Mais uma parte postada e obrigado mais uma vez por tudo. E continuem dando palpites hein... Valeu e boa leitura...
Abri a porta devagar ainda imaginando que ele pudesse estar dormindo. Engano meu, ele estava bem acordado. Eles estavam.
Sergio beijava sua boca e eu sentia ciúmes e raiva, ao mesmo tempo.
Ele me olhou de certa forma buscando um perdão, nem eu entendi por que. Mesmo com raiva naquela situação eu estava disposto a ouvir:
- Desde quando Sergio?
- Desde quando o quê?
- Desde quando vocês dois tem um caso?
Sergio pareceu surpreso com a pergunta e Daniel ainda estava desacordado.
- A gente... é... nós... Quer saber, vou falar a verdade.
Saímos do quarto para conversarmos de uma forma melhor. Chegamos na sala de espera e ele foi falando:
- A gente se conheceu numa balada há uns 8 meses atrás e a gente tava ficando.
- E você disse que sabia de mim né? Você é tão nojento quanto ele. Eu vou embora.
- Não. Fica!
Ele falou um pouco alto e conseguiu me deter. Voltei pra sala de espera e ele continuou:
- A gente acabou se envolvendo e ficamos algumas vezes, não vou negar. Mas ele gosta mesmo é de você!
- Há cada dia eu tenho percebido mais o quanto ele gosta de mim. Um dia descubro que ele já tá com outro cara, agora descubro que vocês tinham um caso. O que mais falta?
Ele abaixou a cabeça e disse o que eu jamais esperava ouvir:
- Ele te ama! Tenha certeza disso. Só que ele não aprendeu a amar. Ele parece muito dependente, mas só financeiramente. Ele não admite, mas ele é amarradão em você. Tomara que esse acidente sirva pra mostrar pra ele o que ele jamais quis ver.
- E você é o que? Um conselheiro amoroso que fica com ele enquanto as coisas não mudam? Me dê um motivo pra acreditar em você.
- Acredite se você quiser. Agora, uma última coisa: se ele gostasse de mim a gente estaria junto hoje e ele me deu um pé na bunda por sua causa! Eu tenho tanto dinheiro quanto você e olha pra mim, eu sou muito mais bonito, mais bem cuidado que você.
Não aguentei. Eu precisava sair dessa posição de vítima que eu mesmo havia me colocado. Dei um soco nele, atraindo alguns curiosos e dois seguranças que logo nos tiraram de lá. Eu voltei sem sequer olhá-lo, em direção à sala de espera. De fato, Sergio poderia ter razão. Acredito sim que Daniel era muito orgulhoso a ponto de se tornar dependente de mim no quesito “amor”. Mas ao mesmo tempo, suas reações provavam que ele sequer sabia o significado dessa palavra!
Fiquei lá naquele hospital por mais algumas horas até me avisarem que Daniel havia acordado. Decidi ir vê-lo. Entrei no quarto e ele abriu um pequeno sorriso ao me ver.
- Que bom que você acordou!
- Será que é bom mesmo eu ter acordado?
- Para de bobeira Daniel. Seria melhor se você nem estivesse aqui nesse hospital.
- Mas eu mereço. Depois de tudo que eu fiz...
- Esquece isso. Você precisa descansar e aqui não é o lugar pra gente conversar sobre isso.
- Tá! Cadê o Victor? Ele deve estar bem nervoso com você aqui né?
- Deixa que com o Victor eu me resolvo.
É, eu tinha que me resolver com o Victor. Mas sua voz desviou meus pensamentos:
- Nem quando eu quero morrer eu te deixo em paz né?!
- Eu não acredito que eu ouvi isso. Daniel, você é louco?
Ele tinha tentado suicídio? Que atitude infantil. O pior era que sua face de arrependido estava me comovendo. Uma dúvida pairava: será que aquilo era real? Ele estava agindo de forma diferente e eu estava caindo de novo em uma possível armadilha dele. Qual seria nosso futuro? Nos primeiros meses ficaríamos bem e em seguida ele começaria a sair, me deixaria em casa, ficar com outros caras e eu sofrendo por pensar no quanto errei.
Ele estava chorando e havia virado a cabeça para o lado. Decidi sair do quarto, afinal ele precisava pensar. Ainda não acreditava na atitude dele, mas de certa forma aquilo estava mexendo comigo.
Precisava ligar pro Victor. Ele era tudo que eu queria e eu estava abrindo mão dele por conta do Daniel, pelo meu passado, ou pelo menos eu esperava que fosse. Liguei e ele atendeu rápido:
- Oi Carlos.
- Oi Victor. Eu queria te pedir desculpas por ter meio que te abandonado pra ter ficado aqui no hospital.
- Eu já esperava por isso.
- Desculpa, de verdade. Isso tomou uma proporção maior que eu esperava.
- E sempre vai tomar Carlos. Eu tô indo pelo caminho errado cara. Você gosta dele. Tô caindo fora.
CONTINUA...