Ódio Vira Amor – XV
Continuando....
Parando o carro ao meu lado e baixando o vidro ele pergunta:
Felipe: Estar afim de uma carona ?!
Eu: Não. Mais mesmo assim obrigado.
Felipe: Quando você vai baixar essa guarda e se entregar pra me ?!
Eu: Oh garoto ! Você tem algum problema psicológico ?!
Felipe: Que eu sabia não.
Eu: Então você deveria procurar um médico, por que já perdi as contas de quantas vezes mandei você esquece – me.
Felipe: Amor, você pode mandar milhares de vezes, mas eu não vou sair do seu pé.
Eu: Agora foi que deu o bom !
Felipe: E aí ?! Vai aceitar minha carona ? Poderíamos até ir ao shopping almoçar.
Eu: Já lhe disse que não.
Felipe: Ok. Não vou ficar lhe adulando. Você poderia me fazer um favor ?
Eu: Depende.
Felipe: Que tal nós saímos para jantar mais tarde ?! Seria uma oportunidade de você me conhecer melhor ! Pensa com carinho sobre esse assunto. Mais tarde eu lhe ligo para saber a resposta.
Eu: Não é necessário ter tanto trabalho, posso lhe dar a resposta agora mesmo !
Felipe: Qual é a sua resposta ?!
Eu: Não. Nunca vou aceitar nenhum convite que vier da sua pessoa. Será que você é tão burro que não entende que eu não lhe suporto ?!
Felipe: Tudo bem então. Eu sei que um dia você vai me amar da mesma forma que lhe amo.
Em quando ele saia cantando pneus eu gritei para o nada:
Eu: Vai sonhando !
Fui caminhando rumo a minha casa com mais pressa que o costume. Eu estava possuindo por um ódio mortal, pelo simples fato de ele se achar tanto e ficar se gloriando dizendo que eu iria acabar em seus braços. Como ele poderia ter tanta certeza disso ?! Será que estava na cara que ele estava começando a mexer comigo ?!
Mas contrário das histórias que lia onde o mocinho era humilhado pelo vilão, mas inconscientemente nutria um amor por ele e mais tarde os dois seriam felizes não se encaixava na minha realidade, já que depois de tanto pegar no meu pé de uma forma negativa, não era mais possível nascer um amor, pelos menos da minha parte, isso era o que eu pensava antes de acontecer todas essas coisas.
Só que o jogo estava tomando proporções que estavam fugindo do meu controle e eu só sabia apenas de uma coisa: “Não poderia de maneira nenhuma cair no papo dele !”
Chegando em casa subi as escadas me traguei no meu quarto, não queria se incomodando por ninguém já que naquele dia meus pais iriam almoçar em casa, mas como minha mãe é super curiosa ela iria me procurar pra saber o motivo de não ter ido almoçar com eles.
Depois de sair do banho, como eu já havia imaginado, minha mãe bate na porta:
Mãe: Rafha ?!
Eu: O que foi dessa vez ?!
Mãe: O que foi digo eu ! Por que você não foi almoçar com a gente ?
Eu: Mãe achei que a senhora fosse mais inteligente ! Se eu não desci pra almoçar é por que não estou com fome.
Mãe: Menino olhe o jeito que você fala comigo ! Abra essa porta que eu quero conversar com você.
Contra a minha vontade tive que abrir a porta:
Eu: Vossa excelência estar satisfeita agora ?!
Mãe: Rafhael Carvalho Lima, só por que você vai completar 16 anos, não significa que eu não posso lhe dar uma boa surra.
Eu: Mãe, a senhora poderia fazer o favor de ir direto ao assunto ?!
Mãe: Não é nada de importante. Eu só queria ver se estava tudo bem contigo.
Eu: Ah mãe não precisava tudo isso. Eu estou bem só tem alguns probleminhas que preciso resolver.
Mãe: Você sabe que eu e seu pai estamos aqui pra qualquer coisa né ?!
Eu: Sim. E obrigado por isso.
Mãe: Eu posso dispensar a Maria (Nossa diarista) ?
Eu: Pode. Estou afim de ficar sozinho mesmo.
Mãe: Certo. O almoço estar na geladeira caso você sinta fome. Eu e seu pai estamos de saída, vou pegar carona com ele.
Eu: Não me diga que o seu carro estar na revisão por que a senhora bateu de novo ?
Mãe: Claro que não. Vou trocar de carro e já o deixei na concessionária.
Eu: Ok. Quero ir com a senhora pra escolher o novo modelo.
Mãe: Pode deixar.
Assim meus pais retornaram aos seus devidos empregos e a Maria saiu junto com eles, fiquei mais uma vez sozinho em meu casulo, refletindo sobre as inúmeras coisas que o Felipe havia me dito, mas algumas perguntas não me saiam da cabeça: “Será que Marcela tem razão em falar que estou sendo mal com ele ?” “Mas se ele estiver armando um plano ?! Como o Tom havia dito ?!” O pior de tudo era o fato de não ter ninguém para conversar, já que Marcela acabaria convencendo – me a ficar com ele, mas o Tom seria específico e diria que tudo isso seria uma grande burrada. Cansando dessa discussão interior, acabei caindo em um sono profundo.
Durante um pesadelo onde eu estava beijando o Felipe, sou acordado com meu celular tocando, já estava na hora de começar a desliga – ló quando fosse dormir, pois já estava me cansando dessa rotina de acorda pulando na cama de susto.
Fulo da vida resolvi atender:
Eu: Alô ?
Como já era de se esperar, a voz do traste surgi no outro falo da linha:
Felipe: Oi.
Eu: Em que posso ajuda – ló ?!
Felipe: Só liguei pra saber como você estar !
Eu: Estava ótimo, até receber a sua ligação.
Cansado de ser maltratado ele começa a rebater:
Felipe: Por que você me trata tão mal ?
Eu: Eu ?! Só estou retribuindo aquilo que você me deu esses anos todos.
Felipe: Será que você não pode esquecer isso ?!
Eu: Infelizmente não. O que você fez não se pode esquecer !
Felipe: Procure entender que o fiz, foi pra chamar a sua atenção, por que desde que eu comecei a estudar contigo, senti logo de cara algo por você e no principio achei que estava ficando louco !
Eu: Aí então você resolveu me humilhar e fazer da minha vida um inferno ?!
Felipe: Não. Mas essa foi à única opção que apareceu pra tirar esse sentimento que estar em meu peito. Eu sei que errei e lhe peço perdão !
Eu: Só que agora já é tarde. Você não tem a noção que quanto sofri por causa das suas perseguições, se eu não tivesse punhos de aço, provavelmente estaria morto uma hora dessa.
Felipe: Eu sei, é muito doloroso ouvir tudo isso de uma pessoa que amo, mas ver se entende que tudo isso foi por amor !
Caindo na gargalhada respondo:
Eu: Por amor ?! Sabia que você tem um ótimo senso de humor ?! Já pensou em ser humorista ?!
Felipe: Estou falando sério !
Eu: Até parece. Você deve se achar muito pra imaginar que eu vou cair no seu joguinho !
Felipe: Joguinho ?! Do que você estar falando ?!
Eu: Cara, já estou ligado na sua, na verdade você que me conquistar e depois espalhar para o colégio todo a minha opção sexual. Mas particularmente não acho que você seja tão inteligente para bolar um plano desse.
Com a voz um pouco alterada ele responde:
Felipe: Você achar que eu seria capaz de fazer uma coisa dessa ?!
Eu: Nossa gente, ele é um pobre coitado, tantinho dele.
Felipe: Eu nunca vou fazer isto contigo. Eu só quero ter o seu amor e lhe fazer feliz !
Eu: Então quer dizer que o hetero alfa do colégio, estar apaixonado por outro homem ? Que engraçado !
Felipe: O fato de eu ser hetero não impede de querer transar com outros caras.
Perplexo com o que a cara de pau dele em falar isso retabi:
Eu: Agora você me deu o que eu queria ! Você acabou de confirmar tudo a seu respeito, seu mau caráter. Todo esse papinho pra levar – me pra cama ?! Que jogo baixo ! Você quer transar com outro homem, contrate um garoto de programa seu maníaco.
Felipe: Eu não quero qualquer pessoa. Só quero Você ! Quando é que você vai acreditar em mim ?
Alterando a voz, quase gritando:
Eu: Nunca ! Você me ouviu ? Nunca !
Sua voz soou tão alto que tive que afastar o celular da orelha ao responder:
Felipe: Porra, Será que é tão difícil acreditar que EU TE AMO, Caralho !
Automaticamente respondi o mais alto que minha voz poderia chegar:
Eu: Não to nem aí pra esse amor. Pega ele e enfia naquele lugar seu imbecil. Nunca vou lhe amar, por que eu lhe odeio com todas as minhas forças....
Nem esperei ele responder, em pleno ataque de fúria, atirei meu celular pela janela do quarto.
Espero que vocês tenham uma boa leitura !
Comentem a vontade.....