Continuando...
Ricardo – Onde estou? Que dor horrível!!!
Ele levantou assustado, mas caiu devido a tontura.
Eu – Calma Ricardo, você não está bem. Deite-se! (Falei segurando pelo braço para não cair no chão)
Ricardo – Luca, onde estou? Aiiiii, que dor horrível.
Eu – Você está na minha casa. Não se lembra do que aconteceu ontem?
Ricardo – Como eu cheguei aqui? Não me lembro de nada.
Eu – Ontem você foi até uma boate, bebeu demais e acabou arranjando briga. O segurança me ligou e eu fui te buscar. Como não sabia para onde te levar, trouxe você para minha casa.
Ele escutava em silêncio, seu olhar estava fixo no teto. Logo a tristeza tomou conta de seu rosto.
Eu – Fica deitado, você teve muita febre durante a noite. Vou fazer alguma coisa pra você comer.
Quando estava saindo do quarto, ele me chama.
Ricardo – Porque você fez isso por mim? Nunca te tratei bem. (Agora ele olhava para mim com uma cara triste)
Eu – Realmente você nunca fez questão de me tratar bem, mas eu aprendi que devemos fazer o bem mesmo para aqueles que só nos fazem o mal (Noooossa, apavorei ele nesta resposta...rsrsrsr).
Ricardo – Obrigado...obrigado mesmo, de coração.
Eu – De nada, eu já volto.
Saí do quarto e fui para a cozinha. Estava me sentindo estranho, ver aquele homem enorme e ao mesmo tempo tão indefeso, me fazia sentir algo por ele.
Fiz um café bem leve para ele comer e levei para o quarto. Ele estava deitado encolhido no canto da cama, como se estivesse se escondendo de alguma coisa.
Eu – Ricardo trouxe algo para você comer.
Quando ele sentou na cama vi que estava com olhos vermelhos, estava chorando. Tentou disfarçar, mas não conseguiu. Quando vi aquilo me deu uma vontade de abraça-lo e consolá-lo, mas me contive.
Ricardo – Obrigado, não precisava se incomodar, já fez demais por mim.
Eu - Não é incomodo.
Ele se ajeitou e eu coloquei a bandeja em seu colo. Quando me levanto para ir ao banheiro escovar os dentes, ele segura minha mão.
Ricardo – Luca, desculpa por sempre ter te tratado mal.
Fiquei sem reação, depois de levar tanta patada ele estava pedindo desculpa. Eu me sentia no céu enquanto ele segurava minha mão. Vi em seus olhos que seu pedido era sincero.
Eu – Tá (Só consegui dizer isso)
Entrei no banheiro e fui direto jogar água no rosto para ver se o que tinha acontecido não era um sonho. Meus sentimentos pelo Ricardo ficavam cada vez mais fortes. Pensei:
Eu - Que droga, não posso estar me apaixonando pelo meu chefe.
Tomei um banho e quando saí do banheiro, ele já havia terminado seu café.
Sentei na poltrona e falei:
Eu – Posso te fazer uma pergunta?
Ricardo – Pode (Disse ele de cabeça baixa)
Eu – Sei que vai parecer que seu intrometido, mas percebi que você anda bebendo demais ultimamente. Está acontecendo algo?
Nesta hora ele me olhou com os olhos cheios de lágrimas.
Ricardo – Aconteceu (Falou com voz fraca)
Eu – Quer falar sobre isso?
Ele não me respondeu. Pelo silêncio entendi que ele não iria se abrir comigo, então levantei.
Eu – Ok, vou sair rapidinho, mas já volto.
Quando ia saindo do quando ele me chama.
Ricardo – Espera, vou te contar o que aconteceu. Acho que preciso falar pra alguém, então que seja você, a única pessoa que me ajudou ultimamente.
Voltei e sentei novamente.
Ricardo – Você lembra aquele dia em que a Roberta apareceu lá no escritório? Então...naquele dia ela veio me comunicar que estava me deixando e indo morar com o seu amante. (Esta última fase foi dita com sarcasmo e muita tristeza). Aquela vagabunda estava me traindo. O pior de tudo é que eu realmente a amava...tinha planos de pedi-la em casamento.
Ele não aguentou e começou a chorar. Vê-lo sofrendo meu deu um aperto no coração. Nem preciso dizer que eu já estava com os olhos vermelhos, mas estava me segurando.
Ricardo – Comecei a beber...na verdade eu sempre bebi, mas depois que ela terminou comigo parece que a bebida era a única forma de esquece-la.
Eu estava em cacos vendo ele daquele jeito.
Ricardo – Os dias foram passando, mas a dor só aumentava. Fiquei relaxado, faltava as reuniões....estava destruído.
Eu – Nossa, parece que você realmente a amava. Fiquei preocupado com você daquele jeito, não falava com ninguém, sempre trancado na sua sala.
Ricardo – Pra completar, meu pai apareceu lá no escritório. Ele começou a gritar comigo, me culpou por termos perdido vários clientes por não ir as reuniões. Dizia que eu não prestava para nada, que eu era um bêbado. Depois de tanta humilhação ele me expulsou da empresa e disse para sair do apartamento em que eu morava, pois estava em seu nome.
Na verdade eu e meu pai nunca tivemos um bom relacionamento, sempre brigamos. Acho que ele deve me culpar pela morte da minha mãe, ela morreu logo após o meu nascimento devido as complicações no parto.
Eu já estava chorando, não consegui me conter.
Ricardo – Agora estou sem emprego, sem casa, sem namorada e provavelmente me tornei um alcoólatra...legal né! (Disse com um sorriso no canto da boca)
Eu – Não sei o que dizer. (Disse enxugando minhas lágrimas)
O silêncio reinou. Ele olhou para mim e viu que estava chorando também.
Ricardo – Você está chorando?
Eu logo tentei disfarçar
Eu – Não, não, não...é impressão sua. Vou sair e já volto.
Saí correndo, peguei minha carteira, chaves e fui ao mercado. Tinha que sair, não queria que ele me visse chorando.
Durante o caminho até o mercado estava pensando em tudo que ele havia me contado.
Eu – Coitado, ele está sofrendo tanto. Tenho que ajuda-lo, não posso deixar ele sozinho. Tenho medo que ele realmente vire um alcoólatra.
Fiz as compras e voltei para casa com uma ideia em mente.
Entrei no quarto e ele estava deitado.
Eu – Ricardo tenho uma proposta para lhe fazer.
Ele levantou e sentou na cama.
Eu – Você quer vir morar aqui até você se reerguer novamente?Oi pessoal, mais uma parte. Estou amando os comentários, nunca pensei que meu conto agradaria tanta gente. Espero não decepcioná-los. Bjos e abçs
rapha...adorei seu comentário, mas não deixe de prestar atenção na aula. Vou ficar com remorso se você tirar nota baixa...rsrsrsrsrs..bjos e abçs
Obs.: Prometo que o próximo vai ser mais picante:)
