Meus leitores queridos, mais um capitulo pra vocês. Comentem muito. Um beijo grande e boa leitura...
Eu deixei cair o pote de maionese e presunto, depois de ter limpado tudo. Que raiiiiiiiva. Nem percebi, quando uma mão veio por trás de mim, ali abaixado junto comigo. E com uma voz rouca que me fez arrepiar.
- Deixa que eu te ajudo.
Eu olhei pra trás e ele estava praticamente colado a mim, eu podia sentir a sua respiração.
- Eu...
Ele se aproximou cada vez mais, e eu fiquei ainda colado ao corpo dele. Por um momento fiquei em transe. Como ele é lindo meu Deus! Você não pode Lucca, você não pode.
Me afastei imediatamente. O meu medo me bloqueava de experimentar a sua boca, o seu toque. Ali, naquele momento, eu pude sentir que ele também estava atraído por mim.
- Pode deixar, eu limpo tudo.
Ele me olhou com um olhar fatal e deu um sorriso de canto, como se quisesse expressar que teria paciência e tempo o suficiente.
- Acho melhor eu pedir alguma coisa pra comermos. Você gosta de pizza?
Ele estava em silêncio, apenas me olhando fixamente.
- Assim eu fico sem graça. Você pode responder a minha pergunta?
- Gosto, o que você pedir pra mim tá. Eu vou voltar pra sala e continuar jogando com o seu irmão.
Porque ele mexia tanto comigo? Eu não podia ficar com ele. O medo de alguém saber, dos meus pais saberem? Não, eu não devia fazer isso.
Limpei a sujeira que eu fiz na cozinha e em menos de trinta minutos o entregador havia chegado com a pizza. Ele se ofereceu para pagar, mas eu recusei. Comemos sentados no tapete da sala. O Caio tava mesmo com fome tadinho; devorou três pedaços gigantes.
- Caio, tenha educação diante das pessoas.
- Deixa ele comer. É isso aí campeão, come pra ficar fortinho. As meninas gostam de meninos fortes. Rsrsrsrsrrsrs
- Para Vinicius, ele nem tem idade pra isso.
- Tenho sim. Eu tô namorando a Fernanda.
- Viu? Ele te surpreendeu.
Não contive meus risos. Esses dois eram demais, juntos então...
- Bom, eu acho que vou indo, já tá tarde e eu nem liguei pra minha mãe; ela deve está preocupada.
Quando ele falou que ia embora, senti uma tristeza, que não conseguia explicar.
Abraçou o Caio e prometeu levá-lo num lugar que eu nem ouvi direito onde, e depois apertou minha mão. Ele estava sério. Enigmático. Bom! Era melhor assim.
Entrei eu e o Caio, e o telefone não parava de tocar. Que saco!
- Alô!
- Oi Lucca, escuta só, eu tô chegando aí amanhã cedo tá? Só pra te informar.
- Ah! Você resolveu dar o ar de sua graça? Hein maninho?
- Cara, eu não pude ligar antes, mas não interessa, o importante é que eu tô te avisando.
Como ele é grosso! A minha semana estava ferrada. Eu e o Breno brigamos praticamente todos os dias, simplesmente por ele querer se meter na minha vida. Nossa relação não era uma das melhores, e eu ainda tinha um ponto contra: o meu pai.
Ele sempre foi mais próximo ao Breno e ao Caio; e eu como sempre era cobrado de tudo, talvez por isso que eu tinha medo de contar a minha orientação sexual. Meu pai é um homem muito nervoso, acho que me mataria se soubesse. Já a minha mãe, possua tranqüilidade e me defendia de tudo.
Tava tão cansado que resolvi dormir. Coloquei o Caio para escovar os dentes, e o pus na cama.
- Eu te amo Lucca, você é o melhor irmão do mundo.
As palavras dele eram tão serenas e puras. Devo confessar que mesmo ele sendo tão teimoso e levado, eu o amava muito, eu o tenho mais como filho do que como irmão.
- Eu também te amo lindão. Agora ta na hora de fechar esses olhos e dormir. – dei um beijo em sua testa e fechei a porta do quarto.
Tomei um banho relaxante e o cheiro do Vinicius parecia ainda está no meu corpo. Aquela boca, aquele corpo, aquele jeito divertido e irônico, ai meu Deus, o que eu faço da minha vida?
Deitei-me na cama e aproveitei para refletir um pouco. Quando vi uma mensagem no meu celular: “Adorei passar o dia com você e o Caio, obrigado por tudo Lulu. Ah! Desculpa o termo Lulu ta? Só queria te deixar bravinho mesmo, rsrsr. Boa noite.”
Ele não perde o humor. Palhaço! Boa noite, eu também adorei a noite lindo, gostoso, tesão, delícia. – me deu um surto momentâneo e eu comecei dizer aquelas coisas para o meu celular. Ainda bem que ele não estava por perto para me ouvir.
- Ahhhhhhhhh Lucca, só me resta dormir e sonhar beijando aquela boca maravilhosa. Aos poucos fui pegando no sono, até adormecer de vez.
- Lucca, Lucca, acorda vai.
- Humm... O que você quer Caio? Vai pra cama dormir vai, ainda é cedo.
- Não é não. Por acaso você não vai fazer café pra gente? Eu to morrendo de fome.
Aiii, eu não vejo à hora de acabar estas férias da Dona Maria. Poxa! Viver sem empregada, ainda mais cuidando de uma criança, é muito difícil.
- Ai ta bom! Eu posso ao menos lavar o rosto?
- Rum rum, eu vou ficar te esperando na cozinha ta? Vê se não demora.
Lavei o rosto e desci. Preparei o café, mas ainda sonolento. Já estava imaginando quando eu voltar pra faculdade, e tiver que chegar tarde em casa. Que saco!
O fim de semana seguiu-se, e como eu havia prometido sair com o Vinicius, fomos todos ao Shopping, depois ao cinema, comemos besteiras e aos poucos a nossa amizade se fortalecia ainda mais. Ele como sempre, me respeitava em tudo, não forçava nenhuma barra. Combinamos de irmos juntos ao aniversário da Bia que iria ser numa terça – feira.
- Pronto! Estão entregues.
- Valeu Vinni. Vem jogar amanhã comigo?
- Amanhã não dá Caio, mas prometo vim num outro dia.
- Muito obrigado por tudo. Eu adorei o final de semana.
- Que bom que você gostou. Agora eu preciso ir.
- Tchau. Até terça.
Ele arrancou com o carro, e entramos no prédio.
- Tá ouvindo o barulho Caio? Será que o Breno já chegou?
Entrei em casa e não vi ninguém; resolvi subi para o meu quarto e de repente, um susto!
Um cara de toalha na cintura, e com uma mala em cima da minha cama, escolhendo uma roupa.
- Quem é você? O que está fazendo aqui no meu quarto?
Quem respondeu a minha pergunta, foi uma voz que vinha atrás de mim.
- É o Hugo, meu amigo, ele vai passar um tempo aqui no Rio com a gente. Veio fazer um curso. Como o seu quarto é o maior da casa, resolvi...
Antes que ele concluísse, o arrastei para sala e não me contive.
- Que porra é essa hein? Botar um cara no meu quarto? Bebeu? Tá ficando doido?
- Nem adianta você falar nada. Eu já liguei pro papai e pra mamãe, e eles autorizaram. Como a casa não é sua... Ele vai ficar lá, e ponto!
Eu não estava acreditando no que ouvia...
CONTINUA...