A viajem de volta pra casa foi uma aventura, para podermos chegar ao mesmo dia tivemos de fazer outra rota, pegamos lancha, depois micro ônibus num outro ponto do rio, então chegamos numa cidadezinha para depois pegar outra lancha e mais um carro, daí fomos e pegamos a BR 319 até chegarmos E Cacau Pereira, município próximo a Manaus. Daí atravessamos o rio de lancha outra vez e finalmente chegamos a Manaus. Já na capital esperamos pelo nosso ônibus, depois de uma demora considerável o pegamos e lá fomos pra mais uma aventura, pois este rodou muito a cidade, de repente meu celular toca eu olho no visor e era o meu “ex” que ainda era meu namorado. Fico olhando tocar pensando se atendo ou não, resolvo atender;
_ Alô! Eu digo.
Ele responde com uma pergunta: _Oi, você tá onde?
Digo a ele: _ Acabei de chegar aqui em Manaus.
Meu ex: _ Hum, eu quero te vê.
Eu: _ Poxa, eu tô muito cansado da viaje vamos deixar pra outro dia!
Ele a contra gosto acabou aceitando o meu argumento, ele estava meio desconfiado, falava com um tom de quem nem ligava muito pra onde eu havia ido e como se tivesse direitos sobre mim, e isso me irritou. Eu voltei mudado de lá, tudo bem eu reconheço que pode não ter sido o certo o que eu fiz, mas eu tive rações e motivos pra isto, ele pediu pra isso depois de tudo que ele me fez! Não era nem pra eu falar dele aqui, pois, ele não merece mais já que falei... Eu lembro que passei os dias enrolando ele e evitando um possível encontro e ele insistindo até que eu consegui me livrar dele de vez! Quando chegamos em casa o meu primo de 15 anos estava aqui, ele havia ficado com minha avó por aqui para fazerem companhia à aminha mãe nos dias em que meu pai e eu estivemos fora. Até aí eu não era muito chegado a ele, meu primo, por razões que eu já comentei no inicio da história mais pra quem não lembra, é porque eu não gosto de gente folgada e ele é folgado, não faz nada pra ajudar. Preferi passar fome, tendo comida em casa, só pra não ter o trabalho de fazer.
Mais desde antes disso o meu ex-namorado incucava com ciúmes achando que poderíamos ter alguma coisa, nunca me passou a possibilidade de termos algo, até porque ele é bem mais novo que eu e por ser da família seria trágico eu tentar alguma coisa e descobrir que ele não curti. Deus me livre das conseqüências ruins que poderiam ocorrer.
Dias depois ele e minha avó voltaram pra sua casa em Presidente Figueiredo, cidade vizinha à Manaus e linda por ter muitas cachoeiras.
O tempo foi passando e o Allan e eu sempre nos comunicando pelo celular, fazendo planos para o fim do ano que seria quando ele estaria de férias escolares e viria pra cá, na casa do pai e então nos veríamos outra vez. Foi nesse meio tempo, já aqui que eu percebi que estava sentindo algo forte pelo Allan, que por não termos muito tempo mal deu pra conversarmos e decidirmos o que nós queríamos ter, mesmo assim deu pra perceber que queríamos namoro. Encurralado pela minha consciência conversei com minha melhor amiga e lhe contei tudo o que aconteceu e que não estava mais a fim de continuar com o meu ex e esse algo novo que me aconteceu na viajem, foi à força que eu precisava pra terminar meu namoro conturbado, uma vez que eu já havia tentado terminar, porém arrependido eu voltei, estava naquela faze dependente do outro, achando que não viveria sem ele. Que engano, mais a gente fica sego mesmo e não enxergar nada!
Bem, ela me aconselhou a respeito, pensar bem o que eu queria pra não me arrepender depois, ela nunca gostou muito do meu ex pelas bagunças que ele fazia comigo, mas também nunca disse pra eu terminar com ele, ela sabia que eu o amava e que não adiantaria me disser pra me afastar dele, pois eu não conseguiria. Mais ela ficou muito feliz porque eu voltará revigorado da viajem, transparecia felicidade e empolgação.
Meu ex começou a me ligar querendo conversar, na minha viajem ele tentou falar comigo, pois ele não havia a creditado que eu teria coragem de viajar quando o comuniquei da viajem. Já aqui de volta ele conseguiu entrar em contato comigo, eu não conseguia rejeitar suas chamadas e o atendia e conversava com ele, porém havia já em mim um grande sentimento de rejeição a ele, não o queria mais, não pensava mais nele meu pensamento era só o Allan.
Começou aquela brincadeira do gato e o rato, meu ex tentando marcar um encontro e eu o enrolava dando desculpas e com isso conseguia fugir de possíveis encontros, eu sabia que ele iria quere transar e eu não queria mais transar com ele, queria me guardar para o Allan.
Foi nesse período que eu confessei para o Allan tudo, eu tinha alguém mais estava muito infeliz com esse alguém e queria terminar mais não conseguia, porém o Allan havia me dado forças pra terminar, era tudo que eu queria. O Allan entendeu tudo depois que conversamos e eu lhe expliquei o que estava acontecendo.
A partir daí sempre o Allan me perguntava pelo meu ex, se o tinha visto, se ele havia me ligado essas coisas. Quando não, se eu ainda gostava dele. Depois de saber toda a verdade o Allan me disse que queria ficar comigo, que eu tinha sido o anjo que foi lhe fazer feliz por três dias e que ele não iria desistir de mim assim tão fácil.
A gente começou a namorar por fone e todos os dias nós nos falávamos, às vezes passava um dia sem ligar um para o outro, mas logo votávamos a nos falar. Minha viajem aconteceu em Julho de 2011, e prometi a mim mesmo voltar à academia, até dezembro e estaria em forma para o Allan, em Setembro eu voltei a malhar e já recuperei o tempo em que estive parado.
Depois de minha viajem, chegou Agosto que é o mês que eu completo ano e o Allan sabia disso, meu aniversário chegou e ele não me ligou nem eu a ele, afinal de contas era ele quem tinha de me ligar para dá os parabéns, passou dois dias depois do meu niver e já na sexta-feira da mesma semana ele me liga, confesso que na hora que vi no visor do celular o nome dele fiquei feliz!
Atendi:
_Oi, quanto tempo?!
_Meu niver passou e você nem me ligou para dá os parabéns, esqueceu nê?
O Allan deu uma risada fraca e sem graça:
_Não eu não esqueci!
_Eu lembrei no dia, só não pude te ligar para parabenizá-lo.
_Eu estava incomunicável!
_Eu não estava na cidade e estava sem celular.
Eu:
_Hum!
_Mais por que, onde você estava?
Allan:
_Eu estava no “Encontro”!
O Allan freqüentava e ainda deve freqüentar a Assembléia de Deus e lá eles fazem o tal do “Encontro”, não sei explicar muito bem, só sei que se reúnem os membros da igreja e fazem uma espécie de retiro pra algum local no mato, onde eles oram muito e buscam a Deus. E acontece algo de extraordinário com eles, uma experiência além do normal com Deus! É o que dizem e eu respeito muito, uma vez que eu sou conhecedor dessas coisas por ter vivido minha adolescência em igreja evangélica, então tenho certo conhecimento e apesar de estar meio afastado hoje em dia, tenho um profundo respeito com as coisas de Deus.
Eu já sabia que a relação do Allan com a igreja acabaria interferindo na nossa, caso ele não fosse bem resolvido. Então quando ele veio me disser que havia ido para o tal do Encontro eu já imaginei o que viria depois. E não foi bem uma surpresa para mim!
Então ele desenrola:
_Pois é! Eu fui para o Encontro e foi maravilhoso.
_Sabe quando você encontra Deus?
_ É uma coisa maravilhosa, não tem igual, você passa a amar as pessoas.
_Acabou os desejos por homens!
_Eu me sinto uma nova pessoa, o que nós fizemos não pode mais se repetir.
_O que eu sentia por você se transformou em amor de irmão e eu não quero perder o contato com você e tudo que você precisar eu quero está perto pra te ajudar.
_Me tenha como um grande amigo, quero ser seu confidente.
Eu ouvi tudo calado, e como tenho um respeito pelas coisas de Deus, não me oponho aos propósitos Dele, essa foi a decisão do Allan e não seria eu que iria atrapalhar, eu não sou doido de ir contra a vontade de Deus.
Pensava e ponderava sobre tudo que acabará de ouvir e dei meu veredito:
_Bem Allan, é o seguinte.
_Você tomou uma decisão em sua vida, quer seguir um novo rumo, então eu só posso lhe apoiar.
_Não será eu que vou lhe atrapalhar, saiba que darei toda a força do mundo pra que você continue firme nesse caminho.
_Será difícil pra mim te esquecer e ter que me acostumar a não te ter, mas eu vou conseguir.
E foi esse o nosso dialogo, nos despedimos e desligamos o celular, me deu em seguida uma dor no peito, um sentimento de perda. Foi uma sensação ruim, mas procurei não pensar muito a respeito e tentar esquecer.
Dizia a mim mesmo:
_Para com isso, você não pode se apaixonar e ficar sofrendo desse jeito acabei de sair de uma relação que só me fizera sofrer e por alguém que se revelou não valer a pena! E agora voltar pra essa fossa outra vez.
E assim eu me distraia assistindo TV, graças a Deus naquela noite não me deu insônia por causa da tristeza que recebera do Allan.