Continuando...
Ricardo – Até amanhã...e cuidado ao atravessar a rua (ele ta zuando com a minha cara).
Olha o tipo do cara, ele acabou comigo que fiquei até sem vontade de ir pra aula. Arrumei minhas coisas e saí, passei na sala da Paula para dar tchau.
Eu – Oi Paula, estou indo passei para dar tchau.
Paula – Oi Luca, como foi seu primeiro dia?
Eu - Pior impossível. Esqueci de fazer uma reserva no restaurante. Ele me detonou!
Paula – Não fica assim, o primeiro dia sempre é difícil.
Eu – Não sei algo me diz que não vai ser só o primeiro dia. Bom, eu já vou senão acabo chegando atrasado na aula. Beijos até amanhã.
Paula – Beijo até amanhã.
Saí do prédio bem desanimado. Quando estava esperando para atravessar a rua o vi saindo da garagem. Ele passou por mim e olhou, mas com uma cara de indiferença. Isso acabou comigo, só de pensar que terei que conviver com ele todos os dias me tratando desse jeito já me deu uma vontade de chorar.
Eu choro com muita facilidade, não tenho vergonha de demonstrar meus sentimentos. Por um lado isso é ruim, pois passa uma imagem de fraqueza.
Quando chego na faculdade vou direto para a sala, meus amigos já estavam lá. Sou do tipo que conversa com todo mundo, sempre tratei as pessoas como iguais. Mas amigos mesmo tenho dois, a Sofia e o Pedro, eles são meu amigos irmãos. A Sofia é a pessoa mais doce que existe, tenho por ela um carinho muito especial. O Pedro, eu não consigo nem explicar tivemos uma ligação instantânea. Eles são meu porto seguro. Eles sabem da minha opção, mas nossa amizade passa por cima de qualquer preconceito.
Pedro – Eae Luca, como foi o primeiro dia no trabalho novo?
Eu – Nem me fale, foi horrível. Meu chefe é um idiota.
Sofia – Calma amigo, no primeiro dia é sempre assim.
Eu – Sei não!
Depois da aula fui direto pra casa. Cheguei exausto:(. Meus pais morreram em um acidente de carro quando era adolescente, então moro sozinho. Deitei na cama e acabei dormindo de roupa mesmo de tão cansado que estava. Acordei com o despertador apitando, esfreguei meus olhos e pensei – que droga tenho que trabalhar com aquele idiota. Me vesti e fui para o trabalho.
O tempo foi passando e os dias cada vez piores, nada que eu fazia estava bom para ele. Fora que ele me ligava o tempo todo depois do trabalho, tanto para pedir coisas do escritório como coisas pessoais. Eu estava de saco cheio de tudo!
Um belo dia estava quase na hora de ir embora quando chega uma moça muito bonita (o que tinha de bonita, tinha de arrogante).
Moça – O Ricardo está aí?
Eu – Sim, só um momento que vou avisar.
Ela nem esperou e entrou direto na sala, eu fui atrás.
Eu – Ei espera! Dr. Ricardo esta moça quer falar com você.
Ricardo – Pode deixar...agora sai (ele falou com muita grosseria).
Deixo os dois a sós, quando sento a Paula aparece. Ela viu minha cara e perguntou.
Paula – O que foi Luca, que cara é essa?
Eu – Entrou uma mulher muito arrogante na sala e ele foi super estúpido comigo.
Paula – Ah deve ser a Roberta, a namorada dele. Ele é uma vaca.
Eu – Deu pra perceber.
De repente ela sai e nem olha na nossa cara, quase derruba a Paula.
Paula – Olha o tipo, que vontade de descer o cassete nela.
Demos risada.
Depois do ocorrido a Paula volta para sua sala e eu fico organizando alguns arquivos. Quando chega a hora de ir embora, como de costume pergunto para o Ricardo se ele precisa de mais alguma coisa.
Eu – Dr. Ricardo estou indo, precisa de mais alguma coisa?
Vejo que a sala estava toda escura, de repente ele liga o abajur. Ricardo estava no sofá deitado com a gravata solta e um copo de uísque na mão.
Ricardo – Não! Só se você conseguir me fazer deixar de gostar daquela vadia.
Fiquei sem reação.
Eu – Infelizmente eu não consigo.
Ricardo – Então vai embora.
Fechei a porta depois dessa patada. Ele estava super chateado, mas nada justificava ter descontado em mimMeus queridos, está sendo ótimo escrever este conto e ver a reação de vcs. Acho que agora só volto a postar no feriado.
Bjos e abçs:)