Oi galera. Acabei voltando cedo. Senti saudades. Espero que curtam a minha nova história, lembrando que é fictícia. Bom, este novo conto será mais leve, mais descontraído e mais divertido também. Um beijo e comentem muito ta? Boa leitura...
Mais um dia de domingo e sem nada para fazer. Que saco! Esta greve na faculdade que nunca acaba, tendo que cuidar de irmão mais novo e ainda por cima, sem empregada. Ah! É o fim!
Oi Gente, desculpa não ter me apresentado. O meu nome é Lucca, tenho 20 anos, moro no Rio, e sou gay. Meus pais não sabem de nada, ainda não tive coragem de contar.
Fico pensando como será complicado revelar essa situação, mas algum dia terá de acontecer.
Ir ao clube não; ir ao cinema também não; ir ao shopping também não. Aff! Não tem nada de bom pra fazer? Já sei. Resolvi pegar o telefone e ligar para o Leo e a Bia e combinar uma boate mais tarde.
- Leo vê se não vai me dar um furo ta? Ah! Aproveita e liga também pra o Diogo e o Marcos, talvez eles queiram ir.
Até parece que não tinha um fundo de interesse no convite. Eu tinha ficado com o Diogo algumas vezes e fazia algum tempo que não saia pra beijar. Estava na hora.
- Caio venha aqui, por favor.
- O que foi que eu fiz dessa vez?
- Nada maninho. Olha só, eu liguei para Dona Carmem e pedi pra ela, que você fosse ficar jogando vídeo game com o Pedrinho. Ela disse que não tinha problema algum.
- Mas eu não quero ir pra casa do Pedro, eu quero ficar aqui!
Ah, era só o que me faltava o Caio resolver estragar o meu programa a noite. Maldita hora que o Breno resolveu viajar. Ele é o irmão mais velho, era ele quem tinha que cuidar do Caio e não eu. Essa história de segunda lua de mel só podia vim dos meus pais mesmo né? Foram viajar; o filhinho queridinho também some e eu é que poso de babá. Será que não passou na cabeça de ninguém que também tenho vida, que também sou gente e preciso sair? Estudar e resolver meus problemas? Calma Lucca! Respira fundo e não saia do sério – disse a mim mesmo.
- Você sempre gostou de ir pra casa do Pedro, não me venha inventar historinha agora. Eu vou precisar sair e você mocinho vai sim.
O Caio tem nove anos, ele é muito levado, e me fazia perder a paciência várias vezes. Acabei convencendo ele e estava tudo resolvido. Passaria as seis e o deixaria na casa do amigo.
Como era muito cedo ainda, resolvi deixá-lo assistindo TV e fui ao supermercado comprar um lanche pra ele. Estava chovendo um pouco, mas mesmo assim era o suficiente para formar poças na rua. Vinha eu caminhando com minhas duas mãos ocupadas, quando de repente:
- Seu filho de uma puta! – minha raiva foi tanta, que não consegui controlar o meu palavrão. Um cara idiota me deu um banho de água com o seu carro. Fiquei tentando me secar com tanta raiva dele, que nem o percebi voltando.
- Desculpa cara, eu não vi a poça d’água. Quer uma carona?
- Vê se dá próxima vez preste mais atenção.
- Já te pedi desculpas. É que eu sou novo aqui no bairro, me mudei semana passada, ai resolvi sair pra dá uma volta, conhecer a área, as gatinhas.
- Não me interessa o que você faz, só não saia por aí em alta velocidade em dias de chuva.
- Nossa! Você é grosso assim mesmo, ou está assim só por causa de um banho.
Senti sua ironia expressa em seus lábios, o que me deixou ainda mais irritado.
- Quer saber? Vai-te catar!
Comecei a andar em linha reta e rápido, e ele não se deu por vencido e me seguiu.
- Entra aqui cara, eu te dou uma carona. Suas sacolas devem estar pesadas.
- Para de ser chato e me deixa em paz. Não quero sua carona.
A sua insistência foi tanta que tive de aceitar só para me livrar o mais rápido possível dele.
- Que coincidência, moramos na mesma rua.
Fiz uma cara de desprezo e desaprovação. Mas depois fiquei pensando: - Como eu pudi estar tão aéreo ao ponto de não perceber pessoas novas no bairro? E o pior, na mesma rua onde moro?
Depois que fiquei mais calmo, é que fui notar o quanto ele era bonito. Aliás, bonito era pouco pra ele; era lindo. Alto, moreno, cabelos pretos, másculo e um sorriso encantador. Quê isso Lucca? Tá ficando doido? Nem bem conheceu o cara e já ta o elogiando tanto. Era melhor eu manter a minha postura e sair logo do seu carro.
- Pode me deixar aqui. Obrigado pela carona.
Desci rapidamente.
- Ei, prezer conhecer você também. O meu nome é Vinicius.
- Você é muito irônico. Lucca, o prazer é meu. Agora preciso entrar.
- Antes de você ir, conhece alguma boate legal aqui. Tava a fim de sair um pouco.
Confesso que me deu uma vontade de convidá-lo para sair com os meus amigos. Fiquei em silêncio antes de responder.
- Sim. Têm várias. Qualquer dia desses te passo o nome de algumas. Com licença.
Entrei finalmente em casa. Nossa que cara chato! Ainda bem que me livrei dele.
- Você demorou por quê?
- Foi mal maninho, é que o seu irmão tomou um banho na rua. Comprei tudo que você gosta.
- A mamãe ligou.
- Pelo amor de Deus, você não disse a ela que eu saí e te deixei sozinho não né?
- Não. Falei que você tava tomando banho.
Não sei por que, ouvi aquela palavra “banho” e comecei a rir.
- Chega de banho por hoje. Caio vou te pedir uma coisa; comporte-se bem na casa do seu amigo, obedeça a Dona Carmem e se tiver vontade de ir ao banheiro no meio da noite, peça a ela. Não fique com vergonha ta?
Eu me sentia o pai do meu próprio irmão. No fundo eu o amava muito; a minha relação com ele era melhor do que com o Breno.
O Breno era sempre o preferido, o mais responsável, só porque havia conseguido um emprego. E ele acha que me engana, com o papinho de que foi viajar a trabalho. Ele simplesmente pegou a Luiza, sua namoradinha e viajaram juntos. Era feriadão e quando meus pais viajaram para o Sul do país, nem sequer consultou ele para cuidar do Caio, foi logo me dando esta incumbência. Bom! O que estava feito não tinha mais como voltar atrás.
O meu telefone tocou, era o Diogo.
- Oi Lucca. Tô sabendo da night hoje. Você faz tanta questão assim que eu vá?
Me esqueci de dizer que o Diogo era muito convencido, qualquer coisinha e ele já estava se achando. Tratei de colocá-lo em seu lugar.
- Diogo, mandei o Leo te chamar, porque sai com a galera é mais divertido, mas... Se você não quiser ir, tudo bem.
- Pode deixar, eu vou sim.
Senti em sua voz, que ele ficou meio chateado com o que eu falei. Ah! Problema dele!
Nossa! Já eram seis e meia. Peguei o Caio, arrumei sua mochila, e saí correndo para casa da Dona Carmem. Mas uma vez ressaltei todas as recomendações que eu havia feito, e dei um beijo em sua cabeça. Pronto! Agora podia sair tranqüilo sem ter que me preocupar com meu irmão mais novo. Hoje a night promete Lucca!
CONTINUA...