O Garoto Rebelde - Capítulo 1

Um conto erótico de Fabiano
Categoria: Homossexual
Contém 2591 palavras
Data: 25/11/2012 18:07:17

Esta história é real, mas vou usar outros nomes para preservar as identidades das pessoas envolvidas. Vou contar aos poucos para que possa ser clara e bem detalhada. Não espere ler muito sexo. Minha vida não é um filme pornô e as coisas foram acontecendo nos momentos certos.

Isto aconteceu em 2008. Para ser bastante exato, foi em um sábado, 12 de Janeiro de 2008. Nunca me esqueci deste dia. O dia inteiro foi bastante típico, mas a noite me reservou uma surpresa que mudou a minha vida.

A minha mãe, Edilene, sempre foi devota á igreja. Nem tanto á Deus e sim a igreja mesmo. Vivia enfurnada lá. Todos os dias participava de todas as reuniões da noite, e nos finais de semana, participava de todas as reuniões do dia e da noite. Era fanatismo mesmo. Mas eu tinha catorze anos, então quem era eu para falar alguma coisa.

As palavras de dona Edilene, minha mãe, continuaram na minha cabeça durante todo aquele dia.

- Você vai sim e não discuta comigo! – Eram as ordens dela. Eu teria que ir ao culto da noite daquele sábado. Eu odiava ir á igreja. Não era pra mim essa vida de religioso, podia ser para ela, mas para mim não era mesmo. Todos os sábados e domingos eu tinha que ir. Odiava.

Eu estava jogando videogame. Tinha ganhado do meu pai um PS2 há pouco tempo e estava compenetrado no jogo “Resident Evil 4”.

- Fabiano! Ainda não foi tomar banho? – Gritou dona Edilene.

Que merda. No melhor do meu jogo.

- Ah mãe, eu não quero ir hoje!

- Já te falei que não vamos mais discutir isto. Você vai à igreja comigo sim e ponto final. Largue um pouco esse vício maldito e vá tomar seu banho.

- Que droga! Eu sou o único que é obrigado a ir à igreja com a mãe. Meus colegas não são mais obrigados, sabia?

- Seus colegas e as mães deles estão perdidos na fé. Você e eu não. Agora chega de videogames violentos e vá tomar banho, Fabiano. – Minha mãe ordenou, seriamente, desligando a televisão.

O pior de ser filho único era isto também. Se eu tivesse um irmão ou uma irmã talvez tivesse alguém para brigar ao meu lado. Por causa deste fanatismo religioso da minha mãe, meu pai a largou e se casou com outra. Eu também não via a hora de crescer e morar sozinho. Quando eu fizesse dezoito anos não seria mais obrigado ir á igreja nos finais de semana.

Vi que não teria mesmo jeito. Quando o assunto era a igreja nunca tinha jeito mesmo. Poderia ser pior, ao menos eu era obrigado a ir somente aos sábados e domingos. Durante a semana, por causa da escola, eu tinha o “direito” de ficar em casa. Ao menos era isso que dona Edilene dizia.

Durante meu banho bati uma punheta. Quisera eu ter acesso á internet em casa, para me masturbar vendo alguma coisa excitante. Meu pai quis-me presentar com um computador e colocaria internet ilimitada para mim, mas minha mãe não permitira. Provavelmente escutara horrores acerca da internet na igreja. Então minha consolação fora o PS2 mesmo.

Após o banho me vesti com uma roupa preparada por dona Edilene. Era uma camisa gola polo vermelha e uma calça de moletom creme claro. Penteei meus cabelos com gel fixador e calcei meu tênis. Estava todo engomadinho. Pensei pelo lado bom de novo, ao menos eu não era obrigado a usar terno e gravata como um mini pastor. Não me considerava um garoto bonito. Mas também não me considerava horrível – havia um garoto horrível na sala, com os dentes encavalados e gordo, esse sim era horrível – até que tenho eu tinha uma boa aparência. Comum, mas boa.

Quando saí do meu quarto, já todo arrumado, dona Edilene logo foi conferir:

- Está lindo o meu bebê. – Minha mãe sorriu e levou suas mãos ao meu rosto.

- Ah para com isso mãe. – Fiquei ruborizado. Catorze anos nas costas e ainda era mimado pela mamãe. Era terrível!

A igreja não ficava muito distante da nossa casa. Tínhamos que andar algumas ruas para chegar ao templo. Apesar de ser uma igreja de bairro, era um templo bonito e espaçoso. Os outros fanáticos cumprimentavam-nos como sempre, exibindo aqueles sorrisos falsos e forçados. Vestiam suas melhores roupas. Muitas meninas estavam ali para desfilar. Seriam às duas horas mais longas do meu sábado. Ou mais, às vezes os cultos eram ainda mais longos. Mas não eram só essas coisas que me incomodavam. O que de fato me incomodava era que eu não era bem-vindo á igreja, mesmo ninguém sabendo disto. Deixe-me explicar melhor: eu tinha atração por meninas e meninos. Interessava-me pelos dois sexos. E segundo minha própria mãe – que não sabia das minhas preferências – a igreja condenava pessoas que se sentiam atraídas por outras do mesmo sexo, que era pecado, que era sujo, que era imoral e muitos outros “adjetivos”. Então eu não me sentia bem-vindo. E de fato, estar ali era chato também.

Por indicação de dona Edilene, me acomodei no “banco dos adolescentes”, como sempre. Eu sempre me sentei ali e ficaria até completar quinze anos. Quando eu fizesse aniversário, iria me transferir para o “banco dos jovens”. As mesmas pessoas de sempre estavam lá. As mesmas meninas metidas. Os mesmos meninos estranhos e engomadinhos. Ninguém ali era interessante. E como eu só participava das reuniões de sábado e domingo á noite, eu não tinha muito entrosamento com os outros adolescentes. Acho até que me consideravam ainda como “visitante”.

O longo culto começou às 19h30min em ponto. Eles eram pontuais na hora de começar, mas não eram na hora de terminar. Uma oração foi iniciada e eu fechei os olhos. Admito que abri algumas vezes, espiando, mas voltava a fechá-los. Cinco minutos – que mais pareciam horas – depois, a oração foi terminada e eu reabri os olhos. Quando olhei para meu lado esquerdo vi um garoto que não estava sentado lá no início.

Ele era novo. Nunca tinha o visto lá. E ele parecia mais velho que eu, talvez tivesse já uns dezesseis ou dezessete anos. Não entendi o porquê de ele estar sentado ali, já que ele deveria estar no “banco dos jovens”. Vai ver ninguém o avisou. É, devia ser isto.

Durante o desenrolar eterno do culto, fiquei observando ele algumas vezes. Lançava aqueles olhares rápidos, sabe? Ele era um garoto negro. Magro, de cabelos raspados com máquina dois. Ele estava usando uma camisa branca com estampa e uma calça parecida com a minha só que na cor branca. E não usava tênis como eu, mas uma sandália marrom. Não era preconceito da minha parte, mas pela roupa surrada dele, dava para notar que ele devia ser bem pobre. Não que minha mãe e eu fossemos ricos, mas tínhamos uma situação financeira estável o suficiente para ter roupas novas sempre que fosse necessário. As roupas dele já precisavam de aposentadoria.

Eu estaria mentindo também se dissesse que ele era “lindo de morrer” ou algo do tipo, pois ele não era. Mas ele chamou a minha atenção. Meu pau ficou duro na hora quando o vi. Eu desejei aquele cara. Eu tentava disfarçar meus olhares para ele, mas acho que ele acabou percebendo algumas vezes, pois também começou a me encarar. Quando ele me olhava, eu voltava minha atenção para o culto.

Quase no final do culto, o pastor pediu que segurássemos nas mãos das pessoas próximas a nós e formássemos uma corrente para orar. Meu coração disparou, fiquei muito nervoso quando dei a mão ao garoto. A mão dele estava quente e era suave, tinha dedos compridos e suaves. Apertei com um pouco de força e percebi que ele fez o mesmo depois. Fechei os olhos, mas reabri antes de terminar a oração. Olhei para ele. Ele estava me olhando também. Assustado, voltei a cerrar meus olhos. Quando a oração terminou, ambos nos sentamos novamente. E poucos minutos depois, finalmente, o culto terminava. Minhas pernas estavam trêmulas. Eu estava nervoso. Mas estiquei minha mão para ele e disse:

- A paz. – Era o cumprimento dali, certo?

O garoto me olhou e esticou a mão dele para apertar a minha.

- Obrigado. – Ele respondeu.

Ele não era dali mesmo. “Obrigado” não costumava ser a resposta dos outros carolas. Olhei para ele tentando sorrir e controlar meu nervosismo. E que voz a dele! Era muito grossa, bem mais que a minha que estava em plena fase de mudança.

Ele realmente aparentava ser mais velho que eu. E não parecia ser o tipo de garoto que era disputado na escola pelas meninas, pois não era o estereótipo de “garoto belo popular”. Ele era belo. A sua maneira. Não da maneira que as pessoas costumam enxergar beleza. Como eu queria ser menos tímido e ficar ali puxando assunto com ele! Mas também, o que me adiantaria? Ele estava na igreja e mesmo que fosse só como visitante, não me parecia ser o tipo de garoto que tivesse interesse em outros garotos, como eu.

Saí dali e fui para os fundos do templo, onde ficavam os banheiros e dois bebedouros. Minha boca estava seca com o nervosismo.

Os fieis caminhavam de um lado para outro, conversavam e riam. Uma falsidade sem fim. Eu sempre me sentia um peixe fora d’água, por isto ficava sentado em uns degraus, no fundo do templo que também davam acesso ao estacionamento da igreja. Ficava ali esperando minha mãe, que sempre era uma das últimas a ir embora. Um dos adolescentes do grupo se aproximou de mim naquela noite e sentou-se ao meu lado nos degraus:

- E ai Fabiano? A paz. – Cumprimentou-me Pedro esticando a mão.

Fiz o mesmo.

- A paz. – Respondi.

- Gostou do culto de hoje? – Me perguntou Pedro, um dos adolescentes mais engomadinhos daquela igreja. Nem um pouco interessante ele.

- É, foi legal. – Respondi secamente.

Um silêncio pairou sobre nós. Pedro não sabia como continuar a conversa e eu não estava nem um pouco interessado em continua-la. Mas ele acabou criando coragem e foi direto ao assunto que o tinha levado até mim:

- Então... Vai haver um encontro de jovens e adolescentes na semana que vem. Eu estou anotando o nome de todas as pessoas que virão. Você tem interesse de vir? Como você já frequenta a igreja há algum tempo, pensei que talvez quisesse participar.

Que? Já não bastava ser obrigado ir aos cultos?

- Ah, eu não sei. Acho que não vou poder vir. Talvez eu vá passar o final de semana que vem na casa do meu pai, então não vai dar pra mim. É, acho que não vou poder vir mesmo não. Quem sabe uma próxima, né? – Respondi, tentando-me ver livre daquela conversa.

Pedro comentou alguma coisa que sinceramente eu nem ouvi. De onde estávamos pude ver aquele garoto negro saindo pelo portão principal do templo. Estava indo embora com uma senhora, também negra, ao seu lado. Virei-me para Pedro e perguntei:

- Quem é aquele carinha lá? Aquele ali que está saindo com aquela senhora pelo portão? – Estava muito curioso de fato.

Pedro olhou para o portão e não demorou a me responder.

- Ah, é o neto da dona Lourdes. Ele é novo. Chegou á cidade tem pouco tempo. Acho que ele veio de Betim para cá. – Pedro me respondeu.

- Betim?

- É. Betim. Ele está morando com a avó agora. Não o conheço direito. É a primeira vez que ele vem ao culto.

- Você sabe como ele se chama? Eu acho que já o vi em algum lugar, sabe? Por isso queria saber. – Menti.

- Sim. Espere. Deixa-me olhar. – Pedro retirou do bolso um pedaço de papel com vários nomes anotados.

- O que é isso? – Perguntei.

- É a lista dos adolescentes que vão participar do encontro da semana que vem.

Meu coração acelerou novamente.

- E o neto da dona Lourdes vai vir? – Perguntei.

- Vai sim. Vamos tentar convertê-lo. A dona Lourdes pediu isto a minha mãe. E minha mãe pediu-me empenho nesta tarefa. – Respondeu o mini carola.

- Ah tá. – Respondi, tentando me mostrar desinteressado.

Pedro localizou o nome do garoto na lista e me respondeu:

- Aqui está. O nome dele é Lauro. Reconhece o nome? – Pedro me informou e questionou-me em sequencia.

Dei de ombros. Mas respondi sem vacilar.

- Acho que não. Ele se parece com um antigo colega de escola meu. Mas se você falou que ele veio de Betim não pode ser ele. O meu colega morava aqui em BH mesmo, então não sei quem é esse Lauro ai não. – Expliquei.

- Ah. Legal. – Disse Pedro.

- Mas ele ainda é adolescente? Ele parece mais velho que nós dois. – Falei.

- É, parece mesmo, né? Mas ele tem catorze também. Se Deus quiser vamos convertê-lo! Bem, eu vou indo, Fabiano. A paz. – Disse-me Pedro, levantando-se em seguida.

Antes que ele pudesse ir embora, o impedi:

- Espere. Eu acho que vou vir ao encontro sim. Também preciso me focar mais na igreja. Acho que meu pai não vai se importar se eu dormir na casa dele na outra semana, né? – Menti de novo.

Pedro escancarou um sorriso no rosto.

- Que bom Fabiano! Fico muito feliz! Vou anotar seu nome então. O encontro será na sexta-feira ás 19h30min em ponto. Será um dia muito vitorioso! Fico muito feliz mesmo que você está disposto á levar a fé mais a sério! – Disse Pedro.

Blá, blá, blá, blá e blá. Que mala era esse Pedro. Mas eu queria ver de novo Lauro, o neto da dona Lourdes. Quem sabe não seríamos amigos? Ele não me parecia tão disposto a se tornar um fanático como Pedro e os outros fieis da igreja.

Ah, quem dera as coisas fossem como nos (poucos) filmes eróticos que eu já tinha assistido na vida: você conversa com a pessoa, troca uns olhares e logo depois já estão se beijando e transando. Eu nunca havia ficado com garoto nenhum. Nem garota. Também nunca havia me apaixonado por garoto nenhum. Por garota já, uma menina que estudara comigo na quarta série.

O fato é que eu nunca havia me relacionado com ninguém. Eu tinha catorze anos e era virgem. De boca. De sexo. É eu não era feio, mas também não era o carinha disputado pelas meninas. Tinha uma menina que me achava bonito na escola. Mas eu a achava monstruosa.

E devo admitir que nessa idade meu interesse maior era por outros caras. Tinha atração pelas meninas também, mas tinha muito mais atração por outros meninos.

Minha mãe e toda minha família achava errado. No início também achava. Tentei “não curtir” outros caras, mas era mais forte que eu. Quando eu via um cara que me chamava à atenção, meu pau subia mesmo, ficava duro como pedra. E naquela noite tinha acontecido quando vi Lauro.

Quando voltei para casa com minha mãe, contei para ela que iria participar do encontro dos jovens e adolescentes. Claro, ela ficou super feliz. Eu queria muito ver o Lauro de novo. Queria saber quem era ele. Que tipo de pessoa era ele. Queria ser amigo dele.

Era isto que eu fazia quando gostava de alguém. Eu procurava ser amigo da pessoa, estar próximo da pessoa sempre que possível. Tá, eu só havia me apaixonado até então uma vez, mas era isto que eu tinha feito. Eu também não estava apaixonado por aquele garoto, mas eu estava interessado nele.

Naquela noite, antes de dormir, pensei muito nele. Fiquei me lembrando de nossas mãos dadas durante o culto. Meu pau ficou muito duro e debaixo das cobertas, gozei bem gostoso me imaginando com aquele garoto negro gostoso, com aquele tal de Lauro.

Continua.

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Comentários

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Igreja = também me sinto um peixe fora do aquário. Tbm sou bi, e continua!

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Adorei o conto, mas bem que você poderia colocar mais diálogos, e vou aguardar o proximo anciosamente.

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amei seu conto continua logo estou adorandonota 10, e parabens

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Parabéns pelo começou adorei, vou acompanhar com certeza, me identifiquei com você, minha mãe era uma religiosa fanática, e também sou bissexual, gostei muito do seu conto, por favor continua logo.

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