Sim... ninguém do hospital se esquecerá de Paula Soares. Afinal, ela foi uma batalhadora do inicio ao fim de seu tratamento. Dr. Edson e o cirurgião plástico terminaram a cirurgia e foi um sucesso. Ficariam algumas marcas, mas nada que comprometesse a vida de Paula.
- Deu certo! – agradeceu Pedro.
- Está tudo bem agora, amor... está tudo bem!
- Graças a Deus. Acabou o pesadelo. – ele disse beijando o marido.
- Sim... acabou.
- Quando podemos vê-la?! – questionou Pedro.
- A partir do momento em que o efeito do sedativo passar. – falou Mauricio.
- Podemos fazer... algo... não agora, mas quando ela estiver mais disposta. – disse Phelip.
- Claro... podemos encher o quarto de balões... fotos nossas... afinal ela ainda vai ficar uns dias no hospital se recuperando. – completou Priscila.
- Perfeito... vou em casa pegar algumas fotos... vamos amor?! – ele disse olhando para Duarte.
- Vamos pegar as crianças Mauricio. – falou Pedro com um sorriso no rosto.
- Claro... só se for agora.
Fernanda, estava resolvendo um problema grande. Ela resolveu apelar para o pai de Osvaldo.
- Oi, tudo bom?! – disse ela pelo telefone.
- Com quem eu falo?! – perguntou ele.
- Aqui é uma amiga do Osvaldo é....
- Olha garota... não interessa o que esse moleque fez... eu não respondo mais por ele....
- Senhor calma... sou uma amiga aqui do interior... olha eu seu que é um problema de vocês, mas o Osvaldo precisa muito da sua ajuda... ele quer amor.
Ló
- Amor... você acha que aquele safado... amou a mãe dele? –perguntou o homem com grosseria.
- Senhor com todo o respeito... o Osvaldo é um ser humano, pode ter falhas, mas não vai conseguir sozinho... eu sei que no fundo o senhor ama o Osvaldo , pense com carinho... seu filho precisa do senhor. – ela disse desligando o telefone.
Vinicius e Jean pareciam ter se acertado, mas estavam fazendo tudo escondido dos olhos de Viola.
- Isso é ridículo... somos dois homens adultos... e parecemos dois adolescentes. – reclamou Jean.
- Mas vai dizer que não é mais gostoso...
- Isso é...mas não foi com esse princípio que eu decidi ficar aqui.
- Eu sei amor... paciência.
O celular de Vinicius começou a tocar e era Viola. Ele riu e desligou o telefone. Depois de alguns minutos tocou novamente e ele não ligou. Passou mais alguns minutos e o celular de Jean tocou, era Viola.
- Nossa... atende amor... – disse Vinicius preocupado. – Para ela ligar até pra você.
- Alô?! – perguntou Jean desconfiado. – O que?!! Estamos indo!!! – disse Jean dando um pulo na cama.
- O que foi Jean?! – perguntou Vinicius.
- Nosso prédio está pegando fogo e a tua mãe não conseguiu sair!! E a tua mãe não conseguiu sair – ele gritou.
Sim... naquele momento... Jean se viu preocupado com Viola. Eles saíram imediatamente para ver a situação dela.
Priscila passou pelo saguão do hospital e viu as pessoas paradas em frente a televisão.
- O que está acontecendo?! – perguntou.
- Um prédio no Centro da cidade está pegando fogo....- disse uma enfermeira.
- Mas é o prédio... do... do... Vinicius!!! – ela gritou correndo de volta.
- E temos que ver as flores também. – disse Pedro para Mauricio.
- Melhor rosas brancas....
- Gente!! Está acontecendo uma tragédia....
- Novidade... – falou Pedro rindo.
- O que?
- O Prédio do Vinicius está pegando fogo!! Eu tentei ligar para ele, mas dá na caixa postal... ele não veio trabalhar hoje.
- Meu Deus!!
- Vamos lá agora!! – falou Mauricio.
- E a mamãe?! – questionou Pedro. – Vão... eu fico com a mamãe.
- Mas Pedro... o Vinicius é nosso amigo.... – disse Priscila.
- Vão... eu não vou deixar a minha mãe... podem ir. – ele disse sem esboçar qualquer tipo de reação.
- Ok... vamos Pri. – disse Mauricio correndo.
3 HORAS ANTES –
- Dora... queremos fazer uma surpresa para o Mauricio. – disse Bernardo.
- E o que seria?! – ela perguntou.
- Sei lá... bolo... salgados...
- Olha... vou ligar para uma amiga que é doceira... eu já havia encomendado um bolo dela... estava indo pegar, mas aproveitem então e peguem vocês... vou ficar fazendo os salgadinhos...
- Onde é que ela mora? – perguntou DJ.
- No centro... é um prédio grande... ela mora quase no último andar... o nome dela é Risoleta.
- Ok... anota o endereço e a gente vai. – falou DJ.
- Está aqui... e cuidado hein... vou ligar para ela e avisar que vocês estão indo. – falou Dora.
Dora não sabia, mas havia colocado esses meninos em uma senhora encrenca. Os meninos chegaram no Centro em menos de 30 minutos. Foram a pé, pois, não tinham dinheiro para o transporte. Eles chegaram na portaria e subiram para pegar o bolo.
- Acho esses elevadores tão apertados. – disse Bernardo.
- Tá sentindo esse cheiro de fumaça? – perguntou DJ.
- Vixi... nem brinca... estamos quase chegando.
Viola estava lendo um livro sossegada, quando também sentiu um forte cheiro de fumaça. Ela abriu a janela para verificar e o que viu não foi nada agradável. Havia muita fumaça saindo do apartamento abaixo. Ela imediatamente pegou alguns pertences e saiu em direção ao elevador, então ela lembrou do perigo que poderia ser e desceu as escadas de emergência. Quando ela se deu conta que já havia fogo no andar de baixo.
- Senhora! Nos ajude!! – gritou DJ.
- Onde?! – perguntou Viola.
- Aqui... estamos no elevador... nos ajude!!! – falou Bernardo.
- Céus!! – disse Viola se aproximando e tentando abrir a porta do elevador. – Está presa! Esperem... ela disse indo até uma mesa quebrando-a e pegando uma madeira para abrir a porta do elevador.
- Tem muita fumaça aqui dentro. – falou DJ tossindo.
- Só um minuto. – ela disse fazendo o máximo de forma que conseguia.
Depois de muito esforço Viola conseguiu salvar os meninos do elevador. Eles voltaram para o apartamento e Viola ligou para Vinicius.
- Não me atende... não me atende...
- Dona... a gente precisa subir mais... o fogo deve está se alastrando. – sugeriu Bernardo.
- Vamos queridos... vamos...
Quando eles avançaram alguns andares, encontraram outros moradores desesperados.
- Em qual andar está pegando fogo?! – perguntou uma mulher com um bebê no colo.
- Não sei... alguém chamou os bombeiros. – perguntou outro homem.
- Gente precisamos agir rápido... o problema não é o fogo e sim a fumaça... nosso prédio é protegido contra propagação de incêndio..
- Moço,mas eu vim de um andar do debaixo que estava pegando fogo... e o meu apartamento está destruído. – falou um velho.
Viola abraçava DJ e Bernardo, talvez por medo de morrer sozinha. Então ela teve a ideia de ligar para Jean.
- Que ironia. – ela disse enquanto aguardava. – Jean... o prédio está pegando fogo... estou com algumas pessoas aqui no 13º andar... não conseguimos descer... venham rápido. – falou.
- Com quem a senhora está falando? – perguntou DJ.
- Meu genro... ele é do exercito... – falou ela.
Na frente do prédio estava a maior comoção. O incêndio começou no nono andar e se espalhou até o décimo, a fumaça estava ganhando força e esse era o grande perigo, pois, a temperatura poderia aumentar.
- Minha mãe vai morrer Jean... onde estão os bombeiros... – falou Vinicius.
- Calma... estão vindo amor... calma... – ele disse pensando.
Em um impulso... Jean entrou no prédio e subiu as escadas sem olhar para trás. Vinicius também tentou, mas foi impedido por Priscila e Mauricio. Quando chegou no nono andar ele se deparou com aquelas cenas de filme, as paredes estava em chama e ele nunca sentiu tanto calor na vida. Ele conseguiu abrir caminho e subiu.
- Minha mãe está presa gente... vejam o vídeo que ela mandou.
Nas imagens, todos estavam deitados no chão... foi quando Mauricio viu o que não deveria ver... DJ e Bernardo sentados um próximo ao outro. Naquele momento o coração dele palpitou lentamente, um sentimento de vazio e desespero. Ele correu em direção ao prédio.
- Mauricio!!! – gritaram Priscila e Vinicius.
Ele sentiu um forte impacto, era um bombeiro.
- Senhor, não pode entrar no prédio...
- Mas, meus filhos estão lá dentro...
- Daremos um jeito de salvá-los. Agora é por nossa conta.
Priscila não entendeu direito o que o Mauricio quis dizer com ‘meus filhos’, mas estava ali para dar apoio ao Vinicius. Eles estavam abraçados olhando para cima.
Viola estava com muito calor, ela pegou um pano úmido e passou nos meninos.
- Vai ficar tudo bem... vamos dar um jeito. – ela disse para DJ que retribuiu com um sorriso.
- Viola!!! – gritou uma voz conhecida.
- Jean!!! – ela gritou e correu para abraçar o genro.
Eles se olharam meio sem graça e se afastaram.
- Você demorou... pensei que o exército brasileiro treinava melhor seus soldados.
- É “treinasse” Viola. Quantas pessoas estão aqui?! – ele perguntou.
- Pelo menos 14... ainda tem alguns meninos. – ela disse.
Sem pensar muito, Jean derrubou a porta de um apartamento com um chute.
- Pra que isso?! – ela perguntou.
Jean foi em direção ao outro apartamento e fez a mesma coisa.
- Você está ficando louco?! – ela perguntou.
- Vocês dois... – ele disse olhando para um casal. – Vão até esse apartamento e liguem todas as torneiras e abram todas as janelas... quebrem os canos se for preciso... vão antes que os bombeiros utilizem a água do prédio. Vem comigo Viola. – ele disse entrando no outro apartamento.
- Venham meninos. – ordenou Viola para DJ e Bernardo.
Eles quebraram os canos e a água transbordou pelo chão do apartamento. Bernardo e DJ, não conseguiram abrir as janelas e tiveram uma ideia... as quebraram. A fumaça começou a sair pelas janelas quebradas.
- Está funcionando dona... está funcionando. – gritou Bernardo.
- Agora me ajudem a quebrar mais canos... – disse Viola rindo.
- Que bom que isso é uma diversão para a senhora. – falou Jean tirando várias garrafas com água gelada e levando para os sobreviventes tomarem banho. – Se molhem com isso.
- Senhor... tudo certo... – falou o homem saindo do outro apartamento. – achei cubos de gelo.
- Perfeito... peguem... – ele falou distribuindo o gelo.
Não havia, mas nada a ser feito... eles teriam que esperar a ajuda. Jean sentou ao lado de Viola e se surpreendeu quando ela encostou sua cabeça em seu ombro.
- Me perdoa.
- Pelo?! – perguntou Jean.
- Por ser uma nojenta... despretensiosa...
- Até que foi divertido... – ele riu.
- Se a gente não sair vivo daqui... eu...
- Vamos sim... não se preocupa...
- E quem são esses pirralhos...
- Somos DJ e Bernardo... – falou Bernardo. – viemos pegar uma encomenda e a dona salvou a nossa vida.
- Quem diria... vivendo e aprendendo... – falou Jean encostando a cabeça na parede.
Do lado de fora, as pessoas olhavam com apreensão. Todos esperavam que o trabalho dos bombeiros terminasse rapidamente.
- Deus... se algo acontecer com a minha mãe... eu vou...
- Pensamento positivo. – disse Priscila.
- É... pensamento positivo. – falou Mauricio olhando para cima.
Depois de três horas, o fogo foi apagado. Naquele exato momento Paula acordava da anestesia.
- Humm... – ela disse.
- Paula?! – perguntou Rodolfo.
- Oi... – ela disse sonolenta.
- Está tudo bem amor... deu tudo certo. –ele disse beijando a testa de sua esposa.
- Que bom... sabe... eu sonhei... sonhei com a nossa história... desde o inicio... – ela disse rindo.
- E foi maravilhoso...
As autoridades conseguiram controlar o fogo. E foram averiguar o principio do incêndio. Para a surpresa deles, havia um jovem dentro do apartamento. Estava desmaiado.
Ao descer, Viola, abraçou o filho e o beijou.
- Graças a Deus mãezinha...
- Graças a ele e ao Jean...
Mauricio correu em direção ao DJ e Bernardo e os abraçou também. Eles explicaram o que estavam fazendo a li e o médico os levou para uma ambulância.
- Doutora Alexis? – perguntou Priscila.
- Eu... eu... moro nesse prédio. – ela disse.
- Como assim... eu também moro e nunca a vi aqui. – disse Vinicius.
- Onde começou o fogo? - ela perguntou.
- No nono andar... – falou Jean depois de ter tomado leite.
- Osvaldo... – ela disse para si mesma.
Sim... o vício tem consequências pesadas. Ele vem... fica... e só saí... quando é tarde demais....
- Então... vai me contar... – falou Priscila.
- Priscila?! – disse Mauricio assustado.
- Quem são esses meninos... e porque... você os chamou de filhos?!
Sim... outra pessoa descobriu o segredo de Mauricio, mas seria Priscila capaz de esconder de seu irmão Pedro?
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