Continue Agarrando-se aos 16 - 16

Um conto erótico de José Otávio
Categoria: Homossexual
Contém 2101 palavras
Data: 12/11/2012 06:33:46
Assuntos: Gay, Homossexual

• 16 – Sincronia entre casais 2.0

– Ai, ai, ai! – Exclamei olhando-me no espelho.

Naquela manhã da última semana de Novembro, estava sentindo-me o homem mais alegre do mundo; Havia recuperado, porém não totalmente, a minha sensibilidade, estava com a pessoa que mais amo no mundo e tinha amigos que me amavam. Naquela manhã Eu estava vestindo-me com uma calça jeans debotada, uma camisa preta, óculos escuros, botas, na altura do joelho, de cor marrom clara e um chapéu de cowboy. Caipira? Era mais ou menos isso o que Eu queria parecer. Por quê? Pelo simples fato de ter começado a vaquejada em uma pequena cidade do interior de Pernambuco chamada Catende. Walmir ainda não sabia que iriamos para tal lugar, e Eu nem sabia se ele gostava de tal coisa. Tudo bem, Eu sei, ainda faltavam sete sessões de fisioterapia, mas Eu já havia planejado tudo e, na minha agenda, essas sessões foram adiadas para três dias depois.

Desci as escadas da minha casa, saudei papai e Silvia, que se encontravam na cozinha, e corri diretamente para a garagem. Peguei as chaves de meu carro com o motorista de papai e rumei para a casa dos Almeida Paiva. Alguns deveriam pensar que fiquei traumatizado pelo acidente, porém não; meu único medo era não voltar a andar. O resto estava valendo. Ao chegar à frente da residência de meus sogros dei duas buzinadas e as portas foram abertas por Dona Suzana.

– Bom dia, José! – Saudou-me, sorridente, enquanto se aproximava do carro. – O que te trás aqui?

– Bom dia, dona Suzana. Vim falar com meu Baixinho. – Sorri em retorno.

– Posso saber o porquê de toda essa produção? – Ela fitou-me curiosa.

– É que Eu vou para a Vaquejada. Na verdade, nós, o Baixinho e Eu, vamos à vaquejada.

– E ele sabe disso? – Ela estava com cara de dúvidas.

– Não, não sabe. A senhora poderia chamá-lo? – Perguntei impaciente.

Dona Suzana não me respondeu. Apenas deu-me as costas e entrou em sua residência. Com alguns minutos depois o Baixinho saiu batendo a porta de sua casa com uma grande cara de raiva. Era engraçada de se ver a cena: Ele, com cara de poucos amigos, cabelo bagunçado, apenas com uma regata branca e uma cueca Box cinza, os punhos fechados, bufando e com os olhos semicerrados. Ao chegar mais perto de mim e ter o reconhecimento de quem o esperava, ele baixou a guarda. Aproximou-se da janela de meu carro e ficou parado, ainda de olhos semicerrados.

– Bom dia, estresse da manhã! – Exclamei puxando pela nuca e beijando-lhe a testa.

– Bom dia, Grandão! – Ele saudou-me laçando seus braços em meu pescoço e dando-me um beijo na boca; lento e longo. – O que você veio fazer aqui? – Ele interrogou-me, ainda de olhos fechados.

– Vim te buscar. – Essa foi a primeira vez que ele abriu o olho naquela manhã e pude ver duas esmeraldas me mirando. – Você gosta de vaquejada? Forró? Festa? – Ele apenas balançou em cabeça em um gesto de mais ou menos. – Vai se arrumar, amor! A gente vai pra Catende, conhece? – Ele apenas acenou em negativa. – Então a gente vai conhecer por três dias. – Falei sorrindo.

– Vai esperar no carro, ou prefere entrar e ficar mais relaxado lá dentro?

Por conhecer muito bem a pessoa que me perguntava aquilo, optei por aceitar que era melhor entrar na residência de meus sogros e esperar meu amor no sofá, ou jogando videogame com o Rafael.

Entramos na casa e fui procurar meu cunhado. Como previ, ele estava jogando Super Mario (Na versão Yoshi’s Island) e Eu peguei um joystick para acompanhá-lo.

– Sabia que no mês que vem a Nanny vai fazer cinco meses de gestação? – Perguntou-me Rafael sem tirar seus olhos da TV.

– Não, não sabia. E o que é que tem?

– Ela vai ver qual o sexo da criança. Acho que isso é importante para você.

– Na verdade, não é importante. – Rafael, pela primeira vez, olhou-me confuso. – Eu não queria isso, cara. Você precisa me entender...

– Qual é o pai louco que não quer saber o sexo do seu filho? – Ele falou, quase gritando, com raiva.

– Calma, cara! – Falei tentando fazer com que ele acalmasse os nervos.

– Calma é o caralho! Se você não tiver o interesse de fazer parte da vida dessa criança depois que ela nascer, ao menos faça parte da vida dela agora!

É. Ele tinha razão. Eu estava sendo muito negligente com questão ao bebê que iria nascer. Não consegui concluir aquela conversa – Pois sabia que ele estava certo. – e tornei a jogar.

Com alguns minutos o Walmir entra no quarto do Rafael todo arrumado e cheiroso.

– Vamos! Já liguei para o Marcos e Acácio.

Fiquei estático com o que ele disse. Aqueles três dias deveriam ser só nosso. Sem argumentos, deixei o controle de lado do videogame, despedi-me de Rafael que sussurrou em meu ouvido um breve “Cuide de meu irmão, por favor!” e fomos buscar Marcos.

A viagem toda, o Walmir fora de cara amarrada e Eu não fazia ideia do que era. Preferi, por fim, não perguntar. Chegamos à casa do Marcos rapidinho e o avistamos com uma pequena bolsa nas costas.

– O que você está levando aí? – Perguntei curioso.

– Apenas o necessário: Roupas, perfumes, toalha e o kit higiene. – Ele falou rindo. – Bom dia, Walmir! – Ele gritou; assustando, assim, meu Baixinho.

– Não muito bom. – Walmir falou agarrando-se no pescoço de Marcos e dando muitos beijos em sua bochecha. – Vamos logo que Eu quero buscar a pessoa que vai me tirar desse tédio ‘eterno por três dias’ – Ele falou fechando, novamente, a cara.

Agora Eu pude entender tudo. Vai ver ele não gostava de vaquejada. Por fim, nos dirigimos à casa da tia do Acácio e o avistamos com uma pequena mala, também.

– Bom dia! – Saudou a todos, Acácio.

– Bom dia! – Retribui sorridente.

– Bom dia, amor! – Marcos cumprimentou-o com um longo beijo. Era a primeira vez na minha vida que Eu havia visto dois homens, que não fosse Walmir e Eu, se beijando na minha frente.

– Oi! – Walmir falou frio e virando a sua cabeça para o lado da janela.

– Se anima, projeto de gente! – Não pude conter o riso ao ouvir esse apelido. – Você não gosta de vaquejada? – Walmir continuou calado. – Vai dizer que você não gosta de sentar num cavalo? – Walmir, pela primeira vez, olhou pasmo para o rosto de Acácio.

– Diferente de você, talvez ele goste. – Marcos interviu na conversa.

– Vamos parar, okay?! – Falei antes que aquilo acabasse em briga.

Como a viagem iria ser longa, duas horas, e pelo desconforto formado entre os casais, decidi que o melhor a se fazer era trocarmos de lugar. Marcos foi para frente conversar comigo e Walmir e Acácio, em poucos minutos de viagem, adormeceram no banco de trás.

– Por que você falou: “Diferente de você, talvez ele goste.”. Vai dizer que você é quem...

– Não! – Ele exclamou não me deixando concluir a frase. – É que, desde que começamos a namorar, o Acácio nunca quis fazer sexo comigo. – Fiquei sem reação ao ouvir aquilo. – E eu não entendo o porquê. Tipo, ele não é virgem, já deu para um monte de gente e comigo é essa frescura de: “Tudo há seu tempo.”.

– Cara, você não é o primeiro do Acácio, mas, também, é o mais especial que ele já teve. Espera o cara!

– Você fala isso porque não sabe o quão é ruim se segurar por meses. Você mesmo comeu o Walmir em duas semanas. Eu estou esperando o Acácio há meses.

– Apenas espere! – Foi a última coisa que eu disse durante a viagem inteira.

...

Chegamos a Catende por volta das 10h30min e esperei todos se arrumarem para irmos à vaquejada. Diferente do que Eu imaginava, Walmir se divertiu muito. Não ao meu lado, ao lado de Acácio. Mas, para mim, já era uma coisa de bom tamanho. Não era a primeira vaquejada a qual Eu ia. E, também, não era a primeira em Catende que Eu visitava. Meu pai até tinha uma casa lá. Não muito grande ou luxuosa. Era simples e bem decorada.

Durante toda a vaquejada, Marcos e Eu aproveitamos para beber uma gelada e ficar de boa dançando forró com as meninas que apareciam. Algumas ainda ficavam me cantando, jogando umas indiretas e quando elas pediam meu número, Eu as mandava buscar com o meu noivo, no caso, o Walmir. Eu via, a todo instante, que o Walmir sempre ria da situação.

Quando já estava um pouco alterado, e senti o álcool fazendo efeito, pedi para que fossemos embora da festa. Era por volta das 17h00min quando saímos.

Quando chegamos à casa de papai, Eu nem me dei ao trabalho de tirar a roupa e tomar um banho, dormi do jeito que estava. Por volta das 19h30min acordei pus-me a procurar o Walmir. Não o encontrei em nenhum lugar da casa.

– Ele foi à Igreja. – Gritou Marcos, do lado de fora da casa.

– Filho da puta! Nem deixou um bilhete me avisando. – Falei aproximando-me da calçada onde Marcos estava.

– Relaxa, irmão! O Walmir vai ficar bem, tá bom? Ele foi com o Acácio. Além do mais, a Igreja é logo ali na esquina. Não tem como ele se perder.

– Eu sei, man. Mas eu não gosto de deixar ele só. Eu sou muito dependente de ele.

– Percebe-se. – Ele falou revirando os olhos.

Aproveitei a saída do Walmir para tomar banho e beber uma latinha com o Marcos.

Walmir e Acácio chegaram por volta das 21:00.

– Sabiam que há missa todos os dias aqui? – Perguntou-me Walmir sentando-se em meu colo.

– Que legal! – Exclamei sem ânimo. – Mas me prometa, por favor, que da próxima vez vai comigo, okay?! Ou, ao menos, me chame para te lavar na Igreja. Você sabe que fico preocupado.

– Tá bom! – Ele falou dando-me um beijo na bochecha.

– Vamos entrar? Quero aproveitar muito isso aqui. – Falei apalpando, com força, a poupa da bunda de Walmir.

– Hoje não. – Ele falou se levantando de meu colo e sorrindo. Deixando-me em uma situação extremamente vergonhosa. Não pelo fato de ele ter negado, mas, sim, pelo fato de meu dote estar bem destacado na bermuda.

– Vamos entrar, Marcos? – Intimou, calmamente, Acácio. – Quero dormir. Sei que amanhã começa cedo a vaquejada. Vamos logo! – Ele falou puxando Marcos pelo braço e o induzindo a laçar os braços em sua cintura.

– José! – Gritou Walmir próximo a cozinha. – Você vai dormir agora?

– Não! – Falei, ainda um pouco chateado por saber que não iria rolar nada naquela noite.

– Vou tomar banho, então.

Pude ver que Walmir direcionou-se ao banho e depois foi para o nosso quarto. Peguei uma cadeira de balanço e fiquei olhando o quão as estrelas brilhavam aquele dia. Eu não acreditava no que estava acontecendo, em menos de um ano de minha vida. Por alguns instantes, deitado naquela cadeira, comecei a planejar meu futuro, por planos em papeis. Decidi ser um bom pai para meu filho que estava por vir, decidi amar as pessoas ao meu redor, ao invés de tentar excluí-las de minha vida. Decisões... Decisões... Decisões. Enquanto Eu decidia tudo o que iria acontecer em minha vida, sentia o carvão que a usina havia soltado pela manhã e só agora havia caído. Acho que, por um momento, adormeci. E, por fim, decidi entrar em minha casa e dormir ao lado do meu Baixinho.

– Boa noite, anãozinho! – Beijei-o a testa.

Fora o último gesto que eu fiz naquele dia.

...

Olá, pessoal! Não sei se vocês lembram, ao certo, de mim. Sou o autor do conto Agarre-se aos 16.

Bem, por algumas semanas, ou talvez meses, eu ‘abandonei’ o site, mas eu tive meus motivos.

Primeiramente, quero pedir desculpas a vocês por ter sumido e não dar explicações, porém uma serie de n fatores ocorreram em minha vida.

1- Depois que postei o conto eu levei TODOS os meus aparelhos de acesso à internet (Computadores, not e netbooks) para a assistência. Eu sempre faço essas coisas de revisão de seis em seis meses;

2- Por causa desse imprevisto, tive de voltar a trabalhar na sede do meu emprego. Lá temos acesso a Internet, porém há um supervisor que tem acesso a todos os sites ao qual visitamos;

3- Os capítulos do conto estavam salvos em meu computador principal, porém, assim como todos os outros aparelhos, ele foi formatado e eu havia esquecido de ter salvo os episódios em um pen-drive;

4- Eu e o Baixinho entramos em um pequeno conflitou que havia me deixado triste por duas semanas. O problema já está resolvido, graças a Deus!

Bom, eu prometo que, a partir de agora, tentarei manter o ritmo das postagens. Mais uma vez, mil desculpas a todos.

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Comentários

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Ainda bem que vc voltou tava com saudade dos teus contos.

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Minha 1° vez no seu conto, mas saiba que o acompanhei desde o começo, adoro você e o Walmir, te acho uma figura, que bom que voltou!!! Não demora mais por favor...10000000000000000...

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José!!!

Que saudades, vinha todos os dias aqui, me aconteceram tantas coisas que só esse conto podia me alegrar e eu fiquei um mês sem eles. Eu li duas vezes desde o início nesse tempo. Está perdoado mas por favor não demore mais pra postar, essa história de vo6 já me víciou. Comecei meu dia bem hoje........10

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Bom, gente é isso. Espero que gostem e que me perdoem. Sempre que puder estarei postando. Aliás, Eu tive de refazer todo o conto por causa do PC que fora formatado e Eu não salvei.

Mais uma vez, desculpem-me!

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