Sonhos Secretos – 4º capítulo
Pessoal, segue o quarto capitulo.
"Passou-me a cabeça que tudo poderia ser armação, quem faria algo daquele tipo por brincadeira, pensei até mesmo em desistir, quando o elevador informa o andar a qual estava e era naquele que eu descia. Fechei os olhos e encarei firme o que vinha pela frente.
Meus nervos estavam à flor da pele, e o elevador parou e a porta abriu. Levantei a cabeça e ele apareceu na minha frente, sendo a ultima pessoa que eu esperava encontrar.
- Boa tarde, Sr. Soverosa – falou Rafaello.
- O que você está fazendo aqui? – falei.
- Boa tarde pra você também – Falou Rafaello, sorrindo pra mim – Gostaria de sentar? – falou.
Continuei em pé – O que está acontecendo? – falei.
- Nossa. Você está na defensiva hein. Sente-se! – falou mudando de fisionomia.
- Não irei me sentar, quero saber o que está acontecendo! – falei com muita raiva.
- Vamos lá! Yan está manhã no momento em que nos “encontramos” na faculdade, senti que devia te chamar para trabalhar comigo. Fui até a secretária da faculdade e verifiquei quais eram as melhores notas da sala. Foram cinco as pessoas que estavam na lista, entretanto, destes cinco alunos somente você e mais uma aluna, estavam na sala, e como já tive um pré encontro com você nas escadas, você foi o escolhido. Preciso saber agora se você aceita ou não? Casos não aceitas terei que procurar outro estagiário.
Não sabia o que pensar naquele momento. Mil coisas se passaram na minha cabeça. Trabalhar com um professor, muito gostoso, meu, um dos melhores escritórios do Brasil, com profissionais que poderiam me dar visibilidade maior em granes coisas. Na hora congelei, mas tentei voltar à realidade.
- Rafaello, sinceramente, preciso de um tempo para pensar. Não sei se o fato de trabalhar com um professor meu, me traria problema na faculdade.
- Yan, Yan, você pensa demais. A faculdade tem contrato com nosso escritório, então não se preocupe. A cada período pegamos os melhores alunos da universidade e todos passam por minhas mãos. – falou mostrando suas mãos, e em mim logo houve um calafrio muito grande.
Ele falou algo que era realmente verdade. Como tinha um contrato com a faculdade seria possível que eu pudesse sim realizar este estágio, porém meu medo falou mais alto. Não sabia como me portar e o questionei:
- Quais seriam as minhas funções aqui dentro?
- Então estamos nos entendendo? – falou Rafaello me encarando, como apenas o olhei de forma objetiva continuou – Os seus serviços seriam como de qualquer estagiário, leitura de causas, verificação de erros ortográficos e respostas aos clientes do escritório, se necessário você também irá à fóruns daqui de São Paulo como de fora da cidade – fiz uma cara de quem comeu e não gostou – porém não saíra do estado de São Paulo, tudo será feito via táxi, então pode ficar tranquilo. Pagaremos a você todos os benefícios necessários e caso tenha um bom desempenho poderá ser chamado para trabalhar como estagiário interno, ou seja, você está com a oportunidade nas mãos. Agora depende apenas de você.
- Eu não sei se minha decisão será precitada ou não, mas aceito. – Falei não sabendo se tal oportunidade seria tão boa como o mesmo falou.
- Legal, só um momento – E pegou o telefone e discou um número – Vou chamar a Aline do RH para lhe passar todas as informações da vaga. Aline pode vir.
Em menos de um minuto, uma moça muito charmosa compareceu na sala dele com uma pasta sobre as mãos, e se apresentou de forma rápida, me fornecendo todas as informações inerentes ao cargo. Não sei como, mas eles já possuíam todas as informações sobre mim, acredito que devido ao contrato que possuíam com a faculdade, e por ser um escritório de alto nível, tinham este privilegio.
Finalizei toda a parte burocrática, e Aline saiu da sala. Rafaello dirigiu-se novamente a mim:
- Yan, a partir de segunda o seu horário de entrada é das 14hs às 20hs, já temos um posto de trabalho preparado pra você, e será alí naquela mesa – e apontou uma mesa do outro lado da sala, ou seja, ele seria meu patrão por um bom tempo. Não me estranhou tal informação, visto que foi ele quem me proporcionou tal feito. Mas pude perceber que tal oportunidade seria perfeita para que pudesse tê-lo comigo. – Fica acertado assim, e até segunda.
Neste momento ele levantou da mesa, lindo e imponente, passou por sua mesa e dispôs sua mão para um cumprimento e gelei por dentro. Só de pensar em pegar em suas mãos deu-me mil e umas ideias, mas tentei me segurar e cumprimentei lhe, mas ele queria mais e me puxou para um abraço inesperado, senti sua respiração ficar ofegante e em mim o mesmo aconteceu, não sei por que, mas só de estar perto dele daquela forma me senti protegido como nunca. Ele puxou minha cabeça e me deu um beijo na testa, neste momento meu rosto corou, senti queimando, parecia um formigueiro, mas ele não desanimou e falou:
- Nos vemos na segunda.
- Ok. Até.
Saí de perto dele, fui até a cadeira, peguei minhas coisas e me dirigi até ao elevador, porém ele me seguia, não com os olhos, mas pessoalmente. Antes de apertar o botão para chamar o elevador, ele me puxou e me deu um beijo, não no rosto, não na cabeça como antes, mas na boca, os nervos em meu corpo de repente se manifestaram e em mim surgiu o sentimento de vontade, queria aquele homem pra mim de qualquer forma. Aquele beijo foi o estopim para mais.
Deslizei minhas mãos para seu rosto, queria ele cada vez mais, e o beijo foi ficando a cada momento melhor. Deslizei minha mão para sua cintura e suas mãos vieram para minha nuca, senti calafrios. Pude sentir seu perfume, e a cada momento mais fundo se fazia o seu gosto em minha boca. Ele começou a tirar meu terno, e eu sabia que depois que começasse não conseguiríamos parar, porém ele se afastou de mim da mesma forma que começamos rápido.
- Não posso fazer isso aqui, é meu ambiente de trabalho – falou pra mim com sua cabeça colada na minha. Adorei o que aconteceu, porém odiei o trágico fim. Peguei minhas e chamei o elevador, sem ao menos olhar para ele. Cara, ele é meu professor e meu chefe, como pude ser tão imprudente.
O elevador chegou, e entrei nele sem dizer uma palavra, me virei e apertei o botão do térreo. Focalizei-o, e ele estava com a cabeça baixa, e elevou os olhos aos meus, percebi que era de pleno arrependimento. Pareceu por um momento que queria dizer alguma coisa, mas as portas do elevador se fecharam e eu soltei aquele suspiro de alivio. Eu queria mais, mas não ali, não poderia ser ali minha primeira vez, queria que ocorresse da melhor maneira, porém se tinha que ser ali, seria ali.
Desci do elevador e fiz minha volta para casa. Ao chegar a casa, contei dos últimos acontecimentos (menos a parte gay da história), e me dirigi ao meu quarto, quando meu celular toca.
- Boa tarde, por favor, o Yan? – Falou alguém.
- Quem gostaria? – respondi.
- É o Rafaello – sua voz era muito diferente no telefone e muito me agradou.
- Ele – falei seco
- Oi, queria te pedir desculpas pelo que aconteceu, eu queria, mas...
- Mas...? – questionei por que ele não mais falou nada.
- Eu gostaria de falar com você pessoalmente, principalmente sobre o acontecido, pode ser? – Perguntou, fiquei encucado sobre o que ele gostaria de falar comigo.
- Que horas? – retruquei.
- Às 19hs pode ser? – falou.
- Sim. Encontro-lhe onde? – perguntei.
- Te busco na sua casa, até mais. – falou desligando o telefone para que eu não falasse nada.
O que é que ele quer comigo? Depois de um longo e bom beijo, quais eram os segredos dele. Queria desvendar aquele homem e iria.