Gente por favor, gostaria muito que comentassem e deixassem temas de texto que lhes agradem, exemplo: uns com mais sexo, outros com mais amor, segredos de adolescente e acima de tudo deixassem comentario a respeito da grafia do conto. Sintam-se todos beijados *-*
Janeiro de 2009, eu tinha apenas 17 anos, levava uma vida simples morava no morro do Canta Galo, uma das favelas do Rio de Janeiro, tinha minha irmã Ana de 20 anos passou em Letras e estava no terceiro período da faculdade e meu irmão André com 25 anos, formado em Ciências Econômicas trabalhava numa loja de informática, auxiliando o dono nas contas da empresa. E eu? Eu era Daniela Alves Ferreira mais conhecida como Dani pela comunidade. Estudava no colégio particular Carlos Drummond, já que havia ganhado uma bolsa de estudos na sétima série. Cursava o primeiro ano do ensino médio, estava atrasada em relação a minha idade, pois iniciei meus estudos um pouco tarde.
Minha mãe, dona Lídia sempre foi muito trabalhadora dando expediente nos três turnos para por dinheiro em casa. Pela manhã era depiladora, à tarde manicure e de noite garçonete no botequim do Seu Carlos, um velho animado, namorador e que vivia dizendo que a velhice era só um detalhe e o que contava mesmo era a nossa felicidade. Já meu pai, George, muito diferente de Seu Carlos não sabia mais viver, trabalhava, mas em compensação bebia todos os dias, estava ficando amargurado, desgostoso da vida. Acho que quando discutia com a minha mãe, só não a batia por causa da presença do meu irmão.
Nunca havia passado necessidade, apesar de morar numa favela, meus pais jamais deixaram que isso acontecesse. No colégio onde estudava já desde pequena tinha muitos amigos negros, brancos, mestiços, índios, pardos. Eu era branca, não aquela brancura toda, mas nunca me impediu de fazer amizades na comunidade. Estava me dedicando aos estudos esse ano, pois queria passar em direito e me tornar juíza, sabia que não seria fácil.
Em 14 de Janeiro antes das minhas aulas começarem, a casa que fica duas quadras de escada abaixo da minha foi alugada. Sabia disso porque sempre que ia pra algum lugar passava por ali. Quem vive em favela sabe que não existe rua, apenas labirintos formados por corredores e escadas, a única rua que tinha era a principal que se iniciava com Avenida de Copacabana e puxava um desvio pra entrada do morro onde terminava lá no alto. Passaram-se alguns dias até que a tal casa foi comprada, os novos moradores era uma mãe solteira e duas filhas. Por dias passei por aquela casa até que uma vez quando fui brincar na quadra aproveitei para convidar as meninas que acabaram de se mudar.
A mais velha que tinha minha idade chamava-se Victoria e a outra era a Larissa um ano mais nova. As duas aceitaram meu convite para ir até a quadra jogar bola, logo conversando com Victoria descobri que ela havia conseguido também uma bolsa de estudos para o mesmo colégio que o meu e que ficaríamos na mesma turma, pois ela também estava atrasada.
Víamo-nos quase todos os dias, tanto Victoria quanto Larissa; brincávamos, comíamos, dormíamos e saímos nos três sempre juntas. Logo as férias acabaram e as aulas foram retomadas. Muitos alunos novos e velhos, inclusive uma menina veterana chamada Nina.
Patricinha, mimada que morava num dos prédios mais caros de Copacabana de frente para o mar. Seus amigos também riquinhos não se misturavam com os bolsistas, assim deixando o colégio divido em dois grupos. Para menor azar meu, eu era branca o que diminuía minha condição de bolsista. É visível que além da descriminação de classes, como em todo o lugar o racismo também era presente e nem tudo naquela escola eram ‘’flores’’, apesar de particular.
Fazia judô e era faixa roxa, pratiquei minha vida toda, era minha paixão e no segundo semestre desse ano faria o exame de faixa para a marrom. Já a Nina praticava vôlei e era bem fresca pra jogar, não queria suar, nem quebrar as unhas nem nada do tipo. Era tanto mimo naquela menina que algo me chamava a atenção, só que não percebia isso.
Na sala de aula eu e Nina vivíamos ‘’batendo de frente’’, principalmente quando havia debates de grupos, nunca concordávamos com as mesmas ideias, uma contrariando a outra, mesmo que fosse de proposito, definitivamente não nos dávamos bem. Então tudo que podíamos fazer pra uma irritar a outra era feito.
Uma das coisas que mais me irritava naquela menina era quando estava praticando meu judô e ela passava pelo corredor me olhava depois baixava a cabeça e balançava de forma negativa, como se menosprezasse o esporte que eu fazia, então passei a ir vê-la jogar e ficava lhe irritando com meus comentários. Muitas das vezes era pra gente se encontrar no vestiário, mas eu evitava para não causar a discórdia entrando só depois que ela saísse. Victoria sempre me acompanhava em tudo, mas depois que conheceu o Giovanni me deixou de lado.
Em um desses meus dias de esporte como sempre faço, terminei minha aula e fui para o vestiário, Nina estava lá. Dei um tempo para ela sair e eu poder entrar e tomar meu banho e trocar minha roupa em paz. Enquanto isso assistia ao jogo de basquete que estava tendo. Acho que perdi a noção do tempo e todas as meninas já haviam saído do vestiário, melhor para mim mais privacidade. Fui desamarrando minha faixa, tirando minha parte de cima do kimono quando fui tirar a calça eis que me saí uma loirinha, de pele branca, com carinha de anjinho e o nariz vermelhinho. Nunca tinha visto uma coisa tão linda em toda minha vida, era Nina saindo de dentro de uma das divisória já vestida. Fiquei ali parada com os olhos vidrados, mas depois sai de transe. Ela também havia se assustado com a minha presença ali. E logo começamos a dialogar pela primeira vez somente nos duas:
Nina: - Você não ia banhar? Porque se sentou quando me viu?
Eu: - Vou esperar tu sair, me sinto mais à vontade sem tua presença!
Nina: - Qual é o teu problema comigo?
Eu: - Nenhum! Só te acho uma patricinha mimada, que fala só futilidade e só sabe andar com um bando de idiotas que discriminam metade desse colégio, fazendo a vida de varias pessoas um inferno, sua patricinha idiota!
Nina nessa hora virou a mão em meu rosto dando-me um tapa certeiro
Nina: - O que tu vai fazer agora? Vai me espancar com esse teu ‘’judozinho’’? Me enforcar com essa tua faixa? Tu não sabe nada a meu respeito, então não te mete na minha vida!
Senti meu sangue subir a cabeça nessa hora e a agarrei pela camisa na altura do ombro lhe pondo contra a parede e fiquei a encarando. No entanto toda aquela raiva naquela situação que me encontrava se transformou numa vontade imensurável de abraça-la e beija-la. Fiz mais um pouco de força e a imprensei mais ainda contra a parede sendo que ela não parava de falar coisas que não ouvia por causa dos meus sentimentos, assim a beijei de uma vez, calando sua boca e a deixando em choque. Pra mim durou mais que três segundos, podia sentir o gosto de hortelã na sua boca, seus lábios com sabor de morango devido ao brilho labial, seu cheiro de Victoria’s Secret – Champanhe com morango-, senti meu corpo ficar gelado e o dela estremecer, isso tudo em apenas três segundos. Por esse curto tempo meu beijo foi correspondido, mas depois ela me empurrou, olhou nos meus olhos e deu mais um tapa no meu rosto e saiu.
Sentei-me no banco do vestiário e refleti durante um bom tempo o que tinha se passado. Não entendia o porquê toda aquela minha implicância com ela havia se transformado em afeto num segundo. Porque a beijei, será que era apaixonada desde o inicio por ela e não me dei conta, mas como? Se nem lésbica eu era. Muitas perguntas para mim ficaram sem repostas durante um tempo.
Depois do que aconteceu algumas coisas entre mim e ela mudaram. Nos não discutíamos mais quando havia debate entre grupos, ela parou de tentar me irritar e toda vez que passava pelo judô não fazia mais aquele gesto com a cabeça e saia 10 minutos antes do horário dos esportes para ser a primeira a entrar e a primeira a sair do vestiário.
Era Abril e a pascoa se aproximava e nosso colégio todos os anos sempre organizava grupos de voluntários para doar presentes a comunidades carentes. Na minha turma poucos se disponibilizaram, então alguns alunos foram obrigados a participar dentro dessa relação se encontrava Nina. Eu já havia me voluntariado, pois a comunidade desse ano seria a minha o morro do Canta Galo.
A semana de visita chegou e dividiram a gente em grupos de seis, pois éramos 30. Fiquei no grupo com Victoria, Giovanni, Laís, Rodrigo e a Nina. Não sei, mas olhando com outros olhos agora acho que foi obra de Deus colocar ela no meu grupo. Enfim partimos no ônibus do colégio com as sacolas de brinquedos para sair distribuindo pela comunidade. Chegamos por volta das oito e meia e nos organizamos, nossa área de distribuição ficava próximo a minha casa, já não precisaria mais voltar para o colégio indo direto para minha residência.
Durante toda a distribuição Nina se manteve distante de mim, me ignorando, fingindo que eu não existia, até que numa hora ela sentiu sede.
Nina: - Rodrigo, Laís eu vou ver se encontro algum comercio, quitanda, aqui por perto que eu tô morrendo de sede.
Rodrigo: - Tudo bem Nina, mas não demora que daqui a pouco a gente já tem que voltar.
Nina: - É rapidinho, volto já!
Como disse no inicio favela é um labirinto de escadas e becos, assim o mais logico acontecer era que a patricinha se perdesse, o que de fato aconteceu.
Rodrigo: - Pessoal a Nina foi comprar agua e tá demorando muito, ela pode ter se perdido.
Eu: - Acalma aí Rodrigo logo, logo ela aparece.
Laís: - E se ela não aparecer alguém vai ter que ir atrás e essa pessoa não ira ser eu, porque não sei andar por aqui.
Giovanni: - Daniela tu é a pessoa mais indicada pra procurar ela, tu conhece melhor do que ninguém o morro. Até mandaria a Victoria, mas ela ainda é meio que novata por aqui também.
Eu: - Tudo bem, já vi que sobrou pra mim a tarefa de achar a princesinha perdida!
Não perdi tempo fui procurando em todos os becos possíveis, subia e descia nas escadarias e nada de Nina, demorei, então decidi trilhar o caminho que faço pra chegar a casa e eis que me dou de cara com ela.
Eu: - Tá perdida?
Nina: - Não, não preciso de ajuda!
E assim ela sai andando...
Eu: - Você tá indo pelo lado errado.
Ela parou de andar tentou outra saída, mas não sabia pra onde ir, essa era a verdade.
Eu: - Encontrou algum comercio?
Nina: - Não! Tô perdida.
Eu: - Quer ajuda? Quer beber agua?
Nina: - Me tira daqui e me leva pra beber agua só isso.
Quando a encontrei parecia assustada, seu rosto estava suado e vermelho, de seus olhos lagrimas quase caiam.
Eu: - Bem minha casa fica só a duas escadas daqui, você pode ir beber agua lá e depois eu te levo até onde o ônibus está estacionado.
Nina: - Pode ser. Só me tira do meio desse morro.
Então eu fui à frente a guiando, não demoramos nem 10 minutos e já tínhamos chegado à minha casa que ficava bem no alto do morro era simples, não tínhamos nada de luxuoso, mas minha mãe adorava ter a casa bem arrumada, a melhor parte da casa era a varanda de onde se podia ver o Cristo, toda a praia de Copacabana, o Pão-de-Açúcar e o pôr-do-sol mais lindo de todo o Rio.
Ao entrarmos como de costume não tinha ninguém em casa, todo mundo estava no trabalho ou então no horário livre, mas minha mãe sempre deixava o almoço pronto para mim.
Eu: - Não repara na minha casa, mesmo porque não tem muito que ver. Não é tão luxuosa quanto a tua, mas é aqui que eu vivo e aqui que é minha casa. Vou pegar sua agua.
Nina não falou nada apenas ficou em pé na parede que divide a sala da cozinha me olhando pegar agua para ela.
Eu: - Tá aqui toma!
Nina: - Obrigada.
Eu: - Se quiser pode sentar. Deixa só eu tirar o almoço da geladeira e colocar a mesa pra mim que eu desço com você para o ônibus, mas desculpa, eu não sei se era impressão minha, mas você parecia assustada quando te encontrei, aconteceu alguma coisa?
Nina: - Tinha dois meninos atrás de mim, estavam me perseguindo, fiquei com medo e comecei a correr pelo morro e me perdi.
Eu dei um leve sorriso com o canto da boca.
Nina: - Porque você riu, tá achando algo engraçado nessa historia?
Eu: - Loirinha e linda desse jeito, que não queria te perseguir.
Pela primeira vez eu vi Nina sorrir e ficar com vergonha ao mesmo tempo, se ela soubesse que ficou tão linda naquele momento, com suas bochechas avermelhadas na sua pele branca e seus olhos azuis claros combinando ao mesmo tempo com seus lindos cabelos loiros. Ela era o que a gente costuma chamar de anjo.
Nina novamente não falou nada, então sai da cozinha já na intenção de perguntar para aquela garota qual era o problema dela quando me deparei com a cena daquele anjinho desmaiado no sofá. Pensei comigo: “Ela deve ter caído no sono de tanto que andou perdida nesse sol e sem comer”. Liguei pro Rodrigo e avisei que tinha achado a Nina e que a levaria pra casa. Sendo assim coloquei a mesa pra mais um. Lembro-me o que era o almoço daquele dia como se fosse hoje; arroz de couve, farofa, feijão, carne de panela e purê de aipim.
Antes de acordar ela fiquei com medo de sua reação ao despertar na minha casa e sem mais ônibus para levá-la ao colégio. Mesmo assim tomei coragem e comecei a chamar.
Eu: - Nina, Nina! Acorda, levanta!
Ela parecia ter caído em sono profundo, pois abriu um frecha de um dos olhos e tornou fecha-los.
Eu: - Nina, vamos acorda! O almoço tá na mesa! – falava em tom suave, para não ser tão impactante aquela situação para ela.
Ela foi abrindo dessa vez os olhos aos poucos e perguntando a onde estava. Expliquei que estava em minha casa e que havia pegado no sono provavelmente pelo cansaço e que o ônibus já havia ido, mas que tinha ligado avisando que estava tudo bem com ela e que a levaria para casa.
Eu: - Deve tá com fome, não? Afinal já passam das duas da tarde. - Falei meio que rindo.
Nina: - Não brinca, dormi isso tudo! Tô com fome sim, muita fome.
Eu: - Vamos comer então, depois te deixo em casa como prometi.
Fomos pra cozinha comemos caladas apenas de vez enquanto nossos olhares se cruzavam, até porque estávamos uma de frente para outra era inevitável.
Assim que terminamos de almoçar, Nina exclamou.
Nina: - Acho que depois de toda essa comida, não vou ter coragem pra descer esse morro todo. A comida tava dos deuses!
Eu só sorri e concordei com a cabeça.
Depois que eu lavei nossa louça e ela recolheu a mesa para mim por livre e espontânea vontade, a levei até o meu quarto. Sentei na cadeira e ela deitou-se na cama, acho que ainda estava cansada do dia. Então começamos a conversar de forma amigáveis pela primeira vez. Ela começou a contar que sua família nunca mais foi à mesma depois da morte de sua mãe e que agora vivia em uma família desunida o seu irmão drogava-se que seu pai só sabia trabalhar, não tinha mais carinho de ninguém e que tinha que manter a postura no colégio pra fazer parte do grupo, pra ela se sentir parte de alguma coisa. Também contei a ela a dificuldade que minha família passava, lhe disse como minha vida era. Quando nos demos conta já estava entardecendo, sendo assim a chamei para assistir uma coisa que jamais tinha visto de forma tão bela. Segurei em sua mão e conduzi até a varanda para ver o sol beijando as aguas do mar azul. Sentamo-nos bem na beira do teto da casa ficando com as pernas livre balançando, olhando aquele espetáculo. Quando Nina quebrou o silêncio:
Nina: - Desculpa pelos tapas que te dei, Foi exagero meu!
Eu: - Desculpa pelas coisas que te chamei e pelo beijo.
Nina: - Tudo bem, a culpa foi minha também, de certa forma eu te irritei.
Acenei com a cabeça de forma positiva, em seguida um silêncio tomou conta daquela cena novamente e ficamos ali observando o sol se pôr. Depois como havia prometido levei-a para casa, ou melhor, seu apartamento em Copacabana. Fomos andando afinal não ficava tão distante do morro e aproveitamos para ir conversando. Chegando ao portão do prédio, me perguntou se não queria subir, mas disse que não, pois sabia que daqui a pouco minha mãe estaria em casa para se trocar para trabalhar no turno da noite e sentiria falta da minha presença. Então nos despedimos. Ficamos meia que sem jeito não sabíamos se nos abraçávamos, ou somente nos cumprimentávamos com as mãos, mas sei que no final nos demos um abraço e um beijo simultâneo no rosto. Afastamos nossos corpos e nos olhamos profundamente, assim dando passos para trás sem dizer nada fui me afastando, mas já sentindo uma saudade que nem eu saberia dizer o porquê de sentir aquilo.
Naquela noite não parei de pensar nela ficava me recordando do seu rosto, da sua pele, mão, toque, cabelo de tudo que passamos durante o dia. Adormeci pedindo pra sonhar com ela. No dia seguinte acordei me sentindo nas nuvens, feliz, com um sorriso no rosto. Arrumei-me para ir ao colégio. Chegando a minha sala pensei em me sentar perto dela, mas lembrei de que ali onde ela ficava era somente para os alunos não bolsistas sendo assim me sentei atrás da Vic. Os horários passaram até que chegou a hora do intervalo. Para a minha surpresa Nina me puxou pelo braço dizendo que queria conversar comigo, então fomos para um lugar mais calmo. Ficamos nas escadarias que davam para o pátio conversando até que ela me disse que havia esquecido seu caderno em minha casa.
Nina: - Esqueci meu caderno na tua casa. Tem como levar pra mim de tarde, porque quero dar uma lida nas anotações.
Eu: - Posso sim Nina. Não tem problema não. No final da tarde passo lá.
Nina: - Obrigada!
Enfim o intervalo chegou ao final e mal via a hora de entardecer pra ver ela de novo. Ainda continuava sem entender o porquê de não parar de querer vê-la, estar perto. O dia estava chegando ao final e como havia marcado, procurei seu caderno e o encontrei debaixo da minha cama, tinha o cheiro de seu perfume, mas sem perder mais tempo fui devolver. Cheguei a seu apartamento por volta das cinco e meia o sol estava se pondo novamente, então interfonei em seguida o porteiro perguntou que queria, disse que tinha um entrega para Nina dei o número do apartamento, mas mesmo assim ele não confirmou se Nina estava esperando algo meu, por causa dos meus trajes, além do que ele sabia que eu vivia no Morro e por isso não abriu para mim. Logo o mesmo interfonou para o apartamento dela e disse que havia uma menina dizendo que tinha um caderno para dar a ela. Nina já sabia que era eu e logo desceu me encontrando lá embaixo.
Nina: - Porque você não subiu?
Para evitar contradições com o porteiro, lhe respondi.
Eu: - Não, não. Achei melhor te esperar aqui embaixo.
Nina: - Obrigada por trazer. Quer dar uma volta no calçadão comigo?
Eu: - Pode ser. Não tenho nada pra fazer.
Passamos o final daquela tarde andando, conversando e no final paramos para tomar um milk-shake, pois estava muito quente o dia. Assim que terminamos fomos andando em direção à praia descemos para a areia e nos sentamos na beira do mar. À noite tava linda sem nuvens, o céu tava cheio de estrelas e a lua crescente, porém amarelinha. Ficamos um bom tempo olhando para o céu...
Nina: - Porque quando tu tava com raiva de mim naquele dia, de em vez me bater tu me beijou?
Eu: - O que? (assustada pela pergunta)
Nina: - Se não quiser me responder tudo bem. - estávamos com as mãos esticadas para trás apoiando nossos corpos quase se encontrando com os olhares voltados para o mar-.
Eu baixei a cabeça e ela continuou com o olhar virado para o meu lado e de repente segurou minha mão. Mais que de pressa levantei o meu rosto e olhei para ela com cara de assustada, mas logo passou. Coloquei minha mão sobre seu rosto e nossos olhares foram abaixando, nossas bocas foram se encontrando em um beijo compassado sem descrição, me sentia completa apenas isso. Ela me empurrou e ficou de ladinho com a metade do corpo em cima de mim continuamos nos beijando como se o mundo não mais existisse, apertava sua cintura, passava minhas mãos por suas costas fazendo-lhe arrepiar, mordia seus lábios e depois o puxava-os para mim, as vezes segurava seu rosto e mantinha um beijo até que de repente ela sai correndo e entra no mar. Fiquei olhando e sorrindo pensando que jamais havia imaginado estar ali naquela situação com aquela menina e sendo tão feliz. Não perdi tempo fui correndo em sua direção, nos encontramos em um abraço e nos derrubei na agua. Ficamos brincando, beijando, nos abraçando e rindo de tudo aquilo, parecíamos duas crianças. Uma hora a sentei em meu colo dentro do mar, como Nina estava usando saia, não resistir e apertava suas coxas e a sua bunda. Aquilo tava esquentando demais, mas como já era um pouco tarde e tínhamos que voltar para casa, apenas atravessamos a rua e estamos de frente para o seu prédio. Não nos despedimos com um beijo normal por causa do porteiro, mas só com o olhar nos entendíamos. Posso dizer que naquele dia não ficamos e sim namoramos. Jamais tinha me sentido plena, era imensurável quanto feliz estava.
No dia seguinte durante a aula conseguimos fugir na hora do intervalo, e meio dia e meia na hora de voltar não me incomodava de deixa-la em casa e irmos aos beijos o caminho quase todo, mas não fazíamos isso em ruas muito movimentadas e nem andávamos de mãos dadas pelo fato que alguém visse a gente juntas, seria mais difícil para ela dar explicações.
Passamos vários dias nesse esconde-esconde, era tão bom poder estar ao lado dela. Eu já frequentava sua casa e ela a minha e no colégio algumas coisas mudaram, ela se afastou do grupo dos “riquinhos” e passou a andar com todos sem excluir ninguém, fato que ajudou a ficarmos mais próximas dentro da escola, sem que ninguém julgasse a gente, mas ninguém sabia o que realmente aquela amizade era de verdade.
Em uma dessas fugidas do colégio levei-a até a praia. Queria lhe mostrar um lugar que havia descoberto há pouco tempo. Era de difícil acesso tinha muitas pedras com corais que podiam nos cortar, mas essas mesmas pedras faziam uma espécie de lagoa com a agua do mar, além que quando as ondas batiam projetavam um lindo arco-íris em combinação com o sol. Chegando a beira das pedras levantamos nossas calças até o joelho para que não molhassem e nossos pais não percebessem que estávamos na praia, atravessamos as pedras com corais cautelosamente e ficamos na parte da areia olhando as ondas quebrar, como o dia estava muito quente a olhei lhe interrogando:
Eu: - Vamos entrar?
Nina: - Mas como? Estamos de roupa e não podemos molhar ela!
Eu: - A gente tira elas! Não tudo, é claro.
Nina deu uma risadinha meio envergonhada.
Nina: - Sendo assim não vejo porque não.
Comecei a tirar minha roupa primeiro e ela logo em seguida. Entrei de vez naquela “lagoa” e ela atrás de mim. Ficamos com a agua em nossos ombros e ambas sem sutiã. Olhava diretamente em seus olhos, depois sua boca e caímos em um beijo e em uma sensação que nunca tinha sentido antes. Apesar da agua gelada meu corpo estava esquentando por dentro, meu coração batia acelerado e a vontade de abraça-la e beija-la era demasiada. Saímos da agua e fomos para um banco de areia onde permanecemos quietas de bruços com as mãos dadas olhando para as nuvens. Virei-me o rosto para ela e o mesmo olhar foi retribuído, entendíamos o que nossos corpos queriam. Comecei a passar minha mão em sua barriga, a aperta-la pela cintura e Nina acariciava meu rosto e meus cabelos, subi minha mão até seus seios rosados e um pouco pequenos, mas macios e delicados, virei-me de lado para ela puxei sua perna direita e a coloquei em cima da minha de um jeito que ficaram entrelaçadas segurei seus cabelos loirinhos e beijava seu pescoço, sua orelha, mordia seu narizinho para descontrair e darmos algumas risadas, para que ela não se sentisse tão tensa e assustada com o momento. Beijava sua boca depois desci para sua barriga a beijava enquanto minhas mãos passeavam pelos seus lindos seios. Nina também me beijava, lambia e mordia minha orelha, apertava minha mão e suspirava perto do meu ouvido. Até então não sabia o que era e nem como se faziam as preliminares, mas deixei meu instinto me guiar. Quando me deparei já estava entre as pernas de Nina e mais uma vez olhei em seus olhos com minhas mãos nas laterais de sua calcinha e logo ela acenou positivamente com a cabeça como um sinal de que podia seguir em frente. Não hesitei, tirei o resto de sua roupa como uma mágica. Acariciei suas pernas, sua virilha e logo me debrucei sobre aquela menina beijando sua barriga e descendo até o seu sexo que tinha pelos loiros lisinhos. Enquanto isso Nina passava a mão em meus cabelos e os apertava pressionando contra o sua vagina a qual já estava me deliciando. Usava minha língua de um lado ao outro e em movimentos circulares junto com chupadas para lhe proporcionar mais sensibilidade. Minhas mãos envolviam suas coxas podendo da mesma forma masturba-la enquanto a lambia. Em alguns momentos Nina dava pequenos espasmos e gemia de forma suave, só sabia que estava fazendo direito, pois não parava de pressionar minha boca contra seu sexo e por ser minha primeira vez em tudo pedi para ela ir me guiando- em dizer quando estava bom ou não-. Após longos minutos Nina pediu para que aumentasse o ritmo e com a língua pressionando mais forte movimentos acelerados, fiz a gozar em minha boca. Nina dessa vez deu um espasmo duradouro respirava rapidamente e depois soltou um longo suspiro.
Após ter tirado o folego dela voltei a deitar-me ao seu lado, virada para ela e vendo um enorme sorriso em seu rosto. Ela me abraçou e ficou deitada respirando profundamente em meu peito. Ao passarem alguns minutos começamos a nos beijar novamente, os carinhos já haviam começado e eu já sabia mais ou menos como agradá-la. Os beijos eram mais profundos ela arranhava minha costa enquanto minha mão a masturbava, era calmo e intenso ao mesmo tempo. Repetimos mais uma vez. Nina pediu-me desculpa por não tomar a iniciativa de fazer sexo oral em mim, porque ainda não se sentia preparada. Entendia o lado dela e não me importei, contando que eu pudesse proporcionar prazer a ela já estava bom de mais.
Nessa segunda vez enquanto estimulava seu clitóris com a língua apertava seus seios ao mesmo tempo além de dar pequenas mordidas para aumentar a sensibilidade do seu sexo. Nina mais uma vez anunciou o gozo chegando e acelerando a intensidade dos movimentos que fazia nela, não demorou e logo ela soltou um gemido maior e um profundo suspiro, relaxando com seus braços abertos e entre suas pernas apoiei meu rosto em sua barriga Nina de imediato começou a brincar com meus cabelos mais uma vez. Adorava seus cafunés.
Nina: - Nunca me imaginei nessa situação, com você do meu lado, e muito menos nesse paraíso. O único que imaginei e que ao certo realmente foi perfeito é a minha primeira vez que tu me deu.
Eu: - Também não me imaginava com você, mas para mim não podia ser melhor do que foi. O melhor dia da minha vida com certeza é hoje.
Sorrimos e continuamos ali naquela posição. Percebemos que já passavam das duas da tarde e o pai dela podia estar preocupado nos vestimos rapidamente atravessamos as pedras com os corais, mas ao chegar ao seu prédio nem sinal dele e ficamos mais tranquilas. Na porta do seu apartamento dei lhe um longo e profundo beijo de despedida e fui para minha casa, detalhe o porteiro chato não estava lá naquele momento.
Durante a noite caí no sono mais tranquilo e gostoso da minha vida e por muitos dias passamos nossas manhãs, tardes e os finais de semana o dia todo era assim beijos, abraços, sexo, amor e carinho. Não existia coisa melhor que estar ao seu lado. Me lembro de que uma noite fui dormir em seu apartamento, pois seu pai estava viajando e o mesmo me pediu que dormisse lá para fazer companhia a sua filha, logicamente que nem questionei. Fizemos talharim no almoço com molho branco. Na hora de fazer a massa lembro que estava na beira da mesa a misturando e pra não grudar salpicava farinha de trigo e Nina foi chegando por trás me abraçando, segurei seus braços com minhas mãos suja do pó da farinha, sendo assim aproveitei e sujei seu rosto, ela retribuiu a brincadeira e sujamos a cozinha toda de tanto que brincávamos pra fazer a comida, dormimos um pouco durante a tarde e no finalzinho saímos para ver o por do sol na praia a onde fomos á “lagoa”, lugar da nossa primeira vez, permanecemos lá nos abraçando beijando e relembrando aquele dia que fizemos sexo.
Pela noite voltamos para o seu apartamento, liguei para minha mãe pra avisar que estava tudo bem, ela já sabia que ia passar o final de semana com Nina, mas não custava nada avisá-la. Fizemos alguns sanduiches, brigadeiro e pipoca pra assistirmos os filmes de terror que havíamos locado. Tinha “O Exorcismo de Emily Rose”, “O grito” e “Atividade Paranormal”. Em uma das cenas de Atividade Paranormal, estava encostada no sofá e ambas sentadas no tapete, Nina com a cabeça apoiada em meu peito e meu braço direito envolvendo sua costa, sentiu medo e pressionou seu rosto contra o meu corpo. Abracei-a mais forte e lhe olhei dando um pequeno sorriso. Apertei seu rosto e disse-lhe:
Eu: - Bebezinha não fica com medo, eu tô aqui!
Nina: - Mas esse filme é assustador Dani.
Eu: - É tu tem razão, depois passa a noite com medo e não vai me deixar dormir! – sorrindo eu exclamei.
Nina: - Sem graça. Vamos dormir. Já tô com sono.
Eu: - Verdade, também tô com um pouquinho.
Então arrumamos a sala, apaguei as luzes do apartamento e fomos dormir. Sua cama era de casal, enorme daquelas do tipo King-Sizes, mas de nada adiantava aquele espaço todo se dormíamos abraçadas. No meio da noite acordei com muita excitação, mas não era para menos, a mão de Nina estava dentro da minha bermuda masturbando-me. Ela estava virada para mim e eu de bruços para cima. Continuei com meus olhos fechados, mas sentido aqueles dedos me tocarem num movimento que se alternava entre lento e rápido. Ao passar alguns instantes assim, puxei sua mão de dentro e virei-me ficando por cima dela. Comecei escorregando as alças do pijama pelos seus ombros, em seguida passei a beijar seu pescoço e a morder a ponta da sua orelha onde o aço gelado do seu brinco causava uma sensação de prazer ainda maior em mim. Levantei-me da cama e a puxei pelos seus braços ficando as duas em pé. Joguei a contra a parede deixando ela de frente para mim, olhava fixamente em seus olhos percebendo neles o desejo por sexo o qual seu pelos arrepiados denunciavam. Continuei beijando-lhe a boca mordia seus lábios inferiores, apertava com uma mão um dos seus seios e com a outra puxava seus cabelos a fazendo gemer um pouco. Coloquei entre suas coxas uma perna, as abrindo, então comecei o movimento de vai e vem excitando seu clitóris. Não me contendo mais com seus pequenos espasmos virei-a de costa unindo suas mãos no alto e as prendendo com apenas minha mão esquerda enquanto a outra arranhava sua costa e fui descendo até sua vagina, comecei a excitá-la com movimentos lentos, Nina começou a gemer mais alto. Agachei-me puxando seu traseiro para trás e fazendo a flexiona-lo, apertei sua bunda, me sentei de baixo dela e virada de costas para a parede comecei chupar seu sexo por baixo, suas pernas tremiam e já quase sem forças ela pediu que eu parasse senão ela cairia. Levantei-me e virando novamente para mim Nina pulou em meus braços e a deitei novamente na cama, me ajoelhei e puxei suas pernas em minha direção e mandei que as flexionassem, fui com voracidade e comecei a chupá-la novamente. Ela pressionava minha cabeça contra sua vagina e pedindo que a penetrasse com um dedo, assim o fiz, tirando e botando, no inicio era lento, mas com o aumento de seus gemidos acelerei o ritmo deixando que ela chegasse a um gozo interminável, pois seu liquido doce não parava de escorrer por seu sexo. A lambi deixando limpinha sua vagina. Joguei-me do seu lado e vi que Nina respirava de forma descompassada após tomar o fôlego ela montou em mim e disse com perversão.
Nina: - Nunca senti tanto prazer, minha vez de retribuir você.
Eu: - Com você aí em cima de mim, já estou quase gozando.
Não demorou muito e ela enfiou sua mão entre a sua e a minha vagina, começando a me masturbar com seus dedos. Mordia-me os lábios em demonstração de excitação, ficando cada vez mais molhada, pedindo por mais. Nina num piscar de olhos já tinha descido sua boca deliciosa até meu sexo iniciando um incrível oral. Passando a ponta de sua língua com suavidade pelo meu clitóris num movimento de sobe e desce ritmado. Já estava quase chegando ao clímax, mas ela parou quando o percebeu. Penetrou-me com um, dois dedos assim como fiz com ela, apertava-me o peito com a outra mão, subindo um pouco mais seu corpo alcançou minha boca a beijando, mordendo meus lábios, chupando meu pescoço mordendo meus seios deixando-os mais sensíveis e ao mesmo tempo me penetrando com seus dedos, já úmidos de tão molhada que estava, era divino.
Nina: - Quero lhe foder com força, fazer você implorar pra gozar. Quero que goze minha boca toda.
Eu: - Ouvindo suas perversões não demorará pra que goze. Me chupa que vou gozar nessa boca molhada.
Nina desceu novamente até minha vagina e começou mais uma vez a estimular meu clitóris, só que com menos delicadeza. Meu gozo estava próximo, até que num estalo relaxei minhas pernas, fechei meus olhos e dei um longo suspiro, havia gozado intensamente em sua boca a qual ainda beijava minha barriga e meus peitos.
Voltamos a dormir, ela deitada com a cabeça em meu ombro e virada para mim, seu braço direito ficou esticado por cima de meu abdômen, sentia sua respiração em meu pescoço, cheirávamos a sexo, mais seu cheiro de Carolina Herrera ainda era marcante e que me inebriava. Dormi sentindo seu cheiro.
Na manhã seguinte tomamos café da manhã juntas, mas logo tive que ir para casa, pois fazia dois dias que não via minha mãe. Subi o morro e encontrei com a minha família. Os dias foram se passando e sempre que podia encontrava com Nina as escondidas. Quando tínhamos oportunidade fazíamos amor, sexo, mas quando a ocasião não permitia ainda que sem sexo era suficiente para matarmos a saudade dos dias sem se olhar. Podia dizer que minha felicidade era tê-la ao meu lado.
Cansadas de namorarmos as escuras propus a Nina que revelássemos nosso namoro para nossas famílias e amigos. Então pedi a ela que me encontrasse na areia da praia, nosso lugar preferido.
Eu: - Nina, meu amor, tu sabe que a coisa mais valiosa na minha vida é você. E que pra mim podia estar todo tempo ao seu lado, mas sei que isso ainda é difícil porque namoramos escondidas. Quero lhe propor que contemos as nossas famílias e amigos sobre nos.
Nina: - Dani, eu não tenho certeza.
Eu: - Você não tem certeza se gosta de mim, sobre nosso namoro? – a interrompi, surpreendida por sua resposta.
Nina: - Amor, não é isso, não é sobre nos que tenho duvidas, é sobre nossas famílias e amigos. E se nossos pais acharem errado e pedir que nos separe o que faremos se isso acontecer? Não me imagino mais eu sem você.
Eu: - Bebê, não importa o que os outros achem, só não queria mais namorar você às escondidas. E caso nossas uma de nossas famílias ou ambas não aprovem daremos um jeito.
Nina: - Sendo assim eu aceito contar a todos. Eu te amo, e esse amor é o que me dá forças e coragem para enfrentar a vida.
Nos beijámos, no mais puro e inocente beijo. Estava com meu coração pulando de felicidade. Era tão bom saber que não teríamos mais que esconder nosso segredo. Ficamos o resto daquela tarde juntas vendo o por do sol da praia de Copacabana. Depois a deixei em casa, marcamos de conversar com as nossas famílias no dia seguinte, nem eu e nem ela conseguíamos esconder o medo e o entusiasmo do que nos esperava.
Nos encontramos na porta do prédio dela combinamos de contar primeiramente para o seu pai, ela pediu que contasse primeiro para ele se não, não conseguiria lhe dizer mais tarde. Subimos estávamos muito nervosas. O elevador parou em seu andar, toquei a campainha e esperamos ele abrir. Eu segurava a mão de Nina em forma de afeto, amor e mesmo pra me dar forças, penso que ela também sentia o mesmo segurando minha mão. De repente a porta se abriu e o seu pai nos cumprimentou, não estranhou nossas mãos dadas, pois vivíamos assim. Eu dei um beijo no rosto do Sr. Ricardo e ele me deu outro em forma de retribuição, Nina lhe abraçou com sempre fazia quando o encontrava. Entramos e ela logo virou-se para seu pai lhe dizendo que tinha algo de importante para lhe contar.
Nina: - Pai! Tenho algo pra te dizer, é muito importante pra mim, pra Dani e pro senhor. Seria melhor se nos sentássemos.
Eu e Nina sentamos em um sofá em forma de L e seu pai na poltrona de frente para nós.
Nina: - Pai há uns meses atrás eu conheci a Dani e desde então nós não nos desgrudamos mais, ela se tornou minha melhor amiga. O senhor entende que isso significou e significa muito na minha vida.
Sr. Ricardo: - Entendo sim minha filha, e desde que você começou a sua amizade com a Dani, você só tem melhorado, tanto seu comportamento quanto suas notas. Não é mesmo Dani?
Eu: - Não sei Seu Ricardo, Nina sabe dizer isso melhore que eu. – eu sorri um pouco.
Nina: - Pois então, - Nina nessa hora segurou minha mão – eu queria lhe contar pai que eu e a Dani nós... Nós... - surpreendentemente Nina me roubou um beijo, na frente do seu pai.
Não acreditava que aquilo estava se passando, além de estar pensando que finalmente ela contou nossa relação a seu pai a outra metade do meu pensamento ficava imaginando a sua reação.
Nina: - Pai, eu amo a Dani e não somos apenas amigas, mas sim namoradas. Ela é tudo pra mim hoje.
Sr. Ricardo: - Filha, não é desde hoje que venho notando a aproximação de vocês, não me surpreendo que a amizade de vocês tenha virado amor. Eu aceito vocês duas e me orgulho pela sua coragem de vim me dizer, vocês são minha família, agora.
Nina: - Papai, eu lhe amo, não aguentava mais guardar este segredo do senhor. Pensa que iria lhe decepcionar, mas acima de tudo eu amo a Dani.
Eu: - E eu também amo sua filha Seu Ricardo e ao senhor também, por me aceitar em sua família.
Depois daquele momento uma parte do peso das nossas costas foi tirado e eu e Nina pelo menos já tínhamos uma casa para namorarmos não mais escondidas. Após termos contado ao seu pai o Sr. Ricardo levantou-se e nos deu um longo abraço e perguntou se eu não queria ficar para o jantar, respondi que sim. Logo estava eu, Nina e seu pai à mesa comendo e fazendo brincadeiras, seu irmão estava ausente há três meses, pois aceitou ir se tratar em um centro de reabilitação de jovens dependentes químicos.
Quando terminamos de jantar Nina e eu fomos para seu quarto namorar e conversar um pouco, já que seu pai assistia televisão na sala. Depois de alguns demorados minutos nos beijando e trocando carinho ela me perguntou quando contaríamos à minha família. Respondi que no dia seguinte no final da tarde passaria em seu prédio para apanhá-la e ir comigo até minha casa, pois pegaríamos minha mão trocando de turno e meus pais com meus irmãos chegando do trabalho.
Antes das nove horas da noite voltei para casa e me preparei como contaria para minha família que eu e ela estávamos namorando. Rezei a noite toda pra que a reação deles fosse que nem a do pai de Nina.
15 de Junho de 2009, o dia mais importante da minha vida. Como de costume acordei cedo, tomei meu banho, coloquei a minha farda, tomei o meu café da manhã e fui para escola. Chegando ao Carlos Drummond encontrei com Nina e segurei em sua mão, contar para nossos colegas e amigos eram o menos importante, não nos importava muito a reação deles. Tudo que queríamos era acabar com aquele jogo de esconde-esconde. De inicio alguns perceberam que não era mais apenas amizade entre nos e para os que não tinham certeza confirmamos com um beijo na hora da saída. Muitos ficaram surpreendidos. Mas enfim, deixei Nina em casa e voltei para a minha, encontrei com minha mãe e lhe avisei que tinha algo muito importante para conversar com ela e a família toda.
Como o prometido por volta das cinco da tarde fui buscar Nina em sua casa para leva-la a minha. O sentimento ansioso do dia anterior tornava tomar de conta os nossos corpos. Ao chegar a minha casa meus irmãos com meu pai já se encontravam só faltava a minha mãe que estava para chegar. Meu pai naquele dia não havia bebido como prometeu para mim, ainda bem que ele manteve a promessa.