Substituindo a mulher do vizinho

Um conto erótico de Kherr
Categoria: Homossexual
Contém 4753 palavras
Data: 15/10/2012 15:47:53
Assuntos: Homossexual, Gay

Há quase um ano que, mais para ajudar um colega da empresa onde trabalho, em mudança para Belo Horizonte, devido a uma oportunidade que lhe proporcionaria uma alavancada na carreira e, de quebra um substancial acréscimo nos rendimentos, do que propriamente por interesse ou necessidade, comprei um apartamento dele; cuja finalidade, pensava eu, seria alugá-lo ou mesmo vendê-lo, uma vez que, ainda morava com meus pais e não precisava do imóvel. Mas, o trânsito caótico de São Paulo estava me tomando algumas horas, que eu achava podiam ser mais produtivas se eu me mudasse para o apartamento que ficava próximo ao meu local de trabalho, ao invés de desperdiçá-las nos intermináveis congestionamentos no início das manhãs e nos finais de tarde. Por outro lado, não me agradava a ideia de morar em apartamento. Acostumado a viver numa casa ampla cercada de jardins, abominava a maneira claustrofóbica como as pessoas se amontoam umas sobre as outras nos edifícios atulhados de minúsculas gaiolas, onde a cacofonia sonora do cotidiano das vidas das pessoas se mistura aos cheiros do preparo de comida e, ao desinfetante da limpeza, numa falta de privacidade que beira a promiscuidade. Com esse dilema em mente, fui postergando uma visita ao apartamento, que em realidade, eu não conhecia direito. Antes de fechar o negócio, estive por meia hora no apartamento, quando meu colega ainda morava nele com a família. Como a data da mudança dele se aproximava e, ele não conseguia vender o imóvel, começou a oferecê-lo aos colegas da empresa e, julgando a transação vantajosa, acabei fechando o negócio.

Num sábado ensolarado eu passava próximo ao apartamento, voltando de um shopping, quando resolvi dar uma olhada mais acurada na minha aquisição. O porteiro não me conhecia e, obviamente, não permitiu minha entrada. Pedi que entrasse em contato com o síndico e o chamasse à portaria. Depois de quase meia hora parado na calçada em frente ao edifício, um senhor, quase completamente grisalho, apareceu para me receber. Um sorriso mais comercial do que cordial, vincava ainda mais o rosto sexagenário.

- Eu me perguntava se algum dia o senhor apareceria para ver o apartamento, ou para morar nele. Noto os depósitos bancários, referentes às mensalidades do condomínio, entrando diretamente na conta, mas nunca o vi numa reunião do condomínio. – ele desatou a tagarelar, enquanto me conduzia ao elevador.

Este é o senhor Thomas, José! O dono do apartamento 112. – ele se apressou a me apresentar ao porteiro, numa formalidade com a qual parecia estar acostumado.

- Vai morar aqui? – continuou, quase sem tomar folego entre uma frase e outra.

- Ainda não sei bem o que vou fazer com o imóvel. – me limitei a responder.

- Quase todos os condôminos são ótimas pessoas, o senhor vai gostar de morar aqui. Afora o fato de a sua unidade estar situada no último andar numa posição muito privilegiada. – acrescentou, como se eu houvesse mencionado que estava me mudando para o edifício.

Fiquei feliz quando o elevador finalmente chegou, vindo das garagens no subsolo. Achei que ele me acompanharia com aquele tagarelar entre curioso e alcoviteiro, mas no último instante o porteiro entregou-lhe umas correspondências e, ele desapontado, teve que renunciar a uma bisbilhotada no apartamento.

- Estarei em casa, no 51, se precisar de alguma coisa é só me procurar. – concluiu, ao me deixar entrar no elevador.

Um casal, vindo da garagem, já estava no elevador. E, a tecla do décimo primeiro andar era a única acessa no painel. Seriam meus potenciais vizinhos?

Esbocei um sorriso tímido e, soltei um Bom Dia na mais cordial naturalidade. No entanto, parece que ele não causou qualquer impacto, uma vez que o homem, cuja idade devia se igualar a minha, se limitou a estirar os lábios num arremedo de sorriso e, a mulher manteve a cara zangada, sem se incomodar com a minha presença. Subimos naquele silêncio constrangedor que estranhos costumam manter ao compartilharem momentaneamente, ambientes confinados, até alcançarmos nosso andar. Ela se atirou porta afora assim que o elevador parou e disparou em direção à porta do apartamento que ficava em frente ao meu. O homem a seguiu com a chave em punho meteu-a na fechadura abrindo a porta, e entrou antes dela, numa atitude pouco cavalheiresca. Enquanto eu vasculhava o chaveiro à procura da chave certa do meu apartamento, ouvi o estrondo da porta se fechando nas minhas costas. E, em seguida, os berros de uma típica discussão de casal se desenrolando entre as paredes que não impediam que a acústica acalorada reverberasse por todo o andar.

O prédio de estilo arquitetônico contemporâneo, localizado numa rua tranquila do bairro, é bem charmoso e, o apartamento não era de todo ruim. O décimo primeiro andar, o último do edifício, tinha apenas dois apartamentos, diferentemente dos demais andares, que eram formados por quatro unidades. Ocupando uma área maior que os demais apartamentos, um dava para a frente do edifício e, o outro, o meu, para a parte não voltada para a rua, o que lhe conferia uma certa privacidade. Ambos eram separados pelo hall dos elevadores e escadas, acima deles ficavam as caixas de água e, a estrutura que abrigava o maquinário dos elevadores. Como não ocupavam toda a superfície do andar, sobrava uma área descoberta, cujo acesso só se dava pelos apartamentos. Era uma espécie de quintal nas alturas. Passei a esmiuçar cada detalhe do apartamento e, achei que uma reforma poderia deixar aquelas paredes com cara de um lar. Assim, saí dali com o firme propósito de voltar no final de semana seguinte, disposto a medir cada cômodo e, elaborar um croqui sobre o qual pudesse avaliar o que seria feito.

Uma semana depois lá estava eu, munido de trena, papel e lápis, rabiscando os contornos do apartamento. Lembrei-me de uma amiga, que mencionara ter um primo arquiteto e, fiz uma anotação no canto do papel, para me lembrar de entrar em contato com ela. Estava todo entretido com meus pensamentos, quando ouço nova discussão ganhando força no apartamento da frente. Uma sucessão de impropérios era alardeada, a plenos pulmões, pelo casal beligerante, enquanto portas batiam e objetos caiam ruidosamente no chão. Fiquei imaginando quantas destas brigas não aconteciam no cotidiano daquele casal, uma vez que em duas oportunidades me deparei com a mesma situação.

O primo da minha amiga me mostrou alguns dos seus projetos que me agradaram bastante. Mario é homossexual assumido e um pouco afetado, parece ser um cara bem resolvido quanto a isso, no entanto, é muito acessível e divertido, embora eu me sentisse um pouco constrangido com seus modos. Pedi que ele fosse ver o apartamento durante a semana, e me desse alguma sugestão de reforma. No sábado seguinte nos encontramos no apartamento para discutir suas propostas.

- Menino! Que bofe é esse que você tem como vizinho! – exclamou, entre risos, assim que abri a porta para ele, exatos sete dias mais tarde.

- Quem? Qual vizinho? – indaguei, não atinando a bizarra descrição com alguém específico.

- Esse pecado ambulante que mora aí em frente! Acabo de cruzar com ele na portaria e, quando estive aqui vendo o apartamento encontrei com ele, saindo do apartamento da frente – arrematou eufórico.

- Ah! Esse. – retorqui sem ânimo.

- Nossa, fofo! Que cara é essa? – continuou interrogativo.

- É o sujeito de cara amarrada, que quebra altos paus com a esposa. – expliquei, entre arrependido e contrariado, por emitir uma opinião a respeito de pessoas que não conhecia.

- Mulher é burra mesmo! A última coisa que eu pensaria em fazer com um bofe daqueles é ficar brigando. – concluiu malicioso, entre uma gargalhada.

Gostei da proposta que ele me apresentou e, depois de alguns adendos, demos inicio a reforma. Embora não fizesse parte do combinado, ele ia frequentemente acompanhar o andamento da obra, acho que muito mais motivado pela esperança de encontrar meu vizinho, do que pela reforma em si. Como eu dispunha de pouco tempo para essa tarefa, não vi razão para negligenciar essa providencial ajuda. Não raro, ao chegar aos sábados pela manhã na obra, encontrava-o dando instruções ao pessoal, ou reclamando de alguma coisa que não ficara como ele havia planejado. Numa destas visitas, encontrei-o conversando animadamente com meu vizinho.

- Oi Thomas! Que bom que você veio. Estávamos falando de você. – Ah! Desculpe, esse é o Marcão! – dirigiu-se a mim com sua voz esganiçada.

- Bom dia! – cumprimentei acanhado, imaginando o que aqueles dois poderiam ter falado a meu respeito.

- Olá! Muito prazer! Seu apartamento está ficando um show. Muito bom gosto! Parabéns! – retribuiu, numa cordialidade que até então eu desconhecia nele e, segurando minha mão entre as dele, por mais tempo que o necessário.

Percebi que o Mario tomava aquele elogio para si, pelo suspiro que soltou, enquanto seus olhos faiscavam em direção ao Marcão. Foi aí que pousei mais acuradamente meu olhar sobre aquele homem. Alto e com uma musculatura avantajada, tinha por trás dos olhos verdes um quê de desassossego, que o sorriso largo procurava disfarçar. Seus movimentos eram viris e, a voz grossa e pausada aumentava essa condição. Certamente ele fazia muita mulher suspirar com esse jeito machão. Naquele instante senti um desconforto pelo fato de encontrar os dois conversando tão animadamente. Estavam, de certa forma, íntimos, enquanto eu nada sabia a respeito do meu vizinho, exceto que não se entendia com a esposa.

Quase três meses depois, com um saldo bancário praticamente zerado, pude ver meu sonho realizado. Faltavam retoques, que eu me propus a fazer depois da mudança. Essa aconteceu na véspera de um feriadão prolongado. Pretendia usar esses dias para deixar tudo em ordem. Foi também a primeira vez que dormi no meu novo lar. Acabei indo deitar tarde, já era madrugada quando terminei de ajeitar o essencial nos armários. No dia seguinte, o tique-taque malevolente, de um relógio de cabeceira, sobrepunha seus ponteiros, quando meus olhos sonolentos tentavam descobrir as horas. Era quase meio dia quando acordei, ainda desorientado com o novo ambiente.

Na sala, cheia de caixas espalhadas pelos cantos, uma estante recém comprada, aguardava para ser montada. Resolvi que essa seria minha tarefa do dia. Tomei uma ducha para me animar e fui vasculhar a cozinha atrás de algo para forrar o estômago, antes de me lançar ao trabalho. Tão logo comecei a desencaixotar as partes da estante, escuto alguém batendo na porta da sala. Não esperava ninguém e, estranhei o fato do porteiro não haver interfonado. A princípio não quis atender, pois trajava apenas a bermuda do pijama, mas alguém golpeava a porta, insistentemente, com tanta força que parecia que a iria derrubar. Ainda não havia instalado um olho-mágico e tive que abrir uma fresta da porta para ver quem era.

- Bom dia! Ou será boa tarde? – o Marcão disse, ao simplesmente ir entrando, sem que eu desse qualquer aval nesse sentido.

- Olá! – respondi, esfregando os olhos e achando que ainda devia estar sonhando.

- Soube que você se mudou ontem. Já conseguiu arrumar tudo? – indagou, sem me dar chance de dizer que era cedo para uma visita.

- Estou me ajeitando. – respondi secamente. No íntimo fiquei pensando – Que cara de pau! Será que não se manca que estou cercado de bagunça e que a hora é imprópria para cortesias?

- O que está fazendo? – continuou, sem dar ares de ir embora.

- Estou tentando montar esta estante. – respondi, como se ele não o pudesse notar por si próprio.

- Desse jeito vai sobrar peça e faltar parafuso! – acrescentou rindo, ao dar uma olhada superficial no que estava espalhado pela sala.

- Não sou um expert na montagem de móveis, mas acho que dou conta do recado – emendei com cara de zangado. Que cara petulante!

- Não é o que está me parecendo. – retrucou, fazendo pouco caso do meu esforço.

Estava quase mandando ele à merda, quando despiu sua camiseta, deixando um peito largo e peludo em evidência, pegou o manual de instruções e a chave de fenda e, se pôs a soltar umas buchas plásticas que eu havia encaixado nos furos das partes de madeira. Com uma habilidade espantosa, as peças iam se encaixando e a coisa começava a ganhar cara de estante. Auxiliei-o a colocar as prateleiras mais altas e, de tão próximos, resvalávamos um no outro durante o trabalho. Suspeitei que ele provocava isso propositalmente, mas não achei prudente discutir isso naquela hora. Notei que ele não tirava os olhos do meu corpo, analisava-o pormenorizadamente, detendo-se especialmente na minha bunda e nas minhas coxas e, comecei a lamentar o fato de não ter colocado uma roupa mais apropriada, pois me sentia nu diante dele. Meus músculos, algo definidos, se distribuíam harmônicos pelos meus 185 centímetros, recobertos por uma pele imaculadamente alva e lisa. Fui ficando encabulado e, desajeitado, ora derrubava alguma coisa aqui, ora deixava outra coisa cair acolá.

- Bela bunda! E que par de coxões, hein? – disse repentinamente.

Perdi o rebolado de vez. Senti meu rosto se afoguear. Certamente estava com as faces imberbes, vermelhas, pois ele riu maliciosamente. Não encontrava as palavras para revidar e, isso me deixou puto.

- Talvez essa cantada barata tenha funcionado com o Mario, mas comigo não cola! – revidei agressivamente.

- Quem foi que disse que eu dei uma cantada no arquiteto? Além do que, um cara como ele, nem precisa de cantada, já se oferece por conta própria! – continuou, com uma expressão séria.

- Bem! Acho que está na hora de você ir. Preciso sair daqui a pouco! – menti, tentando me livrar daquela situação.

- Ainda não terminamos de montar a estante. – acrescentou determinado, voltando a montar o móvel.

- Depois eu continuo. – emendei, pouco convicto.

- Você podia providenciar alguma coisa para beber, estou com sede e exaurindo minhas forças nesse trabalho. – comentou, com um sorriso maroto, difícil de ser contestado.

- OK! Concordo. Estamos há horas montando essa joça. Merecemos uma pausa para um lanche. – falei, mais animado, depois de haver me safado da saia justa.

Fui à cozinha preparar algo com o que encontrei e, voltei para a sala com uma bandeja caprichada.

- Beleza! Isso está com uma cara ótima e, faminto como estou, duvido que sobre alguma coisa. – falou, enquanto tomava um copo de suco em grandes goles. – Me desculpe se te ofendi, não foi minha intenção, juro! – acrescentou, depois de alguns minutos.

- Também não quis ser ríspido. Fui pego de surpresa! – me desculpei

- Mas isso não invalida o que eu disse! Te acho um tesão! Pronto, falei! – e começou a abrir aquele sorriso malicioso, que lhe dava um jeito bonachão.

- Você também não é de se jogar fora! – arrisquei, entrando na brincadeira dele.

- Uau!! Estamos progredindo. Agora só falta eu te pedir em casamento. – ele continuou, sem parar o que estava fazendo.

- Bígamo!! Isso dá cadeia, sabia? – exclamei provocativo.

- Não sou mais casado! Aliás, deixarei oficialmente de ser, em algumas semanas. Posso casar novamente. – falou, sem se voltar para mim, mas adivinhando a minha cara de surpresa com essa informação.

- Desculpe, não sabia! – retruquei constrangido.

- Você mesmo viu que as coisas não iam bem. O prédio todo sabia. – continuou, com uma seriedade, que me comoveu.

- Espero que encontre alguém legal, e que isso fique no passado. – acrescentei, tentando consolá-lo.

- Já encontrei! Só falta essa pessoa aceitar minhas cantadas! – disse, dando uma piscada na minha direção, jogando uma das buchas plásticas da estante em mim e, abrindo novamente o sorriso.

- Aí fica difícil!! Acho que você vai dar com os burros n’água! – brinquei

- Vale à pena persistir e tentar!! – exclamou convicto.

Pelas amplas janelas se infiltrava a última nesga do céu, iluminada pela luz do dia. O céu se turvava de um cinza carregado e, o ar pesado e quente não esboçava um mínimo movimento, num prenúncio de um temporal iminente. A estante ficou pronta, e linda!

- Parabéns!! Sua ajuda foi providencial! – agradeci, admirando o resultado.

- Minha ajuda?? Sem mim você ainda estaria tentando decifrar o manual! – exclamou provocativo, rindo da minha cara.

- Convencido!! – Você nem conhece as minhas aptidões! – respondi desdenhando.

- Mas estou louco para conhecer! – respondeu sem pestanejar e, colocando segundas intenções em cada palavra.

- Te devo um jantar. Resta saber se você aceita que eu o peça numa cantina aqui perto? – convidei agradecido.

- Só se for à meia luz e acompanhado de um vinho! – retrucou sedutor.

Conversamos descontraidamente durante todo o jantar, contando episódios engraçados de nossas vidas e, revelando um pouco de nós mesmos. O vinho permeando livremente a conversa e, o clima aconchegante, produzido pela iluminação, que ele próprio havia se encarregado de atenuar, servindo de entrosamento. Lá fora a chuva caía pesada e estrondosa, trazendo um cheiro de cidade molhada para dentro das janelas, amenizando um período de estiagem prolongado. Em determinado momento, ao sorver o último gole de vinho que estava em seu copo, o Marcão ficou me encarando enquanto eu relatava um fato ocorrido no meu passado, ele ficou em silêncio, mas eu tive a nítida impressão de não estar ouvindo uma única palavra do que eu dizia. O que eu nem suspeitava, era que, em seu íntimo, se desenrolava um turbilhão de pensamentos, sensações inusitadas, percepções que estavam mexendo com ele de maneira descontrolada. Ele não conseguia desviar o olhar dos meus lábios úmidos, que se moviam numa sensualidade provocante, enquanto eu falava; nem dos gestos que acompanhavam minha narrativa. Eles lhe pareceram um balé produzido para seu deleite. Era como seu eu o tivesse hipnotizado.

- Você é um cara muito bonito e encantador! Me amarrei em você! – proferiu finalmente, parecendo falar para si próprio, mas muito ciente do que dizia.

- É o vinho! – respondi brincando.

- Não é não! Só tomei um copo e isso está longe de me tirar do prumo. Já você, consegue fazer isso simplesmente gesticulando e sorrindo a meu lado.

Antes que eu conseguisse atinar com uma resposta, ele se levantou e veio em minha direção, segurou minha cabeça entre as mãos e me beijou, comprimindo decididamente os lábios contra os meus e penetrando a língua na minha boca. Estarrecido, não esbocei nenhuma reação, cedendo àquela investida com um grato prazer. Sentindo que não seria rechaçado, uma das suas mãos, finalmente, seguiu o desejo que ele estava reprimindo há horas, e se dirigiu à minha bunda, agarrando uma das nádegas num ímpeto voluptuoso. O sangue se acelerava em suas veias, abrasando-o e, com esse calor a aflorar-lhe à pele, apertava a carne rija que lhe enchia a mão. Eu podia sentir a sanha dele contida nesse gesto. Meu corpo clamava por ela e, minha razão a temia. Minha pele exalava um perfume que o inebriava, alimentando a sanha que o dominava. Meus mamilos se enrijeceram sem que eu pudesse disfarçar os biquinhos entumecidos pelo desejo. O sabor da saliva do Marcão chegava a minha garganta, não deixando dúvidas de que eu seria dele nos próximos instantes. A razão se desvanecia minuto a minuto, como uma nuvem carregada pelo vento, enquanto meu corpo era tomado por uma emoção avassaladora, que sinalizava uma inquestionável vontade de ter aquele homem dentro de mim, a fim de acalentá-lo aplacando seu tesão. Ele se aproveitava disso para ganhar terreno, me fazendo rodopiar, de modo que minhas costas fossem comprimidas contra seu peito peludo e, sua pica resvalasse nos meus glúteos. Ele a roçava, insistentemente, naquela saliência carnuda, procurando guiá-la para o meu rego à medida que ela ia se enrijecendo. Enquanto me apertava em seus braços, ia lambendo minha nuca e murmurando obscenidades, arriando definitivamente minha bermuda e, cravando os dedos, com força, nas nádegas lisas e imaculadamente brancas. Um gemido involuntário assomou meus lábios, quando um dedo grosso dele tateou guloso sobre minhas pregas anais. Ele soube então, que seus movimentos repercutiam no meu querer.

- Tesão do caralho! Adoro comer um cú. Deixa eu meter minha rola nessa bunda gostosa, deixa? – ele suplicava, tomado pelo tesão.

Atônito, eu nem cheguei a responder, pois seus lábios se ataram aos meus, mas a acolhida que ele sentiu na retribuição do meu beijo, foi o sim que ele esperava. Sempre me abraçando por trás, o Marcão me conduziu até o quarto, depositando meu corpo nu, sobre a espaçosa cama cujos lençóis guardavam o perfume convidativo da minha pele. Ele me lambia todo, aspirando aquela fragrância que tanto o excitava.

Recostado com a cabeça imobilizada, por uma das suas mãos, sobre os travesseiros, me vi diante de sua braguilha aberta, donde pendia babão, um cacete reto e grosso, contornado por veias salientes, que desenhavam um caminho sinuoso, que percorria desde a glande arroxeada e volumosa até o sacão peludo e globoso, onde se alojavam enormes bagos cheios do mais cremoso néctar másculo.

- Lambe o melzinho da minha pica, lambe tesão! – ordenou com sofreguidão.

Abocanhei o que pude daquela tora melada e comecei a chupar aquele líquido salgado e cheiroso que umedecia meus lábios. O caralho ficava cada vez mais duro enquanto eu sugava, preenchendo minha boca e sendo estocado para a minha garganta. Chupei-o submisso, com desejo e ternura, procurando pelo olhar de satisfação dele. O Marcão grunhia, no ritmo das minhas chupadas, entregando seus genitais às minhas carícias, num deleite que o fazia retirar a jeba da minha boca, para não gozar rapidamente. Procurando se controlar e fazendo arrefecer o tesão, voltava a colocar a rola na minha boca à procura de mais prazer. Eu percorria toda a extensão de seu membro, chupando as bolas pentelhudas e terminando por colocar a ponta da língua no orifício da sua glande, sorvendo o pré-gozo que escorria abundante e pegajoso. Decorrido algum tempo, minha boca foi invadida por jatos de porra morna, que eu degustei com prazer inusitado, sob o olhar satisfeito dele. Apesar de todo meu zelo com aquele líquido cremoso, não consegui engolir, de imediato, os jatos expelidos pela glande da pica indômita, tal como lava lançada por um vulcão e, um pouco escorreu pelo meu queixo. O Marcão a esfregou no meu pescoço, apertando, em seguida, minha mandíbula em sua mão. Lambi os beiços, até a última gota, deliciado com seu esperma viril. Ele me beijou com avidez, partilhando o sabor de seu gozo com o da minha boca gulosa.

Deitou-se preguiçosamente a meu lado, com o corpo ainda injetado de um tesão que não arrefecia. Pegou carinhosamente na minha mão, apertando-a entre a sua, como que selando uma comunhão. Me lancei sobre aquele corpo musculoso, abri minhas pernas e me sentei sobre suas coxas peludas. Meus dedos deslizaram suavemente por sua barriga, com as pontas abrindo caminho por entre o caminho peludo que se estendia até seu peito largo. A respiração excitada e profunda, movia-o num sobe e desce a cada inspiração e, eu acariciei o torso másculo, continuando a seduzi-lo num convite para que o jogo do amor continuasse. Suas mãos percorriam a pele lisa das minhas coxas musculosas em direção às nádegas abertas, que ele apalpava e forçava mais a abertura. Inclinei-me sobre ele, beijando-o repetidamente, movido pelo desejo de satisfazer aquele macho impetuoso, em todas as suas vontades.

- Macho gostoso! Quero ser todinho seu!! – murmurei ao lamber sua orelha com minha língua úmida, detendo-me a mordiscá-la provocativamente.

Sua reação não demorou. Me segurando pela cintura, deitou-me de bruços e arreganhou minhas pernas. Massageou minhas nádegas, abrindo-as até visualizar o cuzinho rosado que se camuflava seguro entre aquela carne quente. A visão tentadora daquelas preguinhas se contraindo suplicantes, parecia enlouquecê-lo. Ele, que agora era só tesão, agia movido pelo instinto predador, ele precisava fuder meu rabo delicioso. Enfiando a cara entre meus glúteos macios, começou a lamber meu cuzinho numa voracidade selvagem. A sensação da barba cerrada dele pinicando minha pele e, a dança sensual de sua língua úmida nas minhas preguinhas me fazia gemer excitado. Ele intercalava as lambidas explorando com o dedo a resistência dos meus esfíncteres, eu estava quase chorando de tesão. Com o cuzinho molhado pela saliva dele, fui me deitando de costas e abri minhas pernas, franqueando o acesso dele ao meu ânus. Ele apoiou minhas pernas sobre seus ombros, fixou seu olhar dominador no meu, acompanhando cada nuance das expressões do meu rosto, enquanto metia a pica no meu cuzinho. Algo parecido com um grito engolido, ou um gemido sufocado, abandonou minha garganta, quando as pregas se distenderam ao limite do suportável, para deixar a rola dele penetrar em mim. No final da penetração, minha carne rota acomodava, carinhosamente, em sua profundeza, até o último centímetro daquele caralho latejante. Agasalhando-o, completamente distendida, numa contração dolorida que se moldava à anatomia do falo rígido. Não me lembro de haver experimentado prazer maior e mais sublime que este. Ele aguardou, como um professor que espera seu aluno assimilar a explicação, por minutos que lhe pareceram uma eternidade, até que meu cuzinho se acostumasse com aquele volume alojado entre suas pregas, para iniciar amplos e lentos movimentos de vai-e-vem, estocando a jeba nas minhas entranhas acolhedoras. O tempo havia parado, o mundo deixara de existir, éramos apenas ele e eu, fundidos num único ser. Meus gemidos e o arfar pesado dele compunham um arranjo sonoro que entoava, com a chuva batendo nas vidraças, a mais doce das melodias. Vivenciávamos a súmula da felicidade. Depois de algum tempo, dardos fluidos de porra espessa escorriam abundantes entre as paredes esfoladas do meu cú, aplacando o ardor que tanto gozo proporcionara ao Marcão. Ele se inclinou sobre mim procurando as carícias do meu beijo amoroso, saboreando a plenitude da realização. Adormecemos entrelaçados, algo de que me lembrava remotamente e, que agora dava sentido à palavra aconchego.

Passamos a jantar, quase que invariavelmente, todos os dias juntos, depois de tirarmos 15 dias de férias para desfrutar dias ensolarados num resort no Caribe. E, com uma frequência cada vez maior, terminamos a noite adormecendo abraçados, exauridos pela paixão que nossos corpos provaram. Foram as melhores férias dos últimos anos. Viver em companhia do Marcão, longe da rotina diária, foi divertido e muito prazeroso. Na noite da véspera do nosso retorno, caminhávamos por uma praia, cuja areia cintilava, debaixo dos nossos pés, sob a lua cheia. Conversávamos banalidades, rimos de um sujeito que insistira em nos vender uma cacatua e, após um breve silencio, quando paramos de rir...

- Você não agasalha, com paixão, apenas o meu cacete com essa bundinha macia e enlouquecedora. Você agasalha meus desejos e minhas necessidades, nas pequenas coisas do dia-a-dia, como quando te vejo preparando, zeloso, minha torrada e meu suco no desjejum; ou ainda, quando você acomoda, jeitosamente, as roupas que deixei espalhadas pelo quarto, ao me despir para o banho, antes de uma noite de sexo. – ele confessou, postado diante de mim, num timbre de voz sério, que há dias eu não ouvia.

- Acho que porque você se tornou muito importante para mim e, me sinto feliz fazendo estas coisas para você. – justifiquei acanhado, antes de olhar à nossa volta para ver se estávamos distantes o suficiente, para roubar-lhe um rápido beijo, ali mesmo.

- Meu casamento, minha ex, tudo foi um engano. Uma sequência de acontecimentos que ela orquestrou e, nos quais me deixei envolver. Não foi propriamente uma escolha minha. Apenas deixei acontecer. Findo o tesão inicial, não nos suportávamos mais. Não vivi com ela um único segundo que possa se comparar ao que estou vivenciando com você. Quando estou no trabalho, ou longe de você, me pego pensando em você e, logo uma sensação boa se instala em mim. Isso quando meu cacete não começa a endurecer e a babar. – concluiu, rememorando seu passado recente.

Decorridos pouco mais de seis meses da minha mudança, esta manhã encontrei uma cueca do Marcão, esquecida junto com as minhas. Provavelmente a arrumadeira a colocara ali, sem saber que não era minha, embora não fosse do modelo que eu uso. Contemplei-a, demoradamente, tão ajeitada entre as minhas, deslizei meus dedos sobre ela antes de retirá-la e levá-la ao rosto, na expectativa de encontrar o cheiro dele impregnado nela. Um cheiro viril que ficava em meu corpo depois de transarmos. Voltei mais cedo do trabalho e me pus a preparar um jantar especial. Liguei para o Marcão durante o dia e disse que prepararia seu prato predileto. Ele logo se prontificou a trazer o vinho e, antes do horário marcado, já estava entrando pela porta com a chave que eu havia lhe dado.

- Humm?? Mesa linda! Comida que eu adoro! Você todo cheiroso! O que estamos comemorando? – inquiriu curioso.

Estendi a cueca, que achei na gaveta pela manhã, em sua direção, com um sorriso convidativo no olhar.

- Encontrei isso na gaveta do meu armário, junto com as minhas coisas. Acho que você também poderia ficar por aqui, junto comigo. O que me diz? – sugeri esperançoso.

- Pensei que nunca fosse ouvir esse pedido! É o que mais quero na vida, desde que te conheci. – respondeu ao vir me envolver em seus braços e me beijar com a morna ternura de seu amor.

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Comentários

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Li esse conto em outra plataforma.... há algum tempo. Realmente muito bom. Gosto do jeito que você escreve. A história de ambos ficou maravilhosa.

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Lindo conto. Puxa, este é o sonho da maioria de nós, homossexuais (ou bissexuais). Quem não desejou (ou deseja) encontrar um Marcão (ou um Thomas), que se manifeste em contrário (ah, as mulheres leitoras talvez desejem uma Márcia!kkk)

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Em primeiro lugar, um super obrigadão por terem dedicado seu tempo na leitura do meu conto!! E, mais ainda pela avaliação! Em segundo lugar, sempre fico muito contente, quando um dos meus contos causa uma repercussão positiva nas pessoas. Escrevo no intuito de fazer com que o leitor mergulhe na estória e sinta as emoções ali relatadas. Afinal, elas estão alí, dentro de cada um de nós, é só trazê-las à tona!! Abração a todos!

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