Cai no chão, eu estava perplexo. Um sentimento misto de traição, raiva e desejo tomavam conta de mim. Eu tinha confiado nele, e ele tinha me traído. Claro, quem mandou confiar em bandido. Minha auto-estima sempre foi baixa, sou grande fisicamente, como já disse meu peso não é nenhum pouco bem distribuído, me considero gordinho. Meu rosto é normal, não chama atenção, mas odeio tirar fotos, pois nelas parece que estou inchado, às vezes acho que meu rosto é meio infantil. Ou seja, não tinha nada que o deixa-se atraído. A frustração tomou conta de mim, todo o stress acumulado, mais os sentimentos confusos, tudo transbordou em um choro silencioso.
Ruan ajoelhou ao meu lado, levantou meu rosto com as mãos e examinou o que tinha feito. Eu o empurrei com as mãos. Mesma coisa de empurrar uma parede.
(Ruan) — Ta doendo muito? – Ele parecia realmente preocupado – eu não queria, mas é preciso.
Olhei para ele confuso, que tipo de louco sádico era ele afinal? Eu abaixei os olhos, ele me abraçou, e isso fez com que eu chora-se mais. Ruan sussurrava perdão, me aninhei em seu peito, eu estava completamente confuso, ele me deixava confuso. Quando consegui me acalmar um pouco, me afastei dele, e olhando fundo em seus olhos perguntei:
(Eu) — Por quê?
(Ruan) — Eu não sei o que faria com o Gian se ele tocasse em você. Precisa parecer que nós transamos, e que eu te machuquei, e muito. – Ele se levantou e ficou de costas para mim, estava ficando difícil de ver, a noite estava escura e eu tenho medo do escuro. Então ele queria me proteger me batendo? To tão confuso quanto vocês, podem ter certeza.
Levantei do chão, bati a poeira da roupa. Algumas luzes da cidade eram visíveis ao longe, estávamos em um lugar que ficava acima do nível da cidade. Toquei em seu ombro, esperava que ele vira-se. Ele continuou encarando a cidade, colocou sua mão sobre a minha.
(Eu) — Ruan, você é louco? Não estou acusando, só perguntando. – Ele virou e ficou me encarando. Ele sorriu, “cabeça fria Lucas, concentre-se”, eu repetia, eu não queria deixar transparecer o quanto aquele desconhecido estava me afetando.
(Ruan) — Tira a roupa Lucas.
Ta, me convenci, ele é louco. Não tem outra explicação. Meus olhos acredito que se arregalassem mais um pouco pulariam fora das órbitas. Com um movimento de cabeça disse que não.
(Ruan) — Eu preciso da sua cueca. – Para o mundo e acedam as luzes, que eu já estou perdido e muito tonto.
(Eu) — Pra que? – Perguntei desconfiado.
(Ruan) — Você confia em mim? – Perguntou se aproximando, e me puxando contra ele.
(Eu) — Eu não sei, por que deveria?
Então ele com um suspiro, como se falasse com uma criança, explicou seu plano. Ta, ele pode ser louco, mas é um gênio.
Voltamos através da mata ate o carro, foi fácil, os faróis estavam acesos, eu de cabeça abaixada. Minha mãe estava dentro, eu tinha que seguir o plano ou Gian poderia desconfiar. Ruan ia na frente, ele tinha colocado a touca novamente.
(Gian) — Porra meu, por que demoraram tanto? Esse viadinho deve ter o cú doce. – Ele disse passando a linguá nos lábios, começou a vir em minha direção, Ruan o segurou pelo braço e lhe entregou a minha cueca ensanguentada, Gian a olhou, depois para mim. – Então o que aconteceu? O viadinho reagiu? - Ele parecia realmente gostar do termo viadinho, e já estava me dando nos nervos.
Ruan parou encarando-o, como se pensasse se deveria contar ou não. Por fim disse.
(Ruan) — Ele não queria dar e ainda quis morder meu pau, eu não podia deixar né? Então o comi a força. Acabei machucando muito ele, ele ainda era virgem, mas cara foi muito bom. Agora temos que ir embora, não quero que ele morra sangrando pelo cú. – Senti meu rosto queimar de vergonha.
(Gian) — Então é assim, você fode ele e eu fico no vácuo? Não senhor, vou fude a vagaba.
(Ruan) — Você vai fazer o que eu manda, entra no carro e vamos dar o fora daqui, a policia deve estar atras deles a essa hora. – A palavra policia teve um efeito considerável sobre Gian, agora ele parecia realmente frustrado, resmungou alguma coisa baixo e entrou. Suspirei aliviado não imaginava que seria fácil assim. Entrei no carro também.
Fiquei encostado na porta quando Ruan entrou, vi pelo canto do olho quando ele sentou, posso jurar que vi que ele estava com dor mesmo tomando cuidado. Gian mandou minha mãe sair com o carro. Eu ficava olhando pela janela, enquanto minha mãe fazia o caminho inverso.
(Gian) — Olha aqui puta, - ele erguia a minha cueca e sorria de um jeito psicótico, - ta vendo se fosse comigo, vixe, esse viadinho já ia ter morrido de imurragia.
Nunca senti tanta vergonha, minha mãe não falava nada. Eu queria explicar que não era o que ela estava pensando. Mas não podia, ainda não.
(Ruan) — Fica quieto Gian.
(Gian) — Qualé cara, o cuzinho dele era tão apertado que machucou seu pau é?
Ruan o puxou pela camisa. – Você quer que eu te enrrabe também? Ou vai calar a boca? Ou quer que eu cale sua boca com meu pau? – Pude ver que Gian estava surpreso, ele ia falar alguma coisa, pensou melhor.
(Gian) — Me solta cara.
Ruan o soltou. Eu sentia o peso do olhar da minha mãe pelo retrovisor, estávamos entrando novamente na cidade. Vi que ela aumentava a velocidade do carro aos poucos, mas não dei muita atenção. Eu não sabia o que eles, ou no caso ele, Gian, pretendia fazer. Ruan sussurrou perdão, olhei para ele e dei um sorriso rápido.
(Gian) — Vai com calma madame não quer matar seu filhinho não é? – O carro estava a uns cento e vinte por hora, e a velocidade aumentava, minha mãe encarou Gian e sorriu.
O transito de cidade grande é uma droga, haja paciência. Quilômetros de engarrafamento, por sorte ainda estávamos no subúrbio, se não já estaríamos todos mortos. Minha mãe era uma ótima motorista, a melhor que eu já tinha visto, mas ela dirigindo aquela velocidade, sob pressão, me deixava muito nervoso.
(Gian) — Ta surda puta?
(Mãe) — É com essa boca suja que você beija a sua mãe? – Ela disse calmamente.
(Gian) — Olha como fala comigo vagaba ou...
(Mãe) — Ou o que? Vai me matar? Vai atira! Na velocidade em que estamos, eu posso morrer com um tiro, mas vocês vão junto.
(Ruan) — Você é louca?
Engraçado ele perguntar, já que a poucos minutos eu tinha lhe perguntado, e não obtive resposta.
O Gian parou de apontar a arma para minha mãe e mirou em mim.
(Gian) — Se você não tirar o pé do acelerador o viadinho não vai ver o sol nascer.
(Mãe) — Em primeiro lugar seu ignorante meu filho tem nome, e em segundo, se você atirar nele eu bato com o carro em qualquer coisa grande que aparecer.
Minha mãe jogou o carro dentro da avenida na contra mão, o carro tinha perdido um pouco de velocidade, mas logo recuperou. Minha mãe seguia reto, eu podia imaginar o que os outros motoristas estavam pensando dela, e podem ter certeza que não estavam pensando que ela dirigia bem
(Eu) — Mãe, tem certeza? – Eu tinha uma vaga idéia do que ela pretendia.
(Mãe) — Segura – ela disse pegando a mão do Gian e colocando no volante, ela virou no banco, meu coração parou amedrontado, ela sorriu com o canto dos lábios, estava se divertindo com a cara de medo dos bandidos. – Confia na mamãe querido. – Confirmei com a cabeça, eu queria que ela sentasse no banco. Ela virada para trás, apoiava o pé no acelerador, uma vozinha na minha cabeça dizia: ISSO VAI DA MERDA. Ela se voltou para o Ruan – e você vai se arrepender de ter nascido, desgraçado.
Foi audível, ele engoliu seco. Minha mãe sentou no banco de novo pegou no volante empurrando Gian que estava branco. – Me de as armas. – Ela disse.
Os olhos de Gian estavam arregalados – comé quié?
Agora foi a vez da minha mãe perguntar – você esta com problema de audição? Ou quer que eu escreva... – minha mãe estava levando a mão em direção ao porta-luvas.
NÃO! – gritamos nós três ao mesmo tempo. Gian e Ruan entregaram as armas para minha mãe, ela continuou a dirigir com as armas nas mãos.
(Mãe) — Vocês foram tão bonzinhos com a gente, não foram filho? – Eu fiz que não, Gian era um troglodita e Ruan, bem, Ruan tinha me salvado de ser estuprado dele e do Gian, mas tinha me dado um soco… mamãe suspirou – estão vendo meu menino não gostou do que vocês fizeram. Por isso pedirei com educação que saiam do meu carro.
Mamãe é professora, ela da aula para crianças até a quarta serie. O carro estava a uns cento e cinqüenta km/hora, por um milagre ainda não tínhamos batido. Os bandidos olharam para fora – claro madame encosta o carro que a gente desce.
O sorriso de minha mamãe ficou ainda mais largo – e quem disse que eu vou parar?
Ruan pegou em minha mão e a segurou com força no escuro, ele estava com medo. Gian parecia nao acreditar. ele tentou argumentar algo, minha mãe destravou uma das armas que estava segurando, colocou a arma na cabeça do dele. - você vai fazer o que eu mandar vadio.
Eu sei que minha mãe so queria me proteger, só que ela não sabia que não precisava. Sou contra a violência. – Mãe, estou exausto, para o carro por favor. – Ela me olhou através do retrovisor, dessa vez me senti na obrigação de encarar de volta. – Ja imaginou as multas que a senhora vai levar?
Eu falei, de certa forma acho que minha mãe entendeu nas entre linhas, nem eu nem ela estávamos preocupados com multas. – Tudo bem... – ela disse com um suspiro, ela foi diminuindo a velocidade até parar, sem tirar a arma da cabeça do Gian – desçam.
Gian se atrapalhou ao abrir a porta, e quase saltou para fora, quase não, ele se jogou para fora do carro. Ruan olhou para minha mãe e disse perdão, enquanto apertava pela ultima vez minha mão, abriu a porta e saiu para a noite. Eu nunca mais seria o mesmo, a partir daquela noite eu estaria para sempre incompleto, uma parte minha tinha ido junto com ele.
Fechou a porta do carro, minha mãe praticamente saltou para o banco de trás me abraçando e eu suspirei aliviado(não tinha dado merda eba). – Me desculpa querido, me perdoa. Eu deveria ter pensado e agido antes.
Nem preciso dizer que saímos dali para uma delegacia, eu sentia meu rosto queimar de vergonha enquanto explicava para o delegado e para minha mãe desconfiada que eu não tinha sido estuprado, que Ruan tinha cortado a perna para parecer que tinha me forçado a deitar com ele. Meus argumentos não foram suficientes, quando penso que não tinha como eu ficar mais envergonhado, me fizeram passar pelo corpo de delito e o medico era um grosso antipático. Eu fiz aquilo não por mim, mas pela minha mãe, eu queria que ela soubesse que eu nunca mentiria para ela.
(Eu) — Agora acreditam em mim? – Perguntei a ela e a um delegado pasmo, quando o médico constatou que eu não tinha sido violentado.
Fomos para casa – mãe me lembrei de uma coisa.
(Mãe) — O que querido?
(Eu) — Os bandidos ficaram com nossos celulares.
(Mae) — Não se preocupe Lucas, eu compro outro. Coisas a gente compra agora a nossa vida e nossa decência, saúde e vida não.
Só pude concordar com ela. Assim que chegamos em casa fui direto para o computador, tentei lembrar de todas as contas como e-mail, twitter, rainrain, kaixin, que eu tinha no celular e troquei as senhas, entrei no site da operadora e bloque-ei o chip. E dei graças a Deus que minha mãe deixou para a gente conversar quando acordasse, eu sabia que não teria como fugir, então concordei. Tinha sido um longo dia.
Tomei um longo banho e deitei na cama, as horas no radio relógio mudavam agora para as duas da manha, mas eu nao vi, dormia o sono dos justos.
UAU!!!!! ;p NÃO ESPERAVA SER TÃO BEM RECEBIDO AQUI NA CASA, ESPERO QUE GOSTEM DESSE CAPITULO, VOCÊS ESTÃO GOSTANDO??? ESTOU SENDO PREVISÍVEL?
VAI ROLAR SEXO MAS NAO AGORA, BJS AMORES.