**-Então? Oque você acha de morarmos aqui?
-Acho perfeito amor. Nossa, vai ser bom demais. Só nós dois, juntos, finalmente como um casal!
-Que bom que você gostou meu amor, afinal, viver á vida toda em um apartamento não é legal [risos].
-Com você, moraria até debaixo de uma ponte!
-Que coicidencia, eu tambem! [risos seguido de beijos]. Então vamos indo, pois, temos que ajeitar as coisas para a mudança.
-Vamos!**
Me recordo desse dia como que estivesse acontecido agora à pouco. Essas recordações sempre me fazem chorar. Lembrar dele é bom é delicioso... Mas é claro, é torturante também. Afinal, lembrar daquele fatidico dia, não é nada bom...
"Antes de continuar, deixe-me eu me apresentar: Me chamo Joe, tenho 26 anos, sou branco - até demais - cabelos castanhos e lisos, não muito longos, nem muito curtos, olhoscastanhos clarissimos - e um olhar sereno - boca pequena e vermelha como uma cereja; corpo definido, 1,73m, 76kg."
Tinha apenas 19 anos quando tudo aconteceu. Apos vermos a casa onde morariamos - uma surpresa que ele me preparou, afinal era meu aniversario - estavamos seguindo de volta para o nosso apartemento, onde moravamos há 1 ano e meio - após eu ter sido expulso de casa pelos meus pais, no dia em que eu me assumi - é onde eramos muito frlizes; e no meio do caminho, isso por volta de umas 17:00hrs, fomos surpreendidos, por uma vaca que estava no meio da estrada (estavamos numa zona afastada da cidade), e na tentativa de não atropelar o animal, Bruno - meu noivo - jogou o carro em direção ao acostamento, onde o pneu do carro entrou em um buraco fazendo o carro capotar varias vezes. O lado no qual Bruno estava, ficou com a lataria toda amassada. Do meu lado amassou um pouco, sentia que minhas pernas estavam prensadas, como se estisse dois blocos de cimento sobre elas. Tentava á todo custo falar com Bruno, mas ele não me respondia. Gritei, varias e varias vezes, pedindo por socorro... Mas não obtive resposta alguma.
Quando já sentia que minha voz falhava, ouço barulho de um carro parando. Com certa dificuldade, comecei a gritar novamente, desta vez, obtendo resposta de um senhor, de uns 56 anos.
Quando ele se aproximou disse que já estavam solicitando socorro. Ele tantava me acalmar, mais ele não conseguia, eu chorava muito, pois o Bruno estava desacordado.
Depois de uns 20min, chega o socorro. Com certa dificuldade os bombeiros nos tiraram de dentro do carro, que segundo eles, por pouco não explodiu - hoje oque mais queria era que aquele carro tivesse explodido.
Nem ligava para oque eles diziam, eu queria saber do Bruno, meu amor, minha vida, meu tudo! Eles disseram que ele estava muito ferido, com as costelas quebradas, e que uma parte das ferragem havia penetrado seu peito (me informaram isso já no hospital).
Eu fiquei fora de mim. **Não! Não ele não pode morrer, ele não pode me deixar!** Era oque eu repetia encansavel vezes em meus pensamentos... Mas infelizmente, depois de 5 hrs, e depois de muitas tentivas de salva-lo, eu não resistiu, e morreu.
Com toda a força que alguem pode ter, a dona Helena (mãe do Bruno) veio me informar.
Não acreditava em nada do que ela dizia, não podia ser, não podia! Por que ele? Por que justamente ele.
Eu fiquei louco! Fora de mim! Tiveram, que me sedar, pois eu estava fora de controle.
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Horas mais tarde, ainda sobre efeito dos remédios eu acordei.
Não era mais o Joe que estava ali. Não aquele Joe: alegre, animado, estrovertido, determinado. Mas sim o Joe: Triste, desanimado, introvertido, desolado... Sem vida!
E assim permaneci por dias, semanas, meses. Não fui ao seu velorio, iria ser mais doloroso ainda ve-lo lá, estirado em um caixão, e mais doloroso seria ve-lo sendo enterrado.
Tentei me suicidar, mais foram tentivas falhas, sempre lembrava dele, e era como se ele pedisse para que eu não fizesse nada. E não fazia.
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Três anos depois, estava "Normal". Digo normal entre aspas, por que eu estava assim perante todos, perante a sociedade, para qual o meu orgulho não meu permitia mostar á tristeza. Tristeza essa que eu so libertava no meu quarto, na "nossa cama", "no nosso apartamento". Lá era onde eu me despia da minha armadura, retirava minha mascara, e deixava vir á tona, toda minha armagura e tristeza.
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Todos os dias a rotina era a mesma. Acordava, ia ao banheiro, me arrumava e ia para o trabalho. Saia as 7 da manhã e voltava somente as 20 hrs. Tudo oque eu fazia era por fazer. Ainda estava sem vida. Se eu ria, brincava me divertia as vezes? Claro, afinal tinha que me mostrar uma pessoa forte. Mas namorar, não!
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Em um certo domigo, fui convidado para uma festa de aniversario. Não era um aniversario qualquer, era o aniversario do Sr. Antonio (pai do Bruno). Sempre eles me convidavam para as comemorações deles. Como dona Helena diz, "sou um filho pra eles".
Quando chegei, dei os parabens. Dei o presente, que foi seguido de um: "Não precisava".
Havia muitas pessoas na festa, afinal, seu Antonio era ex senador, então era uma figura muito conhecida. Percebi que ele (seu Antonio) estava meio apreensivo. Fui perguntar o por que, ele me disse que estava esperando seu filho Diogo, que estava vindo da Alemanha, depois de 7 anos. Mal ele acabou de me falar ele direcionou seu olhar para a porta e disse:
-Olha ele ai! Finalmente chegou - e foi em direção á ele.
Seu Antonio veio nos apresentar. Quando toquei em sua mão e nossoa olhares se cruzaram. Senti, depois de 3 anos, aquele sentimento que estava destinado somente ao Bruno, voltar à aflorar.
CONTINUA.