Hoje pela manhã (no meu fuso horario) acidentalmente cliquei em publicar no capitulo 07 sem antes ter feito a revisão do texto. Após concluir a revisão e finalmente tentar publicar o texto fui surpreendido por uma mensagem da Casa dos Contos informando que não era possível publicar novamente o conto e me fornecendo um link para reativar o texto. Ao clicar no link uma nova mensagem de erro informando que a página não foi encontrada passou a ser exibida.
Ao longo do dia tentei de varias maneiras de contornar esse problema mas não tive sucesso.
Por esse motivo estou publicando essa nota. Logo abaixo adiciono o link para acesso ao PDF da historia, já que percebi que não conseguirei mais publica-la aqui no site. Os comentarios e as notas devem ser dadas aqui nesse post, o arquivo estou disponibilizando apenas devido a impossibilidade de postar no site.
Copiem e colem o endereço abaixo em seu navegador e o PDF deve se abrir automaticamente:
http://db.tt/wXv4VLmK
De qualquer maneira continuarei escrevendo um monte de texto que talvez não tenha nenhum sentido porque ainda por cima, ao tentar postar essa nota recebi uma nova mensagem informando que o conto deve ter um tamanho minimo e eu não atingi o tal minimo. Com tudo achei interessante toda essa burocracia. O site tem todo esse sistema, muito burro ao meu entender, porem não se preocupa em criar nenhum mecanismo para proteger os escritores dos babacas que dão notas baixas injustas ou que fazem comentarios maldosos e sem uso. Vai entender essa politica.
Então vou aproveitar o espaço e agradecer mais uma vez a força e o incentivo que todos vem me dando para continuar a escrever, e querem saber, vocês estão certos! Embora seja chato ter que lidar com esses babacas com suas criticas imbecis não compensa dar tanta importancia a eles. São mais de 1000 leituras por parte, acredito que se 1000 pessoas leem meus textos e apenas duas ou três fazem criticas idiotas não faz sentido eu me preocupar com elas. Continuarei apenas a deleta-las. Valeu mesmo a todos vocês que se preocuparam em me animar e me aconselharam tão bem.
Bem espero que gostem dessa parte e na próxima espero retornar ao metodo normal de publicação. De qualquer maneira peço desculpas por esse transtorno.
AbraçosATUALIZADO
Tentarei abaixo publicar o texto na integra seguindo a dica de Lord D. Tomara que de certo.
Parte 07
O espaço de tempo entre Tiago se revelar o sádico que ele era ate a chegada de Bruno deve ter durado cerca de uma hora e vinte minutos. Com certeza a pior hora e vinte minutos da minha vida. Ele me fez sentir completamente subjugado a vontade dele. Era uma sensação de medo, tensão, nervosismo e que se piorou após ele ter esmagado o aparelho de telefone sem fio, pois com isso entendi que se ele realmente quisesse poderia me fazer muito mal, pelo menos fisicamente. Eu me perguntava como poderia me defender de alguém tão superior a mim? Claro que me refiro no quesito fisico.
E o que piorava tudo era que agora pensava que Bruno não teria chances. Pois é, Tiago mexeu tanto com minha cabeça que eu não acreditava mais em Bruno conseguir parar ele. Eu já via tudo em minha mente. Bruno levaria a surra que Tiago estava prometendo e eu amedrontado apenas assistiria tudo encolhido no canto.
Todo esse pensamento e toda a situação que estava faziam com que eu não conseguisse conter as lagrimas que teimavam em escapar vez ou outra dos meus olhos. Eu ate aceitava apanhar dele, mesmo morrendo de medo, o que eu não queria era que machucasse Bruno do jeito que ele prometeu que faria. Ainda fiz uma última tentativa de tentar argumentar com ele enquanto ele pulava e socava o ar.
Eu me levantando do sofá: -Tiago por favor...
Ele se virou para mim e gritou de maneira tão alta e com um tom de voz tão grosso que literalmente senti a vibração da voz dele no meu corpo: -SENTA AI DESGRAÇA!
Eu me calei, abaixei minha cabeça e me sentei novamente no sofá. Ele agora estava transtornado, falava sozinho, dava tapas na própria cara, suava feito um bicho. Ele estava pronto para pegar o irmão de jeito. Por isso que quando o interfone tocou eu gelei por completo.
Tiago com um sorriso doentio: -Oba! Finalmente ele chegou!
Eu estava com tanto medo dele que não consegui fazer nenhum comentário. Ele tirou o interfone do gancho e ouvi ele dizer:
“-Sim, claro, estamos esperando por ele, agora diz pra ele entrar pela garagem, a porta dos fundos esta aberta.”
Agora preciso dar uma explicação da estrutura física do local.
O Village no qual estava morando na época ficava localizado no Bairro Stella Maris em Salvador. Hoje em dia um bairro de classe media, bem movimentado e bem estruturado. Mas na época não era bem assim, tratava-se de um um bairro de veraneio. Qual a maioria do ano as casas ficavam fechadas. Neste Village apenas eu e o pessoal da casa 08 morávamos ali. As outras 8 unidades ou os proprietários apareciam apenas nos fins de semana e feriados, ou quando os proprietários os alugavam nas ferias. Um Village é uma espécie de apartamento na horizontal, as casas são coladas umas as outras. Nesse, na parte da frente havia uma varanda, um gramado grande, com piscina e um parque infantil. Enquanto no fundo estavam as garagens. Nesse dia, os moradores da casa 08 não estavam em casa não sei por qual motivo, em resumo, estávamos no condomínio apenas eu, Tiago, o porteiro/zelador e agora Bruno.
Tiago, bateu o interfone com força no gancho e seguiu em direção a porta de acesso pelos fundos que ficava ao fim da área de serviço, que levava diretamente a garagem e nesse momento me enchi de coragem me levantei e fui ate a porta da cozinha da onde podia vê-lo em pé, com as mãos na cintura olhando pra porta. Ele me viu ali e olhou para mim com a cara fechada, cara de ódio que ele fazia e levou o dedo indicador ate a boca, fazendo o clássico sinal de silencio.
Eu não sei porque eu obedeci, eu deveria ter começado a gritar, a chamar por Bruno para avisar quem estava ali atras da porta, mas eu estava muito assustado, porra eu agora já tinha certeza que pela maneira dopada e descontrolada que Tiago estava que mesmo que Bruno soubesse que ele estava ali ele não teria chance e se eu falasse qualquer coisa ele ia acabar comigo e com Bruno, sei lá, eu estava realmente muito assustado.
Então finalmente a fechadura da porta se moveu e a porta abriu.
Eu ainda não via Bruno, ele estava por trás da porta aberta.
Ao se abrir totalmente a porta Tiago apenas falou: -Surpresa!
E de imediato disparou um soco na direção de Bruno e saiu pela porta. Eu corri para a porta e ao chegar nesta vi a seqüência de golpes que Tiago acertou no rosto e na barriga de Bruno o que fez que este caísse sentado no chão. Tiago o tentou chutar, mas ele rolou pelo chão e em um movimento rápido se pôs de pé.
Ao ver aquilo uma ponta de esperança voltou a se acender em mim. Bruno havia acabado de levar, que eu tenha visto, uns 5 ou 6 socos de Tiago e acabava de se por de pé. Uma única pancada daquela, antes dele se dopar, teria sido o suficiente pra me colocar pra dormir, mas Bruno resistia aos golpes.
Bruno em tom de ódio: -Contigo é assim né brother!? Sempre na covardia! Não é homem pra me encarar de frente nunca não é? Ou tem que ser de galera ou tem que ser na covardia!
Tiago ria ironicamente: -Tu é um merda mesmo, só sabe reclamar! Vou te dar muito motivo pra reclamar!
Tiago mais uma vez partiu para cima dele, Bruno se esquivou de dois dos socos e acertou um direto no rosto de Tiago. Até eu que nada entendia de luta e não gostava de violência preciso admitir, foi um soco bonito. Bem encaixado e muito forte. Tiago virou o rosto com a porrada e tentou se agarrar em algo com o braço em um ato reflexo, Bruno se aproveitou do braço naquela posição e o segurou e travou por baixo do próprio braço e disparou uma seqüência de vários socos na cara de Tiago, nem consegui contar quantos foram, mas foram vários e por fim soltou o braço dele.
Tiago ao receber o golpe deu dois passos para trás, virou a cabeça e cuspiu no chão e abriu aquele riso irônico: -Cara tu bate tal e qual moça.
Vi Bruno tanto quanto a mim não acreditar naquilo. Aquilo era golpe pra nocaute e o cara estava de pé! Tiago se aproveitando do momento de desarme dele encaixou um soco na cara de Bruno, o golpe foi tão violento que com o impacto ele perdeu o equilíbrio e se bateu contra o carro estacionado na garagem.
Tiago: -Viu como macho bate, seu otário? Só preciso de um!
Pegou a cabeça de Bruno por trás e deu com ela contra a porta do carro. Bruno caiu de joelho no chão, e em seguida o chute na cabeça derrubou ele de vez no chão.
Tiago se virou para mim que estava parado na porta assistindo a tudo: -O que foi que eu disse? Segundos! Esse já era, tá acabado. Agora vou aleijar!
Bruno estava atordoado pelos golpes. Tiago estava batendo com muita força, essa última seqüência tinha sido demais para ele, e quando ele tentava se levantar, Tiago agarrou seu braço direito, empurrou as costas dele com uma mão e enquanto com a outra torcia o braço de Bruno para trás. Ele havia acabado de dominar Bruno e agora fazia o movimento para quebrar os ossos do braço dele.
Eu vi aquilo e ali sim, não podia deixar ele fazer aquilo. Ele já tinha vencido, deveria bastar. Então mesmo assustado do jeito que estava não sei da onde alguma coragem surgiu, eu tinha que fazer alguma coisa, mas não sabia o que. Foi quando Bruno soltou um urro de dor e Tiago fez o comentário.
Tiago: -Isso, chora desgraça, eu vou arrancar essa porra desse braço, chora verme!
Foi a gota d'água, me virei e vi a vassoura no canto, parti pra cima de Tiago gritando: -SOLTA ELE!
E dei com a vassoura nas costas dele. Ele não se mexeu, apenas virou a cabeça e me olhava com ódio: -Eu vou arrancar essa porra e usar ele pra quebrar sua cara!
Mesmo morrendo de medo respondi a Tiago em tom serio: -Solte ele AGORA!
Ele continuou me olhando com ódio.
Eu gritando: -SOLTA ELE PORRA! VOCÊ NÃO TA ME OUVINDO? TA SURDO?
E comecei a dar nas costas dele com o cabo da vassoura, dei várias vezes nas costas dele e em nenhum momento ele se mexia apenas apertava mais o braço de Bruno ate que o porteiro apareceu e ao vê-lo gritei: -LIGA PRA POLICIA AGORA!
Tiago então tirou a mão que travava as costas de Bruno e deu uma cotovelada na nuca dele o que fez cair apagado no chão. Então ele soltou o braço e veio marchando em minha direção. Eu andei para trás ate bater com as costas na parede, ele levantou o braço direito, fechou o punho e disparou o soco, eu só fechei os olhos e pensei: “-Meu Deus que eu sobreviva a isso para tentar ajudar Bruno!”
Mas para minha surpresa o soco dele não acertou a mim e sim a parede atras de mim, mas acertou com tanta violência que senti a vibração da parede. Ao abrir os olhos ele estava com o rosto a centímetros do meu e gritou com tanta raiva que senti a saliva dele acertar meu rosto.
Tiago: -POLICIA!!!???? VIADO, EM BRIGA DE MACHO NÃO SE METE POlICIA!!!
Se virou para o porteiro em pé a alguns metros de nos e continuou gritando: -SE TU CHAMAR A POLICIA EU ACABO COM ELE, O BABACA QUE TA NO CHÃO E DEPOIS CONTIGO E AINDA SAIO ANTES DA POLICIA CHEGAR!.
Vi o porteiro sem saber o que fazer quando eu gritei: -ESQUECE A POLICIA ZE, SAI DAQUI, DEIXA QUE RESOLVO ISSO!
Tiago ainda estava naquela posição, respirava pesado eu sentia o ar que saia das narinas dele bater em meu rosto.
Eu era a encarnação do medo, mas ver Bruno naquela situação me dava coragem para não recuar: -Tiago você já venceu, já deu, acabou, não era isso que você queria? Mostrar que era melhor, ok, você já conseguiu. Agora chega.
Tiago ainda com ódio: -EU DIGO QUANDO CHEGA! E EU VOU ALEIJAR ESSE OTÁRIO, EU QUERO ALEIJAR ELE!
Eu não sei de onde tirei tanta coragem mas já estava embalado: Não! Não vai. E quer saber? Se você voltar a encostar nele que se dane! Nem que eu e ele morra aqui hoje por causa do que vou dizer, mas eu não fico mais com você, eu não te dou mais um centavo! Você se fode, se da mal e perde, entendeu ou quer que eu desenhe?
Toquei na ferida. Achei o ponto fraco dele nesse momento. Ele ficou calado naquela posição, respirando pesado, eu vi a veia da testa dele pular de raiva, vi os músculos dele incharem ainda mais.
Tiago serio mas agora em tom baixo: -Você não pode tá falando serio.
Eu agora me impondo um tom de voz grave: -Eu cansei disso! Agora você escolhe meu rei, vai parar ou quer ficar a zero de novo?
E ficamos mudos, ele ali, com a cara quase colada na minha, respirando pesado, fulo de raiva e eu encarando ele, aos poucos o medo que eu sentia dele foi ficando de lado, senti que eu o tinha colocado no lugar de alguma maneira. Ele percebeu que eu estava realmente disposto a levar a minha ameaça a serio, mas ele não saia daquela posição. Ele esta tão próximo a mim que eu sentia as gotas do seu suor pinga e bater em minha camisa. Quando finalmente ele voltou a falar.
Tiago: -Se eu deixar esse otário sair daqui andando como vai ser?
Eu: -Primeiro saia de cima de mim.
Ele socou novamente a parede e falou em tom de ódio: -Responde porra!
Eu não sei como, nem de onde veio, nem o porque, mas de repente comecei a me sentir no comando, e o medo dele começou a se transformar em raiva pela situação que ele criou e de uma maneira totalmente involuntária, por causa da raiva que sentia dele naquele momento, do nada, dei um soco na barriga dele. Ok, idiotice minha, pois o cara nem se mexeu, ele olhou para baixo no lugar onde acertei o soco e voltou a olhar para mim com uma cara de quem não acreditava no que aconteceu.
Tiago: -Que porra você tá fazendo?
Eu encarei ele de volta: -Sai de cima de mim! AGORA!
Ele continuou por mais alguns segundo, eu sentia a raiva dele emanando pela pele dele, ate que se afastou e começou a andar de um lado para o outro na garagem batendo com a mão na cabeça, como se tentasse o fazer o cérebro funcionar no tranco. Eu corri em direção a Bruno que estava caído no chão. Não sabia o que fazer, dizem que mexer é pior, então me abaixei e comecei a chamar o nome dele. Na terceira vez ele abriu os olhos e levantou a cabeça. Estava claramente desorientado, olhou para os lados e se virou e em seguida se sentou.
Eu: -Você esta bem?
Bruno sacudiu um pouco a cabeça e passou a mão na nuca: -Tô.
Havia sangue escorrendo pelo rosto dele que pela pancada da testa contra a porta do carro, acabou por abrir o seu supercilio, e em um ato de tentar estancar tirei minha camisa, limpei o rosto dele e pressionei sobre o sangramento.
Bruno parecia aos pouco voltar a si e lembrar o que estava acontecendo, tomou a camisa da minha mão e olhou para mim.
Bruno em tom preocupado: -Você tá bem?
Eu: -Tô sim, não se preocupa.
Nesse momento ele correu o olho por mim e viu as marcas dos dedos dele no meu pescoço.
Bruno em tom assustado: -Ele te bateu?
Eu tomando a camisa da mão dele e voltando a apertar a testa dele: -Bruno, relaxa, acabou, você consegue levantar?
Bruno mais uma vez arrancou a camisa da minha mão e em tom serio: -Esse filho da puta relou a mão em você!?
Tiago dessa vez ouviu o que Bruno disse e em um ato de provocação idiota se aproximou por trás de nos e falou: -Relei sim meu irmão, e dai? E não só relei, meti a porra na barriga dele e o viado ate desmaiou e dai? Isso é problema meu e dele! Não se meta!
Bruno ao ouvir a voz dele, se pôs imediatamente de pé, me puxando junto com ele e em seguida me puxando para trás dele e se colocando entre eu e Tiago, era obvio que a intenção dele era me proteger.
Bruno em um tom de raiva: -Tu relou no Matheus seu filha da puta desgraçado!?
Tiago em tom de provocação: -Relei, bati, pode dizer ate que espanquei, bastou um pra derrubar ele.
É incrível como é visível nesses caras com baixo percentual de gordura e que são sarados a alteração que acontece quando eles se inflamam. Não sei quais os hormônios que são liberados, não seio que acontece dentro do organismo mas como eu estava por trás de Bruno e ele usava uma regata e vi claramente o trapézio dele se deformando, inchando. Ao saber que Tiago tinha me batido ele se encheu de ódio.
Bruno quase grunhindo porém falando pausadamente: -Ninguém bate em Matheus.
E então Tiago deu o tiro de misericórdia: -Então muito prazer, eu me chamo ninguém.
Ainda tentei segurar Bruno mas foi em vão. Ele partiu pra cima de Tiago e dessa vez ele partiu mesmo. Mas Tiago não ficou parado apanhando, entraram em uma trocação de socos e chutes que me deixaram no mínimo nervoso. A cada soco que Bruno disparava parecia que ele buscava toda força que tinha pra bater, assim como Tiago também batia muito forte. Acabaram por se chocar novamente contra o carro
Tiago errou uns dos socos que acertaram na lataria do carro e dai eu tive noção da força que eles estavam usando um contra o outro, mas infelizmente era visível a superioridade de Tiago em relação a Bruno na briga. Embora Bruno fosse mais rápido e ágil (mesmo sendo maior e mais largo), quando um golpe de Tiago encaixava era visível o sofrimento de Bruno enquanto o mesmo não ocorria com Tiago e fora que Bruno estava começando a cansar mesmo não tendo passado nem cinco minutos (afinal cinco minutos de atividade violenta como eles estavam e atividade demais).
Eu gritando: -CARALHO PAREM COM ISSO!!!
Parecia que não tinham me ouvido, gritei de novo com mais força e em um ato maluco me colocando entre os dois: -PAREM AGORA! CHEGA, CHEGA, PARA!
Bruno assustado me puxou mais uma vez pelo braço e me colocando atras dele e Tiago se aproveitou da brecha dada por ele, encaixou o chute no meio da barriga dele e ao se curvar Tiago o agarrou pelo pescoço travando no famoso mata-leão.
Eu: -Solta Tiago!
Tiago: -Ele que procurou meu irmão, agora vou separar a cabeça dele do corpo!!
E apertava com muita força o pescoço de Bruno, este por sua vez aplicou duas cotoveladas em Tiago mas não foi o suficiente para que ele o soltasse. Vi o rosto dele ficar vermelho e quando fiz menção de ir para cima dos dois tentar separa-los, Bruno fez sinal com a mão para que eu parasse, e então ele teve uma atitude genial. Se agachou um pouco e saltou com tudo de costas.
Bruno é um homem que pesa um pouco mais de 100kg, e os dois foram com tudo ao chão. Tiago deu com as costas no concreto da garagem enquanto todo o peso de Bruno caia sobre seu tórax e pela primeira vez vi Tiago ficar atordoado.
Ele imediatamente soltou o pescoço de Bruno e ficou buscado por ar. Bruno se levantou, tossiu algumas vezes, olhou para ele e disse em um tom de voz que era pura raiva: -Agora vamos ver quem aleija quem.
Bruno montou sobre o tórax de Tiago no chão mantendo os braços dele presos entre seus joelhos e começou a socar a cara de Tiago com tudo que ele tinha. Bruno batia na cara dele sem pena, ele descarregava o ódio que estava sentindo ali. Ate que em um dos socos o chão ao lado do rosto de Tiago ficou riscado pelo sangue. Por mais que eu soubesse que Tiago merecia, por mais que dentro de mim eu tivesse a certeza que Bruno estava certo em fazer o que estava fazendo, minha consciência dizia que já bastava, não podia permitir que Bruno continuasse com aquilo, não por pena de Tiago, mas porque se ele fosse longe demais, as complicações para Bruno poderiam ter um preço caro demais. Me aproximei e puxei Bruno pelos ombros.
Eu: -Chega Bruno!
Bruno se virou pra mim com um olhar de estranheza: -Chega!? Não! Ele merece mais!
Eu serio: -Bruno, chega, eu você irritado assim esta me assustando, eu já passei por medo demais hoje, por favor, para.
Ele continuou me olhando serio por alguns segundos ate que sacudiu a cabeça de um lado para o outro e então se levantou.
A cara de Tiago estava toda vermelha e seu supercilio estava aberto, mas ele ainda estava consciente, ele se virou e usou o apoio dos braços para se levantar. Uma vez em pé cuspiu no chão algumas vezes na qual só vi sair sangue. E em seguida olhou pra nos serio.
Eu em tom firme: -Acabou, chega de vocês dois fazerem da minha garagem uma arena de gladiadores.
Tiago: -Isso não vai ficar de gra...
Eu interrompendo: -Acabou Tiago, chega! Vocês dois vão acabar se matando!
Me virei para Bruno: -Vá lá em casa, pegue as chaves do carro e a mochila que esta em cima da mesa da sala.
Bruno com ar espantado: -O que!?
Eu serio e firme: -Você ouviu, vá agora!
Bruno: -Eu não vou deixar você só...
Eu: -Bruno, agora, por favor, faça o que estou pedindo.
Bruno ainda não gostando: -Você tem certeza?
Eu: -Tenho, vá agora.
Bruno deu uns passos e se virou para ir em busca do que pedi.
Eu me aproximei de Tiago e antes de que eu falasse qualquer coisa ele disparou: -Isso não acabou, não vai ficar de graça, eu vou acabar com ele agora!
Eu em tom serio: -Não vai não, eu sei que você pode acabar com ele, eu sei que ele uma hora ia cansar de bater na sua cara e quando isso acontecesse você ia partir pra cima dele e acabar com ele, mas isso não aconteceu e nem vai acontecer, lembra do que te falei a alguns minutos?
Eu logicamente não acreditava nas coisas que estava falando para Tiago, eu não achava que ele tinha ganho nada. Eu achei ele covarde. Ele estava dopado! Não era uma luta justa, mas amaciar o ego dele era preciso para que aquilo acabasse.
Tiago: -Ele que veio pra cima de....
Eu: -Você lembra do que te falei?
Tiago em tom mais calmo porem serio: -Então manda ele embora e eu deixo ele ir.
Eu: -Não, quem vai embora é você. Quando ele chegar com a chave você vai entrar no carro e vai embora.
Tiago: -Nem pensar!
Eu: -Sim senhor, eu quero ficar com ele, e vou ficar. A sua situação eu resolvo amanha. A gente vai se encontrar as 14hs sem que ninguém saiba e vou acertar sua vida. Você vai me deixar em paz e nunca mais vai encostar no Bruno.
Tiago: -Isso vai custar muito caro pra você.
Eu agora colando minha cara no rosto dele: -Você não faz a menor ideia do que eu considero caro. Bruno pra mim é caro. Entendeu?
Tiago: -Ok, como você quiser seu viadinho. Agora se as 14hs tu não tiver na minha frente eu vou caçar aquele filo da puta e espancar ate a morte, e se tu achou que hoje eu me preparei, amanha tu vai ver o que um cara preparado!
Eu: -Eu sou um homem de palavra, ele esta voltando com a chave e sua mochila, agora suma daqui e amanha eu te procuro!
Bruno chegava com as coisas de Tiago na mão e jogou a mochila no chão.
Bruno: -Pega.
Tiago riu ironicamente: -Tu tá querendo que eu de com sua cabeça no chão ate ela estourar né playboy?
Eu me virei para Bruno: -Me da a chave.
Ele me entregou sem olhar para mim, só ficava encarando Tiago, o clima de tensão tomava conta do ar. Em seguida me abaixei e peguei a mochila.
Bruno: -Não Matheus, deixa...
Eu: -Eu tô cansado Bruno.
Me virei para Tiago e entreguei as coisas a ele: -Vai embora.
Ele saiu rindo, segui o movimento dele sempre ficando ele entre ele e Bruno, abriu porta do corro e entrou mas não sem antes alfinetar Bruno mais uma vez.
Tiago: -Cara, reza toda noite pra agradecer a Deus por ter dado coragem a esse viado hein? Senão tu agora tava sem braço, sem perna e com a cara toda arrebentada.
Eu segurei Bruno enquanto ele batia a porta do carro, deu partida e saiu arrancando com tudo o carro.
Bruno: -Não acredito que tu deixou ele levar teu carro!
Eu: -Bruno, calma, calma, agora somos nos dois. Temos que ir num hospital.
Bruno irritado: -Eu não preciso de hospital!
Eu: -Precisa sim e nós vamos. Ok?
Bruno sacudiu a cabeça em negativa.
Eu entrei em casa e ele veio me seguindo. Entrei pela sala e olhei para trás e ainda vi Bruno tirando a camisa e usando para estancar o sangue do seu supercilio que também estava aberto. Então sentei no e me dei conta que tinha acabado, que Tiago tinha ido embora e um peso saiu de mim, o nó se desfez na minha garganta e eu simplesmente cai em no choro.
Bruno veio em minha direção e em tom extremamente preocupado: -Qual foi primo?
Eu não consegui responder, apenas consegui chorar.
Ele então me abraçou e ali com a cabeça encostada no peito dele e com os braços dele me envolvendo uma sensação de segurança tamanha me tomou, serio mesmo, aquela sensação de estar acuado, de medo, de tensão, tudo passou e ai sim que chorei com força.
Bruno preocupado: -Primo pelo amor de Deus por que você tá chorando? Você ta com alguma dor?
Eu entre o choro: -Não, não, eu só estou aliviado, feliz, obrigado Bruno, obrigado e continuei ali, abraçado a ele chorando como nunca chorei na vida.
Continua...