Na porta, sem camisa, estava o menino que estava sentado na minha frente, aquele que ficou olhando para mim no início da aula. Cabelos castanhos, puxados para o ruivo, e olhos castanho-claro. Ele rapidamente vestiu a camisa que estava segurando, deu um grande sorriso e falou "Não sei se já sabe, mas aparentemente nós somos vizinhos... posso entrar?"
Não sou muito de andar sem camisa por aí, imagine apenas de cueca. Portanto, na hora eu fiquei morto de vergonha e falei "Ah, oi, claro, entra aí. Espera só um momento que vou ali por uma roupa". Subi correndo as escadas e vesti a primeira roupa que encontrei. Ao descer as escadas, ele estava lá no mesmo lugar onde estava quando eu saí, parado em frente à porta. "Ehr.., como é o seu nome mesmo?" eu disse. "Gabriel" ele falou, andando em minha direção, "E então, soube que você é novo por aqui" continuou ele. "Pois é, me mudei recentemente... o que tem para fazer aqui no condomínio?". "Bom, você pratica algum esporte? Os meninos estão sempre jogando alguma coisa por aí. Hum, tem as piscinas, o salão de jogos" disse ele andando pela sala de estar "Dizem, inclusive, que o gramado atrás do salão de festas é ótimo para fazer sexo" ele falou isso rindo, e completou: "E isso é brincadeira, é claro".
"É tão ruim assim?" eu perguntei , já entrando na brincadeira. Não sei se já mencionei, mas eu crio amizade facilmente. Não sou muito de chegar em uma pessoa e puxar conversa, mas se ela o fizer, eu tomo de bom grado. Nós rimos, e eu o convidei para jogar video-game. Acho que Gabriel não entendeu muito bem o propósito do jogo (New Super Mario Bros Wii), o que me fazia rir o tempo todo. Lara havia chegado em casa, e falou que tinha ido ao shopping. Fora comprar roupas para se adequar à moda da cidade, penso eu. Gabriel me convidou para ir tomar um banho de piscina, e quando íamos saindo de casa, Hugo ia chegando. Convidamos ele para ir conosco, mas ele disse que estava com dor de cabeça.
Eu estava de sunga e com a minha toalha, Gabriel estava com um calção. Passamos na casa dele para ele deixar a camisa e buscar uma toalha, ele voltou de sunga. No caminho para a piscina, nós fomos conversando sobre o condomínio. Gabriel falou que tinha várias garotas gostosas, porém, a maioria metida. Tinha, inclusive, algumas meninas da escola. O papo estava bom, e meu amigo de baixo resolveu entrar na conversa. Como a sunga estava apertada (não sou muito de ir em praia, piscina, essas coisas, portanto, não comprava uma faz tempo), formou-se um relevo notável nela. "Fica assim só de pensar, imagina vendo, heim", Gabriel falou, e quando olhei, ele estava olhando para o volume em mim. "Quem pular na piscina por último é a mulher do padre" eu falei, correndo.
Já era noite, só estávamos nós dois lá. A piscina tinha uma divisão entre a rasa e a funda, formando uma espécie de ponte, e nós resolvemos brincar de 'derrube o outro'. Como o nome já diz, o objetivo da brincadeira é derrubar o outro. O agarramento era inevitável, mas se justificava no jogo. Gabriel devia jogar isso bastante, visto que ele sempre me derrubava. Em um momento, quando eu estava prestes a cair, acabei me segurando em sua sunga, e a puxei para baixo junto comigo. Quando me levantei, vi Gabriel em cima da ponte com o pau de fora. "Calma, é só pedir com carinho que eu tiro" ele falou, rindo, pulando na piscina e levantando sua sunga.
Já estava ficando tarde, minha mãe devia estar perto de chegar. Resolvemos sair da piscina. Nos enrolamos nas toalhas e fomos caminhando em direção às nossas casas. Estávamos com sede, e como a casa de Gabriel era mais perto, nós fomos beber na dele. Chegando lá, ele tocou a campainha e uma voz lá ao fundo gritou "já vai". "Já vai", imitou Gabriel "Essa aí demora um século pra abrir a porta, ainda bem que deixei a janela da sala aberta". Ele falou que ia entrar pela janela e vir abrir a porta para mim.
Quando eu vi ele dobrando a ponta da casa, a porta a minha frente se abriu. "Que rápido ele" eu pensei, rindo. Mas não foi Gabriel quem abriu a porta. A surpresa foi tanta que eu deixei a toalha cair sem querer. "Deixa que eu pego" falou Aline, me dando um forte abraço em seguida.
