Cinco Segundos - PARTE 3

Um conto erótico de Donatello
Categoria: Homossexual
Contém 2110 palavras
Data: 29/11/2012 19:41:07

{LEMBRANDO QUE SE TRATA DE UM ROMANCE, COM MOMENTOS ERÓTICOS... LEIA ANTES AS PARTES 1 e 2, CLICANDO NO MEU PAINEL.}

No dia seguinte, talvez motivados pelo medo que alguém descobrisse algo que agora é real, tanto eu quanto Miguel nos mantivemos frios um com o outro. Claro que tudo não passava de atuação, uma vez que nossos olhares, ao se cruzarem, pareciam fogo e pólvora. Podíamos quase ler nossos pensamentos devassos. Ou melhor, nossas lembranças.

Não houve quem me fizesse prestar atenção naqueles malditos cálculos que o professor insistia em rabiscar no quadro negro. Eu só conseguia pensar na noite anterior. Sentado logo atrás de mim, Miguel, propositalmente, encostava de raspão seu braço em minhas costas, o que era suficiente para deixar meu pau eriçado. A vontade que eu tinha era de que ele me comesse ali mesmo na frente de todo mundo, mas eu sabia que essa fantasia iria comigo para o túmulo.

Na hora do intervalo, sentei em meu lugar de sempre e imaginei que Miguel não viria ao meu encontro. Estávamos nos sentindo e agindo como os piores criminosos, que temem serem descobertos pelo crime mais hediondo. De repente, ele passou junto à turma do futebol, caminhando na direção da quadra. Como eu havia previsto, nem se importou em desviar o olhar para mim. Tinha medo que os outros percebessem.

Porém, contrariando todas as minhas expectativas, foi Diego quem se aproximou. Diego era o típico macho precoce. Metido a bombado, andava sempre com o queixo empinando, forçando os músculos do pescoço, na tentativa de alargá-lo e parecer mais forte do que era.

Diego foi provavelmente o primeiro homem que vi completamente nu, quando ainda éramos crianças, no vestiário do clubinho de natação. Depois, voltei a ver seu pau várias vezes no banheiro da escola. A impressão que eu tinha é que ele sabia que eu estava de olho e gostava de se exibir. Muitas vezes, seu pau passava de mole a meia-bomba, enquanto urinava. Nunca pode confirmar, mas acredito que ele gostava de ser desejado, mesmo que por outro homem.

Confesso também que já bati muita punheta pensando nele, imaginando abocanhando aquela piroca, que era um tom mais escura que o resto do corpo. Cara de macho ele tinha e isso sempre me excitou. Macho transando é uma coisa sensacional de se ver. Dá praticamente pra enxergar a testosterona. Por isso, gosto tanto de homens peludos, suados, com cara de mau. Em outros tempos, talvez eu fizesse de tudo pra dar uma chupada na rola de Diego, mas agora, eu tinha apenas o Miguel em minha cabeça.

- E aí, mané, não tá a fim de bater uma bolinha? – falou Diego.

“Hum... Bater bolinha? Que delícia!”, Fiquei pensando maldade. Miguel apenas observou de longe sem tentar demonstrar qualquer sentimento, mas eu pude ver em seus olhos que uma ponta de ciúme o consumia. Ciúme não sei de quê. Talvez fosse apenas coisa da minha cabeça.

- Não sei jogar!

- Ih, deixa de ser viadinho, cara. Bora jogar!

Diego me puxou pelo braço e literalmente me arrastou para a quadra. Fiquei angustiado, confuso, com medo do que iria fazer. Eu nunca fui afeminado, mas também nunca estive dentro dos padrões estipulados pelos garotos. Isso para garotos como ele era digno de humilhação. Miguel apenas olhava, sem dizer uma só palavra, mas eu percebi que ele também ficou tenso.

- Ele é seu amiguinho, né, Miguel? – perguntou Diego.

- Não. Só sento perto dele.

- Mas agora vocês serão colegas de time. A gente com camisa, vocês sem!

Miguel suspirou. Ele e os outros meninos do nosso time tiraram a camisa. Um peitoral mais gostoso que o outro. Uns fortes, outros mais magros, mamilos de todos os tipos. Grandes, pequenos, rosados, pontudos, peitos peludos, lisos, raspados. Em qualquer outra situação, eu teria baixado as calças e gozado ali mesmo, mas estava com muita vergonha. Eu não gostava de tirar a camisa em público.

- O que foi? Não quer mostrar os seios? – zombou Diego, enquanto os outros o acompanharam em um coro de gargalhadas.

- Escuta, Diego, porque você não deixa o cara ir embora? – interrompeu Miguel, tentado fazer com que a situação se reestabelecesse. – Ele é um perna-de-pau e se ficar no meu time, só vai atrapalhar.

- Então vai ficar no meu! – finalizou Diego.

Ele realmente só pensava na humilhação que eu passaria. Passou outro menino para o time do Miguel e me deixou ficar no dele. Eu tentava imaginar que tudo seria fácil, que bastava correr atrás de uma bola e dar alguns chutes que tudo terminaria bem.

Mas futebol, definitivamente, não era o meu mundo. Ver e sentir aquele monte de homem suado e sem camisa encostando em mim a todo o momento era perturbador. Eu tinha a sensação que iria meter a mão na calça de qualquer um deles. E acho que Miguel pensou a mesma coisa, pois veio com violência na minha direção, me deu um empurrão e fez com que eu caísse com força no chão, machucando o tornozelo.

- Caraca, mano! Pegou pesado! – disse Diego, sorrindo, ao me ver caído, quase chorando de dor.

Senti que Miguel se enchia de culpa. Queria tanto que ele se aproximasse de mim com um de seus beijos e me tirasse do meio daquele bando de abutres, mas ele nada fez. Simplesmente, virou as costas e saiu.

Fui ajudado por algumas meninas e levado para a enfermaria. Não demorou muito até que eu virasse o assunto principal. Impedi que a escola ligasse para os meus pais. Não queria envolvê-los nisso e, muito menos, ter que explicar o que tinha acontecido. Na verdade, eu estava mesmo era triste com a atitude de Miguel. Tudo bem que não quisesse deixar explícito o que havia entre nós, mas não poderia ficar alheio daquela maneira, como se nada tivesse acontecido. Será que tinha acabado?

Segui forçando o passo, mas um pouco manco para casa, mesmo sob protestos da secretária da escola, que insistia em ligar para os meus pais. O problema é que eles não se encontravam em casa e eu me recusava a passar o número dos respectivos celulares.

Caminhei, sempre parando de tempos em tempos, para descansar os músculos da perna que faziam um trabalho excessivo por causa do problema no pé. Para meu espanto, Miguel, Diego e mais dois meninos da turma de malas estavam no caminho, conversando sobre qualquer coisa e gargalhando animadamente. Tentei passar direto, sem que eles puxassem qualquer assunto, mas Diego não deixou passar a oportunidade.

- E aí, como está o pé, Cinderela? – falou ele.

Fiquei em silêncio e continuei tentando apressar o passo. Ele, furioso por tê-lo ignorado, se aproximou com quatro pedras na mão.

- Perdeu a língua também?

- Sai daí, Diego, deixa o moleque. – pediu Miguel, mais uma vez tentando apaziguar, mas sem ser mais enfático.

- O quê que foi? Você agora vai defender essa bichinha também?

- Eu só não quero confusão.

- Pois você vai ver a confusão agora.

Diego me deu uma chave de braço e me puxou pelo pescoço para o terreno baldio que ficava do lado. O local era praticamente um lixão abandonado, cheio de mato e rodeado por um muro caindo aos pedaços. Quase me sufoquei, conforme ele me puxava. Os outros meninos nos seguiram e Miguel estava apreensivo, mas nada fez.

- O que você vai fazer? – perguntou ele.

Diego me jogou no chão com força, o que fez com que eu machucasse o pé outra vez. Ele me virou de bruços e começou a puxar minha calça com violência, enquanto eu pedia que ele parasse e me debatia em vão contra a sua força. Os outros dois meninos ajudaram a me segurar e um deles me socou para que eu parasse de tentar fugir.

- Até que esse baitola tem uma bunda gostosa... Olha aí. Quem tá na seca?

Diego começou a desabotoar a calça e colocou o pau pra fora. Miguel segurou em seu braço.

- Você não vai fazer isso!

- E por que não? Tá com ciúme da sua namoradinha? Vocês são namorados, não são?

- Claro que não.

- Então fica quieto que a sua vez vai chegar.

Não sei como ainda consigo descrever tudo o que aconteceu. Peço todos os dias que aquela cena seja deletada da minha cabeça, mas nenhuma lembrança é mais forte do que aquela.

Diego abaixou-se, já de pau pra fora. Com as duas mãos, abriu minha bunda e cuspiu no meu cu. Eu me debatia e queria sair correndo dali, queria ir para bem longe, mas eles me seguravam. Dali de perto, Miguel apenas observava, sem mover um dedo sequer para me ajudar. Primeiro, Diego enfiou um dedo no meu cu. Senti doer muito mais do que a primeira vez que Miguel havia me penetrado. Parecia que ele estava me rasgando por inteiro. Depois enfiou mais um dedo e, antes que eu pudesse me dar conta, estava com a mão inteira dentro do meu cu.

Eu chorava, tentava gritar, mas os outros meninos tapavam minha boca. Um deles também botou o pau pra fora e começou a se punhetar vendo o estupro. O pau de Diego já estava duro só de me ver sendo arrombado. E assim que se cansou, colocou a rola dentro de mim. Eu sangrava e, naquele instante eu só conseguia pensar em Deus e pedia que se ele realmente existisse, que me tirasse desse mundo de uma vez. Que me matasse, pois a morte não poderia ser pior do que aquilo.

Senti a porra do Diego me invadir por dentro e seu pau latejando. Eu tinha ódio. Eu queria mata-lo. Ele saiu, ainda pingando gozo sobre a minha bunda e outro menino tomou o seu lugar. Mais um pau, esse ainda maior entrava e saia de mim com força e velocidade. Eles urravam de prazer. Estavam se divertindo em me comer. Gozavam rápido. O terceiro menino também.

- Vai lá, Miguel. Aproveita e come a bichinha. – falou Diego.

- Eu não vou fazer isso!

Eu já não tinha mais forças pra nada. Estava caído no chão, com dor em todas as partes do corpo. Só queria morrer, só queria que Miguel também não fizesse.

- Por que você não vai fazer? – insistia Diego.

- Porque eu não quero!

- Você está com pena dele, não está? Você é tão bicha quanto ele. Eu sempre desconfiei!

- Eu não sou bicha!

- Então prova e come esse rato. Prova ou eu vou ter certeza que você já o comeu e por isso tem agido tão estranho!

Miguel não falou mais nada. As lágrimas caiam do meu rosto e molhavam aquele chão imundo. As formigas passeavam sobre mim e eu já não sentia mais nada. Queria arrumar qualquer coisa para me distrair. Ouvi os passos de Miguel se aproximarem atrás de mim e, simplesmente, chorei mais ainda.

Senti seu pau mole tocar a minha bunda e não conseguia me penetrar, mas conseguiu fingir para os outros. Apesar de não estar dentro de mim, aquilo me doeu mais que tudo. Ele fingia fazer uma força do mundo e aproximou-se do meu ouvindo, sussurrando baixinho, de modo que apenas eu ouvisse.

- Eu te amo!

Aquilo doeu ainda mais. Como poderia me amar e deixar que eu passasse pela pior situação da minha vida? Como poderia ser parte de tudo aquilo. Quem ama defende e não era o que eu estava vendo.

Miguel fingiu gozar e levantou as calças. Diego sorriu e me deu mais dois chutes, antes de sair e me deixar ali jogado. Ainda tive forças para olhar uma última vez para o rosto de Miguel. Seus olhos lacrimejaram e, pelo que pude ler em seus lábios, ele ainda balbuciou em silêncio: “Eu te amo!”. Guardei aquela imagem de Miguel na memória e prometi a mim mesmo que jamais esqueceria.

Fico me perguntando o que ele pensou quando não me viu mais ir às aulas. Imagino que tenha ficado para o espaço vazio na sua frente, remoendo a culpa e torcendo para que eu não tivesse morrido. Sempre sonhei com um amor que desafiasse tudo por mim. Amor de conveniência e de momento eu não queria. Aquele amor eu não queria.

Passaram-se vários dias depois do estupro. Inventei para os meus pais que tinha sido assaltado e que queria mudar de cidade. Foi exatamente o que eles fizeram. Mandaram-me para terminar os estudos em uma cidade do interior do nordeste. Era o tempo que eu precisava para me recuperar física e psicologicamente antes de voltar e dar a Miguel o troco pelo “Eu te amo” que me dissera.

Foram os dias mais difíceis da minha vida, mas eu não me permitia sofrer. É claro que eu chorava. Mas eram apenas cinco segundos de choro e nada mais. Cinco segundos eram infinitos para mim.

{CONTIUNUA}

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Comentários

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Nojo! Essa é a única palavra que descreve o que sinto agora, tanto pelo ato desses garotos, como pelo Miguel em si, quem ama cuida, protege, mesmo que no processo também saia ferido! Ele foi um covarde, jamais conseguiria perdoá-lo. Triste... muito triste... 10!

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quero que vc volte pra escola "TAMARA" bonita, poderosa cheia de vingança. HAHAHAHA.

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Bem, eu fico com a mente meio confusa, acho que posso dizer assim, com relação a estrupos. Não entendo o que passa na cabeça dessas pessoas. Você narrou muito bem esse episódio, parabéns. Tô ancioso pra saber do resto (espero que não tenha vingança). Abraço.

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Meu Deus, que tenso! Esse capítulo foi tão bem narrado, que por uns segundos pudi sentir o estrupo como se fosse comigo... Parabéns Donatello! Tô amando sua história, já sou seu fã, rs... Por favor não demore para postar a continuação, abraços!

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Desculpe Syh, mas eu discordo de vc. Se fosse preciso eu morreria para proteger quem eu amo, não há justificativa para isso, só se for mt absurda... Além disso, ele brincou com a frase mais pura que existe: "EU TE AMO". Impossível não sentir asco de uma pessoa assim...

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To cm ÓDIO enorme do Miguel, como ele pode fazer aquilo e não fazer nada ao mesmo tempo, ele foi MEDIOCRE, FRACO, uma ESCÓRIA, o que eles fizeram foi NOJENTO, se ele amasse msm, ele não teria deixado o seu amor passar por isso, ver o semblante de desespero como um pedido de socorro, e fazer absolutamente NADA! É DESPREZÍVEL... Desculpe o desabafo, esse conto mecheu mt comigo...

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Q sacanagem eles fizeram e a troco de que? continue logo por favor!

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pessoal o miguel podia estar com medo agente ainda nao sabe e se ele tentasse proteger o andré a os garotos matassem os dois bom ainda nao sei mais espero a continuaçao para poder ter uma opnião melhor

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quer fdp .... faça coisa pior com ele e por tudo que eh mais sagrado nao volte com ele ..... nunca.. :@

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*0* pqp!!!!!!!!! q fdp!!!!!!!!!!!! pensei q o miguel fosse homem!! q fdp!!!!! como ele teve coragem de dizer eu te amo! quem ama protege, continua logo pelo amor de Deus ja estou roendo as unhas de ansiedade... nota 1000000000

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