O Sol Vai Nascer Amanhã de Novo... FIM DA TEMPORADA

Um conto erótico de CALLEU
Categoria: Homossexual
Contém 1997 palavras
Data: 11/09/2012 23:59:52
Assuntos: Homossexual, Gay

O que vale a pena, nunca se consegue fácil.

Passaram-se quinze dias, quinze dias em que nós poderíamos ter tomado café juntos, quinze dias em que eu estaria sorrindo, quinze dias em que ele me olharia fixamente e me faria tremer, sim quinze dias em que minha estadia no hospital é continua a espera de alguma alteração do estado do Lucas. Muitos familiares apareceram no hospital até perdi a conta estava entretido com um copo de café do qual nem ao menos tomei um gole se quer fiquei prestando atenção na circunferência do copo e passei meu dedo mindinho pela tampa, o café estava gelado e aquilo não me importava, o café refletia a minha imagem no momento eu estava congelado, um mecanismo emocional que eu criei com o tempo, eu não desabei, não chorei somente entrei em coma como o Lucas eu estava inerte do mundo a minha volta nenhuma ação contra mim rendia uma reação eu estava em um estado de espirito mutuo e congelado como o café que pela quinquagésima vez iria para o lixo intocado.

Era uma manhã de quarta-feira e eu estava a caminho do hospital, essa nova rotina se firmava contra minha vontade, eu ia para casa fazia o que era para ser feito e retornava para o hospital, os únicos que se mantinham firmes eram os pais dele e eu, mas em certo ponto até mesmo seus pais se cansaram da atmosfera, eu estava no mesmo estado de espirito de sempre esperançoso e de prontidão no hospital, estava um caco literalmente, não dormia direito desde o dia que ele foi internado não me alimentava direito, não conseguia associar as coisas ao menos coisas simples me exigiam um certo tempo e tato, eu estava definhando emocionalmente a barreira emocional exigia muito de mim.

Neste mesmo dia as coisas tomaram um rumo diferente eu acordei de um breve cochilo num tipo de espreguiçadeira e olhei para a cama onde Lucas estava adormecido e suspirei como fiz todos os dias, meus olhos se perderam na sala e comecei a olhar os padrões de cores para não ser tomado pelo desespero mais uma vez, nesta hora o monitor deu sinal de atividade, rapidamente olhei para cama e nada tinha mudado, eu realmente precisava de descanso meu celebro estava começando a me enganar, mas foi quando um som baixo me chamou atenção. Lucas disse baixo “água” então eu levantei rápido de mais e tudo escureceu.

De acordo com o medico que me atendeu eu estava com inanição e desidratação, o que já era de se imaginar depois do meu drama adolescente, mas Lucas havia acordado e eu tinha certeza disso, um pequeno empasse eu estava muito fraco e sentia um repuxar no braço esquerdo, era uma intravenosa provavelmente eu estava recebendo nutrientes assim. Foram cerca de vinte e cinco minutos em um dialogo que consegui ser liberado e fui para o quarto do Lucas, lá já estava à mãe e seu pai eu entrei cambaleando e ele estava acordado finalmente, eu não sabia como me portar direito ele não me olhou, aproposito ele não olhou para ninguém, acho que já tinha recebido a noticia do médico, afinal quantas horas eu fiquei apagado? Cerca de algum tempo depois as conversas monossilábicas se dissiparam e sua mãe nós deixou a sós, ela entendia que precisávamos de um tempo, só não sei como ela captou isso. Eu fiquei ali o olhando por cinco minutos, ele não me encarava apenas olhava pela janela com a face calma e pensativa.

- Eu... – eu tentei começar a falar, mas tudo o que eu tinha ensaiado tinha sido em vão todas as promessas e emoção que você vê nos filmes, isso não aconteceu, apenas silencio – Desculpa – resolvi começar pelo ponto certo, eu era o culpado.

- Aí ficar quinze dias no hospital dá fome – ele disse serio.

- Eu devia... Eu... Eu não sei o que fazer... Eu não... Droga – eu não conseguia me expressar.

- Você ainda tem problemas pra se expressar Macaco –ele disse enfim olhando nos meus olhos nessa hora a barreira que eu levantei para superar aquilo já tinha desmoronado eu simplesmente me encolhi e comecei a chorar histericamente, tinha guardado muita coisa, isso o assustou.

- Um Marmanjo desse chorando – ele dizia chorando também – seu idiota para com isso eu ainda estou vivo – ele disse pondo a mão no meu joelho – essa doença... Eu não sei o que é queria ser forte perto de você, de todo mundo mais eu não consigo, eu não sei se... Bem eu estou assustado Macaco... E se eu... E se isso acabar comigo se me fizer te esquecer?

- Para caralho! – eu gritei e milagrosamente ninguém veio nos interromper – você é forte cara seu mané para de falar isso... Seu otário filho da mãe se você se entregar pra essa merda eu acabo com você com minhas próprias mãos moro?

- Porra macaco por que eu cara que merda eu fiz o que pra isso meu – ele começou a chorar e eu sentei ao seu lado na cama do hospital estava desesperado porque me sentia tão perdido quanto ele, Lucas estava ao meu lado na cama me olhando fixamente e vendo meus olhos inchados e com olheiras rochas em volta dos olhos.

- Macaco... – e assim ele ficou lá me olhando com o olhar firme, e ficamos o resto do dia assim se olhando o máximo possível, eu estava sem reação e ele estava conectado comigo.

Mais uma semana de observações e baterias de exames e o medico o orientou a tomar o remédio sempre e que ele não poderia praticar esportes. Já em casa ele não teve a privacidade que queria, e a família do pai dele não entendia muito bem o Lucas, fizeram uma festa surpresa pra ele na qual ele disse apenas um básico obrigado e subiu para o quarto e passou horas quieto.

Esta realmente difícil à adaptação do Lucas aos remédios ele começou bem, mas então os efeitos colaterais foram ficando mais fortes outrora ele estava de bom humor e simplesmente do nada triste de novo, fica olhando pela janela por horas e teve alguns desmaios, eu estava a flor da pele tudo era estressante para nós e a doença só piorava, ele precisaria de um transplante se a situação se agravasse, uma cirurgia delicada e que recebeu uma margem de 47% de sucesso pelo fato da doença estar em um estagio grave e isso era muito arriscado.

As semanas foram se passando e Lucas estava passando tempos longos fora de nosso alcance se encontrando com assessores da empresa e com contadores e indo nos bancos estava se movimentando bem, isso me deixou feliz achei que ele estava se recuperando e voltando ao trabalho isso me deu mais força de vontade para tocar a minha vida também, isso ajudou bastante eu voltei para o curso e para o estagio, mas em casa nos encontrávamos pouco e as conversas não eram as mesmas eu estava começando a ficar chateado.

Pouco mais de seis meses depois da descoberta da doença do Lucas uma das baterias de exame mais recentes tinha mostrado uma queda drástica no rendimento da medicação aparentemente o remédio não surtia mais efeito e o coração estava pressionado e a cirurgia deveria ser marcada, naquele dia eu estava em casa sozinho e a ligação chegou esperei Lucas chegar para leva-lo para o hospital ele estranhou me ver sentado no sofá eu não perdi tempo ele tinha que ser levado o mais rápido possível.

- Lucas... – eu estava calmo, porem histérico e minhas palavras saíram urgentes – o hospital ligou... Está na hora.

- Apareceu um doador? – ele me disse com os olhos marejados.

- Sim, querem você lá pra prepara-lo para cirurg.- eu não conseguia terminar fiquei mudo e meus olhos lacrimejavam ele percebeu e foi correndo pra mim com uma cara de preocupação.

- Calma, olha macaco eu vou ficar bem depois disso, vou ter um coração novo poxa vou ficar bem de vez e você nunca mais vai precisar ficar chorando assim seu marmanjo! – ele segurava o choro e veio pra perto de mim para um beijo desta vez eu não recusei me entreguei por inteiro ao beijo que começou sutil e se intensificou com o tempo e a os movimentos, estava com saudades dele do seu corpo eu desejava ele ao máximo a sensação de perde-lo se esvaia e me tentava a querer mais dele e assim os movimentos aumentaram sua respiração se acelerou e ele caiu sobre mim ofegando e suprimindo um grito abafado.

-Vamos pro hospital agora! – eu disse urgente.

No hospital na ala de cirurgias levaram Lucas para ser preparado para o transplante, a família toda e os amigos mais próximos estavam lá. Como sempre ninguém te passa merda nenhuma de informação quando você está passando por uma tensão dessas apenas te deixam na expectativa.

Mais de quatro horas depois o medico aparece para dar a noticia que a cirurgia tinha acabado e que tinha que esperar para ver se tudo iria correr bem, no mais após isso só existiram termos técnicos dos qual eu não saberia narrar.

Quatorze horas depois vejo uma movimentação, já era de madrugada e o céu lá fora parecia assustador, a movimentação continuou e eu comecei a me assustar, varias pessoas adentraram na sala e falavam alto e alguns minutos depois a estardalhaço parou e isso me perturbou mais ainda, não só eu como toda a família, nessa hora dona Luciana me olhou com um desespero tangível e me abraçou, eu correspondi, estávamos na mesma situação.

Os minutos se passavam e nenhuma noticia, eu estava encostado em uma marquise e a mãe e o pai dele estavam sentados a minha frente num sofá quando o médico apareceu com o semblante calmo.

- Luciana Carla Caleb – disse em voz alta e eu a segui e logo atrás de nós todos esperavam uma boa noticia, todos esperavam que o médico dissesse que ele estava arrumando confusão ou brincando com a comida ou zoando com as enfermeiras ou simplesmente estivesse manhoso, mas que ele estivesse bem, mas como a natureza segue seu rumo certas coisas não podem ser mudadas nem sempre contos de fada se tornam realidade.

- A senhora é mãe de Lucas Caleb?

Luciana começava a chorar e fez que sim com a cabeça.

- Sinto muito, o transplante foi um sucesso, mas o corpo do seu filho estava muito debilitado por conta do estagio da doença, o coração não se adaptou e faltou oxigenação do sangue no corpo e ele teve múltipla falência de órgãos depois de um enfarte, eu sinto muito, fizemos o possível.

O Sol VAI NASCER AMNHÃ DE NOVO NIVEL ONZE ...

Desculpa pessoal pela demora vocês devem ter entendido postei hoje especialmente porque faz um ano da morte do nosso amigo Lucas hoje, fui a missa hoje e foi uma coisa muito forte mesmo por isso achei especial postar hoje, isso aconteceu gente mesmo por isso não estava mais postando os contos o Marcos não colaborou em nada com esse simplesmente ele sumiu depois da missa esse eu escrevi por conta própria por isso parece meio fora de foco, mas a historia não acaba ai esse é só o fim da temporada e de uma historia de amor que nem se quer começou é horrível isso eles se conheceram esse conto serve até como terapia pro Marcos ele ainda não superou nada ainda, já fazia meses que ele não saia de casa e não se socializava eu conheci ele pelo Juninho e consegui fazer amizade no máximo possível, mas o cara sofre muito e tá com transtorno psicológico e trauma a morte do Lucas foi um choque pra ele e muito recente quer dizer tudo foi recente, por isso quero que deem tempo a ele tá e no próximo conto você vão saber come ele tá colocando a bola pra frente aos poucos...

OBRIGADO!

CALLEB

“Meu amigo Lucas um ano de saudades um ano sem graça

Te amo muito meu amigo

Que você esteja ai com deus”

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Comentários

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Só posso dizer que agora eu chorei.

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seus contos sempre deixaram-me triste, acho q jah imaginava um final deste tipo. 11 d setembro, engraçado q eh o msm dia do atentado. meus pesames ao marcos e, como no conto, o sol "um dia" vai nascer d novo p ele.

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