Eu Sou o Numero Quatro... Capitulo Seis

Um conto erótico de John
Categoria: Homossexual
Contém 1545 palavras
Data: 03/09/2012 22:13:04
Assuntos: Gay, Homossexual

TODOS OS MÚSCULOS DO MEU CORPO ESTÃO FLEXIONADOS, TENSOS. HENRI SALTA através do batente e eu estou pronto para segui-lo. Posso sentir o tum-tum-tum no peito. As articulações de meus dedos estão brancas pela força com que seguro a estaca em chamas. Uma rajada de vento entra pela porta e o fogo dança em minha mão, subindo até o pulso. Não há ninguém ali. Henri relaxa e ri, olhando para o chão perto de seus pés. Lá, fitando Henri com ar suplicante, vejo o mesmo beagle que vi ontem na escola. O cachorro balança a cauda e bate com uma das patas no chão. Henri se abaixa e o afaga; então, o cão passa por ele e entra em casa com a língua pendendo da boca.

— O que ele está fazendo aqui? — pergunto.

— Conhece esse cachorro?

— Eu o vi na escola. Ele me seguiu por um bom tempo ontem, depois de você ter me deixado lá.

Solto a estaca e limpo a mão na calça jeans, deixando nela um rastro de fuligem e cinzas. O cachorro se senta aos meus pés e olha para mim cheio de expectativa, o rabo batendo barulhento no piso de madeira. Eu me sento no sofá e olho para os dois fogareiros. Agora que o excitamento da situação passou, minha mente retorna à visão e às cenas que testemunhei. Ainda posso ouvir os gritos, ainda vejo como o sangue brilhava sobre a relva banhada pelo luar, ainda vejo os corpos e as árvores caídas, o brilho vermelho nos olhos das bestas de Mogadore, o terror nos olhos dos lorienos. Olho para Henri.

—Eu vi o que aconteceu. Pelo menos o início de tudo.

Ele move a cabeça em sentido afirmativo.

—Pensei que poderia ver.

—E ouvi sua voz. Estava falando comigo?

—Sim.

— Não entendo — eu disse. — Foi um massacre. Era muito ódio que justificasse interesse apenas em nossos recursos. Devia haver mais do que isso.

Henri suspira e se senta na mesinha de centro, à minha frente. O cachorro pula em meu colo. Eu o afago. Ele está imundo, com o pelo engordurado e duro. Há uma medalha em forma de bola de futebol americano presa à sua coleira, mas boa parte da tinta marrom desbotou. Eu a seguro entre os dedos e consigo ler o número 19 de um lado, o nome BERNIE KOSAR do outro.

— Bernie Kosar — digo, e o cão abana a cauda com mais vigor. — Acho que é esse o nome dele, como aquele cara do pôster na minha parede. Deve ser alguém popular por aqui, acho. — Deslizo a mão pelas costas do animal. — Ele não parece ter casa — digo. — E está com fome. — Consigo perceber de algum jeito.

Henri assente. Ele olha para Bernie Kosar. O cachorro se estica, apóia o queixo nas patas e fecha os olhos. Eu abro o isqueiro, acendo a chama e a seguro sob meus dedos,

depois sob a palma, depois a deslizo pela parte inferior do braço. Só sinto o ardor quando a chama está a dois ou três centímetros do cotovelo. Não sei o que Henri fez, mas funcionou. Minha resistência aumentou. Fico me perguntando quanto tempo vai levar até eu me tornar inteiramente resistente.

—Então, o que aconteceu? — pergunto.

Henri inspira profundamente.

—Tive aquelas visões também. Tão reais quanto se eu estivesse lá.

—Nunca havia me dado conta de quanto tudo foi terrível. Quero dizer, sei que você me contou, mas não entendia realmente a extensão dos acontecimentos, até vê-los com meus próprios olhos.

—Os mogadorianos são diferentes de nós, sigilosos e manipuladores, desconfiados de quase tudo. Eles têm certos poderes, mas não são como os nossos. Eles são sociáveis e vivem bem nas cidades movimentadas. Quanto maior a população, melhor. Por isso você e eu ficamos longe das grandes cidades agora, mesmo que viver em uma delas possa ser melhor para quem quer se perder na multidão. Eles também se perderiam e desapareceriam na multidão com grande facilidade.

Eu escuto com interesse e atenção.

Henri continua falando:

— Há cerca de um século, Mogadore começou a morrer, como aconteceu com Lorien vinte e cinco mil anos antes. Eles não reagiram como nós, porém, não entenderam o que acontecia, como a população humana começa a entender agora. Eles ignoraram o processo. Mataram seus oceanos e encheram rios e lagos com lixo, aterrando-os para

aumentar a área de suas cidades. A vegetação começou a morrer, o que causou a morte dos herbívoros, e depois dos carnívoros. Eles sabiam que precisavam tomar uma medida drástica.

Henri fechou os olhos, mantendo-se em silêncio por um minuto.

— Sabe qual é o planeta habitado mais próximo de Mogadore? — ele pergunta finalmente.

— Sim, é Lorien. Ou era, pelo menos.

Henri assente.

— Sim, é Lorien. E tenho certeza de que agora você sabe que eram nossos recursos que eles queriam.

Eu concordo movendo a cabeça. Bernie Kosar levanta a dele e boceja, preguiçoso. Henri aquece no micro-ondas um peito de frango cozido, corta-o em tiras e leva o prato para o sofá, colocando-o à frente do cachorro. O animal come com ferocidade, como se não comesse há dias.

— Há um grande número de mogadorianos na Terra — Henri continua. — Não sei quantos são, mas posso senti-los quando durmo. Às vezes posso vê-los em meus sonhos. Nunca sei dizer onde estão ou o que estão dizendo. Mas eu os vejo. E não acredito que seis de vocês sejam a única razão que os traga aqui em tão grande número.

— O que quer dizer? Que outro motivo haveria para estarem aqui?

Henri me encara.

— Sabe qual é o segundo planeta habitado mais próximo de Mogadore?

— É a Terra, não é?

— Mogadore tem o dobro do tamanho de Lorien, mas a Terra é cinco vezes maior que Mogadore. Em termos de

defesa, a Terra é mais bem preparada para uma ofensiva por causa de seu tamanho. Os mogadorianos precisam entender melhor o planeta antes de poderem atacá-lo. Não posso lhe dizer como exatamente fomos derrotados com tanta facilidade, porque ainda há muito que não consigo entender nisso tudo. Mas posso dizer, com certeza, que parte disso foi uma combinação do conhecimento deles sobre nosso planeta e nosso povo, e de não termos outra defesa além de nossa inteligência e dos Legados da Garde. Você pode dizer o que quiser sobre os mogadorianos, mas eles são estrategistas brilhantes em uma guerra.

Continuamos sentados em silêncio por alguns instantes, ouvindo o vento lá fora.

— Não creio que eles estejam interessados nos recursos da Terra — Henri opina.

Eu suspiro e olho para ele.

— Por que não?

— Mogadore ainda está morrendo. Embora eles tenham resolvido os problemas mais prementes, a morte do planeta é inevitável, e eles sabem disso. Acho que planejam matar os humanos. Eles querem fazer da Terra seu lar permanente.

Depois do jantar, dou um banho em Bernie Kosar usando xampu e condicionador. Eu o penteio com uma escova velha que encontrei em uma das gavetas, provavelmente esquecida pelo inquilino anterior. Ele tem aparência e cheiro muito melhores agora, mas a coleira ainda tem odor horroroso. Eu a removo e jogo fora. Antes de ir para cama, abro a porta da frente para ele, mas o cachorro não está interessado em sair. Em vez disso, ele se deita no chão e

apóia o queixo nas patas dianteiras. Posso sentir seu desejo de ficar em casa conosco. Gostaria de saber se ele pode sentir o mesmo desejo em mim.

— Acho que temos um novo bichinho de estimação — Henri diz.

Eu sorrio. Assim que o vi, tive esperança de que Henri me deixasse ficar com ele.

— É, parece que sim — respondo.

Meia hora mais tarde, quando vou para cama, Bernie Kosar pula em cima dela e se deita encolhido aos meus pés. Em poucos minutos ele começa a roncar. Eu passo algum tempo deitado de costas, olhando para a escuridão, com a cabeça ocupada com um milhão de pensamentos. Imagens da guerra: a expressão de ganância e fúria dos mogadorianos; o olhar furioso e duro das bestas; a morte e o sangue. Penso na beleza de Lorien. Haverá novamente vida naquele planeta, ou Henri e eu ficaremos esperando para sempre aqui na Terra?

Tento banir pensamentos e imagens de minha cabeça, mas eles não ficam longe por muito tempo. Eu me levanto e ando pelo quarto por alguns minutos. Bernie Kosar levanta a cabeça e olha para mim, mas logo volta a dormir. Eu suspiro, pego meu celular no criado-mudo e o examino para ter certeza de que Mark James não mexeu em nada. O número de Henri ainda está na agenda, mas não é mais o único. Outro foi adicionado. O de Tyler Soyer. Depois do final da última aula, e antes de ir me encontrar na frente dos armários, Tyler salvou o número dele em meu celular.

Fecho o telefone, deixo-o sobre o criado-mudo e sorrio. Dois minutos depois, pego-o outra vez e verifico a agenda, para ter certeza de que não estava enxergando coisas que não existem. Eu não estava. Fecho o aparelho e o deixo no mesmo lugar, só para pegá-lo cinco minutos depois e olhar novamente para o número dele. Não sei quanto tempo levo para dormir, mas, finalmente, consigo pegar no sono. Quando acordo de manhã, o telefone ainda está em minha mão, apoiado no peito.

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Comentários

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Olha o conto pode até ser bom... Admito isso pois jamais dispenso um bom livro.

Mas aqui é a Casa de contos Eróticos... E até agora nao me lembro de ter visto nenhum romance ou algo do tipo e muito menos a parte erótica. Axo q vc deveria de especificar coisas d+ e começar e começar logo com o Romance ou seja lah oq for escrever..

Bjos Pablo

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Sim segue o saga C.T. Akino em sequencia Eu Sou o Numero Quatro, O Poder dos Seis e Os Arquivos Perdidos é muito satisfatória a leitura obrigado.

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ao postar o comentario anterior fui em seguida pesquisar no google, hah o romance e um longa. baixei o livro e, imediatamente, comecei a lê-lo. grato pela leitura e pela ohtima indicação d livro.

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