Never Let me Go - 4

Um conto erótico de Bruninhocv
Categoria: Homossexual
Contém 1723 palavras
Data: 09/09/2012 11:26:28
Assuntos: Homossexual, Gay

Boa leitura, vamos lá...

No shopping, demos umas voltas olhando vitrines, ela olhou varias blusinhas, ela era uma companhia agradável pra mim por ser compreensiva e muito amiga e eu por não reclamar de andar e ter paciência pra ela provar tudo.

Quando ela tinha comprado umas blusinhas e um sapato, fomos na praça de alimentação, caramba, quando eu sentei percebi que estava cansado, fiquei em pé o dia inteiro, comemos e depois fomos comprar ingressos pro cinema. Na fila, continuamos conversando.

Gabi: - Sabe aquele cara do barzinho de ontem, o Fernando?

Eu corei.

Eu: - O que tem ele?

Gabi: - Ele é gente boa né? Bonito...

Eu: - Sim...

Gabi: - Ele ficou muito interessado em você, aparentemente. Perguntou muito sobre você, sobre sua vida...

Eu de novo fiquei vermelho, não conseguia conter. O que estava lutando para conter era um sorriso, eu estava no paraíso de saber que aquele gato, tava perguntando de mim, tava interessado em mim.

Eu: - Ele tem cara de mal, meio assustadora.

Gabi: - É o jeito dele, ele é meio reservado como você, mas ele é mais confiante. Vocês formariam um belo casal.

Agora sim eu queria enterrar minha cabeça na terra.

Gabi: - Fica tranquilo,eu sei que você é gay. Não muda nada pra mim.

Eu não estava nervoso com aquilo, nunca disse que era mas também nunca disse que não era.

Eu: - Tudo bem então, não vou ficar mentindo e negando, prefiro assim, tudo transparente entre nós.

Gabi: - Exatamente. Eu tenho essa coisa, meu cérebro da uma apitada quando eu vejo alguém, ai eu sei se é gay ou não, serve pra homens e mulheres e eu nem levo em conta os trejeitos, não muito. – E sorriu pra mim.

Eu gostava dela, éramos bons amigos, aquela era a maior prova que eu podia mesmo contar com ela e tudo a ela. Assistimos o filme, como já estava tarde resolvemos ir embora. Eu confesso que minha cabeça ainda estava confusa, eu tinha um pouco de esperanças daquele gostoso ser gay e estar interessado em mim, mas eu não estava confiante não.

Gabi: - Sabe, o Fe é gay também, tenho certeza... acho que ele tá na sua.

Eu: - Jamais saberemos se ele não tomar uma iniciativa, certo?

Gabi: - Ah não ser que você queira tomá-la.

Eu: - Esquece.

Gabi: - Eu imaginei que não gostaria da ideia, só quis sugerir.

Deixei ela em casa e fui pra minha. Caramba, eu não conseguia tirar Fernando dos meus pensamentos. Chegando em casa, abri minhas redes sociais que não abria há tempos. Vi umas solicitações de amizade de pessoas da faculdade, aceitei todas, uma em especial, me chamou atenção, era do Fernando.

Eu cliquei no perfil dele e comecei a vasculhar. Fui olhando as fotos, tira varias fotos dele em churrascos, viagens pra praia, sítios e etc. Algumas tinha ele sem camisa, ele era realmente um gostoso, tinha um corpo lindo e dentes perfeitos. Eu acabei ficando excitado em vê-lo naquelas fotos.

Vi que varias vagabundas e viados oferecidos davam em cima dele na maior cara de pau, o que me deixou com uma pontada de raiva. Vi o que ele postava nos últimos dias e as frases eram coisas do tipo “Me perdi no seu sorriso e me encontrei no seu olhar” entre outras, novamente minhas esperanças cresceram, eu tinha a expectativa de ser pra mim aquilo. Fiquei quase uma hora vasculhando a vida dele.

Bateram na porta do meu quarto e eu mandei que entrassem. Era meu pai.

Pai: - Filho, vamos comer pizza?

Eu: - Só se for agora.

Pai: - Quer ir comer ou pedir?

Eu: - Prefiro pedir, se tiver bom pra vocês.

Pai: - Tudo bem, vamos comprar um filme no pay-per-view então?

Eu: - Sim.

Passei o resto daquela noite com eles, acabamos de madrugada. Dormi no sofá mesmo, mas meu pai me acordou e me pôs na cama como sempre fazia.

No domingo de manhã, aproveitei pra revisar toda a minha matéria, fazer trabalhos e lógico, ver o perfil do Fernando. Fui surpreendido quando ele me chamou no chat, começou a puxar assunto comigo, eu estava muito tímido, mas tentava ser o mais simpático possível.

Conversamos sobre a faculdade, sobre trabalho, sobre vida pessoal, times de futebol, carros, musica, só paramos de conversar a noite. Eu estava no paraíso só de ter conversado com aquele Deus Grego. Na hora de sair, eu me despedi dele, queria colocar meus pensamentos em ordem.

Ele então disse algo um tanto quanto curioso, eu disse pra ele “Durma Bem” e ele respondeu “Pode ter certeza que essa noite vou dormir muito bem.” Eu corei só com o pensamento da possibilidade de aquilo ser pra mim.

Ele tinha 22 anos, trabalhava em uma montadora de carros na qual tinha uma remuneração boa mas um trabalho muito pesado. Queria trabalhar menos e ter mais estabilidade e possibilidade de crescimento, por isso havia entrado na faculdade. Malhava sempre que podia, há anos. Gostava de jogar bola, vôlei na praia e andar de skate sempre que podia. Gostava de Funk, Pagode e Rock. Ele morava sozinho em um apartamento pequeno e não muito próximo da faculdade, ele era bem independente, trabalhava desde os 15 anos.

Eu me peguei pensando no que tinha falado pra ele, tinha medo de ter falado merda, ou ter falado de mais, ou simplesmente não ter falado muito. Tínhamos trocado os números de celular e tal.

Na segunda-feira, fiz minha higiene como sempre e tomei meu café. No trabalho eu estava mais sorridente. Meu pai até foi falar comigo.

Pai: - Você ta feliz de mais hoje, vou descontar do seu salário.

Eu: - Bobo.

Pai: - Qual o motivo dessa felicidade?

Eu: - A vida boa?

Pai: - Sei, como se chama essa vida boa?

Eu: - Fernando. Mas não quero falar disso agora, quero deixar acontecer primeiro, antes de eu me precipitar.

Pai: - Se cuida viu? Te amo e me preocupo com você.

Eu: - Fica tranquilo pai, eu também te amo.

Quando recebi um SMS de Fernando, fui ao céu e voltei, mesmo ele perguntando como tava no meu trabalho e eu respondi perguntando de volta.

Passamos o dia trocando SMS, quando nos vimos na faculdade, ele me abraçou e não desgrudou de mim. Ele se sentou bem atrás de mim naquele dia, ficamos conversando muito, vira e mexe, Gabi virava pra conversar também. Leandro estava dormindo na aula, resquícios do dia cansativo em seu trabalho.

No intervalo, Fernando se juntou ao seus amigos por um tempo como sempre, e eu e Gabi ficamos na escada, Leandro ficou dormindo na aula sozinho mesmo. Quando um grupo de amigos da Gabi, todos rapazes se sentou conosco e começaram a conversar, eles eram do curso de Economia, não paravam de falar, mas eram bem simpáticos.

Não demorou e Fernando voltou, cumprimentou-os e sentou-se bem ao meu lado, pedindo licença pra Gabi pra sentar bem no meio de nós dois. Ele não falava nada, mas ficou lá com sua cara seria, na postura, nem respirava direito.

Quando os amigos da Gabi foram embora ele abriu um sorriso e voltou a conversar com a gente. Gabi começou a interrogá-lo mesmo, mas dessa vez, ela foi meio indiscreta.

Gabi: - Então, Fernando, você tem namorado?

Eu corei por ele.

Fernando: - Namorado ou Namorada?

Gabi: - Eu sei que seu negocio é Namorado.

Eu achei que ele fosse ficar bravo, mas ele soltou um sorriso pra ela.

Fernando: - Bingo, não, não tenho namorado, nem namorada.

Gabi: - Isso, gosto assim, honestidade.

Fernando: - E você Gabi? Bruno?

Eu: - Eu sou solteiro, desde sempre.

Gabi: - Eu sou solteira, desde mês passado. Fui chifruda, sabe como é.

Fernando: - Sei bem como é.

Voltamos a sala de aula. Estávamos falando sobre o povo da sala, tinha um menino, que queria de qualquer jeito ser nosso amigo, ele e outro amigo dele. Eles não saiam do nosso pé.

Um deles era claramente apaixonado pela Gabi e o outro, todos chamavam pelas costas de morde fronha, por que ele tinha fama de comer uns gays de outros cursos na faculdade. Ele até tentou evitar os boatos, mas quando ele terminou com um cara de pedagogia, o cara espalhou pra todo mundo, desde então ele tinha poucos amigos, não só por ser gay, mas por ser chato mesmo. O que gostava da Gabi era o Gustavo e o morde-fronha, era Daniel.

Gustavo se virou pra nós, ele se sentava ao nosso lado.

Gustavo: - Então, Gabi, Bruno, o que vocês acham de ir com a gente na minha casa, assistir filme e beber alguma coisa hoje, depois daqui?

Gabi olhou pra mim, eu olhei fazendo uma cara de “Não, por favor, não”. Gabi sorriu pra mim.

Gabi: - Sim, nós vamos. Mas apenas como amigos, ok?

Daniel interrompeu.

Daniel: - Sem problemas. – E deu um sorriso malicioso.

Olhei pra trás e Fernando estava com uma cara mais emburrada que o normal, era muito visível, eu tava com medo daquela cara, culpa da Gabi, olha a saia justa que ela me pôs.

Fernando me mandou um SMS. “Você vai mesmo sair com esses otários?”. Eu respondi “Vou pela Gabi, apenas pra garantir a segurança dela”. Fernando mandou novamente “E quem garante a sua segurança?” Eu respondi: “Gabi.”

Ele não falou mais nada, estava visivelmente irritado com a situação. Gabi mandou um SMS pra mim também.

Gabi: “ Ta vendo como ele ta na sua? Olha o ciúmes que ele tá de você, olha a cara dele” E mandou risadas.

Eu: “Você fez de propósito Gabi? Que coisa feia.”

Gabi: “Você ainda vai me agradecer por isso.”

Então Gabi começou a falar pra mim o quanto já tinha ouvido Daniel falar bem de mim, que me achava gato e tal, mas ela tava falando meio alto pro Fernando ouvir. Quando deu a hora de ir embora, Fernando levantou, bem bravo e juntou seu material, por fim veio até mim e perguntou.

Fernando: - Você vai mesmo sair com eles?

Daniel estava ouvindo, mas Fernando nem ligou.

Eu: - É só um passeio, uma volta, eu vou ficar bem.

Fernando fez que não com a cabeça e foi embora.

Daniel: - Qual é o problema dele?

Eu: - Nenhum, ele deve ta estressado ou cansado.

Daniel: - Então tá, vamos então?

Gabi: - Vamos.

Lá estávamos nós, nos metendo na cova dos leões só pra Gabi provar que estava certa sobre o Fernando.

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Pessoal, comentem e votem, digam se estão gostando ou não =)

Bom domingo a todos,

Até mais

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Comentários

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mais um conto simplesmente perfeito... O que significa morde-fronha?

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Adorei a atitude da Gaby, garota esperta, rs. Não me canso de dizer teu conto ta perfeito, você me viciou nele. Parabens e obrigado pela leitura, tá ótimo…

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espero que até mais signifique "até daqui a pouco", ou seja, "até daqui a poucas minutos/horas". sinto-me apaixonado por vossa escrita, pq eh facil se identificar. nem todo mundo eh bem resolvido ou gosta d ser o centro das atenções e ler sobre gente assim, ajuda em nossos proprios medos. obrigado.

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