Aquela manhã nem de longe estava sendo uma das melhores. Meu corpo era um poço de adrenalina e com um impulso instintivo consegui saltar para trás, no exato momento que a moto com destreza também desvia a centímetros de distância de mim.
O motoqueiro reduziu e olhou em minha direção enquanto estava eu a apoiar em um poste tentando tomar fôlego, só o vi sacudir a mão como se o seu desejo fosse enfiar juizo e atenção em minha cabeça. Mesmo que por alguns segundos, pude ver que ele estava usando uma pulseira grossa de tecido de cores do reggae, aquilo me chamou a atenção pois eu possuía uma idêntica amarrada em minha mochila. Pouco depois ele desapareceu rasgando a avenida.
Muitos haviam presenciado a cena, enquanto alguns olhavam para mim o restante já havia seguido em frente com uma indiferença enorme estampada na cara. Ainda sentindo comichões e os músculos repuxando, característicos da normalização da adrenalina, segui em frente.
Faltava somente um quarteirão até a faculdade. Meus passos eram rápidos diferente estava minha mente, estacionada com meus pensamentos no estranho sonho que tive. Não conseguia esquecer daquela figura masculina explorando com toda a liberdade meus desejos e temores mais profundos. Logo me peguei apertando a pulseira do reggae contra a mochila. Segura_la ajudava a racionalizar, me proporcionando segurança desde o momento em que a ganhei aos sete anos.
A poucos metros da última esquina já se podia ver a faculdade com uma estrutura diferenciada e dividida em blocos. Entrei pelo portão três que dava em frente ao bloco de psicologia e afins. O sol já estava a queimar, mas com uma temperatura típica de outono, havia um jardim de lirios amarelos por toda a extensão da pequena estrada que circundava o campus. A entrada do prédio era ampla com duas escadas que se dividiam até o próximo piso. Mas por sorte minha sala estava no primeiro piso. Não havia ninguém transitando por ali, estava um completo silêncio. A classe em que estava era a de número quatro e ao se aproximar da porta pude ouvir uma voz feminina que falava sobre algo que não me era estranho. Parei por alguns segundos e resolvi bater na porta, que por estar entre aberta, começou a se abrir revelando o conteúdo da sala. Uma senhora de aparência oriental que segurava um livro na mão, percebeu a minha presença e me dirigiu um olhar.
_ Olà!_Ela falou deixando o livro sobre a mesa e vindo em minha direção_Precisa de algo meu jovem?
_ Ehh..._ Disse adentrando pela sala_ Me chamo Dexter eu vim de Minas, e começo hoje a estudar aqui.
Entreguei a ela um documento que tinha recebido da secretaria. Nem dando atenção ao papel, aquela senhora de estatura mediana e com os cabelos lisos amarrados, me abre um lindo sorriso e diz:
_Ah sei quem você é! Vamos entre, ali próximo a janela há uma mesa vazia.
A mão da professora estava por trás do meu braço me guiando por uma sala um tanto ampla com mesas universitárias dispostas em frente a uma louza preta grande na parede. Meus olhos curiosos começaram a percorrer todo o ambiente e havia dezenas de outros olhos me encarando, estavam ali cerca de vinte pessoas diferentes uma das outras mas com faixas etárias parecidas.
_Pode me chamar de kia_ Disse a professora me deixando em frente a minha futura mesa_Espero que fique a vontade aqui,ah e antes que eu me esqueça, Dexter não quero mais atrasos.
_Foi mal prometo que não irá se repetir.
_Só mais uma coisa nas minhas aulas só se senta em duplas._A senhora kia disse fazendo uma pausa indo em direção ao único trio que havia.Um pouco depois ela volta acompanhada por um garoto sério que usava uma pulseira do reggae. CONTINUA..