Bom, tentei publicar esse conto o quanto antes. Eu sei que o título não é nada criativo, mas eu não tenho mesmo muita criatividade. ;)
Eu encerrei o conto anterior no momento em que dormi.
Bem, acordei por volta das onze horas no dia seguinte. Achei que acordei cedo, considerando a hora que consegui dormir.
Fiquei deitado por um tempo, de barriga pra cima, pensando na vida. Quando me lembrei do momento em que o Leonardo enfiou aquele pedaço de papel no meu bolso, eu saltei da cama depressa, acendi a luz do meu quarto e peguei minha calça. Vasculhei os bolsos até encontrar o papel. Quando desdobrei, vi que era o msn dele. Dobrei o papel de novo e coloquei embaixo do teclado do meu computador.
Vesti uma bermuda, abri a janela do meu quarto e em seguida fui ao banheiro. Sem pressa nenhuma.
Fui até a cozinha e encontrei minha mãe lá. Ela estava sentada lendo uma revista que eu nem queria ver do que era (provavelmente alguma revista de fofoca sobre famosos ou sobre crochê), apenas dei bom dia de longe, e montei o "arsenal" de café da manhã, hehe, às vezes eu acho que como demais (comer no bom sentido, :P).
Valéria: "Se divertiu ontem?".
Felipe: "Sim".
Valéria: "Que bom".
Essas três falas sempre se repetiam quando eu saia com meus amigos.
Comi bem rápido, depois levantei da mesa, deixei tudo na pia, onde haviam duas xícaras que tinha sido usadas pra tomar café. Como minha mãe era a única na casa além de mim, e eu não tinha usado xícaras naquele dia, fiz a pergunta básica antes de voltar ao meu quarto:
Felipe: "Quem veio aqui?".
Valéria: "Sua tia".
Nem conversei mais. Sai da cozinha sem falar mais nada. Eu detestava minha tia.
Entrei no meu quarto, liguei o computador e fui ao banheiro enquanto ele inciava. Passei uma água no rosto e me encarei no espelho por um instante. Olhei meu peito e minha barriga. Me perguntei se alguém como o Leonardo poderia gostar de mim. Era algo bobo, porque eu tenho um corpo legal.
Quando voltei ao meu quarto, sentei no PC e a primeira coisa que fiz foi entrar no msn e adicionar o Leonardo.
Ainda fiquei alguns minutos encarando a tela do PC pra ver se ele aparecia online. Mas isso não aconteceu.
Coloquei status invisível e me joguei na cama de novo, de barriga pra baixo. Eu sentia meus olhos arderem e querendo ficar fechados. Mas resisti ao sono, voltei ao banheiro e lavei o rosto de novo.
Normalmente eu voltaria a dormir, mas minha vontade de conversar com o Leonardo me fazia ficar acordado, indo checar meu msn a cada cinco minutos.
O tempo passou, e depois de almoçar, eu sentei no PC e fiquei ouvindo música, mexendo no face e tal.
Foi por volta das quatro da tarde que o Leonardo entrou. Eu já tinha perido as esperanças de que ele ia entrar ainda naquele dia. Pois, provavelmente, ele teria que ir pra pizzaria de noite.
Abri uma janela de conversa com ele, mas não enviei nenhuma mensagem. A foto dele apareceu em alguns segundos. Era uma foto em preto e branco, só de rosto, mas era AQUELE rosto perfeito dele! Com um leve sorriso, deixando-o entre o sério e o descontraído.
Em menos de um minuto ele enviou:
Leonardo: “oi”.
Felipe: “oi”.
Leonardo: “Tudo bem?”.
Felipe: “Sim, e você?”.
Leonardo: “muito bem”.
Felipe: “vai pra pizzaria hoje?”.
Leonardo: “sim... :/”.
Felipe: “hum”.
Leonardo: “pq?”.
Felipe: “nada não”.
Leonardo: “hum... tem web cam?”.
Felipe: “nem”.
Leonardo: “enfim... quando pretende voltar pra pizzaria?”.
Felipe: “não sei... é meio difícil eu sair”.
Leonardo: “eram seus colegas da escola ontém?”.
Felipe: “eram”.
Leonardo: “vc namora?”.
Felipe: “não... e você?” - perguntei, mesmo com o medo dele responder que sim.
Leonardo: “não”.
Então ele mudou a foto de perfil. Agora a foto era colorida. Pegava o rosto e parte do peito dele. Ele usava um boné preto, tinha um sorriso “maior” do que o da foto anterior, e estava sem camisa. A foto era muito pequena pra poder ver com perfeição, mas ele parecia ter um corpo mara, rs.
Fiquei tão concentrado na foto dele que não percebi quando ele me mandou uma nova mensagem:
Leonardo: “tem outra foto?”.
Meu coração gelou. Eu me odiava em fotos. Vasculhei todas as minhas pastas procurando as melhores fotos possíveis (o que era difícil, porque eu tiro poucas fotos, justamente por achar que não saio bem). No final, juntei umas cinco ou seis fotos e compartilhei com ele.
Ele não disse nada, foi mudando de foto em foto, ficando uns dez segundos em cada uma. Depois de ver todas, voltou pra primeira e foi vendo tudo de novo, mas dessa vez, demorava mais pra passar pra próxima.
Fiquei nervoso, ele não expressava nada. Não dizia se tinha gostado ou não. E eu não sei explicar, mas eu tive uma vontade enorme de que as fotos agradassem ele. Acho que se ele dissesse que não tinha ficado boas, eu teria largado ele ali e ido tirar mais e mais fotos, até achar alguma que ele aprovasse. Mas não foi o caso:
Leonardo: “não me interprete mal, mas você é bonito”.
Eu queria dizer que não me importava em interpretá-lo mal. Mas achei melhor não falar nada ainda.
Felipe: “vlw... mas e você? Tem outras fotos?”.
Ele começou a digitar, ficou um tempo digitando, mas de repente parou, e não enviou nada. Alguns minutos depois, ele adicionou fotos dele ao compartilhamento.
Fiquei até com vergonha de ter colocado aquelas fotos minhas, que, perto das dele, pareciam fotos de criança.
Minhas fotos eram todas no estilo “comportado”. Em todas eu estava com camisa e sorrinso igual um bobo. Eram quase todas iguais: eu, parado em frente a um espelho, sorrindo com a máquina ou o celular na mão.
As fotos dele eram bem diferentes. De exemplo a primeira: ele estava sentado em uma cadeira, com uma bermuda cinza, sem camisa e sem boné. Seu cabelo estava arrepiado, e ele estava levemente curvado pra frente. Seu corpo realmente era maravilhoso. E ele não sorria, estava sério. Com um olhar sedutor.
Em uma outra foto, ele estava em pé, sem camisa, com uma bermuda que eu não podia ver a cor, pois a foto era em preto e branco. Ele não segurava nenhuma câmera, e pela má resolução da foto, eu imaginei que tinha sido tirava com uma web cam. Ele estava com um sorriso maravilhoso na cara, e com as duas mãos, fazia um gesto com a mão fechada, exceto pelo dedão e pelo dedinho, que ficavam levantados.
Ele mandou mais de dez fotos, eu não vou descrever todas. Mas eram todas maravilhosas.
Olhei todas, e depois tentei elogiar sem exageros:
Felipe: “vc também é muito bonito”.
Leonardo: “rs... valeu, Fe”.
Alguns segundos depois, eu ainda estava olhando as fotos dele, e ele enviou de novo:
Leonardo: “se importa se eu abrir minha cam? =)”.
Felipe: “não” - claro que nããão. Haha.
Ele enviou um convite, eu aceitei e fiquei olhando, esperando a imagem dele aparecer. Por mais fotos dele que eu já tivesse visto, eu ainda senti um calafrio percorrendo meu corpo quando a imagem apareceu.
Eu só podia ver seu peito e sua cabeça. Ele estava com uma camisa regata, azul, seu cabelo não estava arrepiado. Seus braços se estendiam sobre a mesa, até seu teclado.
Quando eu esperava que ele fosse enviar uma mensagem, ele falou:
Leonardo: “oooi” - e depois abriu aquele lindo sorriso.
Eu não podia falar, por isso continuei em mensagens excritas:
Felipe: “oooi”.
Leonardo: “pena que você não tem cam”.
Felipe: “eh”.
Leonardo: “daqui a pouco vou ter que sair... preciso me arrumar e ir pra pizzaria”.
Felipe: “pq você trabalha lá?”.
Leonardo: “não é porque preciso... é mais porque gosto... ganho meu próprio dinheiro e tal”.
Felipe: “entendi”.
Leonardo: “que pizza você mais gosta?”.
Felipe: “por mais variedades que tenha por aí... adoro pizza de frango com catupiry. Mas sem milho”.
Leonardo: “tbm gosto dessa”.
Felipe: “depois de trabalhar tanto em uma pizzaria, você deve até estar enjoado de ver pizza né? Kkkkk”.
Leonardo: “na verdade, não... pra mim, quanto mais, melhor”.
Peguei uma malícia nessa parte, mas disfarcei:
Felipe: “hehehe”.
Leonardo: “a gente podia se encontrar um dia desses né?”.
Felipe: “podia neh”.
Leonardo: “quando?”.
Felipe: “por mim, pode ser qualquer dia... se for durante a semana, precisa ser de tarde”.
Leonardo: “pra mim também... eu estudo de manhã... pode ser segunda?”
Felipe: “claro” - mas eu confesso que fiquei meio desapontado. Achei que ele ia propor de nos vermos logo no domingo.
Leonardo: “onde?”.
Felipe: “pode ser na minha casa? Fica bem perto da pizzaria”.
Leonardo: “perfeito, Fe. Me passa o endereço certinho?”.
Passei o endereço. Nome da rua e número da casa, tudo ok. Vi pela web cam ele anotando em um papel. Ele era tão fofo, eu não cansava de olhar pra ele.
Leonardo: “Ok, então. A gente se vê segunda. Mas se fala ainda hoje, ou amanhã”.
Felipe: “com certeza”.
Ele sorriu de novo. E falou:
Leonardo: “Então tá. Agora eu vou sair, Fe. Tenho que tomar banho, ficar bem cheiroso e ir pra pizzaria. Hehehe”.
Felipe: “ok, Léo. Até mais”.
Leonardo: “até”.
Depois de dizer isso, ele deu uma piscada e encerrou a chamada de vídeo. Depois, saiu do msn. E eu fiquei ali, com as fotos dele, que eu tinha salvo no PC, claro. XD
- FIM DA TERCEIRA PARTE -
Bom, pessoal. É isso. E é na segunda feira que a história de verdade começa. Vou tentar publicar a próxima parte o quanto antes. Porque fica complicado pra eu fazer isso durante a semana.
Torno a colocar meu e-mail: felipe.contos@yahoo.com , pra quem quiser mandar alguma história, ou só conversar. Enfim, mandem o que quiserem. Não tem o .br no final, ok? Acho bom chamar a atenção pra isso. ;)
Espero que estejam gostando. Até a próxima.