• 21 – Re(atando) laços
– Larga ele agora se você tem amor a sua vida!
José veio em nossa direção, mas Marcos não me tirou de seus braços e disse calma e tranquilamente:
– Para cara! Não precisa d...
E antes que Marcos terminasse a frase, José o empurrou com estupidez contra a parede e me fez cair e ralar o joelho no chão. Na hora da queda pus minha mão direita para amortecer, mas ao chegar ao solo senti minha mão como se estivesse quebrada. Era uma dor insuportável. Comecei a chorar.
– Viu só a merda que você fez!? – Marcos falou indignado olhando para José.
– Cala a boca Zé Mané!
– Parem! – Eu gritei para que os dois, e a escola inteira, me ouvissem.
– Amor...? Você está bem? – José perguntava preocupado.
– O que você acha? – Perguntei com ignorância. – Acho que quebrei minha mão. Leve-me pra enfermaria!
José veio em minha direção e Eu gritei mais uma vez:
– Você não! Qualquer pessoa menos v...
E, mais uma vez, antes que Eu terminasse a frase, José me pôs em seu ombro esquerdo e enfim chegamos à enfermaria. Ele me pôs em cima da cama e começou a procurar a malinha de primeiros socorros. A enfermeira geralmente não trabalha no horário de almoço (Das 12h00min às 02h00min).
– Cavalheiro você...? – Falei bufando.
– Se talvez Eu não visse a donzelinha sendo salva pelo seu sapo encantado Eu não faria o que fiz.
– José para! Eu já disse que não quero nada com o Marcos. Eu só estava ensinado ele a dançar tango.
– Que seja! Aquela cena foi ridícula.
– Ridículo é você! – Ele olhou com raiva para mim – Desde a hora em que Eu caí que você não me pediu desculpas. Ultimamente você só tem me magoado. – Falei isso e comecei a chorar.
Eu sei, além de dramático sou chantagista.
– Amor... Desculpas! Eu não queria te machucar. Eu só queria te proteger. Marcos é meu amigo, mas toda vez que lembro o que ele te fez num passado nem tão distante... Toda vez que você fica perto dele... Eu não sei como você aguenta.
– Relaxa. – Ajeitei minha franja que estava bagunçada pela maneira que ele me levara até a enfermaria – E então... Sua vida de solteiro? – Perguntei esperando uma resposta... Que não veio.
José pegou uma caixa em cima do armário; nela tinha uns remédios e curativos. Ele passou mertiolate em cima do ferimento do joelho machucado e depois pôs as gases em cima.
– Quanto à vida de solteiro... Era justamente sobre isso o que Eu queria falar. – Ele fitou-me e concluiu: – Eu não preciso de tempo para pensar. Eu amo você. Quero ficar com você. E por mais impossível que seja... Quero criar uma família com você.
– Mas José... Sua orientação sexual... Você não é gay.
– Olha... Eu sou o que você quiser que Eu seja. Só não me peças para chupar teu pênis ou me penetrar. Eu não sou esse tipo de vead... Gay.
– Qual parte do “Passivo” você não entendeu? – Ri para quebrar o clima. – Eu te amo. – Ao pronunciar essas palavras, o puxei pela cintura com as minhas pernas e dei um beijo. Claro que ele teve que se abaixar; como sempre fazia.
– Vamos! – Como o cavalheiro de sempre (Que ironia), ele me puxou pelo braço que não estava machucado e me pôs em cima de seu ombro.
– Para onde vamos agora, príncipe?
– Para o hospital. Precisamos ver o que aconteceu com sua mão.
– É tão lindo ver você se preocupando comigo. – Realmente era muito fofo.
José sorriu e me levou até o estacionamento. Pôs-me em seu carro e levou-me ao hospital.
Minha mão não havia quebrado. Apenas deu um mau jeito, o que era de se esperar, pois a altura que Eu caí fora apenas uns 2, 15 metros.
...
José levou-me para casa e falou o que ocorrera para minha mãe. Ela não gostara do que ouviu e pediu para que José se retirasse de casa. Mas antes de ele chegar à porta, ela viu minha cara de tristeza e ordenou que ele voltasse. Ele desculpou-se comigo e com minha mãe.
Depois fomos ao meu quarto onde tivemos uma sessão de amassos... Certo, Eu ainda não estava pronto para outra. Além do mais José me fazia ter mais raiva do que prazer.