Turma, mais uma parte aí. E é bom saber que vocês gostam do Victor tanto quanto eu rsrsrs Obrigado e boa leitura...
- É melhor eu ir me preparando. Logo vai acontecer de novo, como aconteceu com o Daniel.
É, eu peguei pesado. Ele se levantou me olhando sério:
- É sério que você tá me comparando com esse cara? Sabe o que eu acho? Você é obcecado por ele.
Eu só abaixei minha cabeça e continuei com meu choro baixo. Eu tinha o dom de estragar tudo. Mas Victor se aproximou de mim, de forma bem carinhosa:
- Eu amo você, mas essa insegurança e essa sua ligação com o Daniel tá passando dos limites amor.
- Realmente Victor, eu acho que eu tenho te feito mais mal do que bem.
- De forma alguma. Só de estar perto de você eu fico bem, mesmo levando umas patadas de vez em quando.
Rimos juntos e ele continuou:
- De onde vem tanta dificuldade em entender que eu quero você, hein?
- Victor, olha pra mim, olha mesmo. Eu não sou sarado como você, não sou bonito como você. Meu humor é meio ácido, nada engraçado como você, nem simpático como você eu sou e eu tenho que entender isso.
- A única coisa que você tem que entender é que eu te amo. Você me faz bem demais, mesmo não sendo sarado, mesmo não sendo tão engraçado. Mas você é perfeito pra mim. Eu preciso de você. Mas eu te quero bem, com a certeza que vai ser bom pra você também.
Era isso que eu precisava ouvir. Em seguida ele me beijos e ficamos assim por um bom tempo. Era a hora de parar. Agora sim, eu tinha a prova que eu queria. Não ia perder esse cara, não mesmo.
Ficamos nos curtindo e fizemos amor mais uma vez até chegarmos no meu apartamento. Os móveis novos chegariam no outro dia então só passei pra pegar algumas coisas e fui ficar com o Victor na casa dele. Aproveitaria o final de semana com ele. Cheguei lá e ele estava fazendo o almoço, além de tudo era prendado, pra casar.
Conversamos sobre tudo, como ele sabia falar bem , era fácil. Até chegar num assunto chato pra ele:
- E seus pais, quando vou conhecer?
Ele titubeou. Parou de cozinhar e me olhou sério.
- Você não vai conhecê-los.
Por um momento achei que ele não me quisesse perto da família dele, mas decidi esperar para não ser precipitado.
- Eles morreram há dois anos.
- Nossa amor. Desculpa. Eu nem imaginava.
- Tudo bem. Mas da minha família mesmo só sobrou o Henrique e o resto do interior com quem eu não tenho contato. E a sua família?
- Então Victor, eu sou filho único. Meu pai é o dono da agência que eu trabalho, mas não nos damos muito bem. Conversamos só o básico. Mas a minha mãe eu faço questão que você conheça.
- Quando?
- Depois do almoço, topa?
- Claro.
Ele ficou muito feliz e eu também. Minha mãe é uma mulher muito sensata. Apesar de não ter entendido muito bem minha revelação na época, ela superou e meses depois até queria ouvir sobre meus casos, amores platônicos...
Almoçamos, ficamos de bobeira em casa por um tempo até Henrique chegar. Passou por nós e nem disse nada. Eu já sabia que o clima tava pesado entre os irmãos, mas estava pior do que eu imaginava.
Mas não era momento pra discutir sobre a vida de Henrique. Liguei para minha mãe e marcamos um jantar num restaurante.
Eu estava ansioso, mas o Victor estava mais.
- Que nervosismo é esse?
- Eu quero agradar a sogra né? Essa camisa tá boa?
- Tá linda amor. Você tá perfeito. Vamos logo senão a gente se atrasa.
Ele demorou mais uns cinco minutos e saímos. Íamos no meu carro, pois eu voltaria junto com ele. Entramos no carro e eu ia dando partida quando encontro um papel jogado no chão do carro escrito:
“É melhor abrir o jogo do que enganar quem ao menos se gosta. Você sabe que é difícil resistir, então não se iluda”
Li o bilhete em voz alta, já farto desse mistério dos bilhetes. Só acordei de fato quando Victor disse alterado:
- Posso saber que merda é essa?
CONTINUA...