Galera, obrigado pelos comentários no conto anterior. Vocês são muito criativos mas a maioria passou longe de acertar, rsrsrs, como vocês tem a mente poluída, pensar aquelas coisas do João, rs. Mas a resposta estava óbvia demais, parabéns Stahn e Jeeh, vocês acertaram em cheio, acho que a Mô também acertou. Abraço a todos!!!
Capítulo 8
Fernando foi até o banheiro, limpou-se e diriju se até o quarto de João, abriu a primeira gaveta que encontrou pela frente, disposto e pegar qualquer pedaço de pano para vestir, mas qual for a sua surpresa, ao olhar dento da gavetaEle olhava pra dentro daquele móvel e ria, o sorriso em seu rosto estava mais lindo do que nunca, agora sim, ele tinha a resposta que tanto desejavaJoão estava na cozinha preparando o jantar dos dois. Não era mestre na cozinha mas sabia se virar. Só tinha que preparar também muita água, pois Fernando sentiria muita sede. João exagera no sal e na pimenta.
Estava de costas quando Fernando se aproximava.
João – E ai cara, deu certo? Alguma camisa minha serviu pra você?
Fernando permaneceu calado.
João – Parou o que fazia e virou-se, dando de frente com Fernando que estava a alguns passos dele.
João gelou na hora, foi um misto de vergonha, susto e surpresa. Por mais que fosse rápido ao gatilho, dar uma explicação sobre o que Fernando iria lhe perguntar daqui a alguns segundos, seria difícil de qualquer um engolir.
Fernando, como sempre estava com aquele lindo sorriso no rosto, vestia não uma camisa de João, mas sim a mesma regata branca que ele havia dado a João, no primeiro encontro dos dois.
Ao abrir a gaveta para procurar uma camisa qualquer, a primeira coisa que ele viu foi sua regata dobrada num canto, ele pegou-a cheirou, João não tinha se desfeito daquela camisa, muito menos lavado, estava ali junto com suas roupas. O sorriso de Fernando veio na hora, mesmo que ele descobrisse que estava errado, sua única certeza naquela hora é que o sentimento que ele sentia por João, era correspondido. Não pensou duas vezes, vestiu aquela camisa e foi até a cozinha.
Fernando – Bom, acho que qualquer camisa sua ficaria bem em mim, mas essa eu tenho certeza que cairia super bem. Disse num tom superior.
João já tinha ficado de todas as cores possíveis, tentou falar, mas logo gaguejou.
Fernando se aproximou de João, ficando a poucos centímetros de seu rosto.
Fernando – Você não precisa mais dessa camisa, pra sentir minha presença, você pode me ter. Dizia com a maior segurança do mundo, já segurando uma das mãos de João.
João – Fernando...
Fernando acariciou o cabelo de João, aproximou seus lábios aos lábios carnudos de João e antes que João tentasse falar pronuncias mais umas vez o nome Fernando, as duas bocas já haviam se chocado.
João sentia que uma descarga elétrica percorria todo seu corpo, não era um rapaz virgem nem ingênuo, mas aquela sensação era algo que até então nunca tinha sentindo em sua vida.
A cada milésimo de segundo, suas bocas se encontravam cada vez mais, a essa altura os olhos dos dois já estavam fechados, a língua de Fernando penetrava a boca de João, que sem resistência, retribuía com paixão aquele beijo. Naquele momento as mãos de Fernando não seguravam mais as de João, seus braços fortes já estavam entrelaçados nas costas do seu amado, sendo seguido por João que fazia o mesmo.
Beijavam se como se aquilo fosse o ar que precisavam para sobreviver. Fernando mordia os lábios de João sugava sua boca sem piedade. João sentia o pênis de Fernando excitado, roçando sua perna, e suas mãos descendo até sua bunda.
João acordou daquele transe gostoso, separando suas bocas, afastado Fernando lentamente, com as mãos em seu peito.
João – O que é isso cara? O que estamos fazendo?
Fernando resistia um pouco, forçando suas bocas novamente.
João – Por favor, pare.
Fernando – Eu te quero.
João – Não Fernando
Fernando – O que foi? Você não quer?
João – Não é isso Fernando, transar com outro cara assim, não sou puritano, mas não gosto de sexo por sexo.
João achava que Fernando só estava afim de uma trepada, nunca experimentou o amor, em todas suas tentativas de engrenar algo legal com alguém, só se ferrou, para ele sexo era pouco, mesmo que fosse o melhor dos sexos. Não estava desesperado para casar, mas queria se sentir especial por alguém.
Fernando não entendia a reação de João, ficou sim empolgado com o beijo, mas não passou pela cabeça dele ir pra cama naquele momento, só estava curtindo aquele beijo em sua plenitude.
Fernando – Você acha que só to querendo trepar e cair fora?
João estava prestes a estragar todo aquele momento, devido a sua segurança em relação as pessoas, por não se achar merecedor de bons momentos e de ser amado.
João – Não vai rolar Fernando, você...
Fernando já estava irritado e interrompendo João...
Fernando – Não sei como são as pessoas que você conheceu, mas não me compare com eles, pelo visto você não me conhece mesmo.
João também já se alterando.
João – E você me conhece? Você não sabe de nada.
Fernando – Quer saber, foi um erro eu ter vindo aqui.
João – E o que ainda faz aqui então?
Fernando – Até mais João.
Fernando já estava nervoso, não entendia como aquele beijo maravilhoso, terminou numa discussão dessas.
Há alguns anos atrás, quando se apaixonou pela primeira vez, por Marcos, João apostou todas suas fichas naquele cara, era a primeira vez na vida que ele confiou em alguém, mas decepcionou muito, nunca achou que um amor pudesse doer tanto. Isso refletiu nos seus demais relacionamentos, João sempre já espera uma decepção de alguém, nunca baixava sua guarda e com Fernando, ele estava prestes a perder talvez a chance de viver algo legal.
Fernando seguia para a porta, já estava saindo quando retornou, tirou a camisa e jogou aos pés de João.
Fernando – Fica pra você, você vai precisar mais que eu, acho que esse trapo deve ser suficiente pra você suprir sua carência.
Saiu sem olhar pra trás, antes que João pudesse dizer algo.
João sentou se na poltrona e desabou a chorar. As palavras de Fernando tiveram o poder de ferir seu coração, embora nem ele tenha consciência disso na hora que as proferiu, aquelas palavras teve um efeito pior que um tapa no rosto de João.
Naquela noite deitou-se pensando no maravilhoso beijo que deram e no desfecho desnecessário. Chorou até cair no sono e dormir.
Fernando saiu do prédio de João sem camisa, a raiva em seu olhar era misturada com algumas lagrimas que insistiam em sair.
Foi andando até sua casa a pé, entrando como um furacão.
Bete – Fernando, meu filho, o que houve? De onde esta vindo assim?
Nem deu bola para sua mãe, foi direto para seu quarto se jogou na cama com muita raiva, mas no mesmo instante, desabou em chorar.
Fernando – O que esta acontecendo comigo? Nunca fiquei assim por nenhuma garota, muito menos por outro cara. Pensava enquanto as lagrimas encharcavam seu rosto. O choro começava a cessar, até que Felipe bate na porta.
Felipe – Fernando abre ai.
Fernando – Agora não Felipe.
Mas o garoto insistiu, vendo que o irmão não descansaria, Fernando se recompôs e abriu a porta.
Fernando – O que é?
Felipe sem a menor cerimônia se instalou no quarto, metralhando o irmão de perguntas.
Felipe – O que houve cara? A mãe disse que você veio bufando da rua, sem camisa, o que ta pegando?
Fernando – coisa minha.
Fernando adorava seu irmão, brigavam muito também, mas mantinha uma postura de um segundo pai, sentia-se como uma referência para o irmão. Dividia tudo com ele, mas essa situação era diferente, não entendia como aquele pirralho poderia ajudá-lo, já que nem ele sabia muito bem como lidar com aquilo.
Felipe sentou-se ao seu lado, o abraçou e disse:
Felipe – Acho que isso é mulher, deve estar apaixonado, seja la o que for, to do seu lado mano. Deu um beijo na bochecha do irmão apertando-as, tentando faze-lo rir. Fernando riu, sempre cedia as palhaçadas do irmão.
Sozinho novamente, Fernando lembrou das ultimas palavras que proferiu contra João, e seu olhar triste ao ouvi-as.
Fernando – Como fui capaz de dizer aquilo? O que aconteceu com você cara? Repetia a si mesmo, sentindo uma culpa gigantesca pois sabia que aquilo tinha machucado muito João.
João foi trabalhar no dia seguinte, conversou o mínimo necessário possível durante o trabalho. A noite na aula, não foi diferente, mas no intervalo não escapou do ultimato da Cíntia.
Cíntia – E ai? Tu vai me dizer o que esta acontecendo ou vou te obrigar a isso? Nem que seja na marra?
João – Não foi nada Cíntia.
Cíntia – Falei com o Fernando hoje.
João – O que ele te disse? Eu não queria ter brigado com ele, ele...
Cíntia o interrompe...
Cíntia – Era o que eu imaginava. Faz dias que não falo com ele, mas sabia que essa sua cara, só podia ser algo ligado a ele.
Cíntia – E ai João? Não acha que esta na hora de se abrir? Confiar um pouco mais nas pessoas? Você não precisa me contar nada, mas eu sei muito bem o que você é e o que você sente, mas seria melhor se você se desse essa chance.
João já não tinha mais forças pra tentar disfarçar algo, Cíntia sempre foi uma grande amiga, que mal teria em dividir um pouco seus anseios com ela?
Cíntia – Eu sou...
Continua....