Jean estava trabalhando bastante no exército, pois, estaria de olho em uma promoção. Ele era um homem bonito e gostava de viver a vida de forma livre. Aventureiro, sempre metia Vinicius em enrascadas, tipo, acampamento, trilha na selva. Mas para o soldado... a prova de fogo seria maior do que eles esperava. E o nome desse obstáculo? Sogra.
- Bom dia. – disse uma mulher bonita e alta.
- Olá?! – falou Ivan limpando os olhos apenas de cueca.
- Onde está o meu filho? – perguntou a mulher.
- A senhora é.... é....
- Sim... a mãe do Vinicius... Viola Sperd.
- Deus... – em um pulo Jean se trancou no quarto e vestiu sua roupa.
- Hummm... – disse a mulher inspecionando a casa de seu filho. – Largou tudo por isso.
- Bom dia senhora. – disse a Jean. – A senhora aceita... um café?
- Eu gostaria que você levasse as minhas coisas para o quarto de hospedes. – falou a mulher indo para o quarto.
- Claro.
Que bela impressão Jean deixou para Viola. Depois que deixou os pertences de sua sogra no quarto. Ele foi para fora da casa e ligou para o seu namorado.
- Como assim ela já chegou? – gritou Vinicius no hospital.
- Sim. A minha sogra é um poço de simpatia. – disse Jean rindo.
- Ai amor... a minha mãe faz tudo ao contrário. Não se preocupa. Vou dar uma escapulida do hospital, a minha cirurgia
é apenas mais tarde. – falou Vinicius.
Dentre tantas noticias ruins para Paula, uma talvez viesse a animar sua estadia no hospital.
- Como assim não vou fazer quimioterapia?! - perguntou Paula para o Dr. Edson.
- Para diminuirmos o nódulo no seu seio antes da cirurgia faremos uma terapia hormonal.
- O que seria isso? – perguntou Pedro.
- É um tipo de terapia... ao invés da radiação... usamos proteínas para diminuir o tumor. No caso da tua mãe,
usaremos o tamoxifeno. – disse Edson.
- Mas... terá... efeitos colaterais? – questionou Pedro.
- Claro... mas nada comparado aos efeitos da quimio.
- E quando vou começar o tratamento? – perguntou Paula.
- O mais cedo possível... quero lhe submeter essa semana. E também faremos uma biopsia para saber o tamanho do
tumor.
- Claro. – disse Paula.
- Com licença. – falou o médico saindo.
Sim. A noticia veio em bom tempo. Pedro logo ligou para o seu marido para saber do que se tratava a terapia hormonal.
- Amor... que noticia maravilhosa! – falou Mauricio.
- Sim. Essa semana começara. E como foi sua tarde? – perguntou Pedro.
- Tranquila, na medida do possível. Mas tudo bem! Vou dar banho neles e estarei indo com você.
- Traz aquele meu casaco verde.
- Sim. Vou sim.
Enquanto conversava com Pedro, Mauricio observou Judi e DJ, acompanhados de outros garotos pintando a fachada da casa.
“Que estranho. Eles estão pintando a casa? Está na hora de eu fazer uma visita para os pais desses meninos”.
- Dora?! – gritou Mauricio.
- Oi, Senhor?
- Escuta... poderia fazer um bolo de chocolate?!
- Sim... é para levar ao hospital?
- Não. Temos novos vizinhos... gostaria de levar algo para eles comerem... mostrar a hospitalidade do nosso bairro.
- Claro... daqui a pouco o bolo sai.
- Obrigado. Vou tomar banho e depois irei deixar o bolo lá. – falou Mauricio chamando seus filhos para tomarem banho.
Sim. Mauricio estava desconfiando de algo, mas ele nem imaginava o que seria. As coisas que aconteceriam mudaria a
vida de muitas pessoas, sendo amigos ou não.
Phelip e Duare estava no Centro da cidade, escolhendo flores para levar para Paula.
- Sabe... eu fiquei lembrando agora... no dia em que você mandou flores para a escola... as meninas pensavam que era para elas, mas acabaram decepcionadas. - disse Jean.
- Parece que foi ontem que a gente deu o primeiro beijo. - disse Phelip.
- Amor... eu sei que você está preocupado, mas não pode se estressar por isso... a Paula vai conseguir sair dessa, eu estive hoje lá.
- E como ela está?! - perguntou Phelip.
- Bem... e ela perguntou por você.
- Droga... eu tenho medo... muito medo... de perder outra mãe. A Paula me deu tanto amor e carinho...
- Eu sei bebê... mas pensa que ela também está arrasada e com medo. Ela precisa de alguém forte agora. O Pedro e a Priscila não vão conseguir isso sozinhos. - disse Duarte abraçando o namorado.
- Obrigado amor... muito obrigado pelas palavras.
- Você é meu super homem 24 horas por dia... acho que preciso te dar uma folga. Só não pode deixar esse obstáculo te vencer... por favor...
Fernanda tomou coragem e ligou para Osvaldo. Mas o rapaz não atendeu as 13 ligações dela. Ele continuava sob os efeitos da droga, estava deitado de cueca, apenas olhando para o teto do seu quarto. Estava em transe e imaginando um mundo alternativo onde ele podia qualquer coisa.
- Eu sei voar... – ele falou rindo.
Na casa de Vinicius a cena era a seguinte – Jean estava sentado em uma poltrona e Viola estava no sofá. Estavam se olhando a mais ou menos 15 minutos. O único som que se podia ouvir era do tic tac do relógio de parede.
- O clima está bom hoje né? – disse Jean.
- Infelizmente não é igual ao da Irlanda. – ela disse com um tom superior.
- Eu já visitei o seu país... pretendo ir novamente para conhecer... conhecer... a sua família.
- Será um prazer.
- Oi... – disse Vinicius entrando feito um raio pela porta. – Mãezinha... porque a senhora não avisou que vinha.
- Thiocfaidh mé anseo agus teacht ar an fear gan éadaí. Conas a dhéanann tú dom dul tríd an scéal seo? – ela disse
falando Irlandes.
(Eu venho aqui e encontro um homem sem roupa. Como você me faz passar por esta situação?)
- Máthair ... Ní gá exaggerate ... – falou Vinicius.
(Mãe... não exagere)
- Enquanto vocês conversam eu vou fazer café.
- Podemos falar em português?! – perguntou Vinicius.
- Sim... podemos... olha só para você... tão magro....
- Mãe.. estou bem... na verdade estou mais gordo... ganhei 5 kg... e a senhora? Porque não avisou?
- Queria fazer uma surpresa, mas no final eu que fui surpresa.
- Surpreendida mãe.
- Isso... surpreendida. – ela disse arrumando a blusa do filho.
- Mãe para!!
- Pera ai...
- Então a senhora já conheceu o Jean?
- Ar an drochuair – ela disse olhando para o Jean que estava de costa fazendo café.
- Mãe... pare... ele é o meu namorado e eu não vou permitir uma coisa dessas. – disse Vinicius falando baixo.
- É... eu percebi... mas você poderia arrumar coisa melhor. – ela disse.
- Pare... pare agora! Se a senhora veio dar pitaco na minha vida... acho que a senhora deve ir.
- Tá bom... ceart go leor.... – ela disse sentando.
- Então... eu passei aqui rapidinho e terei que voltar para o hospital.
- Que legal. – Jean falou da cozinha fazendo cara de choro.
- Não faz isso... se não eu fico.
- Ai amor... mas a tua mãe é um pouco... eu disse um pouco...
- Eu sei chata... é dificil para ela... a nossa situação. Bem deixa eu ir... e boa sorte.
Sim. A prova de fogo do soldado Jean estava ali. Ele já havia passado pro várias situações de risco, mas essa seria a maior de todas.
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