• 15x02 – Conhecendo o amor
Sabe aquele momento em que você percebe que a gravidade não é a única coisa que te mantêm preso/ fixo ao chão. Então... Era assim que Eu me sentia sempre que olhava para o rosto sorridente do meu Baixinho. Vê-lo sorrir e saber que Eu era o motivo de sua alegria, me animava e inspirava ainda mais. Mandei uma mensagem para a Silvia e pedi para que ela me desse coordenadas de algum jardim/ praça na cidade vizinha ou algo próximo. E que, principalmente, o lugar animasse mais o meu Baixinho.
O Walmir estava sempre disposto a prestar atenção na aula, e Eu sempre disposto em tomar toda essa atenção para mim. A todo o momento, ficava no maior chamego com ele; ora amaciava seu cabelo, ora beijava seu pescoço, ora mordia sua orelha.
– Para, Grandão! – Ele falava manhoso e todo arrepiado.
– É isso o que você quer? – Perguntei com luxo em minha voz.
Walmir por sua vez não respondeu, dando-me espaço para avançar mais com o carinho. Quando Eu via que ele estava prestes a gemer, Eu parava de fazer “carinho” nele. Em um dado momento da aula, a professora percebeu a minha safadeza e pediu para que Eu mudasse de lugar. Consequentemente, fui para perto da Celina; aproveitei e pedi alguns conselhos para ela. Aliás, mesmo em pouco tempo, ela conhecia bem o Walmir. Sofia intrometeu-se em nossa conversa e também deu sua opinião. Um parque era o melhor lugar para leva-lo, chegamos, enfim, a essa conclusão.
No fim da aula, descemos para o refeitório e fomos almoçar. À tarde iria haver duas aulas de educação física. Dessa vez prometi para mim que não iria perder, por nada, a aula. Acompanhei o Walmir até o vestiário e lá nos trocamos.
– Se você quiser, Eu não treino hoje. – Ele propôs olhando minha indignação ao ver sua roupa. Aquele corpo era só meu!
– Não me importo. – Menti. – Você deve fazer a sua parte. – Ele sorriu e beijou-me a bochecha. – Aliás, você poderia aproveitar e se candidatar para ser o novo líder dos animadores. Você tem o perfil para tal função.
– Eu também cogitei essa possibilidade, porém... – Ele me pareceu pensativo – Não. Não acho uma boa ideia. Eu estou bem apenas como o coreografo. A equipe precisa de um líder mesmo. E todos conhecem meu jeito; Eu não sei dizer “não” para as pessoas. Logo, Eu seria a pior indicação para assumir tal cargo.
– Você é quem sabe. – Falei dando um beijo em sua testa e direcionando-me para o jogo de futebol.
Dessa vez nada fora diferente; Marcos, Plinio, João, Bruno, Rafa e Eu jogamos no time dos “sem camisa”. Não há jeito melhor de mostrar toda a virilidade do que jogar futebol sem camisa. Enquanto Eu jogava, Walmir ensinava a coreografia aos animadores. Porém, o ensaio dos animadores fora algo que não demorou muito. Rapidamente, eles encontraram-se no meio da quadra torcendo por todos nós. O Walmir gritava demais. Às vezes para torcer, outras vezes para brincar com a cara dos jogadores. Walmir, com suas piadas, sabia encabular qualquer pessoa. Os jogos correram normais; jogávamos, ao menos Marcos e Eu, duas partidas sim, uma não, duas partidas sim, uma não... E assim se seguia o treino. Terminei meu treino antes de concluir as aulas. Acho que fiquei três partidas sem jogar. Fui para o vestiário tomar meu banho. Enquanto Eu tomava banho, Walmir me esperava, sentando, do lado de fora do Box. Jogamos bastante conversa fora. Enfim, depois de uns dez minutos, saí do banheiro e comecei a enxugar-me. Sem perceber, estava provocando o Baixinho. Pude ter essa comprovação ao olhar seu rosto. Seus olhos estavam vidrados em meu pênis que, sim, estava meia bomba. E, ao olhar abaixo de sua cintura, pude perceber um pequeno volume já formado entre suas pernas.
– Tá com saudades de ele, Baixinho? – Falei massageando e balançando meu pênis na frente do Walmir.
Walmir, por sua vez, ficou tão vermelho quanto um tomate, mas pode falar:
– Sim. – Ele falou olhando para baixo.
– Ele é todo seu. – Falei aproximando-me do meu Baixinho e pondo meu pênis na altura de seu rosto.
Walmir segurou forte meu pênis e fora inevitável não soltar um gemido alto e forte. Que saudades Eu estava daquela mão em meu corpo. O Baixinho começou a me masturbar com leves movimentos de puxar e esticar a pele de meu mastro. Eu urrava e me entregava ao momento. Com alguns minutos depois, Walmir intensificou os movimentos e, ligeiramente, pôs meu pênis em sua boca.
– Ooooooooooooooooh! – Exclamei entregando-me ao prazer. – Que boca do caralho, Walmir! – Exclamei novamente, mais alto, pondo a mão em sua nuca.
Mesmo com bastante tesão, mantive uma feição séria e robusta. Meus gemidos eram presos por meus dentes que trincavam de tanto prazer. Walmir engolia meu mastro o quanto podia. Ele gemia; mesmo com o meu pênis na boca, ele gemia muito alto. Seu corpo teve algumas convulsões, porém rapidamente ele se recuperou. Walmir intensificou a mamada e como recompensa teve o meu gozo inundando a sua garganta.
– Nossa! – Ele exclamou satisfeito, arfando, limpando a porra que teimava em escorrer entre seus lábios. – Que intenso! – Ele sorriu.
Não entendi o porquê daquilo e perguntei:
– Como assim “intenso”, Walmir?
– Eu gozei só em te chupar. – Ele sorriu e Eu o acompanhei. Levantei-o e percebi que ele ainda estava bambo; segurei-o com meus braços agarrando sua cintura e beijei-o, calma e suavemente.
– Olha! Eu não sei se isso é normal. – Falei voltando a sorrir e encostando a minha testa na sua. – Mas Eu gostei de saber que você gozou só em me chupar. – Falei beijando sua boca e depois avançando para o pescoço. – Vamos! – Falei desprendendo-me do abraço em que estava envolvido e buscando minhas peças de roupa.
– Para onde? – Ele perguntou curioso.
– Eu já disse: Viva e veras!
Troquei-me – Ele já estava pronto há muito tempo. – E levei o Walmir em direção ao meu carro. Pus meu CD de músicas eletrônicas e dei partida no carro. Walmir apenas sorria olhando para o “nada” do lado de fora da janela. Peguei o celular em meu bolso e vi alguns lugares que Silvia me indicou. Logo de cara descartei alguns e fiquei em duvida entre três. Acabou que Eu decidi leva-lo para um lugar pouco frequentado.
Chegamos ao local indicado por volta das 16h00min e podemos apreciar o quão lindo era aquele parque. Deixei meu carro estacionado bem na entrada do sítio – Já que não era permitida a entrada de carros. – E entrei de mãos dadas com o meu Baixinho. Dentro do parque, como Eu já suspeitava, havia pessoas vendendo Kit Piquenique. Comprei uma grande cesta – Já que para me manter em pé é difícil. – e direcionamo-nos, Walmir e Eu, para debaixo de uma árvore.
Walmir estendeu a toalha e começou a preparar o local para o nosso “lanche da tarde”. Enquanto Walmir preparava o lugar, fui comprar um suco para nós – Já que este último item citado não se encontrava na cesta. Ao voltar para o lugar que escolhemos, percebi quão farta estava a cesta de piquenique. No chão estavam, em cima da toalha, os croissants, as fatias de bola de trigo e milho em um prato médio e raso, e os doces e os salgados em uma mini vasilha.
– Agora, sim, está perfeito! – Walmir exclamou, sorrindo, recebendo-me com um beijo.
Deitamos na toalha e principiamos a conversar. Ao contrário do que Eu pensava, o nosso relacionamento estava muito bom; nada havia mudado. Walmir estava sempre sorrindo e me beijando. Logo após, não aguentado mais, principiamos a degustar aquela maravilha de comida.
– Com licença?! – Exclamou uma senhora, já de idade, olhando para nós dois.
– Pois não?! – Perguntei grosseiramente ainda com o croissant na boca.
– O senhor poderia nos ajudar? – Perguntou apontando para três meninos raquíticos da pele morena. – Desde ontem não comemos nada e...
– Saí daqui! – Fui ríspido e falei num tom grave e alto.
– Desculpe-me senhor! – A velha ia se retirando. Até que, rapidamente, Eu vi o Walmir pegando o prato com a maioria das fatias do bolo e entregando a moça.
– Desculpe-me senhora! – Walmir falou abraçando-a. – Meu noivo não aprendeu boas maneiras. – A moça chorava enquanto Walmir a entregava o prato de comida.
– Obrigada, meu filho. – A moça exclamou abraçando o Walmir.
Eu apenas fiquei impressionado com toda aquela cena; o Walmir nunca ia de contragosto a mim. Nós sempre concordávamos. Walmir guiou a velha até os seus filhos – ou netos; não sei ao certo. – e foi cumprimenta-los. Walmir falou com todos e voltou a sentar-se na toalha.
– Que bosta foi aquela? – Perguntei com raiva.
– Como?
– Por que você deu o nosso lanche àquela pedinte?
– Porque ela precisava daquilo mais que nós. – Ele falou calma e educadamente.
– Ah!!! – Exclamei sarcástico – Se ela precisasse, ela estaria trabalhando para sustentar a família dela.
– Por que você fala assim com as pessoas pobres? – Ele perguntou indignado. – É do seu feitio?
– Sim. – Fui grosso ao responder. – E outra: Se ela estudasse, não seria pobre.
– Você acha que todas as pessoas tiveram a mesma oportunidade que nós? – Dessa vez Eu não tinha resposta para a pergunta. – Você deveria me conhecer mais. – Ele falou quase que sussurrando.
– Por quê? – Perguntei encarando-o
– Você conheceu o Walmir filho do Geraldo Almeida Paiva, porém não conheceu o Walmir filho de Susana das Dores. – Ele deu uma pequena pausa e Eu esperei ele contar-me alguma coisa. – Sim, esse era o nome de solteiro da minha mãe. Eu vi em seu registro. – Ele falou rindo. – Pois bem, quando Eu morava em Colônia Eu era pobre, José. – Fiquei pasmo ao ouvir aquilo. – Minha mãe recebia dinheiro de meu pai e não sabia. Minha avó nunca a contou. Não por maldade, mas sim porque ela sempre se esquecia do que as pessoas falavam. Logo, minha mãe, solteira, sempre encontrou dificuldades para me sustentar. Um certo dia ela ficou doente e nós passamos fome. Foi a pior parte da minha vida. – Ele falou abaixando a cabeça e enxugando gotas de lágrimas que teimavam em cair de seus olhos. – A doença da minha mãe durou pouco tempo, mas foi tempo o bastante para o seu patrão arranjar um motivo para demiti-la. José? – Ele falou levantando o seu olhar para o meu. – Ver você maltratando pessoas nesse estado me fez imaginar como seria, Eu e você, se, por um acaso, Eu ainda fosse pobre. Se for pra continuar assim, com o nosso relacionamento, você terá de aprender a conviver com as pessoas.
A partir daquele momento, fora inevitável meu choro. Eu não tinha ideia do quão sofrida tinha sido a vida daquele garoto. A partir daquele momento, Eu estava, verdadeiramente, conhecendo o amor... O meu amor. Abracei o meu Baixinho e falei, em seu ouvido:
– Por você Eu passo por cima de qualquer preconceito.
Walmir agarrou-se a mim, sentando-se em meu colo (Ele de pernas abertas, laçadas em minha cintura) e beijando-me. Já eram 17h40min – mais ou menos. – e não tinha quase ninguém no parque. O nosso beijo começou a ficar urgente e Eu via a hora de sugar a boca do Walmir com lábios e tudo mais. Eu estava, praticamente, arrancando a boca do Walmir. Os estalos em nossos beijos determinavam o quanto estávamos selvagens naquela tarde. Em um ato reflexo, joguei o Walmir de quatro no chão, este, por sua vez, agarrou-se a arvore de modo com que ele ficasse todo empinado para me receber. Subi próximo as costas do Walmir e comecei a mordiscar sua nuca. Fui descendo, enquanto ouvia seus gemidos, e, quando cheguei próximo a sua bermuda, Walmir exclamou:
– Não! Não! Não! – Parecia que ele estava com medo de algo.
– O que foi, Baixinho? – Perguntei preocupado tirando a mão de sua bermuda e apoiando-as em sua cintura. – Você não está preparado, é isso? – Perguntei temendo a resposta.
– Não. Não é isso. – Ele falou convicto, denunciando certeza em sua voz. – Eu estou com medo de que alguém nos veja. – Nessa hora Eu larguei minha mão de sua cintura e olhei para os lados. – Há guardas florestais por esse parque. Não podemos fazer sexo aqui.
– Okay! Okay! – Falei baixo, desprendendo-me de ele e arrumando o nosso lanche na cesta. Faltava apenas uma hora para o parque se fechar.
– Não faz isso, amor! – Walmir exclamou manhoso, agarrando, ternamente, por trás.
– O que, meu anjo?
– Você não está com raiva? – Ele perguntou indo para a minha frente.
– Não, meu anjo. – Respondi com sinceridade. – Até porque Eu tenho uma fantasia de fazer amor tendo como palco a natureza. – Eu ri e fui seguido por ele. – Mas Eu não estou com raiva, não. Longe disso. Mas já está próximo à hora de ir para casa. Se Eu não te devolver dentro de duas horas, o teu pai me mata. – Falei pegando a toalha e pondo na cesta. – Vamos! – Peguei a mão de Walmir e o acompanhei até o carro.
Chegamos à residência dos Almeida Paiva por volta das 19h00min. Walmir desceu do carro, arrodeou e deu-me um beijo avassalador. Juntamos nossas testas e sussurramos um “Eu te amo” em uníssono. Meu Baixinho andou até a entrada principal de sua casa e, ao chegar à porta, virou-se e mandou um beijo para mim. Fiz menção de ter agarrado algo no ar e pus a mão em meu coração. Depois retribui o beijo e gritei, para quem quisesse ouvir:
– Eu te amo, Baixinho!
Walmir entrou em sua casa e Eu parti para a minha. Pus o som em um volume bastante alto e me distraí enquanto ouvia minhas músicas. Em meio à música e a meus devaneios, apenas ouvi o caminhão buzinar e amassar a lataria de meu carro. Já era, pensei comigo.
Ao menos, se Eu morresse naquele momento, Eu morreria feliz.