Minhas “histórias de amor” nunca duravam mais que uma noite, nunca me senti a vontade para manter um relacionamento longo, pois para mim isso envolve uma carga de comprometimento e entrega que eu julgava não ser capaz de suportar, mas apesar do pouco que havia acontecido entre nós, eu sentia que essa regra não poderia ser aplicada a Roarke.
Então ali estava eu chorando por um cara com quem eu nem tinha sequer ido pra cama que não havia me prometido nada, com quem eu tinha trocado apenas um beijo, mas por quem eu já me sentia totalmente envolvido. A imagem de que casal apaixonado que eles passavam me machucou profundamente, eu imaginava o quanto ele deve ter rido da minha cara depois que fui embora.
Porém quando me lembrei que meu trabalho iria ser questionado se alguém descobrisse nosso envolvimento, se é que eu posso denominar o que aconteceu assim, esse sentimento de auto piedade rapidamente se transformou em raiva, eu tinha arriscado tudo por alguém que só me queria para um momento de diversão e me descartaria depois. Enxuguei minhas lágrimas desliguei a TV e me obriguei a tomar um remédio para aliviar a dor latejante na minha cabeça e fui tentar fazer o que era o melhor que eu podia para tentar esquecer tudo o que tinha acontecido dormir. Mas eu não consegui pregar o olho a noite toda, rodeia a cama toda tentei todas as posições possíveis, mas cada vez que tentava adormecer a imagem de Roarke vinha em minha mente.
Esperei os primeiros raios de sol invadirem meu quarto e levantei, meu corpo todo doía parecia que eu tinha apanhado de vários homens ao mesmo tempo, me arrastei para o banheiro tomei um banho e decidi que ter uma overdose de trabalho era o que eu precisava para voltar a me concentrar no que realmente importava, eu deixei Roarke quebrar algumas barreiras minhas, mais ainda dava tempo de reconstruí-las e tirar ele da minha vida.
Madruguei na central e comecei os preparativos para retornar a cena do crime, Feeney apareceu em minha sala uma hora depois e assim que colocou seus olhos em mim soube que algo estava errado, mais por me conhecer tão bem sabia que eu não falaria nada, discutimos como iríamos conduzir a reconstituição e partimos para o apartamento de Amanda.
Apesar de o local já ter sido limpo algumas marcas de sangue ainda eram bem evidentes, colocamos um manequim sobre a cama e o preparamos da maneira como ela havia sido encontrada, começamos a relatar um para o outro todos os eventos que ocorreram naquela noite, desde o alerta dado pelo porteiro até o momento em que chegamos ao apartamento, depois passamos a fazer suposições do que ocorreu dentro do apartamento antes disso.
Não havia duvidas que duas pessoas fossem as responsáveis pelo assassinato, mais o que nos supomos é que apenas uma delas havia entrado no apartamento em um primeiro momento, alguém conhecido que foi recebido pela própria Amanda já que não havia nenhum tipo de arrombamento, e só depois que Amanda foi dominada e amarrada a cama é que a segunda pessoa entrou. Os legistas haviam encontrado traços de Lippia Alba, que segundo eles deixou Amanda sonolenta durante todo o tempo em que eles estiveram com ela, por isso não houve resistência alguma por parte dela, eles fizeram o que quiseram sem que ela tivesse nem a chance de lutar. Já dentro do apartamento eles ficaram durante hora Feeney descobriu isso por que houve dois apagões no sistema de segurança que tiveram esse intervalo de tempo entre ambos. Eles entraram e saíram pelo mesmo local, que concordamos seria a garagem que tinha um ponto cego na segurança, era de fácil acesso e pouco movimentada no horário do crime eles subiram até o andar de Amanda pelas escadas para que não fossem vistos. Amanda estava esperando a chegada de alguém, pois já tinha deixado a porta aberta, tinha uma mensagem no celular dele confirmando isso, mas a pessoa que enviou a mensagem usou um chip pré-pago foi ativado naquele mesmo dia usando um número de seguro social falso. Nós sabíamos como eles tinham entrado e saído do prédio, como eles abordaram Amanda, quanto tempo eles passaram com ele, mas não tínhamos sequer uma pista de quem eram eles. No lado pessoal da vida da Amanda, nós praticamente já havíamos investigado as hipóteses levantadas, o foco agora seria o lado profissional, marquei um encontro com a juíza Kellers, para saber sobre os casos em que Amanda trabalhou e saber se seu assassinato não tinha relação com eles. Como a juíza só poderia nos atender na manhã seguinte voltamos para a divisão para fazermos um relatório detalhado para o capitão.
Estava indo para a garagem pegar aquela lata velha quando meu celular tocou, só pela musica eu já sabia que era Charles Freestone. Há quatro anos quando eu ainda patrulhava nas ruas participei de uma batida em uma boate e um dos caras presos era Charles, ele fazia performances no estabelecimento e depois desse episódio eu nem sei como, já que parecíamos não ter nada em comum acabamos nos tornando amigos rsrsrs.
- Oi Dallas, Eu estou convocando você para uma noite diversão aqui no clube GLAS, você tem meia hora para aparecer aqui ou eu vou te buscar seja lá onde você esteja.
Eu pensei em inventar uma desculpa e dar um jeito de me livrar dele e ir para o meu apartamento, mas lembrei que não seria uma boa coisa ficar em casa sozinho. Então aceitei a intimação dele e meia hora depois estava morrendo de rir das histórias loucas que ele contava.
Clube era um espaço luxuoso e com um publico bem diversificado, chegamos e Charles encontrou com uma turma de amigos me apresentou todos, e começamos a beber, alguns caras chegaram a mim, mais eu não queria este tipo de diversão naquela noite, já Charles parecia quere estender a noite com um loiro que ele arrastou para algum canto escuro daquele clube. O dia todo eu tinha conseguido evitar os pensamentos sobre ele, mas ali sentado naquela mesa sozinho tudo em que eu pensava era nele. Comecei a pensar o que faria se ele me procurasse, na verdade eu preferia não vê-lo seria mais fácil assim. Enquanto estava perdido nesses pensamentos, reparei que as conversas ao meu redor de repente pararam e que todos pareciam olhar para o mesmo lugar. Quando me virei para descobrir o que tinha capturado a atenção de todos, percebi que nosso encontro era inevitável.
Ele caminhou até mim de forma calma, parecia nem se importar com os olhares lançados sobre ele, chegou até minha mesa sentou-se e logo notei que a calma que ele aparentava antes tinha evaporado.
- O que você está fazendo aqui?
- Acho que isso não lhe diz respeito senhor Roarke.
- Eu fui até o seu apartamento e você não estava de procurei em diversos lugares.
- Me desculpe mais não me lembro de ter marcado nenhum compromisso com o senhor.
- Não se faça de idiota tenente, você é muito inteligente para isso e sabe muito bem porque eu estou aqui.
- Verdade agora eu me lembrei, mais ainda nem se passaram dois dias, meu prazo ainda não acabou mias já que você está aqui não vou desperdiçar sem tempo e nem o meu em um novo encontro, o que aconteceu entre nós foi um erro que eu nunca deveria ter cometido e que pretendo nunca mais cometer, sei que você vai encontrar rapidinho uma nova diversão, então se o senhor me der licença eu gostaria de aproveitar a minha noite sozinho.
Enquanto eu despejava tudo aquilo, ele não esboçou nenhuma reação nem tentou me interromper, quando eu terminei ele levantou a mão chamando o garçom que rapidamente o atendeu, disse que a conta da minha mesa deveria ser enviada para o seu escritório, e antes que eu pudesse fazer qualquer coisa ele me pegou pelo braço e saiu me arrastando para fora.
- Me da à chave do carro?
- Me larga agora Roarke, eu não vou a lugar nenhum com você?
Ele me prensou na parede segurou firme o meu queixo e me mandou ficar calado, eu tentei protestar novamente e ele possuiu minha boca novamente, muito mais intensamente do que da primeira vez, parecia que ele havia depositado toda a raiva que estava sentindo por mim naquele beijo, eu fiquei sem ar e se ele não tivesse enlaçado sua mão em minha cintura eu teria caído, quando ele percebeu que eu estava entregue parou o beijo colocou a mão no meu bolso e pegou as chaves do carro.
- A partir de agora você não vai falar mais nenhuma idiotice, vai entrar naquele carro sem fazer escândalo e vai comigo até a minha casa, e lá nos vamos conversar. Será que eu fui claro tenente.
Eu já enfrentei muita coisa em minha vida policial mais nada me fez sentir tão acuado quanto à maneira que ele me olhava quando disse isso, ele não tinha me perguntado e sim me informado o que iria acontecer a seguir, pela primeira vez eu era apenas um espectador, ele é quem estava o controle.
CONTINUAGalera da CDC mais um capítulo pra vocês. Achei que não ia conseguir postar, pois esses dias minha vida anda meio corrida e hoje cheguei em casa super cansada, mais escrever pra vocês já se tornou uma forma de terapia. Sei que esse ficou um pouquinho menor mais prometo que no próximo eu compenso. Agradeço mais uma vez a todos aqueles que comentam como eu já disse vocês são meu incentivo para continuar, e C T AKINO obrigada por me fazer sorrir feito uma boba em plena segunda feira cinco e vinte da manhã.
Duvidas, criticas, ou qualquer coisa que vocês queiram me perguntar: grimmim@hotmail.com.
Beijos e até domingo.
