posso passar ai então?
- 18H ta ótimo.
- Tá bom então, até mais tarde.
Desliguei o telefone, e comecei a pular pelo quarto quase que como uma garota estérica de 13 anos. Fui tomar banho pra dar tempo de me arrumar bem. Me arrumei era quase 18H e minha mãe vem no meu quarto.
- Vai sair?
- Vou sim.
- Pra onde? Com quem?
- Com um colega da escola, numa lanchonete aqui perto. Tem algum problema?
- Não, problema não. Só achei estranho chegamos a tão pouco tempo e você já tem amigos.
- Não é bem um amigo, conheci ele hoje.
- Ele é gay?
- Eu não sei.
- Eu não vou te impedir de fazer nada, só toma cuidado com o seu pai, ok?
- Tá, bom pode deixar.
Ela me deu um beijo na testa e desceu.
Alguns minutos depois a campainha tocou. Era ele. Desci e fui abrir a porta. Dei de cara com aquele garoto lindo, com um sorriso enorme e lindo, com uma camisa pollo marcando bastante seu físico com um casaco por cima, uma calça um pouco justa ao corpo, onde se percebia até um certo volume na sua calça. ele me cumprimentou com um abraço bem forte, encostando quase que por completo meu corpo no dele, senti aquele perfume forte e suave ao mesmo tempo.
- Vamos? Disse ele.
-Claro. Respondi.
Íamos caminhar uns 7 minutos até chegar na lanchonete. Fomos andando e falando sobre besteiras, sobre o bairro e as pessoas, até que ele me surpreendeu com uma pergunta.
- Você é gay, certo?
- Certo. Respondi.
- Seus pais sabem?
- Só minha mãe.
- Porque não conta ao seu pai?
- Não sei como ele iria reagir.
- Sei.. Disse ele.
- Mas e você?
- Eu oque?
- Do que você gosta?
- Em relação a que?
- Ao que estamos falando.
-Ah sim, ele riu. Acho que curto de tudo.
Chegamos na lanchonete. Fizemos nosso pedido e continuamos conversando.
- Já ficou com algum cara? Perguntei a ele.
- Ainda não.
- Não achou a pessoa certa?
- Não ninguém que faça meu tipo.
- E você não conhece ninguém que faça?
- Conheço.
- Quem?
- Você.
Eu ri meio sem jeito e abaixei a cabeça. Nosso pedido chegou. Ficamos conversando um pouco mais depois voltamos. e ele novamente me deixou na porta de casa. Era por volta de 20h30 a rua estava bem vazia.
- Então, ta entregue, de novo. Ele disse e riu.
- É, então até amanhã?
- Até.
Ele se aproximou de mim, colocou sua mão um pouco fria sobre meu rosto e me beijou tão suavemente, eu retribui. Logo paramos pois não era tão tarde assim e alguém poderia ver, nos despedimos. Eu entrei
e ele foi para sua casa.
Continua.