Passam três dias, o baile de primavera será daqui a mais três. Dave ficou triste e pensativo, agora estava avaliando o que sentia por Kurt... como as palavras de Burt puderam feri-lo tanto, como tais palavras puderam fazê-lo refletir? Será que ele gostava de Kurt ou estava deslumbrado com a possibilidade de ver como é um gay? Comparar sua desenvoltura naquela hora. Não, Dave não poderia ser tão mesquinho, ou poderia?
Dave precisava ver Kurt, se uma coisa era certa é que aquele sentia falta de sua boca, corpo, cheiro, será que só aquilo bastava para dizer que estava realmente apaixonado por Kurt?
Em meio aquilo tudo Mel percebe que já está na hora de colocar o seu plano final em ação, um plano que com certeza faria com que Dave e Kurt se separassem, sem possibilidade de reencontro.
Mel: Dave, o que foi? Você anda tão triste... nunca mais te vi com o Kurt.
Dave: é... foram umas burradas que fiz ano passado, o pai dele não gosta muito de mim e descobriu que nós somos... (quase Dave diz a verdade) amigos, então deixou o Kurt de castigo.
Mel: Deve ser chato isso, mas olha, eu conheci a madrasta do Kurt no salão e ela me pareceu uma ótima pessoa, creio que ela pode te ajudar.
Dave: Eles são legais, fui eu que, ano passado, fiz besteira... brigava direto com o Kurt empurrava ele no armário..e.... Eles têm motivo de sobra para me acharem uma pessoa não muito recomendável para andar com Kurt, se é que você me entende?
Mel: Mas Dave, eu estive com vocês ao longo destes dois meses, eles tem que entender que você mudou...como dizem, águas passadas não movem moinhos. Uma das pessoas que vi que são mais próximas do Kurt, aqui, com certeza é você.
Dave: Eu sei disso, mas não posso negar que tanto o Burt, quanto a Carole tem motivos de sobra para me detestar. Esse fardo é meu, eu tenho que carregá-lo sozinho.
Mel: Que história é essa? Nós somos amigos, eu gostaria que fossemos bem mais, entretanto você não quer... mas eu tive uma idéia, vamos estudar lá em casa? Se ele disser que vai para lá acho que podem liberá-lo do castigo, o que você me diz de amanhã umas 18:30h?
Dave fica pensativo, gostaria que fosse em sua casa, mas Mel poderia desconfiar de algo. Ao menos Dave poderia ver Kurt, então aceita.
Mel põe seu plano em prática pede para Carole deixar Kurt ir estudar em sua casa e marcando às 19:30h. Carole fica pensativa, contudo Mel tinha sido tão legal, mostrando-se uma amiga tão leal a Kurt que ela consente no enteado ir estudar com a amiga. Burt pensa em não deixar, mas diz que Kurt só vai para lá e assim que acabarem de estudar vai voltar para casa. Assim não terá perigo dele se encontrar com Karofsky.
Para a última parte de seu plano Mel precisaria da ajuda de Ted e Peter, Mel detestava precisar de outros para completar seus planos, entretanto se fosse ela que falasse ficaria estranho. Mel encontra-se com Peter e Ted sob as arquibancadas. Contudo um vulto passa por lá.
Mel:Vocês já sabem o que fazer?
Peter: Isso vai ser fácil.
No outro dia, no vestiário masculino após as primeiras aulas, quando estão no vestiário apenas Peter, Ted e do outro lado Sam aqueles começam a conversar.
Peter: Aquele Karofsky, não perdoa mesmo.
Sam começa a prestar atenção naquela conversa.
Ted: é hoje é?
Peter: com certeza, é hoje que ele e vai finalizar com a Mel ... eles já teriam feito desde que o Karofsky convidou a Mel pro baile, mas aquele gayzinho do Hummel sempre ficava lá, segurando vela, mas agora parece que ele não vai estar....
Ted: E como você sabe?
Peter finge estar olhando para os dois lados. Sam fica imóvel.
Peter: O Dave tá falando pra todo mundo isso... eles vão “estudar”...
Ted: Sei, estudar... ele vai estudar é a anatomia dela.
Peter: é e ai depois o Karofsky pega aquela gata da Mel... em pensar que ele conseguiu enganar aquele gayzinho direitinho...
Ted: Aquele Hummel, realmente é um idiota (risos), ele pensa que o Dave, nosso chapa, tá afim dele? mesmo depois do Karofsky ter feito ele ter saído do colégio pra poder voltar....Mas, sendo assim acho que ele vai perder a aposta...
Peter: Ou não, né? Do jeito que aquele viado tá dando mole pro Dave, vai ver que ele já o levou até pra cama, e arregaçou ele todinho. (risos)
Sam deixa uma coisa que estava na sua mão cair...
Peter: Quem está ai?
Sam se esconde entre os armários. Peter e Ted saem do vestiário.
*
Todos do Glee Club sabiam do envolvimento de Karofsky com Kurt. Como Karofsky poderia ter enganado a tantas pessoas, fazendo-as acreditar que ele realmente havia se enamorado de Kurt. Como poderia ser tão cínico? Sam não tinha nenhuma dúvida enquanto sua obrigação deveria avisar ao amigo sobre aquilo que havia escutado. Então Sam chega ao Glee e encontra Kurt.
Sam: Kurt, eu preciso falar com você.
Kurt: o que foi?
Sam explica a estória que ouviu no vestiário, de Karofsky e Mel, da tentativa de Karofsky levá-lo pra cama, apenas para ganhar uma aposta. Tudo aquilo soou tão mesquinho... o coração de Kurt estava ficando apertado, como se alguém o tivesse colocado na mão e o apertasse, de forma a ele nunca mais voltar ao normal.
Kurt sabia quem era esta pessoa que tinha o seu coração, Dave Karofsky, todavia agora as incertezas e a traição faziam com que Kurt ficasse muito mais desolado do que qualquer outro tempo. Kurt tinha que saber a verdade, tinha que ir à casa de Mel, não apenas as 19:00h, mas antes. Queria ter a certeza de que aquilo que ouvirá não seria apenas uma brincadeira de jogadores de futebol, ou se, na verdade, todo o seu relacionamento, todo o amor que sentia por Dave não passava de uma grande mentira.
Neste momento, ele só pensa em uma música.
Se há um prêmio por julgar mal...
Já sei que vou ser eleito
Amar não vale o sofrer não...
O verbo amar a razão rejeita
Quando à noite chaga Dave chega à casa de Mel, para estudar e poder ver Kurt. Já em sua casa Kurt tenta sair, aflito com a possibilidade de descobrir se Dave o traia ou não.
Kurt: Finn, eu vou agora.
Finn: Calma, você não pode.
Kurt: Eu não posso? O que eu não posso é ficar aqui, o que eu não posso é ser feito de besta... eu não posso ter acreditado em um cara..e...ele...ele não pode ter sido tão cínico...., não pode.... ele não pode ter dito que me amava... até na frente do meu pai e depois... (Kurt estava visivelmente transtornado, como se fosse começar a chorar a qualquer momento, lágrimas de raiva.)...e depois Finn... ele não pode...
Finn: Tá bom, tá bom... somos irmãos agora, eu te dou cobertura.
Finn diz para Carole que Kurt esta com dor de cabeça e que se trancou no quarto para descansar, enquanto isso Kurt pula pela janela e vai até a casa de Mel para ter a comprovação.
Na casa de Mel, ela pega dois copos de chocolate quente, um para ela, e outro para Dave, que percebe uma decoração esquisita, alguns quadros tortos e bibelôs caídos no chão.
Dave: O que é isso?
Mel: Chocolate quente, tome.
Dave: Não, eu não estou afim... o Kurt está demorando tanto..
Mel: é, está mesmo... eu vou colocar o chocolate aqui, caso você queira.
“Sem querer” Mel derrama chocolate em Dave.
Mel: Nossa, como eu fui desastrada... vai ficar uma mancha horrível.
Dave: Não se preocupe...
Mel: Dave, acho melhor você tirar essa blusa e ir ao banheiro lavar-se, aproveita e passa uma agüinha, ai não vai ficar manchada...
Dave: Não tem problema.
Mel: Dave, o meu pai é do seu tamanho, vou ver se arrumo uma blusa dele pra você, agora vai.
Mel aponta a direção do banheiro para Dave que vai se lavar, enquanto isso, ela pega a jaqueta de Dave, uma blusa do pai e suas próprias roupas e começa a jogar pela casa: da sala até o local onde eles estavam. Nos locais em que a decoração estava esquisita. Quadros tortos e bibelôs caídos.
Kurt esbaforido de ter corrido até lá, entra na casa de Mel e segue a estrada do Streep. A cada peça que vê pertencente a Dave é como se uma faca fosse enfiada lentamente em seu coração, da mesma forma quando atenta para as roupas de Mel. Atenta para a jaqueta caída no chão será que é do Dave? Poderia ser de outra pessoa. Kurt coloca a jaqueta em seu rosto e a cheira, um cheiro tão familiar, tão querido que ele fica enojado. Todas as suas suspeitas estavam confirmadas, Dave havia brincado com os seus sentimentos da forma mais mesquinha e vil que ele poderia imaginar. Quando ele chega mais perto, Mel estava apenas de calcinha, depois colocando seu sutiã, vestindo-se com um vestido vermelho e Dave chega apenas de calças.
Dave: Mel!?
Mel: Dave, você poderia subir meu zíper?
Dave achava aquilo muito estranho, mas subiu o zíper da roupa da garota.
Mel: Gostou meu garanhão?
Mel não espera nem mais uma palavra de Dave e beija-o.
Kurt faz um pequeno ruído, não se sabe se foi sua respiração, ou apenas uma pisada mais forte, mas naquele momento Mel e Dave se viram e percebem a presença daquele com os olhos cheiros de lágrimas, enojado de ter presenciado tal coisa.
Dave: Kurt?!, não é nada disso que você está pensando.
Mel: Dave? Eu não acredito....Como... como você pode dizer isso depois de tudo o que passamos?
Dave: Nós não passamos nada, eu, eu posso explicar...