Hoje machuquei a mim
mesmo
Pra ver se ainda sinto
Eu me concentro na dor
A única coisa que é real
A agulha abre um buraco
A velha picada familiar
Tento apagar tudo
Mas de tudo eu me lembro
O que eu me tornei?
Minha
mais doce amiga
Todos que eu conheço vão
embora
No final
E você poderia ter tudo isso
Meu império de poeira
Eu vou te desapontar
Eu vou fazer você sofrer
Eu uso essa coroa de
espinhos
Sobre meu trono de
mentiras
Cheio de ideias partidas
Que eu não posso consertar
Sob as manchas do tempo
Os sentimentos desaparecem
Voce é outro alguém
Eu continuo bem aqui
O que eu me tornei?
Minha
mais doce amiga
Todos que eu conheço vão
embora
No final
E você poderia ter tudo isso
Meu império de sujeira
Eu vou te desapontar
Eu vou fazê-la doer
Se eu pudesse começar de
novo
A milhões de milhas distante
Eu me manteria
Eu daria um jeito.
Johnny Cash - Hurt (Dor)
Continuando.....
Narrado por Eduardo.
Entrei em profundo desespero, Vincent havia sido atropelado, ele foi lançado ao asfalto. O carro saiu em disparada, não liguei muito pra isso no momento, era que meu desespero só fazia eu pensar no Vincent, eu via ele lá estirado no asfalto, seu corpo frágil sangrando. Fui rápido ao seu encontro.
- VIN !!! FALA COMIGO!! - eu gritava desesperado e segurava seu corpo.
Era muito ruim sentir o que eu estava sentindo... "ele não pode morrer...", mas eu só gritava, e logo a vizinhaça percebeu o acontecido. Eles saíram de suas casas e logo se amontoaram em volta de nós. E eu tomado pelo desespero, eu abraçava o corpo ensanguentado de Vincent, não importava se me sujaria com seu sangue. "mas o que eu estava fazendo? não podia me entregar tão rápido ao desespero... tinha que fazer algo de imediato.
- ALGUÉM CHAME UMA AMBULÂNCIA!!! - gritava exacerbado com a situação.
Os curiosos aumentavam, e continuavam lá, conversando, apenas observando a cena.
- Eu vou chamar! - exclamou uma senhora, que com boa fé, resolveu ajudar.
Fiquei lá, agarrado ao corpo do Vincent, abraçado ao seu corpo, era muito ruim ver ele ferido, ela ainda estava vivo, conseguia ouvir as batidas do seu coração, eu estava começando a lacrimejar, pois naquele momento tive a certeza de que ele era a pessoa que eu mais amava no mundo. Não importava quem estava lá, para mim eles não existiam, apenas o Vincent importava para mim, o beijei fortemente entre minhas lágrimas e o seu sangue.
- Eu te amo - sussurei no seu ouvido - e não vou deixar você morrer tão fácil - prometi.
Logo o local, foi tomado pelo estrondoroso barulho das sirenes da ambulância e da polícia. Não demorou muito para a mãe do Vincent descobri o "acidente".
- MEU FILHO! MEU FILHO! - ela gritava desesperadamente - O QUE ACONTECEU COM ELE? - Claramente se via, que ela estava pior do que eu.
Me afastei e dei espaço à ela, ela abraçou o filho e caiu aos prantos. É muito triste ver uma mãe desse jeito.
- Ele foi atropelado - arfei.
- QUEM FOI? - ela esbravejou.
- Não sei - respondi sem pensar na resposta, porque eu não havia pensado no assunto direito.
Não demoraram muito para colocar o Vincent na maca, sua mãe não saia de perto dele, queria junto dele na ambulância, mas só podia ir uma pessoa, e teria que sua mãe, certo?
Peguei um táxi, e fui urgentemente ao hospital. Nunca gostei do ambiente hospitalar, tinha uma certa fobia daquele lugar, não me sentia bem entre os enfermos, me dava ânsia, me lembrava coisas que eu não queria lembrar... Mas pelo Vincent eu superava todos os meus medos... Percebi que estava sujo de sangue do Vin, coisa também que tinha fobia, mas não me importei com isso , apesar ter não boas lembranças.... com sangue.
Adentrei o hospital, perguntei a atendente onde estava sendo hospitalizado o paciente Vincent Santini, ele me disse o lugar, logo que ela disse, não esperei ela dizer o resto e sai correndo. Já no corredor , e ncotrei sua mãe, chorando muito.
- Como ele está ? - perguntei me aproximando dela.
- Eu não sei - ela respondeu entre os prantos - eles estão cuidando nele , nesse momento - complementou entre as sofridas lágrimas, e a abraçei.
Choramos juntos no corredor do hospital, nos abraçando, nos consolando um ao outro, era tudo o que podíamos fazer naquele doloroso momento. Tínhamos que ter esperanças, de que ele ficaria bem, e que tudo melhoraria.
- Tudo vai ficar bem, não se preoucupe - tentei consolá-la.
- Ele é especial, para você ,não é ? - ela perguntou com olhar de sereno.
- Sim é, ele é a pessoa mais importante pra mim - respondi sinceramente.
- E você também é , a pessoa mais importante pra ele - ela replicou.
Fiquei surpreso, "como ela sabia?" ; acho que realmente mães sabem de tudo sobre os filhos, quando elas estão dispostas a vê-los verdadeiramente. Não sei o que foi o que senti, mas estar ao lado da mãe do Vincent, me fez lembrar da minha mãe, era muito doloroso lembrar de todo meu passado, perto da mãe do Vincent senti que tinha uma mãe novamente. É verdade a dor nos une.
Passamos a madrugada no hospital, esperando notícias, sobre o Vincent.
- Vocês são os parentes do paciente Vincent Santini ? - apereceu o médico nos perguntando.
- Sim! eu sou mãe dele - ela respondeu - como ele está ? - ela perguntou.
- Ele está bem, não corre risco, quebrou os braços, o pescoço, e a perna direita, mas... - ele dizia calmamente a té aquele momento.
- Mas, o quê?! - ela perguntou irritada.
- Ele está em coma - ele disse - é temporário , e não sabemos quando ele vai acordar , pode ser a qualquer momento - ele acrescentou.
Ela caiu aos prantos, e a abraçei. "Vin estava em coma?" , eu não queria acreditar, eu daria minha vida, para que ele não passase por aquilo.
- Posso ver meu filho? - ela perguntou lacrimejando.
- Sim! Claro - ele respondeu.
Decidi que era melhor ela vê-lo sozinho, depois eu o veria.
Fui para casa , tomei um banho , troquei de roupa e comi alguma coisa, pois estava com fome, fiquei um bom tempo sem comer e voltei ao hospital, foi quando eu vi ele o pai do Vincent, aquele monstro, o homem que que eversou minha vida. Lá estava ele consolando sua esposa, fiquei indignado "como ele era capaz de tamanha falsidade?", foi aí que comecei a pensar, que o que aconteceu com Vin, não foi um acidente, tinha sido premeditado, e só havia uma pessoa que poderia ter feito aquilo com o Vin, seu "pai".
- Olá, Sr. Alberto - disse me aproximando.
- Oi! - ele me cumprimentou - Você é o Edu não é? O Vincent me falou muito de você - ele dizia essas coisas naturalmente, como já não me conhecesse, era puro cinismo.
- Sim , sou eu - respondi secamente.
- É muito triste o que está acontecendo com ele, nenhum pai merece passar pelo o quê eu estou passando - ele falava e do nada começou a chorar , e sua esposa começou a consolá-lo.
- Calma querido - ela dizia - Tudo v ai ficar bem.
- Eu sei querida - ele replicou falsamente.
Estava indignado por ver aquela cena, ele era um psicopata, enganava e manipulava facilmente, tinha muito asco daquele monstro.
- Sr. Alberto ,quero conversar com o senhor particularmente , pode ser? - Tinha que acertar com ele.
- Claro! - ele aceitou - vamos até a capela para conversamos melhor?
- Tudo bem - respondi.
Nos direcionas a capela do hospital, nos ajuelhamos e fingimos rezar.
- O que você quer seu moleque? - ele murmurou ranzizo.
- Eu sei que você que fez isso com o Vin - botei pra fora e o encarando.
- Não vou mentir fui eu sim - ele disse calmamente - mas nunca vão descobrir que fui eu - ele riu.
Eu estava com nojo e raiva daquele monstro, eu sabia do que ele era capaz, eu não ia deixar ele machucar ninguém denovo.
- Você, não tem direito deixe a gente em paz! - me exaltei, e tentei me conter por estar na capela - Você já estragou minha vida uma vez, e não vou deixar você fazer isso de novo, especialmente com o Vincent - ameaçei.
- Ai que medo! O Eduzinho está defendendo seu namorado - ele satirizou - Diz aí, já comeu ele?
A raiva me subiu, ele não podia falar assim do Vin, minha vontade era de espancar aquele velho imundo ali mesmo, mas eu tinha que respeitar o lugar.
- Ele é especial pra mim, e juro que não vou deixar você tocar mais um dedo nele - disse irritado.
- Edu, eu não esperava isso de você, você sempre pareceu macho, odiava os gays, agora está aí caidinho por um viadinho - ele disse com uma cara de nojo.
- Eu não estou aqui para ouvir bobagens - disse enfurecido e saindo daquele local.
De repente ele me puxou pelo braço, me encarou e disse:
- Se você tentar alguma coisa contra mim, você sabe as consequencias, você é a prova disso - ele ameaçou com um semblante assustador.
Eu realmente tinha medo dele, sabia sim do que ele era capaz, mas não poderia deixar ele fazer tudo de novo, não ia deixar ele fazer me sofrer de novo, o medo tinha que ficar em último lugar.
Tive a oportunidade de visitar o Vincent, quando o vi imóvel naquela cama de hospital, me deu aperto no coração, eu amava tanto, como nunca amei ninguém, era uma dor insuportável, é estranho ver a pessoa amada ferida. Comecei a lacrimejar no mesmo momento, toquei seu rosto, não sabia que ele estava consciente ou inconsciente.
- Eu te amo - disse chorando e enconstei meus lábios nos seus - e não vou deixar mais nada te acontecer, pois sou teu anjo protetor.
Passei noites dormindo no seu quarto, ficaria lá, esperando quanto tempo fosse preciso para ele acordar. Até que um dia Gisele apareceu no hospital, e precisava conversar com ela, tinha que termimar com ela, já que eu não a amava.
- Gisele! - a chamei - a gente precisa conversar.- disse sério.
- Com certeza - ela disse.
- O negócio, é o seguinte - comecei - a gente não está dando mais certo, eu não te amo - tinha quer sincero - eu estou a paixonado pelo Vin.
- Tudo bem, entendo - ela pareceu compreensível - também já queria terminar com essa relação , foi bom enquanto durou, mas já acabou, se já acabou de dizer tudo, eu vou visitar o meu primo, pode ser? - ela perguntou.
- Sim, claro! vai lá - confirmei.
Achei estranha sua reação, achei que seria mais difícil, mas não foi, será que deveria ter motivos para desconfiar? talvez ela só estivesse arrependida e preoucupada com o Vin, decidi acreditar nisso.
TEMPO DEPOIS....
O hospital virou minha casa, eu não saia de lá, só ia pra minha casa, para tomar banho e trocar de roupa e voltava para o hospital, Vin já dava sinais que estava voltando a consciência, com pequenos movimentos, tinha que de certa forma vigiar o Vin, protegê-lo do que seu pai poderia fazer, por isso o hospital virou minha casa. Estava prestes a completar dois meses do acindente do Vin, e numa manhã, qm que voltei para casa para tomar banho, e ir trabalhar, o meu celular toca.
- Alô? - atendi e vi que era a mãe do Vin.
- Edu, ele acordou! - ela exclamou alegre pelo celular.
- O quê? - perguntei desacreditado.
- ele acordou ! - ela repetiu.
Joguei o celular na cama, e não me importei com mais nada, estava alegre de mais, "ele tinha acordado", fui o mais depressa possível ao hospital, eu só queria dizer que eu o amava e beijá-lo intensamente. Quando cheguei fiquei que nem doido correndo pelo hospital, a emoção era tanta que já estava lacrimejando.
- Onde ele está ? - perguntei impaciente a sua mãe.
- No quarto! - ela respondeu - espere! a Gise...
Não deixei ela terminar a frase , e foi logo abrindo a porta do quarto e vi uma cena que eu não esperava, que tirou o sorisso do rosto e alegria.
Um beijo???
CONTINUA....
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Quero pedi desculpas pela demora, é porque estou passando por muitos problemas ultimamente e estou com um bloqueio criativo, foi o por isso da demora. Quero agredecer a todos que comentam, leiem e acompanham, e hoje quero dedicar esse capitulo a duas pessoas que são minhas amigas e estão sumidas (Al) e Dexis, onde vocês estão migo e mano? estou com saudades, a gente nem está se falando, cadê vocês? Vou tentar continuar o mais depressa possível dessa vez gente. Tchau!