Oii gente, estou de volta agora pra começar um novo conto pra vocês. Quero agradecer a todos os leitores de Eu tentei... Mas você de mim não sai, que por 19 capítulos conheceram a minha história, a minha história de amor, a minha história de felicidade. Dividir com vocês foi um prazer enorme, criei um carinho enorme por muito de vocês. Antes de começar meu novo conto, quero antes, a pedidos que me fizeram pra que vocês conheçam a mim e o Ale, então postei essa foto nossa pra que vocês possam saber como somos. Sou o mais baixo da esquerda, e ele o mais alto da direita.
http://imageshack.us/photo/my-images/59/eueale.jpg/
Agora vou começar uma nova fase aqui na Casa dos Contos, dessa vez com um conto fictício, espero me sair bem, uma coisa é narrar um fato verídico que aconteceu, e outra é criar uma história do zero com personagens, um tema, é bem diferente. Eu espero que todos curtam.
Então sem mais delongas vamos começar esse novo conto... Amar contra o Destino.
Escritor: Gustavo Bernardo
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Amar contra o destino – Capítulo I
Eu não escolhi ser gay, bem como também não decidi amar, distúrbios de uma mente adolescente em crise me provocaram reações diferentes e inovadoras para mim, eu não escolhi ser órfão de pais, bem como também não decidi culpar Deus e o mundo por isso. Quis o destino? Não sei. Muitas coisas demoraram e ainda demoram em se encaixar em minha mente, mas não estou nem aí, até aqui suportei. Sempre segui uma filosofia de esquecer tudo aquilo que não deu certo ontem, porque hoje é um outro dia. As coisas mudam, às vezes para melhor, às vezes para pior, mas isso na maioria das vezes depende apenas de nós. Sou Bernardo e aqui começa a minha história.
Aos 15 anos de idade perdi os dois maiores amores da minha vida. Meu pai e minha mãe. Um louco, que se sentia rei das estradas, na vida era ele e seu caminhão, rodando dia e noite, usando e abusando de anfetamina, uma espécie de êxtase para se manter acordado e cumprir seu cronograma de entregas. Em uma curva fechada e perigosa às duas horas da madrugada, esse caminhoneiro dormiu ao volante, atravessou a pista e acertou de frente com o carro que estavam meus pais, o carro ficou completamente destruído, e meus pais? Pois é morreram na hora, e o caminhoneiro? Sofreu alguns arranhões e fraturou um dos braços. E tudo isso a menos de 100 km de casa, meus pais voltavam de viagem naquela ansiedade após ficar longe 15 dias de seus filhos. Minha família passou a ser eu, meu irmão Augusto de 13 anos, meu avô Zeca e minha avó Ana Maria. Foram 3 anos muitos difíceis após a morte de meus pais, eu e Augusto que antes vivíamos brigando, passamos ser um o apoio do outro. Eu era aquele garoto calado, magricelo, nunca me considerei bonito, com poucos amigos, quer dizer quase nada de amigos, rejeitado pelas meninas, bv e virgem. Eu tinha sonhos, eu tinha pesadelos, por cada canto de minha casa via meus pais, na cozinha a minha mãe, no escritório, na sala o meu pai, era inevitável olhar e não chorar, impossível não lembrar das comidas gostosas que minha mãe fazia, e das brincadeiras e dos conselhos do meu pai e não me emocionar. O fato de não superar a morte de meus pais, não ter amigos, e não ser amado me fizeram ser revoltado. O único amigo que eu tinha de verdade era o Ricardo, ao contrário de mim, corpo másculo, alto, cabelos pretos cacheados, olhos azuis como céu, um verdadeiro galã, sucesso com as meninas, e rodeado de amigos. Estávamos iniciando o segundo ano do ensino médio, eu com 16 anos e ele 17. Ricardo sempre foi meu amigo, mas aqueles amigos de jogar vídeo game em casa, tocar violão, fazer alguns trabalhos já que eu era o nerd da turma e ele o malandro, nada além disso, após o acidente com os meus pais, e com os muitos deboches que eu sofria na escola, ele se aproximou mais de mim. Comprava briga com quem fosse que me enche-se, quantas vezes apanhei dos brutamontes do colégio, perdi as contas, mas agora ai de quem ousa-se, Ricardo passou a ser meu protetor, e meu conselheiro. Em casa estava chorando como sempre de saudades de meus pais, e pela tristeza de ser um desastre em pessoa. Ouço minha porta abrir e alguém se aproximando de mim, me envolvendo em seus braços e dando aquele abraço que me confortava e fazia esquecer todos meus problemas, enxugando minhas lágrimas com sua mão.
- Não chora Bê. Estou aqui.
- Eu queria não chorar Ricardo, mas não consigo.
- Quer saber, passou da hora de você mudar e dar a volta por cima.
- Como assim?
- Pra encontrar sua felicidade de novo, isso tem que partir de você, e eu vou te ajudar.
- Como Rick?
- Você é bonito, só tem que ficar mais forte um pouco, mudar o jeito de cortar seu cabelo, usar umas roupas um pouco mais estilosas, começar a praticar esporte, futebol, as gatinhas curtem isso.
- Ta falando sério Ricardo?
- Claro, agora levanta essa cabeça e vamos.
- Vamos a onde?
- Te matricular na academia, pra ganhar uns músculos nesse corpo aí, pra quadra da escola eu vou te ensinar a jogar futebol, fazer um corte bacana nesse seu cabelo, e depois pra minha casa pra te mostrar como vai ter que ser seu novo guarda roupas.
- Porque está fazendo tudo isso por mim?
- Porque eu gosto de você, você é meu amigo. Agora vamos logo.
- Tá bom, deixa eu colocar outra roupa então.
Troquei minha roupa e sai com o Ricardo, fiquei surpreso com ele, mas gostei, minha auto-estima só de ouvir ele falar, já melhorou 100%. Matriculei-me na academia, na avaliação física recebi conselhos da instrutora. 1,77 de altura e 59kg, teria de chegar aos 70kg com massa magra e músculos, por isso recebi toda uma instrução e uma listagem de aparelhos a serem feitos para obter o resultado. Saindo da academia próxima parada? Salão de Beleza, realmente meu corte de cabelo não era dos mais adequados, aliás, não gostava de cortar meu cabelo, meus cabelos castanhos lisos com comprimento tampando a orelha e minha franja saíram e deram lugar a um corte mais curto, repicado, e espetado, ficou incrível, valorizaram meu rosto, e meus olhos verdes escuros. Ganhei o dia com um único comentário da cabeleireira e do Ricardo: “você ficou incrível”. Só consegui responder com um sorriso, considero o mais sincero que dei desde esses últimos anos, esse sim era de alegria. Depois fomos para o ginásio, iria aprender a jogar futebol. Chegando estava tudo fechado e o Ricardo foi pulando o muro para entrar.
- Ricardo, não vamos invadir não é?
- Você tem outra opção? Vem logo garoto, não dá nada.
Fui tentar pular o muro, mas não tinha o jeito sapeca, muito menos a prática pra pular um muro de dois metros e meio de altura como o Ricardo.
- Bê, sobe naquela lata e me de sua mão que eu te puxo.
Foi o que fiz, ao sentir o toque de sua mão, quente e macia, senti uma sensação esquisita, algo que nunca tinha sentido antes, a força com que conseguiu me puxar também foi mágica, ao voltar de meu transe já estava em cima do muro com ele me perguntando se ia ficar muito tempo parado ali. Descemos e fomos até o Ginásio que ficava aberto, ele buscou a bola e logo foi tirando sua camisa, meu Deus que isso? De novo aquela sensação, não conseguia explicar, e mais uma vez ele me acorda dos meus pensamentos.
- Que você tem cara? Parece que ta meio perdido.
- Nada não, é que ta sendo incrível hoje.
- E está só começando manézão pega aí. – Disse ele jogando a bola em minha direção, e pude perceber, o meu reflexo? ZERO. A bola acertou em cheio meu estômago, que dor desgraçada, e ele rindo da minha cara.
- Bom Bê pra goleiro você não dá.
- Que graça você.
- A deixa de moleza seja homem rapaz, vem cá tentar tirar a bola de mim.
Eu fui, tentava... tentava... e tentava de novo, sem sucesso. Ele me passava as dicas, de como marcar e desarmar, quando peguei o jeito consegui roubar a bola, e ele caiu no chão. Eu fiquei desesperado.
- Desculpa cara, machucou?
- Não tem que pedir desculpas Bernardo, é assim mesmo que tem que ser, gostei de ver.
Continuamos, e ele me ensinou tudo, marcar, atacar, chutar, passar, além de tudo era inevitável o atrito com seu corpo sem camisa, com aquele peitoral másculo de fora, todo suado, e aquela mesma sensação estranha de antes. Terminado essa aula particular já estava jogando muito bem, e ele não me poupou elogios.
- Gostei de ver, segunda você já entra no time e mês que vem começa o campeonato e você vai participar.
- Não Ricardo, aí é demais já, disputar com profissionais.
- Deixa de ser marica, as minas curtem isso muleque, você vai fazer sucesso com elas entrando pro time.
- Ta bom.
Saímos do ginásio pulando o muro mais uma vez, para um garoto nerd, e comportado, já estava me sentindo um marginal. Fomos até sua casa, poucas vezes tinha ido, era mais ele que ia a minha casa. Seus pais estavam trabalhando e ele é filho único, então estávamos sozinhos em casa, subimos até seu quarto, que aliás muito bem arrumado, não combinava com jeito sapeca e malandro de Ricardo.
- Tá impressionado né? É bom ter diarista nas sextas, não experimente ver meu quarto começo de semana.
- É esse ajeitado desse jeito não faz teu tipo.
- Eu sei, vou tomar um banho já volto.
Ele disse se virando e tirando sua camiseta que grudava em seu corpo suado, e seu calção deixando a mostra uma boxer branca, e uma bunda redondinha e novamente aquela sensação, mas agora foi pior, alguém resolveu acordar com tudo isso. Imediatamente sentei na cama com medo de que ele vira-se e percebe-se o estado que fiquei só de olhar sua bunda, redondinha, simplesmente perfeita. Logo ele voltou enrolado em uma toalha com outra na mão me dizendo para tomar um banho também.
- Mas não tenho roupa pra vestir depois.
- Você veste uma minha, já vai conhecer o seu novo estilo.
Fui para o banheiro, e tomei uma ducha gelada, porque do jeito que eu estava se fosse uma ducha quente eu pegaria fogo. No banho me vinha cada detalhe desse dia de hoje, o futebol, o meu corpo colado ao de Ricardo, sua bunda, e quando percebi já fazia um vai e vem em meu pau que estava duraço iniciando uma punheta, até que percebi, parei e falei comigo mesmo. “Que merda Bernardo você não é gay”. Terminei o banho me sequei vesti a minha cueca mesmo, me enrolei na toalha e voltei para o quarto do Ricardo que estava sentado em sua cama apenas de calção.
- Demorei?
- Não demorou não, deu tempo de assistir um filme, fazer um lanche pra nós, e de sentar aqui e esperar.
- Que exagero viu.
- To zuando, só fiz uns sandubas pra gente comer. Vamo lá?
- Mas sem roupas? E se seus pais chegarem?
- Tem nada a ver, e ele não vão chegar, depois resolvemos isso.
Descemos para cozinha, ele tinha feito um sanduíche com queijo derretido e ricota que estava uma delícia, e suco de manga. Voltamos para o quarto e ele foi separando no guarda roupas dele umas roupas e foi jogando na cama, tinha de tudo, camiseta, camisa, calça, calção.
- Veja aí assim que tem que se vestir.
Fui vendo roupa por roupa, realmente eram diferentes da que eu usava. Ele se aproximou e separou uma camiseta preta com uns detalhes em prata e gola V, uma bermuda xadrez branca com cinza, uma corrente de prata larga e mandou eu vestir.
- Então vira.
- Precisa perder a vergonha também Bê, se não consegue ficar pelado na frente de outro cara, como vai chegar numa mina?
- Não to pelado, to de cueca.
- Pior ainda, vou te largar no vestiário depois do futebol pra perder a vergonha. Vou lá embaixo levar minha roupa suja e já volto, se arruma aí.
Nem liguei, tirei a toalha e vesti a bermuda e a camiseta, coloquei a corrente, calcei minha meia e o tênis, e estava pronto. Ele entrou no quarto e me assustou.
- Nossa Bê, você ta gato viu, se eu fosse gay, te pegaria.
- Ainda bem que você não é gay viu, haha.
Caímos na risada, até ele se aproximar de mim e tocar no meu cabelo.
- Adiantou muito isso? Não arrumou o cabelo, vem cá. – Disse me puxando em direção ao banheiro.
- Passa gel aí.
Passei o gel e tentava pentear o cabelo até ele brigar comigo.
- Pra que pentear? bagunça esse cabelo, deixa eu arrumo pra você.
Ele bagunçou todo meu cabelo, de um jeito que ficou todo arrepiado, ficou de mais, ele passou em mim um dos 100 tipos de perfume que ele tem. Me olhei no espelho e não acreditei.
- Nossa, não to acreditando que sou eu.
- Pois é, nada a ver com aquele Bernardo que encontrei chorando no quarto mais cedo, agora só falta criar uns músculos aí e pronto.
Eu tava emocionado, pela primeira vez na minha vida, estava me achando bonito. Meus olhos lagrimejavam e num ato sem pensar abracei o Ricardo o agradecendo.
- Obrigado Rick, você é demais.
- Que isso Bê, essas roupas agora são suas, agora já sabe como vai ter que ser seu guarda roupas novo viu?
- Tá, de noite eu vou com minha vó no shopping comprar umas roupas novas.
Ainda em seus braços ele me afastou e me fez olhar no fundo de seus olhos e prometer:
- Você promete pra mim, que a partir de hoje está nascendo um novo Bernardo?
- Prometo.
- Bom garoto – Disse me abraçando forte novamente. Que abraço gostoso, quente, confortável. De repente a porta se abre e a voz grossa de um homem exala o ambiente nos assustando e nos fazendo separar.
- O que é isso Ricardo?
CONTINUABom gente por hoje é isso, espero que tenham gostado dessa primeira parte. Tava sem idéia pra nomear o personagem principal, então decidi dar o meu segundo nome a ele, Bernardo kkkkk. Qualquer crítica, sugestão será muito bem aceita nesse começo pra poder escrever e melhorar o conto. Ok meus amores? Então até o próximo capitulo =D.