Boa leitura a todos, lá vamos nós...
O resto da semana correu sem grandes acontecimentos, íamos as aulas conversar, aprender e etc. Na sexta-feira havíamos combinado de ir a um barzinho que era frequentado por quase todos da faculdade, eu relutei muito, só topei por eles e por Gabi dizer que eu estaria sendo prestativo ao mesmo tempo já que eles teriam carona pra ir pra casa, depois de muito drama, decidi ir com eles.
Antes da aula na Sexta, eu fiquei me olhando no espelho de casa, não queria ir feio, mas também não queria ir engomadinho, então peguei o que achei que ficou bom e simples em mim e fui pra aula. Eu fui até a cozinha fazer um lanche e meu pai chegou todo sorridente.
Pai: - Boa noite meu filho, como você ta?
Eu: - Bem pai, e você? Porque tá tão feliz?
Pai: - Ah você sabe né? Sucesso profissional, no amor e vejo meu filho crescendo e virando esse homem maravilhoso e fico muito orgulhoso.
Eu: - Bom saber que você está bem. – E sorri.
Pai: - E você filho, não conheceu ninguém? Nenhum carinha nem nada?
Eu corei na hora, eu era muito tímido, mas eu sempre me abria pro meu pai.
Eu: - Não, vou sair a caça hoje. – Sorri pra ele.
Pai: - Você saindo de casa? Não creio. Juízo hein?
Eu: - Pode deixar pai, você me conhece. Eu não volto muito tarde, mas não precisa me esperar acordado.
Pai: - Pode deixar, vou sair hoje a noite, vou namorar com o André.
Eu: - Poupe-me dos detalhes, sou puro de mais pra ouvir isso.
Pai: - Puro até de mais pro meu gosto.
Eu corei mesmo.
Pai: - Brincadeira filho, tudo a seu tempo.
Eu: - Sim, agora deixe-me ir, to em cima da hora, é horrível chegar lá e ficar procurando vaga até tarde.
Pai: - Filho, vai com meu carro hoje, pode ser? O meu e o do André tão no rodízio e queremos ir pra São Paulo.
Eu: - Sem problemas.
Trocamos de chaves, dei um beijo nele e desci rumo ao carro. Aí então notei que eu ia com o carro dele, que era mais chamativo que o meu. Meu pai era um grande fã da Honda, então os três carros da casa eram da Honda. Ele tinha a CRV, eu fiquei hesitante, pensei em subir e pedir meu carro de volta, mas eu não dizia não ao meu pai, então respirei fundo e fui.
Sei que parece frescura, mas eu não gosto de ser o centro das atenções, sempre sofri muito em apresentações de trabalhos em forma de seminário e até em apresentações formais.
Na faculdade, Gabi e Lê já me esperavam no estacionamento, quando cheguei dei uma buzinada pra eles e estacionei perto de onde estavam.
Gabi: - Carro novo é?
Eu: - Não, esse é do meu pai.
Leandro: - Aí sim hein, vamos sair em grande estilo.
Caímos na gargalhada. Quando eu olho a minha volta no estacionamento, logo depois de mim, chegou o cara emburrado, gosto de chamá-lo assim. Pra evitar corar quando ele passasse por mim pedi que fossemos até a sala de aula. Aquele dia a aula passou voando, só porque eu não queria que passasse.
Na hora de sair, eu pensei em desistir algumas vezes, mas não queria fazer sacanagem com meus amigos, tinha prometido então eu iria. Eu não tinha reparado mas Leandro e Gabi estavam lindos, bonitos mesmo. Entramos no meu carro e fomos.
Quando chegamos á porta do lugar, percebi que era serviço de vallet daqueles que pegam seu carro na porta e todos te veem descendo, todos que estão na fila, corei de novo.
Gabi: - Para de ser tímido, você tá num carrão, geralmente os caras se exibem, não se escondem.
Leandro: - É mano, olha a moral que esse carro da pra gente.
Eu ri, eles eram muito tranquilos. Desci do carro e todos olharam pra gente, principalmente pra mim que era o motorista. Na fila, vi muitas pessoas conhecidas mesmo, praticamente a faculdade toda, todos interagiam, inclusive o cara emburrado que fixou seu olhar em nós.
Na entrada tinha uma entrada meio que especial, pra quem pagasse mais caro, ela dava acesso a umas mesas bem localizadas, próxima ao bar, algo um pouco mais elitizado, mas em compensação o preço da entrada era quatro vezes mais que o normal, como eu não queria ficar na fila, resolvi pagar o meu e o dos meus amigos. Entramos rapidinho então, todos na fila comentaram algo quando passamos, mas eu tentei ignorar, graças ao barulho, consegui.
Sentamos em nossa mesa, a musica não era muito alta, então dava pra conversarmos um pouco.
Gabi: - Não acredito que você pagou tudo isso pra entrar, assim eles nunca vão abaixar esse preço, poxa!
Eu: - Eu que não acredito que você prefere pegar fila.
Gabi: - Não é isso, é que...
Eu: - É que nada, já foi minha cara, estamos resolvidos.
Conversamos bastante, eu fiquei no refrigerante com energético, eu raramente bebia, preferia meu refri mesmo, principalmente por ser o motorista. Gabi não se conteve e puxou Leandro pra dançar, me chamou também, mas eu não conseguia fazer isso com meus dois pés direitos, eu ia cair e todos ririam de mim, então permaneci sentado.
Quando levantei meu olhar ao outro lado do lugar, vi o cara emburrado de olho em mim, minhas suspeitas e expectativas que ele olhasse para Gabi tinham passado, eu definitivamente estava preocupado.
Mais tarde eles cansaram de dançar e sentaram-se na mesa de novo, mas estavam inquietos, foram até o bar pegar mais bebidas e alguns petiscos, admito que estava com fome também. Mas notei então, que o cara emburrado havia chamado os dois e puxado assunto, consequentemente eles demoraram com os petiscos, quando voltaram pra mesa, quase meia hora depois, voltaram acompanhados do cara emburrado, mas agora ele sorria pra eles e conversava, eu corei na hora.
Ele sentou-se a nossa mesa e me ergueu a mão, ele estava mais bonito que habitualmente, ele estava sem boné, tinha um cabelo bem elegante, diferente do que eu esperava por baixo daquele boné. Usava outra corrente, essa era de prata, mais igualmente linda. Uma calça jeans larga e uma camisa mais colada, realçava bem seus músculos, ele tinha um olhar serio e confiante que realmente intimidava, principalmente a mim.
Ele se apresentou quando ergui minha mão para cumprimentá-lo.
Cara emburrado: - Prazer, disse olhando bem fixamente nos meus olhos, sou o Fernando, sou da sala de vocês, mas você já deve saber disso.
Eu corei de novo, odeio isso em mim, eu fico vermelho o tempo todo.
Eu: - Pr-p-prazer... disse gaguejando.
Ele era simpático, não tinha nada a ver com o que eu imaginava na minha cabeça, mas ele tinha a voz grossa, bem grossa, ele era do tipo que você prefere ter como amigo que como inimigo, um cara que tinha presença, sabia se impor.
Eles conversavam muito, eu era tímido de mais, então tentava socializar ao máximo mas sempre de cabeça baixa e com medo de falar besteira.
Quando já era bem tarde da madrugada e eu estava cansado, resolvi que era a hora de partir.
Eu: - Gabi, não quero ser estraga festa, mas eu to exausto, não to acostumado a acordar essa hora e eu vou trabalhar hoje ainda, meu pai pediu.
Gabi: - Ah Bru, não vai não, por favor.
Eu: - Sinto muito, mas posso deixar dinheiro pra vocês irem de taxi. – Sugeri.
Gabi: - Não, pode deixar que a gente se vira, queremos sua companhia mais que sua carona. – E fez biquinho.
Fernando: - Pode deixar que eu levo vocês, eu to de carro também.
Me despedi de todos, quando estendi a mão para me despedir do Fernando, ele olhou fixamente pra mim, me puxou em um abraço, quase me entreguei ali naquele abraço, que cheiro bom que ele tinha, corpo firme, ele tinha pegada, era visível.
Fui pro carro ainda tentando inalar o cheiro dele, eu fiquei bobo com aquele cheiro, peguei meu carro e fui pra casa. Como já estava quase amanhecendo, peguei no sono após um banho. Dormi de cuecas apenas mesmo.
Oito horas da manhã estava de pé, eu iria realmente trabalhar, fui até a cozinha primeiro pra tomar um remédio contra dor de cabeça e em seguida para comer, meus pais não tinham dormido em casa pelo visto. Não tardou até eles chegarem.
Pai: - Bom dia filho, bebeu muito ontem?
Eu: - Sim, coca-cola com energético, quase entrei em coma alcoólico.
Pai: - Ah sim claro, agora devolve ai meu carro.
Eu: - Ok, bom dia André.
André: - Bom dia Bru, vai trabalhar é? Vai não, fica ai com a gente.
Eu: - Sinto muito André, mas tenho que ir, o movimento tem sido grande por lá.
Pai: - Isso mesmo.
Eu: - Você vai que horas?
Pai: - Eu não vou.
Eu: - Ué, você faz todo mundo ir e não vai? Cadê a justiça?
Pai: - Não tem justiça, eu pago o salário de vocês, não o contrario.
Tomei café e fui pro trabalho. Meu carro, ah como eu amava dirigi-lo, não era alto igual o do meu pai e o melhor era que era meu. A loja fechou cedo aquele dia, então eu fui pra casa no fim da tarde. Vi que tinha chamada perdida da Gabi e retornei.
Gabi: - Até que enfim consegui falar com você hein?
Eu: - Pois é, to trabalhando, você devia experimentar isso também.
Gabi: - Bobo, eu trabalho aos sábados também, mas dessa vez to livre.
Eu: - Sorte sua, meu chefe me manda trabalhar e fica em casa coçando.
Gabi: - Como você fala com tanta certeza?
Eu: - Porque ele mora comigo, é meu pai.
Gabi: - Mais uma coisa que você tem sorte, queria eu que meu pai fosse meu chefe ao invés daquela vaca que ocupa o cargo.
Ri com ela no telefone.
Gabi: - Vamos comigo no shopping hoje? No cinema talvez?
Eu: - Vamos sim. Vou pra casa tomar banho, me trocar e passo pra te buscar, que tal?
Gabi: - Ótima ideia, vou esperar então. Até mais, beijo.
Eu: - Outro.
Fui pra casa, tomei meu banho, me arrumei, peguei minhas chaves, carteira e fui buscá-la em casa.
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Votem e comentem pessoal, fico aguardando pra saber se a história os está agradando ou não =)
Até mais !