A Montanha Russa da Vida II
ContinuandoNesse mesmo dia Marcela e Tom não havia ido à aula, mais isso não fazia nenhuma diferença já que eu estava só com ou sem eles, pelo menos no colégio. O Infeliz do Felipe havia sido suspenso por uma semana, mas o tempo da suspensão já havia passado e nem sinal dele, o que particularmente era uma coisa boa, já que eu não sabia como iria reagir na frente daquele crápula.
Meus pais sabiam de tudo que havia ocorrido e estavam fazendo o possível para que eu não me sentisse um lixo, meu querido pai queria fazer justiça com as próprias mãos e eu tentava explicar o paradoxo dessa situação:
Pai: Minha vontade e de quebrar a cara daquele palhaço ! Onde já se viu fazer uma coisa dessa ?
Eu: Pai, o senhor ouviu o quê acabou de falar ?!
Pai: Sim. Porque ?
Eu: Por que o senhor é um advogado conhecido por ser o mais justo e fiel aos diretos humanos. E agora vem me falar de justiça com as próprias mãos. Não vou entender nunca essa sua atitude.
Mais por entender magnificamente das leis meu pai deixou essa história para lá. Por lado sempre tentava me convencer que era viável sair do colégio:
Pai: Eu estava conversando com a sua mãe e chegamos à conclusão que para seu bem iremos lhe matricular em outro colégio.
Eu: Pai pelo amor de Deus. Eu estou bem. Há coisas na vida que todos nós temos que passar. Essa situação é um belo exemplo, vocês deveriam parar de se preocupar comigo, pois estou perfeitamente bem. E outra não vou sair do colégio nessa altura do campeonato, daqui a pouco eu já estarei de recesso escolar.
Pai: Então por que você não vai fazer uma visita a sua amiga Camilla que mora em Londres ?
Eu: Pode ser. Mas não agora. Quem sabe nas férias.
Aquela manhã não sei como mais passou de uma forma lenta e penosa. As fofocas ao meu respeito pareciam estar mais elaboradas do que nunca. O boato do dia era que eu tinha ficando com o antigo professor de língua portuguesa e isso era totalmente mentira. Para falar a verdade nos trocamos alguns fletes mais não passou disso.
Na hora do intervalo que para mim era um martírio, a psicóloga do colégio e também muito minha amiga – Stela – procurou – me para que nos conversássemos sobre essa situação. Eu a evitara de todas as formas, mas nesse dia não consegui escapar:
Stela: Rafhael será que você poderia me acompanhar até a minha sala ?
Eu: Mais é claro.
Chegando a sua sala foi toda aquela mesma conversa que os psicólogos têm:
Stela: Como você estar se sentindo em relação a tudo que estar acontecendo ?
Eu: Não muito bem. Mas dar pra sobreviver.
Stela: Tem chorado ou se sentindo triste ?
Eu: Sim. Se te dizes que não era mentira.
Stela: Entendo. Mas você tem colocado a raiva pra fora ?!
Eu: Ah sim. Todas as tardes. Meu amigo Tom sempre vai lá em casa e ouve as minhas lamentações.
Stela: Que tipo de lamentações ? E algo há respeito do sentimento de humilhação ?!
Eu: Claro que não. De forma alguma não senti – me humilhado.
Stela: Talvez se sinta mais estar internalizando isso.
Eu: Ah qual é Stela ?! Já nos conhecemos de outros carnavais. Você sabe que eu não sou do tipo de internalizar nada.
Stela: Realmente. Mas na vida tem uma primeira vez para tudo.
Eu: Pois é. Para tudo mesmo.
Stela: Então qual é o motivo das suas lamentações ?
Eu: O meu coração.
Stela: Como assim ?
Eu: Stela querida. O Felipe utilizou um artifício muito perigoso para acabar comigo. E ele conseguiu em partes.
Stela: Qual artifício ?
Eu: Ele me conquistou. E depois quebrou o meu coração com toda essa história, mostrando a sua verdadeira face de mostro doentio.
Stela: Entendo. Uma situação bem difícil essa ! Mas por enquanto é só isso que eu queria saber. Pode voltar para sala que o intervalo já acabou. Na segunda, por favor, venha que eu quero continuar essa conversar.
Sair da sala pensando: “Stela você não vai conseguir transforma – me em uma pessoa dependente da sua pessoa, Eu vou lutar contra isso sozinho e no final será a minha pessoa quem vai rir por ultimo”.
O resto da manhã passou bem mais rápido do que o primeiro período. Nem sei o que os professores falavam, pois na minha cabeça só passava uma palavra: “VINGANÇA”.