Capítulo 10
Pessoal, segue mais um capítulo. Não ia postar nada final de semana, mas os comentários de vocês me fizeram mudar de idéia.
Uma imagem vale mais que mil palavras? Calma pessoal vamos ver o lado do Fernando, pra tudo tem se uma explicação, só resta saber se cola ou não. Depois de tantos desencontros, os próximos capítulos serão de muito romance.
Abraço a todos.
João escutava a voz de Fernando conversando com alguém, estava ansioso para explicar-se a seu amado e declarar seu amor.
Fernando adentra a sala, com uma garota a tira-colo, pendurada em seu pescoço, beijando sua nuca, ambos riam. Era uma típica mistura de patricinha com piriguete, do tipo toda durinha e bonita.
Entrando mais a sala, Fernando fica paralisado ao dar de cara com João, que a essa altura já estava em pé, olhando com decepção nos olhos do amado....
Bete – Ainda bem que você chegou meu filho, seu amigo já esta um bom tempo te esperando.
Fernando não sabia o que fazer. João o olhava, enquanto aquele papagaio loiro não parava de falar e apalpa-lo, acaricia-lo.
Fernando – Oi João. Falava tentando desvincilhar-se de Carla, sua acompanhante.
Fernando – Eu não esperava te encontrar. Faz tempo que você esta me esperado? Tentava dizer, mas com a expressão sem graça e surpresa.
João – Desculpa, eu deveria ter avisado antes.
Bete – Sentem-se, to fazendo um café.
Fernando parecia levemente de fogo, mas totalmente ciente do pesado clima que imperava naquela casa. Clima esse que só era sentido por ele e João.
João – Não se preocupe Dona Bete, não vou poder ficar, já estou de saída., tenho um compromisso. Dizia João.
Bete – Mas você esperou até agora.
João – Então é que tenho outro compromisso, mas depois nos falamos, disse olhando pra Fernando.
Fernando – Espera João, ainda bem que você veio...
Carla mais uma vez interrompeu a conversa, pondo se diante dos dois.
Carla – Amor, não demore se não vamos atrasar.
Fernando – Perai, Carla, dizia irritado.
João por mais que tentasse, não conseguia esconder seu olhar de decepção, estava se sentindo um completo idiota, queria sumir dali o mais rápido possível.
João – Você vai se atrasar. Disse já se encaminhando até a porta.
João – Obrigado Dona Bete, tchau Felipe.
Fernando – Espera. Indo atrás de João.
Na varanda, a sós, Fernando segura João pelo braço.
Fernando – Espera cara, calma, não é nada disso, a Carla...
João – Pouco me importa quem é a Carla.
Fernando – Não esperava te encontrar aqui, precisamos conversar.
João – Só vim tomar uma café com sua mãe. Disse ironicamente.
Fernando ainda o segurava até que João se soltou.
João disparou contra a rua enquanto Fernando ainda o chamava.
João tomou o primeiro táxi que viu pela frente, queria o mais rápido chegar até sua casa. Sentia-se um idiota, otário.
Como você pode ser tão tolo João, repetia pra si mesmo ao mesmo tempo que a cena daquela garota agarrando Fernando, insistia em permanecer em sua mente.
Em casa, Fernando tratou logo de despachar Carla, até pq sua mãe não foi nenhum um pouco com a cara dela, achava vulgar e muita espaçosa.
Fernando procurava as chaves do seu carro enquanto sua mãe falava.
Bete – Não quero você saindo por ai bebendo, dirigindo esse carro. Mas o filho nem se importava.
Felipe observa tudo até então calado, embora sendo relativamente mais jovem que o irmão, percebia que algo não estava correto. Porque Fernando se preocupava tanto com João?
A caminho de casa, o táxi de João passava por uma região repleta de barzinhos, muita gente jovem, bonita, feliz, descontraída.
João pede para parar o carro e decide ficar ali. Na verdade nunca gostou de sair sozinho pra beber, mas naquele dia a pior coisa seria ficar em casa sozinho.
Sentou-se no primeiro barzinho que encontrou e pediu uma cerveja. Embora não fosse nenhum modelo de revista, João chamava atenção devido sua feição séria e seus traços fortes, apesar de nunca se achar um bonitão, naquele local fácil, fácil ele atraia a atenção de algumas garotas e até mesmo rapazes, ainda mais estando sozinho.
Estava muito triste, se sentia um idiota, mas por outro lado isso servia pra por uma pedra definitiva nessa historia. Já ia pedir seu segundo chop quando é surpreendido por uma voz familiar.
“Olha, olha quem esta aqui”, Era Alex, com seu típico bom humor.
Alex – E ai cara? O que faz sozinho num sábado a noite, bebendo?
João – Nada cara, apenas passando o tempo.
Alex – Bom, nada melhor que passar o tempo acompanhado. Posso?. Disse Alex referindo-se a continuar sentado ali com João.
João – Claro, fique a vontade.
João já sabia as verdadeiras intenções de Alex, mas não acreditava que ele teria lábia suficiente pra conseguir algo dele naquela noite, alem de uma boa companhia. Mas ele se sentia bem, saber que outro cara estava ali xavencado ele, fazia com que sua auto estima se elevasse.
Alex aos poucos foi descontraindo João, até riram juntos.
Alex – Gostei muito de você cara, desde aquele dia la no churrasco, deveríamos nos ver mais, conheço cada lugar legal aqui, você vai adorar.
João – Claro, vamos sim.
A conversa fluía e Alex não dava trégua,
Alex já com as mãos nas pernas de João, resolveu segurar sua mão também.
Alex – Cara, te acho um cara super legal....O que tu acha de mais tarde irmos la pra ca? Tomar uma saideira, hein?
João – Alex.... Alex o interrompeu.
Alex – Cara, podemos curtir numa boa, mas se na rolar nada, ficamos no papo.. Dizia já alisando os braços peludos de João, se insinuando cada vez mais.
Nesse momento Fernando dirigia seu carro, a procura de João até que avista a cena, João e Alex conversando intimamente. Fernando parou seu carro na hora indo como um touro até a mesa dos rapazes.
Fernando – João, preciso falar com você.
João – O que faz aqui? Dizia surpreso.
Alex – E ai Fefe, não quer sentar, conosco, dizia num tom sarcástico.
Fernando ignorou o comentário.
Fernando – Vamos João, to de carro ai.
João – Não vou a lugar nenhum cara, outra hora nos falamos.
Alex – outra hora Fefe. Alex não dava uma trégua, gostava de provocar Fernando.
Fernando olha pra Alex já vermelho.
Fernando – fica na sua rapa, não to falando contigo.
Alex – nervosaaaaaaa. Rindo
João – Não vou a lugar nenhum agora Fernando, se quiser sentar, senta, se não quiser me deixe, estou conversando com Alex.
Fernando já estava vermelho de raiva e ciúmes, no fundo conseguia entender o comportamento de João, mas não aceitava vê-lo ali com Alex. Fernando achava Alex um cara vulgar, prepotente e volúvel.
Alex – perdeu playboy.
Fernando Vira-se furioso esbarrando num copo, dando um banho em Alex.
Alex levanta insultando Fernando.
Alex – Qual é viado?, Perdeu a noção do perigo? Segurando o braço de Fernando.
Nesse momento Fernando se transforma, vira-se para Alex acertando um murro em cheio em seu rosto.
Os outros fregueses já haviam se levantado.
João – Fernando, para com isso. Tentando segurar Fernando.
Alex levanta-se com a boca sangrando:
Alex – desgraçado. Partindo para cima de João.
Os dois rolaram o chão e o quebra a quebra foi geral. João tentava apartar em vão, até que os dois são separados. Alex destilava um caminhão de ameaças e insultos para Fernando, que ganhou um pequeno corte na sobrancelha.
A poeira foi abaixando e as pessoas foram se dispersando.
Alex – E ai João, vamos comigo, não vamos deixar esse babaca acabar com nossa noite.
João – Não Alex, desculpa isso tudo, mas só quero mesmo ir embora pra minha casa.
Alex – Bom, vou te ligar, ok?
João – Blz.
João já não via a hora de sair daquele lugar, até que viu Fernando mais distante, com a cabeça abaixada em cima do teto de seu carro. João se aproximou.
João – Pq isso cara? Você esta bêbado?
Fernando – Então é assim, qualquer coisinha você já liga pra esse cara ai, pra te consolar. Pq você fez isso?
João ia tentar se defender mas já estava exausto, Fernando acreditava que aquele encontro foi provocado por João.
João pensou em soltar uma série de insultos para Fernando, mas foi desarmado, quando percebeu que seu amor falava com a voz embargada e ainda apresentava um pequeno corte no supercílio.
João – Você se machucou. Demonstrando preocupação.
Fernando – Não foi nada, aquele babaca tava merecendo um murro na cara faz tempo.
Fernando – Fiquei feliz em te ver na minha casa, você não sabe como tinha sonhado com isso. Não sei por que tudo isso foi acontecer, só quero...
João o interrompia.
João – Fernando, por favor, acho melhor que você não me procure mais, nunca mais, me deixe em paz.
Fernando – Essa é sua ultima palavra?
João – Não é minha ultima palavra, é a palavra definitiva, deu pra entender?
Fernando – Faça o seguinte, seja feliz, embora será difícil, esse cara vai te fazer sofrer.
Fernando realmente acreditava que estava rolando algo ente João e Alex.
Fernando caminhava até seu carro, sentou-se no banco do motorista, não quis olhar pra trás. Ligou o carro e desabou a chorar.
Logo mais adiante do ponto onde os dois estavam, Alex observava toda cena, a raiva já tinha passado. Agora seu rosto estava com uma feição de um grande humor.
Alex – Mas que beleza, então quer dizer que o garanhão é viado. Ah Fernando, pelo visto esse murro será devolvido a você o mais rápido do que espero. Dizia a si mesmo com um sorriso no rosto......
Continua