Na hora do intervalo encontrei com meus amigos, na verdade eu só tinha duas amigas, sendo elas:
Gabriela Coimbra: calada como somente ela sabia ser, mas também quando abria a baco, saiu de baixo. Ótima em matemática.
Mirela Guimarães: isso mesmo, repararam no sobrenome? Mirela era totalmente o oposto de Miguel, quando a conheci logo me identifiquei. Éramos melhores amigos e tal; e foi ela que me ajudou a por o piercing.
Eu estava afundado e perdido nos meu pensamentos, quando Mirela me tirou daquele transe.
Julho, como foi suas férias?
Eu suspiro e respondo: você sabe né? Arrumei meu quarto, ajudei meu pai na oficina.
Ela mostra sua surpresa e diz: você na oficina? Essa eu queria ver. Risos
Eu: claro, eu arrasei no meio da graxa e dos pneus.
Mirela: nossa! Julho com tantas coisa legais que você fez nessas férias, ainda sobrou aqlgo tão empolgante para esse ano? Risos.
Eu: besta!
Peguei uma maçã e a abocanhei, suspirei e voltei a o meu profundo silencio.
Mirela: mas brincadeiras à parte, você ta bolado com alguma coisa, o que foi?
Eu: ah, tô tão cheio dessa cidade, desse colégio idiota, da minha vida chata; sabe quando você quer mudar de alguma forma? Sabe, eu quero ir para a faculdade e ter minha vida.
Mirela: entendo! O Miguel está do mesmo jeito. Ele esta pirando com essas coisas da faculdade.
Gabriela quebra o seu silêncio e fala: Mirela, por falar no seu irmão, olha só aquilo ele não é um pedaço de mau caminho, ele é o mau caminho em si. Risos
Ela estava olhando maravilhada para ele e eu continuava com minha cabeça baixa.
Todo mundo do meu colégio adorava o Miguel e seriam capazes de limpar o chão com a língua onde ele irá pisar. Todos, sem exceção.
É incrível como a mentalidade de um adolescente gay podia ser comparado com a mente de uma garota da mesma idade. Todas sonhavam com um príncipe encantado e esse era o meu sonho, cujo o príncipe era conhecido como: Miguel Guimarães.
Mas nunca isso irá acontecer, não quero que aconteça, não quero ficar amando pelos cantos, escrevendo baboseiras de amor e desenhando corações na ultima folha do meu caderno.
Mas em relação ao Miguel eu era muito vulnerável, eu deixava de ser esse garoto durão e voltava a ser aquele garoto assustado da primeira série.
Nossa! Gabriela, não sabia que você tinha uma queda pelo meu irmão.
Mirela, disse aquilo incrédula.
Gabriela: Quem não tem? Risos.
Credo, Gabriela - eu falei – fala sério, já não basta todo mundo do colégio pensar naquele idiota 24 horas por dia, tem que aturar seus suspiros também?
ACORDA! Aquele cara só é um filhinho de papai, que adora humilhar todo mundo; ou você acha que aquele boneco de porcelana pensa em alguém deste colégio?
Mirela olhou assustado para mim.
Eu: o que foi? Eu disse alguma mentira?
Uma voz interrompeu o meu discurso:
Caramba! Eu não sabia que falavam de mim por aqui.
Me virei lentamente, encontrando aquele rosto com um sorriso irônico.
Eu não acredito que ele ouviu, a ultima coisa que eu precisava era começar uma guerra com o Miguel. Eu suspirei e pensei: você falou, então agora enfrente as consequências .
Miguel estava parado do meu lado com o sorriso mais do mundo irônico estampado em seu rosto. E ela começa a falar:
E, aí Jujuba, não fala com um amigo das antigas? - Ele sentou no tampo da mesa, ao meu lado.
Todos nos olhavam com uma certa curiosidade, parecia aqueles confrontos de final de novela, onde o vilão e o mocinho ficavam frente à frente. E adivinha quem ficou com o papel de mocinho? Eu que não fui, claro.
Para de me chamar de Jujuba, ok? Mas e aí? – Nossa cara! Que merda de frase foi essa que eu tinha acabado de falar? Mas foi a única coisa que saiu.
Ele sorriu e virou – se para Mirela.
Nossa! Mirela, você ainda anda com o Jujuba?
Mirela: não enche Miguel, o que você quer?
Miguel: Calma aí, maninha! ta vendo; você está ficando mal educada como o Jujuba.
Eu continuava respirando fundo e falei: Caramba! Para de me chamar de Jujuba! Galera tô vazando aqui, ok? Nossa mesa ta mal frequentada. A gente se esbarra por aí.
Miguel continuava com sua risada irônica e falou: grosso como sempre, vocês mereciam um troféu por aguentar uma pessoa tão estranha como o Julho Albuquerque.
Eu revirei meu olhos, e antes de calcular meus atos, eu corri e pulei com minhas mãos em direção ao pescoço do Miguel.
Rolamos no chão como na primeira série.
Idiota, estúpido – eu gritava como um louco.
Continua (...)
Gente brigado pelos comentários, vocês são muito fofos ;3