Me deitei do lado dele e ficamos de conchinha, ouvi sua respiração acelerando, e eu soube que era uma coisa difícil pra ele.
-Olha, se você não quiser contar, tudo bem... – Eu falei tentando acalmá-lo.
-Não, tudo bem. – Ele beijou meu ombro. – Vou te contar... – Ele respirou fundo de novo. - Bom, minha infância foi a melhor parte da minha vida até ter te conhecido. – Ele sorriu e eu senti que fiquei vermelho. – Meus pais não eram tão ricos, mas nós tínhamos o suficiente para viver confortavelmente. Meu pai sempre foi o melhor pai do mundo. Não importa o quão cansado ele estava, ele sempre tinha tempo pra mim... – Ele parou e seus olhos se encheram de lágrimas. Quando eu tinha dez anos meu pai sofreu um acidente de carro. Eu e minha mãe sofremos muito. Os médicos dizem que ele talvez não volte do coma, mas existe uma chance, e é nessa chance que eu e minha mãe preferimos acreditar.
-É por isso que você não gosta dos ricos? Por que alguém rico bateu no carro do seu pai? – Nesse ponto eu estava lutando contra as lágrimas, assim como ele.
-Não. – Ele sorriu levemente. – O que aconteceu com meu pai foi realmente um acidente. Esta chovendo, de noite. O carro derrapou e ele bateu num muro.
-O que aconteceu depois?
-Eu e minha mãe ficamos arrasados. Ela entrou em depressão e eu tive que cuidar dela. Eu sempre a fazia sorrir, todos os dias, não importa o que custasse. Depois de um ano ela superou a depressão e nós voltamos a nossa vida, mas sem meu pai. Foi quando ela conheceu um cara. Ele sim, era rico. Tão rico quanto sua família. Eles começaram a namorar e depois de um ano decidiram se casar. Não é que eu não gostava dele, mas ele tentava me comprar. Depois do casamento eu e minha mãe nos mudamos pra casa dele. Eu tinha tudo no meu quarto. Todos os tipos de brinquedos que você possa imaginar. Quando eu tinha quatorze minha mãe engravidou da minha irmã. Eu estava começando a me acostumar com esse estilo de vida. Roupas de marca, celular de ultima geração, tudo do bom e do melhor. Quando minha irmã tinha três anos e eu dezessete minha mãe percebeu umas movimentações estranhas no dinheiro da conta deles. Depois de um tempo ela descobriu que aquele cara era viciado em jogo, e estava começando a perder tudo. Nós, inclusive eu, fizemos de tudo pra ajudar. Desde psicólogos até clinicas, mas ele não conseguia parar. Um dia ele disse pra minha mãe que nós teríamos que sair da casa, pois ele tinha perdido ela num jogo, e foi ai que minha mãe decidiu que era de mais. Eles se divorciaram e, graças a um dinheiro que minha mãe tinha guardado, conseguimos comprar outra casa. Então eu comecei a trabalhar enquanto minha mãe cuidava da minha irmã. Eu trabalhava de manhã e a tarde num restaurante e a noite numa pizzaria e durante os fins de semana eu fazia festas de crianças. Eu conseguia dinheiro para nos sustentarmos, mas não tinha tempo pra nada. Quando minha irmã começou a ir pra escola minha mãe conseguiu emprego na empresa de uma amiga dela, da época em que ela ainda estava com aquele cara. Desde então ela trabalha lá e eu trabalho aos fins de semana para ajudar minha faculdade, já que ela não pode pagar minha escola e a da minha irmã sozinha.
Quando ele terminou de falar eu já estava chorando. Não desesperadamente, mas sempre uma lagrima ou outra caiam dos meus olhos. Seus olhos também estavam cheios de lágrimas, mas ele não as deixava cair. Eu imaginava como foi pra ele perder o pai, ter que sustentar a mãe e a irmã sozinhos depois de terem perdido tudo. Ele era, com certeza, o homem mais forte do mundo pra mim.
-E esse cara, o ex marido da sua mãe, o que aconteceu com ele? – Consegui perguntar, mas com voz de choro.
-Nós não sabemos. Desde que eles se separam ele nunca mais procurou a minha mãe, e nem ela por ele.
Novamente uma lagrima desceu pelo meu rosto.
-Ah, marrentinho. Não chora, vem cá. – Ele me puxou e ficamos de frente um para o outro. Nos olhamos por um tempo ele me abraçou forte, me colocando entre seus braços e seu peito nu. Seu cheiro natural era doce, mas seu perfume amadeirado, em um contraste perfeito. Ficamos ali, com ele me fazendo cafuné enquanto eu adormecia dentro do seu abraço.
Durante a noite sonhei que eu continuava na mesma posição em que fui dormir. Olhei em volta pelo canto do olho, mas sem mexer o rosto. Parecia ser mais de duas da madrugada e estava chovendo, mas ele ainda fazia cafuné em mim. Quando estava voltando a dormir ouvi ele sussurrar uma coisa no meu ouvido.
-Eu te amo! – Ele sussurrou tão baixo que eu mal pude ouvir.
Depois ele beijou minha cabeça. Eu queria poder me mover ou dizer algo, mas eu já estava voltando a dormir. Acordei com ele beijando meu ombro. Já era de manhã, mas entrava pouca claridade no quarto.
-Bom dia, marrentinho. – Ele disse e depois beijou minha nuca.
Antes que eu pudesse responder senti sua ereção nas minhas costas. “Ah, a energia natural das manhãs!”, foi o que pensei. Mais que depressa me virei e beijei-o com força. Senti minha ereção vindo enquanto o beijava e a dele já estava quase encostando na minha. Senti sua mão agarrar meu pênis de uma vez, o que me fez delirar. Peguei no seu também, que estava duro e quente. Comecei a masturbá-lo enquanto ele fazia mo mesmo comigo. Levantei, conferi se a porta estava trancada e mais que de pressa tirei o short. Assim que me viu nu, ele também tirou o dele, revelando aquela perfeição pálida de cabeça rosada. Me deitei no sentido oposto do dele, mas antes pudesse abocanhar seu pênis, sua boca já estava no meu. Fui ao céu e voltei com sua boca quente, então dei a mesma sensação a ele. Comecei a chupar seu pênis enquanto ele chupava o meu. Ficamos naquele 69 por muito tempo até que ele parou e me puxou para um beijo. Ele me deitou de lado e deitou logo atrás de mim, com seu corpo colado no meu. Levantou minha perna e a colocou em volta do seu corpo. Senti a cabeça to seu pênis passando pela minha bunda. Me estiquei em direção à cômoda tentando não me mover muito. Peguei o KY e entrei pra ele. Ele sorriu e me beijou. Quando voltei a posição ele já tinha lubrificado todo seu pênis e um arrepio me tomou quando ele colocou o lubrificante gelado no meu cu. Senti seu pênis pressionado meu cu e antes que eu pudesse me “abrir” mais ele já estava completamente dentro de mim.
-Isso foi bem mais fácil que das outras vezes.
Sorri e ele começou a me foder de vagar, depois foi aumentando a velocidade. Depois de um tempo me fodendo ele saiu de dentro de mim e ficou de joelhos na cama e colocou uma de suas pernas no seu ombro, enquanto a outra ficou apoiada na cama. Senti seu pênis entrar e sair devagar dentro de mim. Sem aumentar a velocidade ele ficou me fodendo em câmera lenta.
-Ah, por favor! Vai! – Implorei.
-Não, marrentinho! Quero que você sofra.
Apesar de estarmos transando aquilo era realmente um sofrimento. Eu tentava empurrar meu corpo contra o dele, mas ele logo ia mais pra traz. Ele me fodia mais devagar do que qualquer um. Entre a entrada e saída do seu pênis era uma eternidade. Meu cu pedia por mais, mas ele nunca dava. E aquilo era prazeroso. Muito prazeroso! A vontade de sexo me dava cada vez mais tesão, até senti o orgasmo chegando. “Como assim? Eu nem ao menos toquei no meu pênis!” pensei, mas já era tarde. Jatos de gozo saíram do meu pênis, lambuzando minha barriga e meu peito completamente. Olhei pra ele com uma mistura de raiva e prazer.
-Agora sim. Agora eu te fodo.
E assim o fez. Ele começou a entrar e sair de dentro de mim em uma velocidade assombrosa. Senti meu pinto endurecendo novamente. “Como isso é possível? Eu acabei de gozar!”. Enquanto ele me fodia começou a me masturbar. Ah, a sensação era incrível. Mais que de pressa senti o orgasmo chegando de novo. Minha aceleração começou a acelerar e então ele parou de me masturbar.
-Vamos juntos!
A sensação era de vazio. Eu estava prestes a gozar e ele para de me masturbar, como assim? De repente ele saiu de dentro de mim e ficou em cima de mim. Colocou seu pênis sobre o meu e começou a nos masturbar juntos. A sensação do seu pênis no meu era de mais, e novamente senti orgasmo vindo. Nossas respirações se aceleraram e eu gozei um segundo antes dele. Seu jato chegou no meu pescoço, enquanto o meu chegou entre minha barriga e entre meu peito. Nos olhamos e ele sorriu. O sorriso mais lindo do mundo. De repente ele se abaixou e começou a lamber nosso gozo do meu corpo. Depois de limpar completamente ele veio me beijar e os nossos sabores inundaram minha boca.
-Acho que esse foi o melhor. – Ele disse caído sobre mim, ofegante.
-Concordo plenamente.
Fui no banheiro me limpar enquanto ele se vestia. Quando voltei para o quarto ele estava com o mesmo short e a camiseta da Calvin Klein.
-Eu não tinha te devolvido da ultima vez. Desculpa.
-Tudo bem, você fica lindo nela! – Ele sorriu e eu corri para beijá-lo. – Vem, vamos tomar café.
Descemos e quando chegamos na cozinha a mesa estava cheia de coisas.
-Bom dia, meninos. Espero que tenham dormido bem. – Ele disse dando beijo em nós dois. – Bom, o café esta pronto. Eu não sei fazer muita coisa, então comprei tudo na padaria. Espero que gostem.
Minha mãe estava com um robe branco de ceda, o que era muito estranho, pois ela sempre trabalhava aos sábados.
-Não vai trabalhar hoje, mãe? – Perguntei sentando na mesa com Nicholas.
-Hoje não, esta um dia de chuva perfeito pra ficar em casa.
Olhei para a janela e a chuva caia, molhando todo o jardim. De repente me lembrei do sonho. “Será que foi verdade?”. Chacoalhei a cabeça, mandando esse assunto embora. Quando voltei a mim, Nicholas e minha mãe estavam conversando. Continuamos na mesa mesmo depois do café da manhã, conversando sobre todas as bobagens que podíamos pensar. De reponte minha mãe vira pra mim e diz:
-Filho, posso falar com você um minutinho?
Olhei assustado pra ela, mas fiz que sim com a cabeça.
-Com licença, Nicholas. – Ela disse se levantando.
-Já venho. – Falei seguindo-a.
Quando saímos da cozinha, ela se virou pra mim sorrindo.
-Quando você ia me contar?
-Contar o que? – eu estava confuso.
-Do seu namorado.
Fiquei em choque. Minha mãe e eu nunca conversamos sobre homossexualismo ou nada do tipo. Ela estava sempre no trabalho, então não posso dizer que tínhamos a melhor relação mãe-filho. Olhei para ela sem saber o que dizer. Respirei fundo e comecei a me desculpar.
-Olha mãe, desculpa. Eu não...
-Desculpa? – Ela me interrompeu. – Eu não podia estar mais feliz. – Só então notei o sorriso no seu rosto.
-Feliz? – Perguntei sem entender.
-Claro! Você é meu filho, e eu te amo! E convenhamos que seu namorado é um gato! – Ela riu.
-Ele não é meu namorado! – Repreendi.
-Ainda não! Logo, logo vocês resolvem isso. Mas meu filho, eu te dou todo o apoio do mundo!
-Obrigado. – Não sabia o que responder.
Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, ela me puxou para um abraço apertado. Nós não tínhamos muito disso, mas eu gostei daquilo, me senti uma criança de novo.
-Mãe, como você sabe? – Perguntei enquanto saímos do abraço.
-Filho, se você quer esconder que esta namorando da sua mãe, nunca durma de conchinha com ele sem trancar a porta.
-Mãe! – Quase gritei.
-Eu só fui ver se vocês estavam bem. Era tarde e as luzes estavam apagadas, então fui de dar um beijo, mas acho que você já estava bem protegido.
Fiquei vermelho na hora enquanto ela ria da minha cara. Ela me puxou para mais um abraço e depois voltamos para a cozinha. Nicholas estava brincando com a faca quando nos sentamos. Ficamos encarando ele por um tempo, e ele parecia assustado. Quando minha mãe falou de uma vez só que já sabia de nós dois ele ficou mais branco que o robe da minha mãe, mas assim que ela disse que apoiava completamente ele relaxou. Ficamos conversando por mais um tempo, até que o telefone tocou. Era Carla, minha melhor amiga.
-Oi, Carla! – Atendi e fui para e sala, deixando os dois sozinhos.
-Oi, Reh. Tudo bem? – A voz dela era a mais doce do mundo, assim como ela.
-Tudo, e você?
-Estou bem também. Chuchu, o pessoal marcou de ir na Pizza Hut hoje a noite, você vai né?!
-Hmm, quem vai?
-Eu, a Alê, o Pedro, o Mah, a Mih e a Gi.
-Tudo bem. Vocês vão fazer reserva?
-Vamos sim.
-Ok, coloca um lugar a mais que eu vou levar um amigo.
-Ok, ele é gato, né?!
-Aff, tchau Carla! – Cu ri.
-Tchau, chuchu. Até de noite. Te mando mensagem falando o horário.
Desliguei o telefone e voltei pra cozinha, mas minha mãe não estava mais lá, só o Nicholas colocando a loca na pia.
-Nós vamos sair hoje a noite. Vou te apresentar pros meus amigos.
Ele fez uma cara de quem não estava nada animado com a ideia.
-Por favor? – Implorei abraçando ele.
-Tudo bem, mas antes eu quero te apresentar uma pessoa.
-Quem? – Perguntei curioso.
-Meu pai.