GALERA, É MEU PRIMEIRO CONTO, ESPERO QUE GOSTEM, COMENTEM E DEIXEM OPINIÕES.
Conto fictício com pessoas e eventos fictícios.
"É difícil de acreditar, mas às vezes quando menos esperamos a vida nos surpreende, abre novas portas. Tudo o que acontece tem um motivo para acontecer, mesmo que para nós seja desconhecido."
Mamãe e eu saiamos do cinema. Era sábado, e tínhamos tido uma tarde agradável. A primeira após muito tempo. O sol já estava se pondo.
(Mãe) — Você quer ir à sorveteria?
(Eu) — Claro! – Ela era a alma mais bondosa que eu conhecia, me defendia e me apoiava em todas as minhas decisões. Eu confiava tanto nela, que quando tive certeza que nunca seria igual aos outros garotos (nunca tive qualquer interesse sexual por garotas) contei a ela e ao meu pai. Meus pais estavam sentados no sofá de casa assistindo novela, eu sabia que minha mãe iria me apoiar, mas a reação do meu pai, eu não tinha idéia.
Enquanto eu contava, eu via a compreensão nos olhos da minha mãe, e um misto de raiva e ódio nos do meu pai. Ele se levantou respirando profundamente e disse que não iria aceitar aquele tipo de sem-vergonhice debaixo do seu teto, que ia me bater ate eu criar vergonha na cara. Seu rosto estava vermelho, levantou o braço, fechei os olhos esperando a dor, mas nada. Abri os olhos novamente.
Minha mãe segurava o braço dele, que estava a poucos centímetros do meu rosto.
(Mãe) — Se quiser bater em alguém bata em mim, nele você não toca nem em um fio de cabelo, Lucas vai para o seu quarto agora, eu e seu pai temos que conversar.
Corri para o meu quarto e tranquei a porta, ouvi gritos, choro. Encostei na porta e deixei meu corpo descer ate o chão, tapei as orelhas com as mãos. Acordei com batidas na porta, minha mãe me chamava baixinho. Abri, ela tinha os olhos inchados.
(Eu) — Mãe o que aconteceu?
(Mãe) — Eu amo seu pai, – ela sentou na minha cama e eu fiquei parado na porta – mas eu amo muito mais você. – Ela suspirou – vou me separar dele, ele nunca será capaz de te aceitar. Eu sempre soube que um dia isso iria acontecer, coração de mãe sabe, mas sabe, não é fácil, não é nada fácil.
Eu não tinha certeza a que ela se referia, fui ate ela e de joelhos perguntei, pegando em sua mão.
(Eu) — O que a senhora quer dizer exatamente com isso?
(Mãe) — Que teremos que mudar. – Ela disse isso e apertou minha mão. Eu sabia que ela estava abrindo mão do grande amor da sua vida por mim.
(Eu) — Ele te machucou?
Ela deu um sorriso triste – não, seu pai não seria capaz de me machucar, nós conversamos a noite inteira e chegamos à conclusão de que o melhor seria a separação.
Mudamos para uma cidade maior, eu sabia que minha mãe só voltaria a ser feliz com meu pai. Conformada seria a palavra certa, nunca mais a vi sorri. E saber que eu tinha causado isso, me dava um aperto no peito que chegava a sufocar.
Isso tinha acontecido há cinco anos, agora tenho dezessete anos. Parecia um passado distante, um sonho, no qual minha mãe tinha sido feliz.
Adaptação à cidade grande, a nova escola. A uma nova vida, não foi fácil, mas no fim a gente acaba se acostumando. Acostumei a não ter amigos, eu era o garoto que veio do interior, no inicio tentei mudar essa imagem, mas logo desisti.
Eu não sou nenhuma criança, e muitas coisas eu deixo minha mãe fazer por que sei que são necessárias para ela. Ela me cobre a noite, e me da um beijo de boa noite na testa, ela corta a carne do meu prato. Esses são apenas alguns exemplos.
Meus planos para o futuro consistiam em conseguir uma bolsa de estudos em uma faculdade e deixar minha mãe livre para voltar para o meu pai. Eu nunca tinha ficado quanto mais namorado com qualquer pessoa. É lógico que eu sentia falta de ter alguém do meu lado, minha mãe dizia que “cada coisa tem seu tempo e lugar, quando tiver de ser será”.
Esse era um dia daqueles em que a tristeza e a melancolia me abatiam. A idéia do cinema tinha sido dela. Agora saiamos da sorveteria que ficava um pouco afastada do centro da cidade. Íamos em direção ao carro quando fomos abordados por dois sujeitos encapuzados. Os dois estavam armados, eles usavam aquela toca que deixa apenas os olhos aparecendo. Entramos no carro, minha mãe no volante, o mais baixo dos dois do lado do carona, e outro ia sentado atrás comigo.
O cara baixo estava nervoso, não parava de apontar a arma para minha mãe. Ele ia indicando a direção. Eles tomaram nossos celulares, me sentei bem encostado a porta. Eles não queriam apenas roubar o carro, eles queriam algo mais.
O cara baixo colocou a mão na perna da minha mãe, meu coração batia desemfreadamente, eu não podia deixar que ela se machucasse ainda, então gritei:
(Eu) — TIRA SUA MAO IMUNDA DELA! – Ele apontou a arma para mim.
(Bandido baixo) — Ta maluco playboy? Quem tu ta achanu que é?
(Bandido alto) — Calma Gian, o garoto ta com medo.
(Gian) — Calma o caralho, mas que merda tu disse meu nome, agora vamos ter que matar eles depois da diversão. – E deu uma gargalhada.
(Bandido alto) — Sem mortes.
E seu tom foi tão definitivo que o outro só sacudiu a cabeça. Pela primeira vez desde que tínhamos entrado deixei de olhar pela janela e comecei a encarar o bandido que estava do meu lado. Seus olhos eram castanhos escuros, quase negros. Eu não tinha coragem para ficar encarando-o por isso desvia os olhos, o outro não tirava a mão da perna da minha mãe. Eu tinha que pensar em alguma coisa e rápido.
Minha mãe ia ser estuprada, não, eu não iria deixar. Foi quando um pensamento me assaltou. Engoli meu orgulho, respirei fundo.
(Eu) — Eu faço o que vocês quiserem qualquer coisa só deixem minha mãe em paz. Por favor. – Minha voz saiu baixa e cansada. Eu abaixei os olhos não podia encarar minha mãe pelo retrovisor.
(Gian) — Que que tu ta sussurrando ai playboy?
Eu estava encarando meu colo, eu sabia que o cara que estava do meu lado tinha escutado. Eu repeti mais alto.
(Gian) — Tu ta me achando com cara de viado palhaço? Ta querendo a minha rola é.
(Bandido alto) — Cala boca Gian, não ta vendo que o guri só que proteger a mãe. Pensa que é tua mãe, se põe no lugar do muleque.
(Gian) — Eu não vou me por no lugar de ninguém porra nenhuma.
Estávamos entrando em uma estrada de terra, mas eu não estava mais prestando atenção na estrada. Por que ele estava de certa forma me defendendo? Ele era bandido, certo? Só queria o meu mal em seu beneficio? Eu encarei o cara do meu lado, ele me encarava de volta. Sussurrei por favor, minha voz estava embargada, eu não sabia o que fazer. Seus olhos me encaravam com curiosidade, tive a impressão de que ele sorriu por baixo da touca.
(Bandido alto) — Gian manda a madame encosta o carro, quero leva um lero contigo.
Gian encarou-o com uma expressão estranha, depois pra mim.
(Gian) Escutou ou ta surda, encosta a porra desse carro agora! – Ele tomou as chaves da mão da minha mãe assim que paramos e desceu. O cara do meu lado desceu junto. Eles se afastaram do carro, minha mãe virou para me encarar, eu abaixei os olhos.
(Mãe) — O que você pensa que esta fazendo Lucas?
Eu respirei fundo e a encarei – você sempre me protegeu, agora é a minha vez. – Ela estava chorando, me abraçou chorando, eu devolvi o abraço, mas não podia demonstrar fraqueza, não podia chorar por mais que eu quisesse, eu tinha que ser forte, por nós dois.
(Mãe) — Eu não posso deixar você fazer isso, não posso.
Eu a afastei e encarei – mãe, eu não posso deixar que eles te machuquem, eu não iria suportar, eu amo você, você sempre me protegeu, eu não conseguiria viver sabendo que não fiz nada para impedir.
Ela sorriu, pela primeira vez em anos, e era um sorriso triste. Passou a mão no meu rosto, - e como você acha que eu me sentiria? Você é meu filho, eu é que deveria te proteger. Não posso deixar você fazer isso.
(Eu) — Mãe, eu preciso fazer. Você já fez coisas demais por mim... - os bandidos entraram no carro contudo, o baixo estava visivelmente frustrado. Ele virou pra mim e disse.
(Gian) — Você conseguiu o que queria, vai levar rola no cú. – E virando pra minha mãe – toca o carro vadia.
É eu tinha conseguido, eu estava ferrado, ou melhor, eu estaria ferrado logo logo. Respirei fundo, eu tinha que encarar aquilo como homem, tinha que me fazer de forte pela minha mãe. Mas por dentro estava completamente desesperado, o cara do meu lado deve ter percebido, ele pegou na minha mão que estava apoiada no banco, e sussurrou – não tenha medo. – Sei que não deveria, mas apertei a mão dele de volta, ele pareceu sorrir.
Continuamos por mais meia hora, até que Gian mandou minha mãe pegar um desvio. Cruzei os braços no peito, eu já tinha imaginado mil vezes como seria a minha primeira vez, e acreditem em mim, em nenhuma delas eu era estuprado. Tomamos tantos desvios que eu não fazia idéia de onde estávamos, havia árvores por todos os lados. A estrada chegou ao fim. Eles desceram, o cara parou na porta, se inclinou e estendeu a mão para mim. Seus olhos passavam uma confiança, segurei em sua mão. O carro é grande, de vidro escuro. Ao descer, tropeço, ele me puxa para ele, nossos rostos ficam tão próximos que sinto o hálito dele, era de HALLS preto.
(Eu) — Sou tão desastrado, um dia desses vou acabar me machucando serio ou coisa pior. – Digo tentando descontrair, aquela situação estava me deixando nervoso.
(bandido alto) — Não se eu puder evitar! – Falou sério. Naquele instante meu mundo pareceu parar. Perdi a noção entre o certo e errado, e me perdi em seus olhos.
Ele me colocou no chão, ele devia ser bem forte por baixo daquela jaqueta jeans, eu peso aproximadamente oitenta quilos, não muito bem distribuídos em um metro e setenta e sete.
(Bandido alto) — Gian fica aqui com a madame, e não faça nada. Quando for a sua vez eu te chamo.
(Gian) — Já que não tem outro jeito, - e olhando pra mim – eu vou te fuder tanto que você iria preferir nunca ter aberto essa sua boca no carro.
O bandido alto, digo alto por que ele devia ter mais de um metro e noventa, pegou na minha mão e começou a me puxar em direção à mata. Caminhamos até estarmos afastados o suficiente para que não nós escutassem. Havia uma árvore que aparentava ser antiga. Ele me puxou ate ela. Pressionando meu corpo contra o tronco, seu rosto de novo perto do meu. Levei minha mão até a touca, ele colocou a mão dele sobre a minha. Tirei sua touca, e arfei surpreso.
(Bandido alto) — Eu sei que sou um monstro, mas não precisa ter medo, eu nunca faria mal a você. – Em sua bochecha esquerda tinha uma cicatriz profunda, mas ao contrario do que ele estava dizendo o deixava ainda mais atraente, sua pele era dourada, e seus lábios cheios. Ele pegou a touca da minha mão, ele ia colocar quando o impedi segurando seu braço, e olhando em seus olhos eu sussurrei.
(Eu) — Lindo. – Coloquei a mão em sua nunca e o beijei, apenas um selinho, mas era o meu primeiro. Quando abri os olhos, ele parecia confuso. Fiz o contorno de sua cicatriz com o dedo, ela começava no canto do olho esquerdo e descia até o meio entre o nariz e a boca. Ele tinha abaixado os olhos, parecia ter vergonha dela. Sussurrei lindo de novo.
Seu corpo pressionou ainda mais o meu contra a árvore e sorriu com dentes perfeitos e brancos, arfei, ele realmente era lindo.
(Bandido alto) — Eu sei que sou um monstro – ele sorriu – mas o que eu disse é verdade, não vou deixar você se machucar. Não precisa se preocupar, o Gian não vai tocar em você.
Eu não sei por que, mas eu confiava nele.
(Eu) — Como é seu nome?
(Bandido alto) — Ruan o seu é Lucas né?
Fiz que sim, seu corpo pressionando o meu estava começando a me deixar sem ar, mas quem iria reclamar? Eu não. Dava pra sentir, seu corpo era rígido, não só o corpo, seu membro estava me pressionando.
(Ruan) — Como eu disse não vou te fazer mal não vou estuprar você.
Confesso que fiquei decepcionado, ele me queria, e eu sentia o quanto. Ruan encostou seu rosto no meu, sussurrou perdão contra a minha boca. E em um lance tão rápido se afastou, e seu punho acertou meu rosto me jogando contra o chão.