Turma, mais uma vez obrigado! Além de estar postando, estou acompanhando várias histórias na casa e só tenho que dar os parabéns aos autores já consagrados aqui e aos novos que vêm se destacando... O conto chegando ao fim e... boa leitura.
Apertei a campainha e ele logo atendeu de forma seca. Entrei e ele acenou pra que eu me sentasse, logo começou:
- Eu aceitei conversar com você pra acertar umas coisas.
- Pode falar Victor.
- Eu queria te comunicar que o Henrique tá internado, em São Paulo. Tive que colocar ele numa clínica, mas creio que será melhor pra ele. A outra coisa é que a gente precisa se acertar, de uma vez por todas.
Era hora de me abrir:
- Victor, eu preciso te dizer que eu te amo como eu nunca amei ninguém cara. Eu sei que errei muito com você, mas que eu tô disposto a fazer o possível pra ter você de volta.
Ele se mantinha frio, sem expressão. Parecia que eu havia contado uma história monótona e ele apenas ouvia com desinteresse, até que ele respondeu:
- Você sabe que eu te amei muito, mas esse amor foi acabando, sabe? Eu passei por muito coisa por você que eu jamais pensei passar e...
- Victor, tudo isso foi importante pra gente ficar mais próximo, pra eu entender que é você que eu quero e preciso do meu lado.
Meus olhos já estavam marejados. Eu sentia que estava o perdendo e nem sabia como modificar isso. E ele continuava:
- Não! Tudo que eu passei foi porque você não confiou em mim, se envolveu com as pessoas erradas enquanto eu estava aqui, te esperando, fazendo tudo pra correr atrás de você, mas eu cansei.
- Claro. Eu sabia que isso ia acontecer.
- Sabia como Carlos?
- Pra você é super fácil encontrar outra pessoa, ser feliz. Você é lindo, gostoso. Logo você vai ter outro carinha menos complicado do seu lado.
Agora sim ele expressava reação. Parecia indignado com o que eu havia dito.
- Eu já disse isso várias vezes, mas eu repito. Você também é isso tudo. É lindo, gostoso, inteligente, mas insiste em fazer escolhas erradas.
- Eu preciso de você Victor! Muito. Por favor...
Eu estava muito triste e sem esperança! Victor parecia irredutível. Eu me sentei na cama com um misto de sentimentos. Além de sofrer com sua ausência estava com vergonha. Escondia minha cabeça entre minhas pernas, pois no fundo não queria que ele me visse daquele jeito, mas era impossível.
Não demorou muito e eu senti sua proximidade. Ele havia se ajoelhado e estava com seu rosto bem pertinho do meu. Levantei minha cabeça e nossos olhos se cruzaram. Ouvi ele dizer baixinho:
- Eu te amo demais cara.
- Então fica comigo?
Ele se recompôs. Se colocou de pé, ainda me olhando.
- Não é tão fácil assim!
- O que você quer que eu faça Victor?
- Começaremos do zero. Quero ver o quanto você me merece! É capaz de me conquistar?
- Será um prazer. Considere-se meu!
Ele deu aquele sorriso divino e foi em direção a porta. Sequei minhas lágrimas e percebi a oportunidade de ouro que eu tinha. Decidi dormir, mas só conseguia pensar na melhor forma de conquistar Victor.
Um plano já estava tramado!
Acordei bem cedo e bem disposto. Seria o primeiro dia da conquista. Me vesti muito bem (até me achei bonito). Peguei o carro e fui em direção à casa de Victor. Fiquei no portão por um tempo ainda repensando o que fazer, mas estava decidido. Encontrei a chave da casa de Victor, que Henrique havia me dado semanas antes, e entrei silenciosamente.
Segui em direção ao seu quarto e o vi, dormindo como um anjo. Era hora de colocar o plano em prática. Fui até a cozinha e preparei um café da manhã incrível, enquanto ele dormia. Acabada essa tarefa, segui em direção ao seu quarto e não resisti. Deitei ao seu lado, tentando fazer o menor barulho possível.
Senti seu cheiro, poder tocar à sua pele de novo. Aquilo me deixava em êxtase. Senti seu corpo se mexendo e eu não conseguia tirar o sorriso do rosto:
- Não acha que pra começar do zero você tá muito próximo não?
Ele disse de forma descontraída e me deixou ainda mais feliz. Que momento incrível!
- Desculpa lindo. Eu não resisti!
- Dessa vez passa. E o que você tá fazendo aqui mesmo?
- Além de ver você dormindo como um anjo, queria te fazer uma surpresa.
- E fez! Agora tenho que me levantar pra ir pra faculdade.
- Claro, claro. Vamos tomar um banho então?
Ele se levantou sorrindo e eu já ganhei meu dia.
- Vamos? Haha! Está bem ousado hein Carlos. Eu vou, sozinho.
Fiz uma carinha de tristeza, mas estava muito feliz. Muito mesmo. Fiquei aguardando ele na cozinha, com a certeza de que tudo estava voltando ao normal. Ao normal bom!
Em alguns minutos ele estava só de toalha na cozinha e fez uma expressão de surpresa:
- Uau!
- Uau digo eu Victor. De toalha é tortura.
- É pra te lembrar do que você quer.
Que safado!
- Então, gostou do café da manhã?
- A mesa está linda. Quero ver o conteúdo!
- Eu também. De tolha está lindo, quero ver o conteúdo.
Rimos juntos. Ele chegou bem perto do meu ouvido:
- Você já conhece seu bobo.
Tomamos o melhor café da manhã da minha vida. Não pela comida, mas pela descontração e companhia. Estava maravilhoso mesmo. Ficamos comendo e trocando olhares. Ele me amava muito ainda. Isso estava claro. E como eu o amava também, não me restou escolhas! Era hora da parte dois do plano.
Me levantei. Ele me seguia com o olhar e eu chegava cada vez mais perto dele.
- O que tá pensando em fazer Carlos?
- Isso mesmo que você quer. Nós dois queremos.
- Vai com calma cara.
- Desculpa, mas dessa vez eu não consigo.
Ataquei. O beijei com força e com muita vontade. Não demorou nem dois segundos e ele cedeu. Fomos caminhando pelo quarto e já estávamos lá: nus e sentindo tudo de novo!
CONTINUA...