Nunca gostei quando as pessoas me diziam o que fazer, aceitava ordens apenas no trabalho, mas na minha vida pessoal sempre fiz o que tinha vontade sem dar explicações para ninguém, minha liberdade era o que eu mais gostava no estilo de vida que eu levava. Mas quando eu estava com ele tudo se transformava e a idéia de perder o controle sobre minhas vontades era o que me apavorava.
A viajem até a casa dele foi silenciosa, me encolhi no banco do passageiro como uma criança que foi pega fazendo algo errado, não ousei em nenhum momento olhar para o rosto dele. Tinha medo de me ficar ainda mais machucado depois dessa conversa. Quando chegamos naquela fortaleza ela parou o carro na frente da porta principal, saiu e deu a volta para abrir a porta e me tirar de dentro, segurou no meu braço e me levou para dentro da casa o mordomo já nos aguardava, Roarke trocou algumas palavras com ele e pediu que ninguém nos incomodasse.
A cada degrau que eu subia daquela escada o aperto no meu coração aumentava, fomos direto para a suíte dele, quando entramos ele largou meu braço arrumou duas cadeiras uma de frente pra outro e me mandou sentar, foi até o mini bar preparou uma bebida e virou o copo de uma única vez, voltou e sentou na minha frente.
- Eu não sei o que aconteceu nesses dois dias que fiquei longe tenente, mas nada justifica seu comportamento na boate, eu espera ter que convencer você a aceitar que o que aconteceu entre a gente não foi um erro, mas eu não estava preparado para seu desprezo nem para sua falta de consideração, eu não sou qualquer um que você descarta da sua vida quando bem entende se você realmente não queria mais nada comigo você jamais me diria daquele jeito. Eu vou lhe perguntar apenas uma vez e quero que você me responda sinceramente, o que aconteceu?
Eu não acreditava que ele não sabia o porquê da minha maneira de agir, para mim ele só estava querendo brincar mais um pouco comigo, minha raiva floresceu mais uma vez e eu encarei ele da pior forma possível.
- Eu é que deveria lhe fazer essa pergunta Roarke, há dois dias eu estava preparado para aceitar o que aconteceu entre a gente quem sabe talvez me arriscar e começar algo novo, mais então eu estava em meu apartamento quando vi na minha televisão a imagem de um casal apaixonado, e qual não foi a minha surpresa quando eu vi o cara que tinha virado meu mundo do avesso com apenas um beijo, acompanhado de uma bela morena, que vinha a ser sua namorada, em um evento que ele estava participando. Você nunca me prometeu nada Roarke, não aconteceu nada demais entre a gente mais isso não te da o direito de brincar comigo de rir da minha cara, no fim das contas foi você quem me descartou. Acho que nós não temos mais o que dizer um pro outro é melhor eu ir embora.
- Você já falou agora é a minha vez, você não vai sair daqui sem me escutar. Eu realmente estava com a Michele, mas nós nunca fomos namorados ficamos um período curto de tempo juntos, quando aconteceu o evento nós já não tínhamos nenhum tipo de envolvimento apenas comparecemos juntos a ele, pois eu já a tinha pedido que me acompanhasse, nós não formamos um casal e eu não estou apaixonado pelo menos não por ela.
Não vou negar que meu coração se alegrou quando ele me explicou o que tinha acontecido, mais eu não podia simplesmente esquecer tudo daquela vez não era verdade mais e da próxima, um homem como ele não se arriscaria a perder seu prestigio perante a sociedade assumindo uma relação com uma pessoa do mesmo sexo, então eu me tornaria mais um de seus curtos períodos de tempo.
- Eu não deveria ter agido daquela maneira e por eu peço desculpas, nós não tínhamos nenhum compromisso Roarke e você era livre para ficar com quem quisesse, na verdade ainda é o que aconteceu entre a gente não foi um erro mais insistir nisso seria um, nós vivemos em mundos completamente diferentes e nunca daríamos certo.
- Eu não sabia desse seu dom de prever o futuro tenente, nós ainda nem começamos e você já acha que não dará certo, agora eu me decepcionei com você tenente achei que você não era de desistir no primeiro obstáculo mais pelo jeito eu me enganei. Você tem razão nós nunca daríamos certo, é melhor você ir embora para que nós não cometamos mais nenhum erro, adeus tenente.
E foi assim ele simplesmente me dispensou, com a mesma calma e frieza com que fechava seus negócios, eu juntei o pouco que restava da minha dignidade e sai de lá. Em meu caminho até o carro eu ficava repetindo mentalmente que isso era o melhor para mim, mas quando cheguei ao meu destino minhas lágrimas já denunciavam que eu mesmo não acreditava nisso, fiquei um tempo ali parado com a esperança de que ele viria ao meu encontro para me pedir desculpas, mas como eu podia esperar isso dele se eu mesmo tinha dito que nós não daríamos certo.
Não sei como consegui dirigir até meu apartamento, eu me sentia perdido não conseguia mais nem chorar tomei um calmante e me joguei na cama e adormeci na esperança de que no outro dia tudo estivesse de volta ao seu lugar. Acordei com uma dor de cabeça latejante, tudo o que eu mais queria era ficar na cama, mas eu tinha um assassinato para solucionar, como no passado, meu trabalho seria a corda que me puxaria do abismo em que eu havia caído. Liguei para Feeney e avisei que era melhor a gente se encontrar diretamente no fórum para falar com a juíza Kellers. Quando chegamos nós informaram de que a juíza não poderia nós atender, pois tinha sido chamada para uma assembléia de emergência, mas ela já tinha autorizado que eu e Feeney olhássemos todos os documentos dos casos em que Amanda havia se envolvido em quanto trabalhou no fórum, passamos a manhã todo fazendo um crivo naquela papelada toda até encontrar cinco casos que poderiam ter ligação com o assassinato, todos envolviam pessoas ligadas ao tráfico de armas e entorpecentes, mas como não tínhamos nada de concreto nossa investigação sobre essas pessoas teria que rolar por baixo dos panos.
De volta a central me surpreendi quando encontrei a Sra. Needle em minha sala, ela parecia bastante apreensiva. Após eu tê-la cumprimentado e relatado nossos avanços no caso ela me disse que precisa me contar algo.
- Tenente, mais ou menos uma semana antes de Amanda nós deixar, ela me ligou e eu notei que ela parecia estar bastante preocupada, perguntei o que tinha acontecido, mas ela desconversou dizendo que eram apenas chateações no trabalho, porém depois de um tempo de conversa começou a chorar, insisti para que minha menina me contasse o porquê daquilo mais ela disse que realmente não era nada demais. Depois desse telefonema eu fiquei bastante preocupada e decidi fazer uma visita surpresa a minha filha, cheguei a seu apartamento e quando ia abrir a porta escutei ela conversando com alguém, mas o único trecho da conversa que eu consegui entender claramente foi quando a outra pessoa perguntou para minha filha quando ela ia contar pra ela, já que não seria possível esconder durante muito tempo.Decidi entrar no apartamento e Amanda estava acompanhada de uma jovem que eu nunca tinha visto, minha filha ficou surpresa em me ver me abraçou e apresentou Susan para mim. Pode parecer estranho lhe dizer isso, mas elas não pareciam ser amigas mesmo minha filha dizendo o contrário, logo aquela jovem foi embora dizendo que tinha um compromisso e Amanda fez de tudo para disfarçar o que estava acontecendo. Eu tinha esquecido isso até ontem, eu acho que minha filha estava grávida tenente.
Ela me explicou tudo que a levou a suspeitar dessa possibilidade e eu lhe disse que tentaria comprovar suas suspeitas mais que seria bem difícil de confirmar se a gravidez ainda estivesse no início, então ela me surpreendeu dizendo que tinha pedido a Roarke que investigasse essa possibilidade e que eu deveria conversar com ele.
Tudo o que eu não queria era ter que vê-lo pouquíssimo tempo depois de nosso ultimo encontro, mais parecia que a força de atração entre nós era maior que minha vontade. Liguei para o escritório dele e sua assistente pessoal me informou que Roarke estava muito ocupado no momento e que assim que ele pudesse me atender ela retornaria a ligação.
Esperei por um retorno feito apenas no início da noite, onde a assistente pessoal dele me disse que Roarke não tinha nenhum horário disponível para me atender, pois iria viajar na manhã seguinte e essa noite tinha um compromisso inadiável, perguntei se eu poderia falar com ele mais segundo ela ele estava em uma reunião que levaria pelo menos mais uma hora, agradeci a ela e desliguei.
Eu sabia que isso era apenas um jogo da parte dele, ele parecia querer que eu implorasse para vê-lo, mas eu decidi surpreendê-lo. Peguei meu carro na garagem e partir para a sede das indústrias Roarke, quando cheguei à recepção do edifício eles não queriam liberar minha entrada mais eu estava com tanta raiva do que estava acontecendo que ninguém ia consegui me parar, subi até o andar do escritório dele e quando as portas do elevador se abriram sua assistente já esperava por mim,diferente do que eu a imaginava, apesar de ser muito bonita era uma mulher bem mais velha, ela também tentou evitar que eu invadisse a sala dele mais não conseguiu.
Entrei na sala e a cara de surpresa que ele fez ao me ver, valeu o esforço, mas ele se recuperou rapidamente e me apresentou aos outros executivos que estavam com ele em seguida me pediu que aguardasse em outra sala que em alguns minutos ele iria falar comigo. Ele parecia não estar preparo para o que eu fiz, pois eu não tive que esperar nem dez minutos até ele entrar pela porta da sala onde eu estava.
- Tenente, espero que algo realmente grave tenha acontecido para justificar o que acabou de acontecer.
- Se algo muito grave tivesse acontecido eu teria lhe convocado para ir à delegacia, na verdade eu precisava conversar com o senhor sobre algo urgente, tentei da maneira educada, mas parece que o senhor não estava disposto a me atender então decidi que deveria fazer uma visita surpresa.
Não dei chance para que ele me respondesse e pudesse virar o jogo, que eu estava ganhando, a seu favor, e falei o motivo da minha visita e pedi a ele que me falasse o que ele havia descoberto em sua investigação. Quando ele ia começar a me falar fomos interrompidos por sua assistente informando que uma tal de Srt. Burns estava ao telefone perguntado a que horas ele ia buscá-la, eu não pude me controlar e perguntei a ele se esse era o compromisso inadiável que ele tinha naquela noite, ele pediu que ela transferisse a ligação para onde estávamos e começou a conversar com aquela sei lá o que na minha frente. Aquela conversa parecia não ter fim e ficava cada vez mais meloso, ele sempre respondia as perguntas que ela parecia estar fazendo da maneira mais sedutora possível e sempre me encarando, mas o estopim foi quando ele disse a ela que só teria que se livrar de umas coisas que surgiram de ultima hora e iria buscá-la. Eu arranquei o telefone da mão dele e disse que infelizmente o assunto que diferente do que ele havia afirmado ele não iria buscá-la, pois o assunto que ele tinha para resolver levaria muito tempo talvez a noite toda e desliguei na cara dela.
- Se você acha que vai ficar de papinho com essas alpinistas sociais na minha frente esta muito enganado, você só sai daqui hoje quando me falar o que descobriu.
- E só por isso que você quer me obrigar a ficar aqui tenente? Porque eu acho que você está com ciúmes de mim com a Alana. E se isso for verdade eu não vejo o porque já que você deixou bem claro no nosso último encontro que eu era livre para ficar com quem eu quisesse afirmando que nós jamais daríamos certo.
- Quer saber Roarke eu não agüento mais esse joguinho, você quer que admita que eu estava errado? Tudo bem eu estava errado quando desisti de tudo no primeiro obstáculo, quando disse que nós não daríamos certo. Desde aquele dia eu não consigo me concentrar, eu fiquei esperando na porta da sua casa que você viesse atrás de mim, pois meu orgulho me impedia de voltar lá e me desculpar pelas coisas que eu tinha te dito. Mas eu to pouco me lixando para meu orgulho agora eu só não agüento mais ficar longe de você Roarke, por favor, eu...
Eu não fui capaz de dizer tudo que eu queria, pois comecei a chorar com medo de que ele me dispensasse, ele não me falou nada então eu me virei pensando em ir embora mais ele me agarrou e me puxou para seus braços, e lá pela primeira vez em minha vida eu me senti em casa.
CONTINUAOlá meus queridos amigos da CDC, peço que vocês me perdoem por não ter postado ontem mais eu realmente não tive condições emocionais de fazer, peço também desculpas por esse capítulo, pois acho que ele não ficou muito bom. Como essa semana eu irei viajar vou postar o capítulo seis na quinta e depois só volto a postar na quarta que vem, pois para onde eu vou a internet é uma porcaria. Obrigada mais uma vez a todos aqueles que comentam meu conto, vocês tem sido minha única alegria nesses dias tão sombrios pelos quais estou passando e C T Akino eu adorei meu novo apelido.
Então até quinta e um beijo para todos vocês.