Continuando...
Eu – Ricardo...eu te amo!
Depois que eu falei que me toquei da cagada que tinha feito.
Ricardo – Também te amo cara, você é um grande amigo.
Aquilo não foi um balde de água fria, foi uma enchente que afogaram todos os meus sentimentos. Tive que me recuperar logo.
Eu – É...você também é um grande amigo.
Qual é a tua garoto? Você achou mesmo que ele iria te amar de outra forma além de como amigo? Aquilo acabou com a minha noite, tinha perdido a fome.
Eu – Ricardo, você pede uma pizza para comermos enquanto eu tomo um banho. (Tinha que disfarçar a minha decepção que devia estar estampada na minha cara)
Nem o deixei responder e corri para o banheiro. Liguei o chuveiro, sentei em um canto segurando os joelhos com os braços. O choro vinha descontroladamente, fiquei ali um tempo sofrendo em silêncio. De repente me veio à imagem do Pedro na cabeça, corri no meu quarto pegar meu celular. Sentia uma vontade enorme de falar com ele, de ouvir sua voz que me trazia muita tranquilidade.
Pedro - Alô!
Fiquei em silêncio, as palavras não saiam da minha boca.
Pedro – Luca é você?
Eu – Aham!
Pedro – O que houve? Porque você está chorando?
Eu – Pedro...eu não aguento mais, parece que estão apertando meu coração.
Pedro – Oh meu amigo é o amor que está fazendo isto.
Eu – Me ajuda, faz ele parar.
Pedro – Infelizmente eu não posso. Faz o seguinte, vem pra cá.
Eu – O que?
Pedro – Isso, vem pra cá que a gente conversa melhor.
Eu – Tá, daqui um pouco eu chego aí. Beijo!
Pedro – Estou te esperando. Beijo!
Tentei me refazer do acontecido, tomei um banho rápido e me vesti. Tinha que inventar uma desculpa para sair sem que o Ricardo ficasse fazendo muitas perguntas. Fui em direção a sala e ele estava sentado no sofá, agora com a cara mais feliz. Fiquei olhando para ele e admirando sua beleza.
Ricardo – Você tá aí! Já pedi a pizza para nós.
Eu – Ricardo vou ter que sair. Uma amiga sofreu um acidente e eu preciso ver como ela está. (Não consegui pensar em outra coisa)
Ricardo – Nossa...ela está bem?
Eu – Não sei!
Ricardo – Espera um pouco que eu vou com você.
Eu – Não precisa, me disseram que já está cheio de gente lá.
Ricardo – Tá bom, mas vai com o meu carro.
Eu – Não, você pode precisar. Eu pego um táxi aqui na frente.
Ricardo – Por favor...vai de carro, assim eu fico menos preocupado com você.
Eu – Tá bom, qualquer coisa eu te ligo.
Ricardo – Me liga mesmo.
Saí correndo, precisava encontrar com o Pedro, só ele poderia me ajudar. Cheguei em poucos minutos em sua casa, apertei o interfone.
Pedro – Quem é?
Eu só consegui chorar.
Pedro – Luca é você?
Eu – Sim!
Entrei correndo. Quando ele abriu a porta eu o abracei com tanta força que quase caímos. Fiquei abraçado com ele durante um tempo. Como ele me trazia conforto.
Pedro – Entra, me conta o que está acontecendo pra você estar deste jeito.
Sentamos no sofá, ele sempre segurando minha mão. Contei o que tinha acontecido mais cedo em meio ao choro e soluços. Ele me abraçou novamente, agora como se estivesse me protegendo de algo.
Pedro – Oh meu querido, chora, chora mesmo, assim você alivia um pouco esta dor.
Deitei em seu peito e fiquei ali até o choro passar.
Eu – Pedro, por que a gente não pode escolher por quem se apaixonar?
Pedro – É...infelizmente não mandamos no coração. Ele é um serzinho sem noção que só nos faz sofrer, as vezes ele acerta, mas na maioria ele erra e erra feio.
Olhei para ele, estava com um olhar pensativo. Pedro era um homem lindo, aquele que todos param para olhar, mas sua beleza interior era mil vezes maior que a beleza estética.
Eu – Queria tanto ter me apaixonado por você, você é perfeito.
Pedro – Não sou perfeito, erro muito, mas procuro aprender com os meus erros. E tem outra, já estamos apaixonados um pelo outro, só que uma paixão diferente.
Olhei com uma cara de interrogação para ele.
Pedro – A amizade que nasceu entre nós em tão pouco tempo também é um tipo de paixão. Cara, você me faz um bem tão grande. Sinto-me mais feliz quando estamos juntos.
Eu – Também me sinto assim, você me traz tanta paz. Tem um lado bom de tudo isso que estou passando.
Pedro – Qual?
Eu – Seu eu não tivesse saído na sexta para afogar as mágoas não teria te conhecido. Você foi a melhor coisa que me aconteceu nos últimos dias.
Ele me abraçou mais forte ainda.
Pedro – Você também foi a melhor coisa que me aconteceu ultimamente. (Falou com um sorriso no rosto seguido de um suspiro profundo)
Ficamos ali no sofá abraçados até adormecermos. Na manhã seguinte acordei e percebi que estava na sua cama, ele estava me abraçado por trás. Me senti tão protegido ali.
Pedro – Bom dia! (Disse me abraçando mais forte e dando um beijo no meu pescoço)
Eu – Bom dia, você me trouxe pra cá?
Pedro – Aham, estávamos de mau jeito no sofá. Não queria te acordar, então te trouxe no colo.
Eu – Nossa você é forte hein!
Pedro – Você é levinho.
Eu – Ai que bom que você acha por que eu me sinto uma bola.
Caímos na risada. Fomos para cozinha tomar café.
Pedro – Você está melhor?
Eu – Um pouco.
Pedro – Amor, tenta esquece-lo. Ontem você teve a prova que dele terá somente amizade.
Eu – Eu sei. Amo ele demais para querer excluí-lo da minha vida, mas vou tentar sufocar este amor e ver no que dá.
Pedro segurou a minha mão e disse:
Pedro – Eu vou estar sempre aqui pra te ajudar. Te amo!
Eu – Também te amo!
Quem olhasse para mim e o Pedro pensaria que fossemos um casal, começamos a nos tratar como “amor”, dávamos um beijo na boca quando nos despedíamos, nos abraçávamos bastante. Não tinha malícia nenhuma entre nós, era o verdadeiro amor entre amigos.
Eu – Acho que vou.
Pedro – Fica aqui hoje, vamos passar o domingo juntos.
Eu – Não sei, ontem inventei uma mentira enorme para o Ricardo antes de sair. E tem outra eu estou com o seu carro, ele insistiu tanto que acabei pegando.
Pedro – Faz o seguinte, você vai até sua casa, deixa o carro e troca de roupa, eu vou atrás te seguindo com o meu, depois eu te pego e saímos. Pode ser?
Pensei na proposta. Na verdade não estava muito a fim de ficar perto do Ricardo, precisava me distrair.
Eu – Está bem, vamos!
Saímos. Quando cheguei em casa o Ricardo ainda estava dormindo, procurei não fazer barulho. Deixei um bilhete dizendo que tive que voltar para o hospital e o seu carro estava na garagem. Desci e o Pedro estava me esperando na frente do meu prédio.
Pedro – E aí ele fez muitas perguntas?
Eu – Não...ele ainda estava dormindo, deixei um bilhete.
Pedro – Melhor, assim você evita conflitos.
Eu – É verdade. Então, onde vamos?
Pedro – Que tal pegarmos um cinema?
Eu – Ótimo!
Seguimos para o shopping. O Pedro segurava minha mão como se fosse meu namorado, estava adorando isso. Assistimos a um filme de comédia por que de drama já basta o que estou vivendo. Em seguida fomos lanchar, quando estávamos comendo escuto uma voz atrás de mim.
Voz – Então Pedro...é com esse aí que você anda trepandoAmigos, mais uma parte para vocês. Ainda vai acontecer muita coisa nesta história, espero que gostem. Bjos e abçs para todos:)