• 2 – Novas pessoas
A vida é cheia de surpresas, não é mesmo? Pois bem. Era engraçado o fato, as causas e as maneiras como as coisas vieram acontecendo comigo nesses últimos tempos.
...
Acordei, ainda na madrugada, ao lado de meu homem; sua respiração era pesada. Tão pesada quanto seu sono. Ainda estava acostumado com a minha rotina de antigamente: Acordar-me cedo para ir caminhar, depois tomar café da manhã, logo após, ir à escola...
Aproveitei que ainda estava acostumado com minha antiga rotina e fui preparar a salada de frutas, o café, o suco, e o croissant. Terminei tudo por volta das 05h30min.
José não havia levado roupa na noite anterior. Logo, teria que voltar para a sua casa antes que se atrasasse. Decidi, por fim, chama-lo. Direcionei-me ao meu quarto e meu Grandão ainda dormia. Sentei-me ao seu lado, abaixei meu rosto e pus-me a beija-lo; beijei sua testa, boca, pescoço, peito... Parei dando selinhos em sua boca. Enfim, José abrira o olho e, junto com o olho, abrira um sorriso... Um sorriso muito lindo.
– Acorda meu Grandão! – Eu falava suspirando perto de sua orelha. – Você ainda tem que voltar para a sua casa.
– Não Baixinho! Eu quero ficar aqui com você hoje. Por favor! Eu quero aproveitar cada momento como se fosse o último.
– José?! Eu não quero perder o primeiro dia de aula em Agosto, por favor!
– Eu vou sentir tantas saudades suas, Baixinho. – Eu não entendera onde ele queria chegar. Cogitei a possibilidade de ele querer me largar.
– O que você está falando José? Você vai me deixar? É isso?
– Você me ama?
– Claro que Eu te amo. Eu te amo muito. Mas Eu quero entender o por quê dessas perguntas!
– Você vai entender, mas Eu vou dizendo logo que Eu nunca irei te deixar. Nunca. Nem que você me peça.
Senti-me um pouco aliviado com aquelas palavras, mas alguma coisa martelava na minha cabeça. Eu queria saber o real motivo de ele estar falando daquele jeito comigo. Havia algo por trás de suas palavras. Não. José não estava mentindo. Ele estava omitindo os fatos. Fatos esses que Eu desconhecia.
– Queres que Eu traga nosso café na cama?
– Não baixinho. Não precisa. Eu vou descer com você.
José pegou-me pelo colo e Eu agarrei-me em sua cintura, já sentindo seu monstro rígido sob a bermuda que ele vestira na noite passada e que agora repetia. Fomos aos beijos até a cozinha. Pus o café em nossas xícaras e servi as torradas com o queijo. José comia como um monstro.
– Amor?! Para ao menos para respirar!
– É que você me deixa com muita fome, Baixinho. Tu não sabes o quanto Eu fico cansado depois de uma noite de amor. Além do mais, Eu sou enorme. Eu preciso repor tudo o que perco. Eu não mereço? – Ele perguntou-me fazendo biquinho.
– Claro meu amor. Você merece tudo. – Acabei cedendo um beijo naquela boca.
Terminamos o café e José foi para a sua casa.
Voltei para o meu quarto e comecei a arrumar toda a bagunça que nós havíamos deixado. Troquei os lençóis e os forros dos travesseiros. Pus tudo o que havia pegado no quarto para lavar. Peguei os presentes de José e guardei-os.
06h30min... Comecei então a arrumar-me; banhei-me, vesti-me e arrumei meu material escolar. Às 07h15min papai já estava na sala me esperando.
– Bom dia! – Falei todo contente ao ver meu pai próximo a minha mãe. Nada havia mudado. Ufa!
– Bom dia meu filho! – Os dois saudaram-me com um sorriso no rosto.
– Papai?! Vamos?!
– Sim meu filho. Deixe-me pegar a carteira!
Papai foi pegar a carteira, provavelmente em seu quarto. Despedi-me de minha mãe e dirigi-me ao portão principal da casa. Entrei no carro e Eu e papai fomos conversando sobre várias coisas das férias, não tudo, não houve tempo para relatar tantos acontecimentos.
Desci no portão da escola e entrei. Era estranha a sensação que sentia. Há alguns meses atrás Eu entrara pelo mesmo portão sentido certo desconforto, agora, Eu sentia tudo diferente. Eu realmente queria estar naquele lugar, realmente pertencia àquele lugar. Entrei na escola avistando várias pessoas que Eu já havia conhecido desde o começo do ano e avistando pessoas novas também.
– Você não sabe o que aconteceu nessas férias. – Sofia falara aquilo pulando de alegria e vindo ao meu encontro.
– Claro que Eu sei... – Contei, ou ao menos tentei contar, tudo o que ocorrera comigo e com o José.
– Não estou falando disso, senhor ridículo. Estou falando sobre mim e... Plinio.
– O que está acontecendo? – Falei já prevendo a resposta.
– Nós estamos namorando. Não é legal?!
– Não sei. Não namorei o Plinio. Você deveria saber.
– Nossa! Que “humor ácido”. Aprendeu isso no Hotel cinco estrelas que você frequentou?
– Amiga... Desculpas. Eu só queria fazer piada. Eu estou feliz por você. Mesmo você sendo rodada e o Plinio...
– Eu prometo me comportar. Para de ser chato e esfregar essas coisas na minha cara. Passado remoto a gente deixa no passado. Por favor!
– Com licença?! Walmir?
Olhei para trás e vi um garoto... Céus!!! Quem não nos conhecesse diria que somos irmãos gêmeos de cores diferentes. Ele tinha quase meu corpo, porém da pele branca, olhos castanhos e cabelos loiros.
– Eu te conheço? Ou deveria conhecer?
– Eu sou seu maior fã. –Ele falara e veio me abraçar. Retribui por ser cortês. – Mudei-me para essa escola só para te conhecer. Eu sei tudo sobre você. Desde que Eu te vi dançar que me apaixonei pelo seu jeito. Nós somos tão iguais. Só mudam duas coisas...
– Primeiro: Posso saber seu nome? Segundo: O que nos diferencia?
– Nossa! Desculpe-me! Meu nome é Acácio o que temos de diferente é que Eu sou “uma vadia” e você não. Você é caseiro e romântico. Eu sou bolsista e você é rico.
Nessa hora fora inevitável a risada da Sofia.
– Perdoe-me Acácio! Essa é...
– Sofia. Eu conheço. Eu não disse? Sei tudo sobre você. E... Ah! Não se assuste! Eu sou assim mesmo, mas posso te garantir que não sou louco.
– Okay! Estou indo para a sala.
– Vou com você. Somos da mesma sala, mas ainda não conheço a escola.
– Sofia? Vamos?!
– Vou esperar o Plinio.
Fomos em direção à sala e o Acácio me fazia várias perguntas. O Garoto queria saber tudo de mim. Desde minha aceitação até a minha primeira vez. Eu evitava dar alguns detalhes, mas Eu estava amando conversar com alguém que se parecia comigo. Além do mais, ele era meu fã. Acácio também me perguntou se poderia ser um animador de torcida, informei-o que ele deveria buscar essa informação com a Sofia já que ela era a líder e Eu não queria lhe dar falsas esperanças. Sentamo-nos em nossas cadeiras e começamos a conversar coisas cotidianas. A cada palavra Eu começava a me identificar com aquele garoto.
O sinal soou e José não havia chegado.
O dia passou e José não apareceu, nem de nada me avisara. Começara a ficar preocupado, o que não era pra tanto. Decidi, por fim, por a culpa no cansaço e não ficar tão preocupado.
...
Mas Eu não sabia o quanto a espera me machucaria.
Bom dia pessoal!
Desde já quero agradecer a todos os que estão acompanhando meu conto e quero pedir desculpas, pois sei que a Casa não é um lugar para desabafo.
Ontem Walmir e Eu brigados por causa da postagem do capítulo 1. Até agora ele está sem falar comigo, e Eu não estou suportando ficar longe do meu Baixinho. Eu já tentei de tudo, mas, infelizmente, não deu.
Walmir, Eu sei que você vai procurar essa postagem minha, então... Se estiver olhando isso quero que saiba que minha intenção nunca vou te magoar.
Eu te amo, meu Baixinho. Me perdoa?! Perdoa o seu Grandão, vai?!